Hoje é o "Dia das Crianças" e em homenagem mostro uma história em que o Seu Sousa foi a uma loja de brinquedos fechada de noite para comprar o presente para a Mônica. Com 11 páginas, foi história de abertura publicada em 'Almanaque da Mônica Nº 14 - Dia da Criança' (Ed. Abril, 1982).
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 14 - Dia da Criança' (Ed. Abril, 1982) |
Mônica está dormindo e acorda com as reclamações do pai sobre as contas altas e como vai economizar. Ela vai até à sala, quer dar um beijo nele para ver se acalma, mas quando Seu Sousa diz que vai ter que comprar ainda o presente da Mônica do "Dia das Crianças" e lá vai mais dinheiro. Mônica volta para o quarto chorando baixinho, Seu Sousa vai até lá e diz que a filha não ouviu o que ele disse, foi tudo brincadeira, papai compra presente com prazer, só falou daquele jeito porque estava preocupado.
Seu Sousa fica pensativo parado, Mônica vai lá e pergunta se tem alguma coisa, ele se assusta, fala que estava coçando as costas na parede e diz que volta logo. Ele vai até o seu quarto, diz que se não der o presente para a filha, vai ficar muito chateada e vai ser o "Dia da Criança" mais infeliz para ela. Assim, Seu Sousa resolve ir na loja de brinquedos perto e falar com o dono explicando seu caso.
Dona Luísa, que estava dormindo, vê o marido saindo da janela, pensa que era um bandido, telefona para a polícia e diz que ele foi em direção à loja de brinquedos. Seu Sousa tropeça em uma pedra, derruba a porta de entrada da loja caindo em cima do segurança que estava lá dentro. Seu Sousa segura as armas e faca de brinquedo e o segurança corre, dizendo que ele estava armado até os dentes.
Seu Sousa quer pedir desculpas, ao chegar na entrada, têm vários policiais em frente cercando a loja, mandando Seu Sousa se render. Ele não entende nada, pisa na alavanca de um boneco, que passa a fazer barulho parecido com tiro de arma. Os policias pensam que Seu Sousa reagiu e atiram em direção à loja. Seu Sousa se abaixa, pega uma boneca, deixa o dinheiro com aviso que é pela boneca e sai pelos fundos da loja.
Mônica pergunta para mãe que barulho era aquele e onde estava o pai, que entrou ali agora há pouco. Dona Luísa diz que pensava que ele estava na sala, Mônica fala que ele foi buscar o presente dela. Dona Luísa deduz que o ladrão que saiu do quarto e que a polícia encurralou poderia ser o marido. Neste instante, Seu Sousa aparece, entregando o presente da Mônica, que fica feliz e agradece o pai, dizendo que nunca duvidou dele.
Depois, Dona Luísa confirma que era Seu Sousa que entrou no quarto e era nele que os policiais estavam atirando e fica orgulhosa dele por ser corajoso, passou por tudo aquilo só para não deixar a Mônica chateada sem presente. Quando vai dar beijo nele, Seu Sousa cai em si do que fez e desmaia. No final, é a Dona Luísa quem faz as contas para pagar as despesas da casa, reclamando e xingando, enquanto Seu Sousa está desmaiado na cama.
História legal em que o Seu Sousa inventa para a Mônica que comprou o presente de "Dia das Crianças" para ela e precisa comprar um em tempo recorde para a filha não desconfiar que não tinha sido comprado. Seu Sousa resolve falar com o dono da loja de brinquedos perto da casa, só que se mete em confusão por acharem que estava assaltando a loja, ainda depois do telefonema da Dona Luísa que achou que alguém tinha saído do quarto dela. Tem troca de tiros com a polícia, Seu Sousa escapa e entrega o presente para a filha e no final é a Dona Luísa quem faz as contas de despesas da casa já que o marido tinha desmaiado depois de cair em si do que fez. Terminou do mesmo jeito que começou só que com a mãe fazendo as contas em vez do pai.
O que uma mentira faz, virou trama policial com Seu Sousa entrando em uma troca de tiros com a polícia só para dar um brinquedo para filha e não se passar por pai desnaturado. Era só ter contado a verdade que ia comprar ainda o presente, mas ficou com medo que a Mônica não ia mais gostar dele já que ouviu a sua reclamação que ainda tinha que ter despesa para comprar presente. Mônica chorou porque achou que atrapalha a vida do pai dela, que ela dá despesas e qualquer coisa que Seu Sousa diria poderia ser mal interpretado pela filha.
O segurança da loja frouxo, correr porque o suposto bandido estava armado. Os policiais não viram que era o Seu Sousa por causa da iluminação senão eles até iam atrás na casa dele e teria que justificar. Seu Sousa deixou o dinheiro para pagar a boneca para não se passar como ladrão, sem saber que deu prejuízo bem maior para o dono da loja. A situação da loja após o tiroteio ficou na imaginação, não quiseram explorar esse lado, apenas a entrega do presente para a Mônica. De certa forma, o dono teve prejuízo por causa do Seu Sousa, mas como não sabia que era ele que estava lá, ficou por isso mesmo, ficou como que foi por causa da troca de tiros entre um bandido qualquer e policiais.
