segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Cascão: HQ "Lava o prato, lava!"

Mostro uma história em que o Cascão foi obrigado pela mãe de lavar o prato depois de comer, deixando Cebolinha bem animado de ver o amigo lavando as mãos pela primeira vez. Com 6 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 55' (Ed. Abril, 1984).

Capa de 'Cascão Nº 55' (Ed. Abril, 1984)

Dona Lurdinha acha legal que o Cebolinha foi jantar com o Cascão e avisa que como a empregada  Tancreda não foi, cada um vai ter que lavar seus pratos quando acabar de jantar. Cascão joga para fora o que estava comendo assustado e pergunta se tem que lavar. A mãe diz que lavar um prato não vai fazer cair dedos e hoje em dia não tem mais esse negócio de só mulher ir para cozinha.


Cebolinha faz um sorriso olhando para o Cascão falando que vai ser interessante ver o Cascão lavando o prato. Ele diz que perdeu a fome e Cebolinha diz que não adianta, já sujou o prato e está louco para ver Cascão terminar de comer e ir para cozinha lavar o prato. Assim, Cascão fica uma hora comendo sem parar para não ir ara cozinha. 

Dona Lurdinha reclama que o filho ainda está na mesa, ele fala que ainda está com fome, Cebolinha diz que não quer lavar o prato e recebe um pontapé do Cascão. Dona Lurdinha diz que o filho sabe que ela precisa de ajuda na cozinha, não deixaria que lavasse toda a louça sozinha, é um bom menino, mesmo que se ele ousar não lavar o prato, iria apanhar, mostrando o chinelo.

Com a ameaça da mãe, Cascão vai para cozinha, se assusta com a torneira gotejando e diz que não vai mexer na água e nada vai fazer lavar o prato. Dona Lurdinha mostra o chinelo e Cascão fala que só a sua mãezinha. Cebolinha pergunta se a fila anda ou não, Cascão o trata como grande amigo e Cebolinha pergunta se quer que ele lave o prato no lugar. 

Cebolinha aceita só se Cascão lhe dar as figurinhas premiadas e bolinhas de gude. Cascão se recusa e Cebolinha grita para Dona Lurdinha que Cascão ainda não lavou o prato. Ele aceita dar suas figurinhas e bolinhas de gude, Cebolinha quer já, Cascão diz que não estão com ele ali e dá depois, Cebolinha não confia e quer já e, então, Cascão não faz  o negócio e começa a se preparar a lavar louça.


Ao abrir a torneira, não sai água e Cascão comemora que faltou água, só que logo depois volta. Cebolinha ordena Cascão para lavar, lavar, até que a campainha toca. Era a empregada Tancreda que voltou, fala que terminou cedo o que tinha que fazer e pergunta se querem que faça alguma coisa. Cascão abraça carinhosamente a empregada, que não entende o patrãozinho e Cebolinha vai embora brabo e mostrando a língua para o Cascão.

História engraçada em que a mãe do Cascão o obriga a lavar louça porque a empregada não foi e Cebolinha faz disso um acontecimento e ainda quer tirar proveito para ver se conseguia as figurinhas e bolinhas de gude do Cascão. Acabou a empregada voltando antes do Cascão lavar a louça e Cebolinha ficando sem os brinquedos do Cascão e sem vê-lo lavar a louça. Bem que mereceu. Pelo visto Dona Lurdinha esqueceu que o filho não gostava de água ou então queria aproveitar a situação para ver se o filho tenha contato com água pela primeira vez. De qualquer forma, ele sempre consegue escapar 

Foi engraçado o Cebolinha incentivando Cascão a lavar louça e fazendo chantagem para conseguir figurinhas e bolinhas de gude dele, Cascão comer que nem a Magali adiando a lavagem do prato. Teve absurdo de Cascão engordar e aparecer normal na  próxima cena, coisa típica de histórias em quadrinhos. Foi bem curta essa para uma história de abertura, mas era normal histórias curtas na Editora Abril e ainda teve um recurso de colocarem 3 quadrinhos por linha, fazendo ocupar menos páginas no gibi.

