Dia 31 de outubro é comemorado o Dia de Halloween e então mostro uma história que a Mônica trocou de corpo com um Frankenstein, assustando todo mundo e dando muita confusão. Com 12 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 102' (Ed. Abril, 1978).
Capa de 'Mônica Nº 102' (Ed. Abril, 1978) |
O cientista Barão Francostim deseja trazer à vida o monstro Frankenstein que criou, sem sucesso, pede perdão aos seus ancestrais, quando vê que o medidor de ondas cerebrais estava a zero e por isso não podia viver e pergunta ao seu assistente Igor se não foi comprar um cérebro para o filho dele e responde que não encontrou no supermercado.
Barão Francostim planeja procurar alguém que empreste suas ondas cerebrais para ele, pensa no Igor, mas acha que deve existir gente mais inteligente. A campainha do castelo toca, era a Mônica, Igor atende e diz para ela que o Barão a espera. Mônica se espanta com o banquete oferecido na mesa e pergunta de que Barão ele era. Diz que é Barão Francostim, ela acha que já ouviu falar desse nome, mas deixa pra lá.
Mônica quer que ele compre voto para a eleger rainha da rua, tem que vender mais dez votos para poder concorrer no concurso e só conseguiu vender dois: para o Cebolinha e para o Cascão. Barão compra os dez votos e mostra o dinheiro e como ela vendeu todos os votos, senta na cadeira para beliscar o almoço. Nessa hora, o Barão aciona o mecanismo para passar a inteligência dela para o Frankenstein, aperta o botão e depois de transferir a inteligência, ordena que seu filho levante.
O Frankenstein não acorda e Barão reclama que a menina dentuça é burra e, assim, a Mônica no corpo do Frankenstein dá soco neles, perguntando quem é dentuça e burra, diz que só por que comprou dez votos não têm direito para xingá-la e vai embora, atravessando a parede e estranhando que ali tinha uma parede. O Barão lamenta que a personalidade da Mônica também foi transportada para o outro corpo e manda Igor buscá-la.
Mônica fica feliz que pode participar do concurso, quando se depara com uma árvore, pensando que era um arbusto. Um homem vai pegar maçãs e se assusta com o monstro na árvore e sai correndo. Mônica estranha que ele correu. Depois, vê Cebolinha e Cascão com o Sansão, Mônica surge e os meninos se assustam e desmaiam e ela estranha, achando que foi como se viram um monstro. No concurso da rainha da rua, todos saem correndo quando a veem e ela acha que ganhou o concurso por terem deixado a taça lá e tinha ninguém concorrendo com ela.
Mônica vai contar a novidade para os pais, Seu Sousa quer que a filha lhe dê um beijo nele e vendo como monstro, os dois desmaiam. Mônica acha que os pais não gostam mais dela, estranha a epidemia de desmaios, os pais acordam e fogem mostrando cruz para ela. Há várias pessoas em frente à casa com clava com fogo na mão para acabar com o monstro que viram, Igor aparece na parte de trás da casa e leva a Mônica.
O povo segue os dois até chegarem ao castelo. O Barão conta que quer desfazer tudo, foi um erro que cometeu, não adianta criar novas criaturas, a humanidade não aprendeu a aceitar nem as que estão aí, melhor desistir de experiências que ninguém compreende, melhor criar máquina que desentorta banana ou transformar alface em escarola.
O povo lá fora manda o monstro sair, surge a Mônica e estranha que era só uma menina com dentões como do monstro e acham que viram uma ilusão de ótica. O Barão ainda quer vender lembrancinhas de miniaturas de Frankenstein ou banana desentortada e eles não querem saber de vendedores que querem só encher saco. No final, já na casa da Mônica, Cebolinha e Cascão comentam o que a Mônica passou, mas veem que ela ficou só quase normal porque agora é fã Nº 1 de Frankenstein, com boneco, vários pôsteres, revistas e assistir seus filmes.
Uma história de terror sensacional e de excelente qualidade em que a Mônica troca de corpo com um Frankenstein que o cientista Barão Francostim criou através de ondas cerebrais dela. Não sabia que além da troca de corpo, o Frankenstein também herdaria a personalidade da Mônica geniosa, braba e briguenta. O povo da rua se assusta com o monstro e querem acabar com ela, o Barão faz Mônica voltar ao normal por conta de humanidade não estar preparada para novas experiências.