Os traços ficaram excelentes com personagens bem fofinhos, do estilo predominante em histórias de 1981 e que ainda teve algumas vezes traços assim em 1982. Teve uma propaganda interrompendo a história na página 9 do gibi, por isso essa página está ausente.
Foi uma história inédita em almanaque porque não tinham histórias suficientes para republicações de acordo com o tema que quiseram colocar na edição, era comum isso na Editora Abril entre 1980 a 1983. Essa edição ainda teve mais 2 histórias inéditas e a tirinha final e o resto foram republicações de histórias dos gibis da Mônica de 1975, mais focadas com brincadeiras ente eles para dar ideia de tema de Dia da Criança. Essa história nunca foi republicada até hoje assim como as de outros almanaques da Editora Abril que tiveram histórias inéditas já que procuravam escolher só as que saíam nos gibis convencionais e as inéditas de almanaques ficaram esquecidas. Então, é rara e só quem esse 'Almanaque da Mônica Nº 14' da Abril que a conhece.
FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!
Que peripécia! O que importa é ver a filha presenteada, se a felicidade dela sairá ao custo de um despropositado arrombamento de propriedade privada, com direito a saraivada de projéteis disparados por armas de fogo, grau elevadíssimo de risco de morte... tudo isto... são pormenores...
ResponderExcluirPois é, ele entrou em uma troca de tiros com a polícia por um brinquedo pra filha, isso que é pai, faz de tudo pra não ver a filha desapontada e não decepcioná-la. Tinha de tudo na MSP.
ExcluirComo és boa-praça, sei que não se importa, dito isto, permita-me uma correção: Seu Sousa foi alvo desarmado, não trocou tiros com polícia.
ExcluirOutra coisa é que, como se autoimpôs um baita compromisso em horário totalmente inapropriado por não saber lidar com comportamento pueril da filha que ficou desapontada depois de ouvir o que ele disse, portanto, por falta de jogo de cintura, não dela, uma criança, e sim dele, adulto, pai e marido, daí, alguém teve de ficar no prejuízo. Pagou pela boneca, no entanto, quem garante que o dinheiro foi para o caixa do(s) dono(s) da fábrica? Talvez algum policial afanou, ou foi destruído pelos tiros e isto ainda é o de menos, pois, pela dimensão da saraivada, parte da fábrica virou peneira, com destruição de boa parte de seus produtos. Contudo, como se trata de ficção e não me acanho em afirmar que sou entusiasta destas clássicas incorreções, importante é que Seu Sousa cumpriu o objetivo ao evitar que Mônica ficasse frustrada e, prejuízo alheio? Risco de virar presunto? Pormenores, pormenores...
Tem razão, o Seu Sousa estava desarmado, no máximo podia pegar as armas de brinquedo que encontrou anteriormente. Nada impede dos policiais terem pego o dinheiro da boneca que ele deixou, deixando o dono da loja no prejuízo maior ainda. Seu Sousa deixou ali pra não dizer que era ladrão de boneca, fez sua parte, mas se o dinheiro chegou ao dono, são outros quinhentos. Objetivo ele conseguiu de entregar a boneca para Mônica, isso conseguiu, mesmo com risco de morre, foi firme no que queria.
ExcluirOutra que ocorre algo muito parecido, ou, creio que posso dizer que acontece mesmo tipo de incidente, tem Bidu como protagonista, não lembro por qual circunstância fica preso numa loja de roupas sem funcionários e sem clientes, fechada logicamente pelo término do expediente, mas lembro perfeitamente bem da polícia metendo pipoco no estabelecimento. Publicada em 1980, Mônica nº125 ou nº127, o que posso afirmar é que não pertence ao nº126.
ExcluirEu lembro dessa história do Bidu, mas não sei a edição que saiu, pode ser que seja de Mônica Nº 127.
ExcluirAssim como em "Um presente difícil", nessa comédia de 1980 a jiripoca piou para o Bidu. Conheci republicada e acho que foi em Almanacão de Férias.
ExcluirOutra com direito a chumbo grosso é a que abre Chico Bento nº88, Editora Abril. Escola fica tipo queijo suíço, toda esburacada pela ação policial, e como a trama termina de um modo que Cascão* detesta, Marocas fica ali, no quadrão de encerramento, sozinha na sala de aula, sentada à mesa professoral, feito panaca, tomando chuva nos ("córnos"*) cornos.
*Para os que não conhecem a HQ, não contém crossover.
*A palavra é desprovida de acento, introduzi para enfatizar pronúncia, afinal, até onde sabemos, a docente não tem fama de chifruda.
Então essa do Bidu confirma que é essa mesma que vi no Almanacão de Férias Nº 2 de 1988 e a original é de Mônica Nº 127 de 1980. Essa do Chico também teve tiros, muito legal essa, na época era normal abordar histórias assim com tiros de policiais, ninguém reclamava e achava engraçado.