Interessante dessa vez ter empregada doméstica, normalmente eles não têm, foi colocada para atender roteiro específico. Também a ideia de que antigamente só as mulheres que iam para cozinha e que tinham que fazer as tarefas domésticas e os homens, não, e nos anos 1980 já estava começando o movimento feminista e essa ideia já estava ultrapassada. Também era muito comum pais baterem nos filhos de chinelo e retratado isso em gibis, desenhos animados e na mídia em geral com naturalidade. Hoje, isso é altamente crucificado e censurado, pais não podem bater nos filhos e muito menos palmada de chinelo na bunda e cena assim intolerável ter nos gibis atuais , tanto que eles alteraram no livro "Cascão 50 Anos", de 2013, com ela falando que o filho vai ficar sem videogame se não lavar louça.

Além disso, é incorreta atualmente também por Cebolinha agir como vilão, fazer ameaças e chantagens em vez de ajudar o amigo, fora Cascão dar pontapé no Cebolinha, desobedecer mãe e se dar bem em não ter lavado louça, hoje em dia, o Cascão lava as mãos e daria para lavar louça tranquilamente. Também mãe do cascão aparecer de avental porque as mães não podem mais aparecer de aventais dando ideia que são só donas-de-casa e a palavra "louco" também proibida hoje para não confundir com o personagem Louco.

Os traços muito bem caprichados, típicos dos anos 1980 e já seguindo a fase consagrada dos traços dos personagens. Na propaganda inserida na história, muito comum na época, dessa vez foi em uma página doo "Supergame", da CCE. Foi republicada depois em 'Almanacão de Férias Nº 12' (Ed. Globo, 1992) e novamente no livro "Cascão 50 Anos" (Ed. Panini, 2013), sendo que nesta com alterações. 

Capa de 'Almanacão de Férias Nº 12' (Ed. Globo, 1992)
Capa de 'Cascão 50 Anos' (Ed. Panini, 2013)

49 comentários:

  1. Protagonista ficou "priando cânico", mas, no final, tudo se ajeitou... Faltaram só anteninhas de vinil e marreta de plástico, pois a doméstica é a "Chapolina Colorada" de "Lava o prato, lava!". Ninguém contava com astúcia de Tancreda, nem a própria. Astuto mesmo foi Cascão, escutar a voz da empregada e o que ela diz à patroa foi música para seus ouvidos imundos, pois o excesso de cera às vezes o deixa meio surdo, felizmente ouve em alto e bom som que foi salvo pelo gongo, e esse também musicado: onomatopeia da campainha.
    Para quem é entusiasta da autenticidade do bom e velho Cascão, caso o socorro não chegasse a tempo, visto que falo em música duas vezes antes deste parágrafo... que o chinelo fosse percussão em contato com sua bunda, decepção seria se obedecesse Dona Lurdinha.

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    1. Tancreda foi a heroína salvadora do Cascão, não é à toa que ele tratou de abraçá-la e ela nem sabia o motivo, a campainha, sem dúvida, foi música para os ouvidos do Cascão. Se por acaso ela não chegasse, capaz do Cascão desistir de lavar prato de última hora e preferir a surra de chinelo da mãe, o que é certo de alguma forma ele ia escapar dessa enrascada.

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    2. Quando guri, volta e meia levava chineladas, às vezes eu merecia, às vezes minha mãe exagerava, zero de ressentimento quanto a isto. Não era mole ser criança nos 80's, apanhar dos pais fazia parte da tosca e saudosa cultura da época.

      Por que Almanacão de Férias nº12 (Ed.Globo) foi relançado? Ao que parece, seu exemplar é da primeira leva.

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    3. Era bem normal pais baterem nos filhos, principalmente quando faziam malcriação ou achavam que não faziam coisas do agrado. Problema do pessoal de hoje que acha que isso traumatiza ou vai dar pena nas crianças que leem vendo personagens sendo maltratados, o certo de hoje é dialogar com os filhos e não bater, aí nem pensar cenas assim dos pais batendo nos filhos muito menos de chinelo. Só ameaça como foi nessa história é coisa impensável e inaceitável.

      Eu não sei porque esse Almanacão foi relançado, depois na internet que vi uma versão 12A, indicando relançamento. Não sei se relançaram em janeiro de 1993 ou nas férias de julho de 1993, capaz de ter sido em janeiro, como um novo lote porque vendiam bem, já que não lembro de ter visto revendendo nas bancas após o início de 1993. Lembro que o Nº 9 de junho de 1991 relançaram em dezembro de 1991 como um pacote junto com o Almanacão de Férias Nº 3 de 1988, que até comprei porque eu não tinha o Nº 3, já outras edições não lembro de relançamentos fora de época, tudo indica que não tiveram.

