sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Mônica: HQ "Quero sentar"

Compartilho uma história em que a Mônica quer sentar em uma pedra para descansar e o Cebolinha a perturba para ela não conseguir sentar. Com 4 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 146' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Mônica Nº 146' (Ed. Abril, 1982)

Mônica está cansada de tanto andar com o forte calor do Verão e doida para sentar em algum lugar. Encontra uma pedra e quando finalmente vai sentar, Cebolinha senta primeiro na pedra. Mônica o manda sair porque ela viu a pedra primeiro e Cebolinha diz que ele sentou primeiro. Mônica reclama que está cansada, andou um tempão para encontrar aquela pedra, ele diz que também, Mônica fala que vai ter que usar a ignorância e Cebolinha responde que quem não sabe usar a inteligência, tem que usar a força.

Mônica pergunta se Cebolinha a chamou de burra. Ele fala que já vai usar a força. Mônica diz que quer disputar a pedra num par ou ímpar e Cebolinha acha que isso é uma disputa inteligente e avisa que se der par, ele ganha, e ímpar, ela perde. Deu ímpar, a Mônica perde e logo percebe que foi burra e truque sujo. Cebolinha diz que só queria testar a inteligência dela e que foi aprovada e propõe o segundo teste  de encontrar uma pedra igual aquela e levar até onde estão.

Mônica vai e depois volta com a pedra, reclama que foi nada fácil, teve que andar dois quilômetros e como passou no teste pergunta se pode sentar na pedra que o Cebolinha estava. Ele pergunta por que ela não senta na pedra que foi buscar. Mônica fica com raiva, chuta  a pedra que buscou e ordena Cebolinha  sair. Mônica bate nele, Cebolinha fica jogado no chão e no final comenta que não está nada mal ficar no chão.

História engraçada em que a Mônica queria sentar em uma pedra e Cebolinha senta no lugar e faz a Mônica de burra quando exige que ele saia da pedra para ela sentar. No final, Mônica consegue sentar na pedra após dar surra no Cebolinha, que acha confortável ficar deitado no chão, não queria ficar por baixo. Se era uma boa ficar no chão, nem precisava ter aprontado com a Mônica.

Cebolinha gostava de provocar a Mônica, deixar com raiva, era abusado e a primeira chance que tem ele se aproveita. Custava nada ele sair até porque ela tinha visto a pedra primeiro e e ele correu para sentar primeiro. Conseguiu fazer a Mônica de burra duas vezes, enganando no par ou ímpar, ele teria que ter dito que par ele ganhava e ímpar ela ganhava, e fazer ela procurar uma pedra bem longe e levar para lá onde estavam. Cebolinha apanhou, mas ficou satisfeito e valeu de ter feito a Mônica de trouxa.

Mônica ingênua demais, não viu que ao dizer que par o Cebolinha ganhava e ímpar, ela perdia que era a mesma coisa e se ela procurou uma outra pedra que ficaria lá onde encontrou. A coitada andou dois quilômetros para procurar e andou dois quilômetros para voltar carregando a pedra, é muita burrice. Mônica sempre usava a força para conseguir as coisas que quer, até que tentou resolver no diálogo, antes batia na hora sem querer saber de conversa. Se batesse nele logo no início, não teria todo trabalho que teve.

No momento que a Mônica chuta a pedra que havia buscado, deu para perceber que só queria sentar naquela pedra que estava ali e Cebolinha ter que obedecê-la. Como a pedra estava lá, era só ela sentar na que buscou e ficavam em paz. Engraçado que a Mônica chutou a pedra e continuou no mesmo lugar que estava, o cansaço fez perder parte da força dela, só não o suficiente para bater no Cebolinha depois. Foi engraçado Cebolinha dizer que tudo era para testar a inteligência da Mônica e hilário a Mônica imaginar orelhas de burra, depois de perceber que foi tapeada no truque do jogo do par ou ímpar.