ExcluirAh, uma vez você perguntou onde foi republicada a história de abertura "Quem tem boca vai a sorveteria", de Mônica Nº 59 de 1975, aí vi que republicaram neste Almanaque da Mônica Nº 14 de 1982.
Almanacão de Férias nº2 da Editora Globo, excelente edição, foi meu primeiro gibi da TM de porte grande. Tinha certa dúvida, mas é isso mesmo, a HQ do Bidu "bandido" foi republicada nesse número.
ExcluirEssa do Chico Bento é sensacional! Que tempos extremamente desencanados...
Legal, Marcos. Resposta tarda, "mai num faia", valeu "mermo", obrigado!
Pela forma sugestiva como foi intitulada, lembro que ademais perguntei sobre participação de Magali, e me respondeu que ela não está no elenco dessa HQ.
Pensava que Almanaque da Mônica nº14 da Editora Abril fosse composto só de inéditas.
Foi uma excelente fase mesmo. Magali de fato não apareceu nessa da Mônica. Nesse Almanaque da Mônica Nº 14 teve só 3 inéditas, as demais histórias foram republicações de gibis da Mônica de 1975, incluindo essa do sorvete. Com 100% de inéditas, foram os almanaques da Mônica Nº 12 e os de Natal Nº 11, 16 e 20.
ExcluirOlá. Boa tarde, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, uma pergunta: por que, os dois valores dos preços das duas versões do Livro Turma da Mônica, E, Marcelo, Marmelo, Martelo, (a Capa cartão, na qual era de R$ 29,90), ela foi para R$ 34,90?. E, a Capa dura, (Dedicatória), na qual era de R$ 59,90, ela foi para R$ 64,90?. Por quê?. A Editora PANINI COMICS Brasil aumentou os valores dos preços das duas versões dos dois Livros, e, é verdade, que, as duas versões do Livro Turma da Mônica, E, Marcelo, Marmelo, Martelo: (Capa Cartão, e, Capa dura-Dedicatória), elas estarão disponíveis, nas Bancas de Revistas, e, Livrarias das Regiões Todas do Brasil todo, é isto?. Eu aguardo respostas. Abraços.
ResponderExcluirBoa tarde. Preços de livro são os que constam no site da Panini, motivo do aumento não sei, pode ser que acharam que estava barato para o custo deles. Vão ser vendidos em livrarias físicas e online, talvez em bancas. Abraços.
ExcluirComprei só a Turma da Mônica 65, ainda esse mês tem postagem dessa edição aqui. Abraços.
ExcluirOk. Muito obrigado, então, Marcos.
ExcluirNão conhecia essa história, inéditas de almanaques da Abril quase sempre não foram republicadas, sendo então, itens raros. Vc tem todos os almanaques da Mônica da Editora Abril, Marcos?
ResponderExcluirMuito rara essa, sem dúvida, Nunca vi essas inéditas de almanaques republicadas, parece que não foram mesmo. Agora eu tenho quase todos os almanaques da Editora Abril, hoje só não tenho Almanaque da Mônica Nº 2 e Nº 16, do Cebolinha Nº 2 e do Chico Bento Nº 2. Já do Pelezinho eu só tenho o Nº 1.
ExcluirMuito boa essa história, uma das melhores dessa época para mim. Nossa que confusão essa. Efeito bola de neve esse. Tudo começou só com um presente de Dia das Crianças que seu Sousa ''tinha'' que dar para Mônica, só para a filha não se sentir mal consigo mesma. É uma daquelas tramas típicas de um pai mentir para o filho e ter que compensar isso rápido, e então toma todo um rumo doido e inesperado. Histórias assim tem aos bandos, uma mais divertida que a outra. Coitado do Seu Sousa, ele é azarado por natureza, se tiver ele numa história, a maré sempre vai contra ele, não importa suas intenções. Ele, o Seu Antenor, e o Xavecão são os mais azarados nessa turma. Pelo menos espero que tenha valido a pena, a Mônica ficou satisfeita, acho que no final deu tudo certo. Já a Dona Luísa...
ResponderExcluirComo Seu Sousa limpou a barra depois? Sim, porque a policía ainda tava atrás dele depois de tudo, sem inocência provada. História terminou sem nada resolvido.
Só acho que os pais PRECISAM aprender a parar de mentir para os filhos, eles SEMPRE tem problemas por causa disso. Fica a lição. No mais, uma ótima história, boa escolha para o Dia das Crianças. Nota 8.6.
Legal que gostou dessa. Verdade, um simples presente deu toda essa confusão, antes não tivesse mentido para a Mônica. Histórias dos pais mentindo par aos filhos sempre eram boas. Também acho o Seu Cebola bem azarado nisso, além dos outros. A parte policial não foi resolvida, acredito que não identificaram o suposto bandido, deixaram pra lá e ficou por isso mesmo, problema maior foi para o dono da loja, quem ia indenizar os prejuízos que teve. De certa forma ficou essa lição para os pais não mentirem para os filhos, sempre dizerem a verdade.
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ResponderExcluirNão tem mais, infelizmente, porque acham errado até símbolo representando palavrões. Muito boa essa história.
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