Compartilho uma história em que o Jotalhão precisa carregar o Tarugo para todo lugar que queria depois de ter machucado o pé. Com 5 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 61' (Ed. Abril, 1975).
![]() |
Capa de 'Mônica Nº 61' (Ed. Abril, 1975). |
Tarugo se queixa com Jotalhão que torceu a sua perninha, não sabe se quebrou, mas está doendo muito e não consegue carregar a casca nem andar e logo hoje que está cheio de compromissos sociais. Jotalhão se prontifica de carregá-lo e manda sair da casca e subir na tromba dele e Tarugo pede cuidado par anão deixá-lo cair.
Primeiro vão até à toca do Coelho Caolho para dar recado de que vai almoçar lá domingo e no caminho pede favor para Jotalhão não correr. Depois, Jotalhão o leva até o morro do outro lado do rio para Tarugo falar com o primo. Jotalhão precisa atravessar o rio a nado enquanto Tarugo manda cuidado para não molhar os pés dele. Jotalhão ainda precisa subir o morro e quando chegam lá tem um bilhete do primo informando que foi visitar o Tarugo e só volta ano que vem.
Com o desencontro, Jotalhão precisa descer todo o morro enquanto Tarugo manda ter cuidado e com medo de cair, diz que desce a ladeira e lá embaixo sobe de novo da tromba dele. Aí, Jotalhão suspeita que o Tarugo estava aproveitando dele para passear. Tarugo manda Jotalhão abaixar a tromba para ele subir de novo quando Jotalhão inventa que espetou o pé em um espinho.
Tarugo diz que não vê espinho algum, Jotalhão fala que não pode mais carregá-lo e como amigo é para essas horas, quer que o Tarugo busque a casca dele para poder colocar o pé no chão de novo. Tarugo corre onde estava a casca e volta dentro dela. Depois, Jotalhão quer que ele arrume rodinhas que caibam na casca servindo como carrinho. Tarugo coloca as rodinhas, Jotalhão coloca a casca no pé, Tarugo pergunta para o Jotalhão sobre o seu pezinho machucado e ele responde que agora não pode carregá-lo, só quando também sarar do pezinho e agradece pelo patinete.
História legal em que o Tarugo cria um plano infalível de inventar que machucou o pé para fazer o Jotalhão carregá-lo, segurado pela tromba, para todo lugar que queria ir sem precisar fazer esforço e se cansar. Ia tudo bem, até o deslize do Tarugo de descer o morro sozinho com medo de cair, não se tocou que andando na descida do morro tinha nada de pé machucado, e no final o Jotalhão dá o troco fazendo a mesma coisa para não carregar mais o Tarugo.
Tarugo foi folgado, simulou tropeço da pedra e que estava com torção no pé para Jotalhão carregá-lo. Com casca e passos lentos de tartaruga, ele ficaria muito tempo para fazer tudo que queria, aí teve o plano de um trouxa carregá-lo para todo lugar que iria. Pior ainda foi Tarugo ficar mandando que era para ter cuidado enquanto o carregava para não machucá-lo. Se não bastasse Jotalhão levá-lo sem precisar, ainda ficava recebendo ordens de como tinha que carregar.
O próprio Tarugo estragou o plano, Jotalhão com sabedoria soube contornar o plano, fazendo Tarugo ter trabalho e ainda servir a casca como patinete do Jotalhão. Pelo menos o Tarugo foi solidário com o Jotalhão senão o plano dele não daria certo. Se o Tarugo podia sair da casca e andar normalmente não precisaria fazer o que fez com o Jotalhão ou então deixasse a casca com as rodinhas para se locomover rápido.
História mostrou lição de não se aproveitar da bondade dos outros para se dar bem e também que bondade tem limite, não deixarem te fazer de trouxa e não ser bom o tempo todo para quem não merece. Eram boas as as histórias de planos infalíveis bolados por outros personagens, sem serem criados pelo Cebolinha, eram criativos da mesma forma, eles não apanhavam, mas tinham o castigo merecido no final. Eram comuns histórias do Tarugo com dificuldade de se locomover, passando meses para chegar no destino, também eram legais histórias assim. Foi engraçado o absurdo de tartaruga fora da casca, andando e correndo tranquilamente, coisas de histórias em quadrinhos.
Incorreta atualmente por mostrar proveito de quem estava querendo ajudar, personagem principal agir como vilão e se aproveitar do amigo. Também são raras histórias de planos infalíveis hoje, inclusive de planos do Cebolinha contra a Mônica fora que implicariam também com expressão popular como "estou assim", e a palavra "tromba", de elefante, é proibida nos gibis atuais e até já foi alterada em republicação de "Biblioteca do Mauricio - Mônica 1970".
Os traços ficaram bons no estilo dos anos 1970, teve uma linguagem mais formal característico daquela época, tudo indica ter sido escrita pelo Mauricio de Sousa e não teve título como a maioria das histórias da Turma da Mata dos anos 1970. Tiveram erros do Jotalhão sem pálpebras verdes em todos os quadrinhos das 2 primeiras páginas e sem marfim direito no 6º quadro da penúltima página da história. Foi republicada depois na própria Editora Abril no 'Almanaque da Mônica Nº 17', de 1983.