História permitiu o leitor decidir quem estava com a razão, julgar quem merecia ficar a pedra e por quem torcer, quem viu primeiro ou quem sentou na pedra primeiro, se a Mônica estava certa na atitude autoritária ou se o Cebolinha estava certo em perturbá-la para aprender não ser autoritária. Hoje em dia é incorreta pela maldade que o Cebolinha fez com a Mônica, principalmente em carregar pedra sob Sol forte, além da autoridade dela de querer resolver na força tudo que ela queria, Mônica de hoje não é mais assim. Os traços ficaram bons, mais simples, no estilo de histórias de miolo dos anos 1980. Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 13' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 13' (Ed. Globo, 1989)

9 comentários:

  1. Quem se lembra do Donkey Kong? Temos aqui a versão tupiniquim: Donkey Mônica, feita de asno pelo Cebolinha, que apanha no final, porém, como todo bom e velho biltre que se preza, obviamente não emenda...

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    1. É, Mônica foi sacaneada história toda, bate e Cebolinha ainda quis ficar na vantagem, dessa vez não se abateu, aproveitou pra continuar provocando. Foi engraçado.

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    2. Muito engraçado esse nome da versão tupiniquim, "Donkey Mônica", e o Marcos tá certo ao dizer que o Cebolinha quis ficar já vantagem e sacaneou a Mônica durante toda a historinha. Só de ter quatro páginas que eu já podia rir dessas cenas aí.

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    3. Em "A incrível aventura eletrônica", abertura de Mônica nº172, de 1984, a protagonista encara e derrota o Donkey Kong. Caso não conheça, Marília Almeida, está disponível no YouTube, aventura do apogeu da Turma da Mônica, vale a pena conferir.
      Não posso afirmar, creio que o gorilão foi o primeiro antagonista do universo do Mario (ou, em português, Mário, acentuado), o bombeiro encanador mundialmente famoso por conta dos videogames - Super Mario Bros., (I)irmãos Mario/Mário.

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    4. Cebolinha não queria ficar por baixo, por isso azucrinou a Mônica até no final. Também acho que o Donkey Kong foi antagonista do Super Mario Bros.

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    5. E o vilão também aparece na icônica arte de capa da edição que citei acima, segurando um barril em posição de ataque.
      Sobre esta HQ, e se Cebolinha, em vez de sugerir à Mônica para sentar na que ela trouxe, simplesmente levantasse da primeira pedra e sentasse na segunda, apanharia do mesmo jeito?

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  2. Nossa, quando vi essa postagem, eu, que gostava muito de ler essas histórias da Turma, tava lembrando daquela vez em que aconteceu a mesma coisa que nessa historinha, só que não era pedra, era um banco de uma pracinha. Eu, quando ainda era criança, tava querendo sentar no banco pra descansar depois das brincadeiras e um garoto me perturbou, que confusão!

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    1. Legal, às vezes criavam histórias inspiradas em situações de cotidianos que podiam acontecer. Situação de alguém querer sentar no mesmo local que a gente não é muito difícil acontecer, sempre dá briga e interessante que aconteceu com você algo parecido.

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  3. Sem ter a ver com esta historinha, mas no outro dia estava a ler uma do Chico dos anos 2000 (já da fase Panini) que até era boa, e tinha desenhos bem caprichados (àparte aquelas caretas insuportáveis) e dei por mim a pensar em como a Turma foi de um estilo de desenho bem básico, quase infantil (anos 70) a outro básico mas cuidado (anos 80) a um maravilhosamente elástico e quase 'cartunesco' (anos 90) a outro ainda mais exagerado e caricatural (anos 2000-2010) para no fim acabar no mais estático e básico de todos.

    Pensando bem, é um pouco como a evolução dos desenhos animados, que hoje são muito mais básicos, feios e 'paradões' do que nos 'nossos' maravilhosos anos 90, em que a animação atingiu a sua expressão e qualidade máximas em desenhos animados como Animaniacs, Goof Troop, Rugrats e outros, para depois ir virando cada vez mais CGI e, por isso, mais limitada a nível de expressões e movimentos.

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