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    4. Desse relançamento(-)conjunto não lembro, quiçá vi nas bancas e minha memória não registrou, outrossim os números que o compõe não fizeram parte de minha coleção, já nº12 parece que sim, se realmente tive, aí mesmo é que não faço ideia se foi exemplar da primeira leva ou do relançamento.
      Segundo Guia dos Quadrinhos, consta que segunda leva de Almanacão de Férias nº12 é de dezembro de 1992, mesmos ano e mês da primeira leva, estranho, pode ser informação errada, ou vai que ocorreu mesmo desse modo, se foi, parece que tem relação com gráfica, talvez devido algum imprevisto a da editora não deu conta de imprimir o suficiente e o restante (relançamento) foi impresso em outra que não era de propriedade dos Marinho, plausível que tenha sido algo nesse sentido.

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    5. Teve esse relançamento-conjunto, até estranho terem colocado uma edição considerada mais antiga junto com a mais atual, bom que ajudou a eu ter também a Nº 3, minha coleção tinha começado com a Nº 4. No Guia dos Quadrinhos deve levar em conta a data que mostrou no expediente final e conteúdo interno pelo visto era igual ao do primeiro lote, agora data quando realmente chegou nas bancas esse segundo lote é um mistério, sei que em todas as edições na banca que comprei em dezembro de 1992 eram só "Nº 12" na capa.

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    6. Nº 12 - Cr$ 39.000,00

      Nº 12-A
      RELANÇAMENTO
      Cr$ 50.000,00

      Se o relançamento também for de dezembro de 1992, vale ressaltar aumento de preço, vai de encontro com que deduzi, isto é, o que foi pago à(s) suposta(s) outra(s) gráfica(s) para que a edição cobrisse com folga todo o território nacional, foi repassado aos leitores. Vai que relançar mais caro dentro dos mesmos mês e ano do lançamento da edição são elementos que se deram por outro motivo, todavia, minha teoria faz sentido.

      Almanacão de Férias nº10 chega às bancas em dezembro de 1991, daí, incluindo janeiro do ano seguinte, quer dizer então que dentro de um espaço de mais ou menos sessenta dias estiveram vigentes três edições do mesmo título em todo Brasil? Talvez os relançamentos dos números 3 e 9 como um só produto teve distribuição pontual, atingindo determinadas regiões mais populosas do país e não todo o território brasileiro - mais uma teoria, comentariozinho teórico este.

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    7. Com esse preço, deduz que o relançamento desse Almanacão foi em janeiro de 1993 e podem ter relançado pra ajustar o preço da inflação alta, que subia de um mês para o outro. Como o Almanacão ficava disponível nas bancas em dezembro e janeiro, quem comprava em janeiro poderia estar pagando barato em relação a dezembro. Já conteúdo interno ficou igual por isso expediente final mostrando dezembro de 1992 em todos os lotes.

      Em dezembro de 1991 ficaram 3 Almanacões nas bancas sendo 2 como um pacote promocional. Acredito que esse pacote foi só em algumas áreas, quem sabe só em grandes capitais, aí não tem como confirmar isso.

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    8. Havia esquecido desse detalhe, hoje em dia isso até volta a nos preocupar. Naquela época era galopante, inflação foi um tremendo bicho-papão durante toda década de 1980 e primeira metade da de 1990. Provável que a segunda leva tenha chegado às bancas em janeiro de 1993 mesmo que talvez conste nos exemplares mês e ano anteriores. Chama atenção um relançamento ocorrer no período de vigência do lançamento, algo raro referente aos gibis da MSP.

      Erros com cores foram corrigidos nas republicações, deu para conferir por aqui, pois não tenho as edições em que "Lava o prato, lava!" foi republicada. Menos discreto é o do terceiro quadro da primeira página, cores de fundo e da cadeira foram trocadas, dando impressão que Cebolinha está com dois fios de cabelo a mais.

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    9. Verdade, a inflação era sem controle, de um mês para o outro era aumento exorbitante. Foi raro um novo lançamento em período de vigência, resolveria se apenas colocassem um adesivo com novo preço no novo lote de janeiro de 1993 e como fizeram algumas vezes, aí nessa edição preferiram criar outra capa. Trocaram as cores nessa cena, nem tinha reparado, e não sei na republicação do Almanacão mudaram isso, certamente em Cascão 50 Anos corrigiram.