![]() |
Capa de 'Almanaque da Mônica nº 17' (Ed. Abril, 1983) |
Bem manso o Tarugo, não? "Perninha machucadinha", ah, vá tomar tenência, quelônio sonso!
ResponderExcluirEgoísmo, falta de presteza, dependendo, são formas de autopreservação, pois, às vezes, como exemplificado na trama, solícitos se estrepam, seja por má-fé alheia ou pelas próprias ingenuidades de não analisarem aonde estão se metendo, motivados pelo afã de quererem ajudar a qualquer custo quem de fato carece de ajuda.
Tarugo agiu como frágil, qualquer coisa machucava a perninha dele. Só se preocupou em não se cansar e chegar rápido onde queria sem ligar para o Jotalhão. Bem merecido o castigo que teve.
ExcluirVide estrelinhas emanando da pata, será mesmo que simulou topada seguida de torção? Sei lá, acho que não foi plano, ainda mais, do tipo infalível, sendo que quem frequentemente mexe com isso é a molecada do Bairro do Limoeiro. Parece que se machucou e no decorrer da trama foi se recuperando e revelando-se um baita folgado... Jotalhão sim, para dar o troco na mesma moeda, teve de fingir, simulou ferimento.
ExcluirElemento importante ausente na capa de Mônica nº61 (Ed.Abril) é o jamegão de Mauricio de Sousa, tal ausência em capas de gibis é algo raríssimo.
Pode ser que o Tarugo tropeçou bem de leve na pedra sem ser a ponto de não conseguir andar porque se fosse algo grave não daria tempo de se recuperar logo. Mesmo se não era intenção inicial, criou o plano durante a história, teve má índole do mesmojeito. O Mauricio gostava de várias interpretações nas suas histórias, isso era bom. E eram raras capas e histórias sem assinatura do Mauricio, essa foi uma, vai ver que ao colorir um fundo escuro, acabaram esquecendo de inserir a assinatura.
ExcluirPlano ou não, o que está claro é que se machucou e usou e abusou da presteza, da solicitude do paquiderme. Quelônio fez de sonso, foi cretino.
ExcluirSim. São raras tiras de piadas e histórias sem assinatura(s) do Mauricio. Mas, são ainda mais raras capas não assinadas por ele. Digo isto porque em todo meu tempo de contato com gibis da MSP creio que não me dei conta se há outra capa assim, sem assinatura.
Marcos, como digitou 1982 duas vezes, segundo Guia dos Quadrinhos e o blogue Capas da Turma da Mônica, Almanaque das Aventuras da Turma da Mônica nº17 chegou às bancas em 1983, no mês de (J)janeiro. Consta qual ano no seu exemplar?
Muito cretino, sim. O Almanaque é de 1983 mesmo, o ultimo de 1982 foi o de 16 especial de Natal, digitei errado, com 1982 na cabeça, já corrigi.
ExcluirEu estava olhando as capas, tiveram outras de 1975 que não tiveram assinatura do Mauricio. Mônica Nº 57, 60, 61, 68 e Cebolinha Nº 27, 28, 32. Pode ser que estavam fazendo teste naquele ano pra deixarem de colocar assinatura e desistiram.
Então, Mônica nº61 (Ed.Abril) não ostenta status de única sem jamegão na capa. Havendo outras além das citadas, este tipo de ausência permanece categorizado(a) como raridade em capas de gibis da MSP.
ExcluirHá assinatura na de Cebolinha nº32 (Ed.Abril), Marcos. Situada abaixo da latinha metálica que seria de algum alimento em conserva, decorando cenário como lixo qualquer largado no chão do que parece beco numa espécie de penumbra - parede de alvenaria, entretanto, pode ser interior do (C)clubinho, na maioria das vezes esse local é retratado com paredes de chapas ou tábuas de madeira, ou de madeirite.
Realmente tem assinatura abaixo da latinha, não tinha reparado antes. De qualquer forma, algumas edições não tiveram assinaturas, um esquecimento que tiveram e não foi só em capas com fundo escuro, onde poderiam dar desculpa que não tinham recurso pra deixar a assinatura com cor branca. Bem curioso.
ExcluirPenso que seria pouco provável essas ausências como um possível teste para que talvez Mauricio de Sousa não precisasse continuar assinando capas dos gibis, porque, quem cria personagens leva muito a sério os tais dos direitos autorais. Determinados personagens importantes que compõem a Turma da Mônica não foram criados por Mauricio, todavia, maior parte saiu da cachola dele, e outra, TM existe por iniciativa do mesmo, portanto, não creio que tenha cogitado parar de assinar as capas. Foram esquecimentos nas seis ou mais capas que não possuem os clássicos jamegões.
ExcluirTambém acho que foi esquecimento, senão teriam sido em numerações seguidas e vimos que foram aleatórias. Pode ter tido outras capas sem assinaturas depois, mas bem raro, dando pra contar nos dedos.
ExcluirE talvez possam haver capas não assinadas de edições publicadas em anos anteriores a 1975.