O Barão tinha que saber que naturalmente iria ter também a personalidade da Mônica ou de quem quer que fosse fazer a transferência de cérebro para o Frankenstein criar vida. Mônica não sabia que tinha trocado de corpo com o Frankenstein e foi legal as pessoas se assustando e ela não saber por quê. Com a transferência de cérebro, o corpo da Mônica ficou imóvel e o rosto do Frankenstein não devia assumir características da Mônica como cabelo e dentes, teria que ser o rosto como o Barão criou, só a personalidade ser dela, pelo visto deixaram assim para dar graça e reforçar que o Frankenstein era a Mônica. Ainda teve o Barão aprendendo lição sobre a humanidade, mostrou mensagem para os leitores de intolerância, pessoas que abominam tudo que é diferente, serviu recado a quem tem preconceitos e não toleram nada.
Foi engraçado absurdos e tiradas como ter um castelo mal assombrado como da Transilvânia no bairro do Limoeiro, o assistente achar que um cérebro é encontrado em supermercado, o Barão não querer fazer transferência com o Igor porque não era inteligente, fazer aparecer um banquete na mesa do nada e mudar de roupa de um quadrinho par ao outro, tanto para conversar com a Mônica quanto fazer a transformação, a Mônica não se ligar que era um Frankenstein, as caras das pessoas se assustando com ela, principalmente as do Cebolinha e Cascão quando a viram, e até desmaiando e o final da Mônica virar fã de Frankenstein, ser seu grande ídolo e ter tudo dele.
O concurso de rainha da rua foi no sentido de menina mais bonita e não ser dona da rua, coisa que ela já era. Mônica vendeu ingresso para o Cebolinha e para o Cascão, na certa foi na autoridade, na ameaça que se não comprassem, iam apanhar, coisa bem no típica da Mônica dos anos 1970. Interessante ver costumes da época dos anos 1970 com pai lendo jornal e mãe fazendo tricô, coisas que depois ficaram como comportamento de avós, principalmente tricô.
A história foi inspirada no filme "O Jovem Frankenstein" de 1974, um clássico do cinema. Deu para ver que as histórias em 1978 já estavam com uma linguagem mais informal no final dos anos 1970. Curioso que a Mônica dessa vez não falou "gozado!" quando dizia "engraçado!", apesar de já ter essa palavra nos gibis desde que começaram. Incorreta atualmente por conta de absurdos de troca de corpos, capaz de acharem que as crianças ficariam traumatizadas com a Mônica como Frankenstein e o corpo da Mônica imóvel, sem vida, povo reunido querer jogar fogo nela, Mônica bater em adultos e com calcinha à mostra quando aparecia de costas, além de ser proibida a palavra louco nas revistas atuais provavelmente para não confundir com o personagem Louco.
Os traços ficaram espetaculares, com ar legítimo de história de terror de fato. Seu Sousa não aparecia muito nos anos 1970 e quando aparecia tinha traços nesse estilo, só a partir dos anos 1980 que o pai da Mônica dos quadrinhos passou a ter traços parecidos com a caricatura do Mauricio de Sousa. Teve erro assistente Igor com jaleco branco na 3ª página da história (página 5 da revista) e Mônica sem rosto amarelo na árvore diante do catador de maçãs no último quadrinho da 7ª página da história (página 9 da revista) . Não considero erro de meninos com cores de roupa trocadas ao se assustarem ao ver a Mônica Frankenstein no quarto quadrinho da página seguinte, pode ter sido de propósito no sentido de que de tanto medo que sentiram as cores das roupas deles se inverteram, situação semelhante que acontecia com desenhos animados da época.
Foi republicada em 'Almanaque da Mônica Nº 27' (Ed. Abril, 1985) e novamente depois em 'Almanaque da Mônica Nº 9' (Ed. Globo, 1988). Muitos Almanaques de 1988 tiveram republicações de histórias de 1978 e 1979 que já haviam sido republicadas em 1985 e 1986, 2 a 3 anos antes. Foi bom para quem começou a colecionar a partir de 1987 para conhecê-las, já quem acompanhou transição entre as editoras pode não ter gostado de reler tantas histórias que tinha lido há pouco tempo.
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 27' (Ed. Abril, 1985) |
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 9' (Ed. Globo, 1988) |
Que desenhos mais lindos, trabalhados... algo que não se vê mais hoje em dia de jeito nenhum. A capa também é muito fofa, já com o jeito dos traços dos anos 80.
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