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    10. Os que deram para conferir através de sua postagem referente à edição comemorativa são erros com cores bem mais discretos que este da cadeira, pois primeira página desta HQ não foi exibida lá, na verdade, falei que foram corrigidos nas republicações errinhos como pálpebra branca do Cascão e perna branca do mesmo, quina branca da mesa marrom e parte branca na parede rosa, estes detalhes estão nas páginas em que o chinelo é exibido.
      Outro erro diminuto é gola redonda na camisa do Cebolinha no momento em que leva pontapé.

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    11. Erros mínimos sem dúvida, que nem repara em primeiro momento. Em republicações em almanaques da Panini e em livros comemorativos assim, normal terem essas correções de cores. Como eles recolorem com cores atuais, aí aproveitam para corrigirem esses erros das originais.

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  2. Fantástica HQ... me encantou ao ler pela primeira vez no almanacão(só tenho ele e o 50 anos , rs) ;) http://blogdoxandro.blogspot.com/

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    1. Maravilhosa, é de rachar de rir, sempre adorei essa quando li primeira vez no Almanacão. Hoje eu tenho a original e as 2 republicações.

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  3. Ah, essa historinha é um clássico. A arte também é linda, personagens super expressivos. Muito bom relembrá-la!

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    1. Também considero um clássico, muito divertida. Essas que mostram as características dos personalidades e eles passando sufoco por causa da sua personalidade eram as melhores. Arte também um encanto, sem dúvida, foi excelente fase deles.

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  4. Sim, terão esses relançamentos. Abraços

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  5. Histórinha boa e engraçada, apesar de curtinha. Acho que teve erro em eles falarem ''jantar'' quando, pela lógica, eles deveriam estar almoçando, está claro lá fora e a empregada ainda falou que veio ''mais cedo'' (ás vezes eu me prendo muito a detalhes). Já li essa história republicada e na época não entendi aquele negócio de dedo e videogame, depois que li a original senti uma pontada grave de vergonha alheia. O pessoal está claramente subestimando a inteligência do público.

    Acho meio estranho que a familía do Cascão, o pobrezinho da turma, também consiga manter uma empregada para fazer as coisas, parece meio contraditório (mesmo que só para essa história especifíca). Se bem que para mim o Cascão nunca foi realmente ''pobre'', longe disso, conheço pessoas próximas que não tem um terço do que ele (e os outros) tem. Posso falar mais disso depois.

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    1. Tanto curtinhas ou longas, tinham mesmo nível, sempre bem divertidas. Como criança jantaria por volta de 18 a 19 horas, até ainda poderia, só que empregada não ia aparecer de noite a não ser se dormisse lá e por ser também babá do Cascão, só que não foi explicado isso. Mais coerente seria um almoço. Nada era tão explicado na época, assim que era bom. Nada a ver essas alterações que fizeram, com certeza é subestimar inteligência, nunca fazem sentido essas alterações.

      Apesar da família do Cascão ser mais pobrezinha, tinham renda considerável e na época parece que ainda não tinha esse padrão de eles serem os mais pobres, aí cada roteirista fazia historinhas como bem entendiam.

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    2. Família do Cascão como mais pobre em comparação às outras do núcleo, principalmente comparando com as de Mônica, Cebolinha e Magali, parece que isso foi estabelecido numa HQ de Natal de 1987, embora sem muita repercussão devido ausência de cronologia e, por na época, e também por durante muito tempo após publicação dessa história, nossa espécie ainda não estava no estágio de hiperconexão tecnológica, ou seja, como eram tempos analógicos, certamente esse detalhe foi pouco discutido entre os leitores, quiçá nem se discutia, dado que nas histórias antigas a condição financeira da família dele varia bem.
      Não descarto que além dessa do início do período Globo, hajam algumas outras mais antigas que toquem nessa questão de forma superficial ou até mesmo como tema, assim como é o caso dessa memorável trama oitentista.

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    3. Zózimo, acho que essa de 1987 foi a primeira a tratar Cascão mais pobre, se teve outras não lembro, caso teve, não foi um padrão e tiveram também histórias com o mesmo nível financeiro que outras crianças. Em 1984 ainda eram 2 anos do lançamento do gibi do Cascão, aí que não tinha padronização, ainda faziam experiências do que daria certo ou não nos gibis dele.