ExcluirConsta no Guia dos Quadrinhos que a primeira aparição de Seu Sousa foi em Mônica nº64, Editora Abril. Se essa informação estiver correta, a esposa dele seria mais antiga? Imagino que a mãe da Mônica tenha surgido antes de 1975, quem sabe a primeira aparição dela tenha se dado no primeiro gibi da filha. Sabe informar, caro anfitrião Marcos?
Pode ser, até que teria que pesquisar todas as capas, se tiveram sem assinatura, foi uma ou outra. A mãe da Mônica estreou na história de abertura de Mônica Nº 2 de 1970, o pai dela é que de fato demorou a aparecer, único pai que sempre apareceu foi do Cebolinha, os outros não apareciam nos primeiros anos da Abril.
ExcluirSuspeitei desde o princípio que a mãe da Mônica fosse "mais velha" que o pai da mesma. Na verdade, informação sobre primeira aparição de Seu Sousa me surpreendeu, pensava que fosse "mais novo" que a esposa uns oito, nove meses, sendo que entre estreias de ambos são cinco anos e alguns meses.
ExcluirConsiderando que é pai da principal personagem da casa e explicitamente baseado no próprio Mauricio de Sousa, curioso como não houve pressa em criá-lo. Diferente, por exemplo, de Horácio, que seria um "Mauricio dichavado" ou "Mauricio disfarçado", inspirado em traços da personalidade do próprio criador, só que isso, por muitos e muitos anos não era de conhecimento do público e creio que uma insignificante parcela de leitores adultos devia(m) desconfiar da "ligação umbilical". Zé da Roça e Franjinha são outros que dão certa pinta, também têm um quê dele, isto é, carregam discretos elementos da personalidade de Mauricio de Sousa.
Grato, Marcos, pela informação!
Disponha, Zózimo! Custou mesmo o pai da Mônica aparecer, visto que a mãe tinha uma frequência maior. Era uma tendência nos anos 1970 dos personagens crianças contracenarem mais com os amigos e aí deixaram pra criarem os pais deles depois. As vezes até apareciam só a voz dos pais , mas sem aparecerem fisicamente e leitores nem sabiam como eram os rostos deles. Os pais ganharam mais importância nas histórias e até protagonizando a partir dos anos 1980. Os primeiros personagens do Mauricio com certeza tinham identidade de personalidade do Mauricio, principalmente histórias e tiras escritas por ele.
ExcluirPais do Cascão que foram incógnitos nas HQs dos anos 1970, falo no sentido de que tais ausências muito provavelmente geravam considerável curiosidade. Diferente(s), por exemplo, dos da Magali, que na maior parte desse período ou talvez até na totalidade da década também eram desconhecidos do público, no entanto, creio que no caso da comilona isso não despertasse tanto interesse por parte dos leitores por não ser ainda totalmente consolidada, apesar de já contar com significativa relevância no núcleo do qual era e continua sendo parte. Ao passo que Cascão, que na época não era titular, contudo, já era, sem menor exagero, um colosso.
ExcluirVerdade, os pais do Cascão não apareciam, é como se ele morasse sozinho. Até o pai da Magali apareceu primeiro nos gibis, embora com outra caracterização, e o pai do Cascão, nada. Teve uma aparição dos pais do Cascão em um quadrinho final de uma história de 1977, mas frequência mesmo depois só em 1982, um pouco antes da estreia da revista dele. Até os tios apareceram antes dos pais, bem curioso.
ExcluirProvavelmente não conheço essas aparições dos pais do Cascão em apenas um quadro de HQ publicada em 1977. Outra que ademais é de antes das aparições de ambos se tornarem frequentes e é de rachar o bico, é a "Eu lavo a minha mão!", encerramento de Mônica nº126, 1980. Dona Lurdinha e Seu Antenor aparecem pontualmente na terceira página desse hilário conflito entre Cascão e Mônica.
ExcluirConheço essa "Eu lavo a minha mão!", muito engraçada, sim, e raras as presenças dos pais do Cascão antes de 1982.
ExcluirJotalhão foi altruísta, mas pelo menos percebe que o Tarugo estava se aproveitando dele.
ResponderExcluirVerdade, se preocupou demais com o Tarugo, que só queria o seu próprio bem estar. Ainda bem que o Jotalhão percebeu e foi sábio pra dar castigo pra ele.
ExcluirO Tarugo parece pelado sem o casco, eu nem sabia que ele podia sair dele.
ResponderExcluirFalando nisso, o Raposão já apareceu sem o paletó? Aposto que ele ia ficar bem esquisito também.😝
Na verdade o Tarugo estava pelado fora do casco e pelo certo não podia sair do casco, como é histórias em quadrinhos, aí tudo pode. Porém não utilizaram depois esse recurso de ele sair do casco, sempre sofreu pra se locomover pra longe, o que usaram uma vez depois foi rodinhas. Não lembro se o Raposão apareceu sem paletó, acho que já, e aí também estaria pelado e esquisito sem o paletó.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcho que já vi essa, de fato quadrinhos têm essa magia, era muito legal.
Excluir