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    4. É que penso na possibilidade de existir pelo menos uma do período Abril em que esse detalhe da família do Cascão ter menor poder aquisitivo comparada com outras famílias do núcleo apareça de algum modo, mais até como algo breve, sendo apenas uma citação ou só dando a entender, já como tema, muito provável que não haja uma assim publicada antes de 1987, porém, como falei, não descarto, mas essa de dezembro do primeiro ano da MSP com Editora Globo pode ser de fato a que inaugura essa característica financeira, digamos, "modesta" da família dele.
      Na história de abertura de Cascão nº77 de 1985, considerando o eletrodoméstico que Antenor compra para limpar a casa (de dois andares) e aliviar sua querida esposa de parte dos afazeres domésticos, indica que são uma família economicamente modesta coisa nenhuma, pois o aparelho é o que há de mais avançado em limpeza doméstica, inteligência artificial futurista em pleno meado oitentista, década essa em que o conceito digital já era uma realidade, entretanto, sistemas analógicos predominavam até nos aparelhos destinados às classes mais abastadas.

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    5. Zózimo, na Abril uma que lembro retratando Cascão mais pobre foi uma em que ele estava brincando de balanço em um pneu velho e um menino mais rico estranhando. Já essa de Cascão 77, mostra a família dele com mais condições financeiras, aí por isso que ainda não tinha um padrão, só na Globo que deixaram isso mais em destaque.

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    6. Quando eu digo que o Cascão nunca me pareceu ''pobre'', quero dizer que, apesar do que dizem ás vezes, ele ainda mora numa boa casa, nada diferente das outras, ele tem uma boa cama, bons brinquedos (para a época), tem comida á vontade, o pai dele ainda consegue ter um bom carro também e parece ser bem empregado também. Como alguém que cresceu em um bairro pobre e convivi com muitas familías assim, nunca senti bem ''representado'' isso. Mas claro, eu posso estar sendo muito rígida com isso. Discordâncias são bem-vindas.

      Nos anos 80, eu acho que os secundários teriam sido boas opções para explorar familías mais pobres. Como os personagens naquela época ainda eram pouco desenvolvidos, familíares não eram mostradas, crianças como Xaveco, Jeremias, Humberto, Aninha, ou Manezinho poderiam ter sido mostrados em casas mais pobres, com privações maiores, pais que precisam trabalhar muito, seria uma representação mais genuína e até daria maior visibilidade a esses personagens (nos anos 2000, colocaram o Xaveco como classe média alta, com casarão, casa na praia, e no campo também).

      (Até o Seu Antenor passou a trabalhar em uma firma, que acho que pagaria bem os funcionários. Familía do Cascão pareceu melhorar em condições nos anos 2000).

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    7. Só uma objeção neste trecho, cara Isabella:
      "(...)crianças como Xaveco, Jeremias, Humberto, ANINHA ou Manezinho poderiam ter sido mostrados em casas mais pobres, com privações maiores,(...)"
      Embora Carminha Frufru desempenhe muito bem a função para qual foi criada e dentre os personagens do núcleo do Limoeiro ela é, digamos, a oficial no quesito, daí, a namoradinha do Titi outrossim é patricinha até o talo, isto é, foi concebida com essa proposta, fica difícil imaginá-la em contexto familiar de baixo poder aquisitivo. Diferença entre elas é que Aninha é discreta, não é de ostentar, porém, exala "patricismo" tanto quanto a outra.

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    8. Aninha já foi rica, patricinha? Dessa eu nunca soube. Eu sei, por exemplo, que a Maria Cascuda já foi rica em suas primeiras aparições, talvez em sua história de estréia, mas depois a deixaram no mesmo nível dos demais. Aninha sempre foi bonita, com aparência de bem cuidada, bem tratada, mas nunca suspeitara que seria de classe superior por isso.

      Pode ser que minha compreensão do assunto seja superficial também. Não sei se me expressei bem, pobre eu mesma nunca fui, APENAS já morei num lugar assim e conheci pessoas com tais privações, então pode ser que esteja superestimando aspectos disso. Rica também não fui, mas nunca passamos necessidade, meu pai ganhava bem trabalhando como bombeiro.

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    9. Se expressou muitíssimo bem, consegui captar tudo que dissestes em seu comentário de 08/09/2023 publicado às 20:47.
      Você tem facilidade para se comunicar com palavras escritas e isto, ainda mais em uma nação como a brasileira, não é para qualquer um, claro que muitos compatriotas da sua geração também comungam da mesma habilidade, no entanto, pode ter certeza que faz parte de um grupo que consegue pensar fora da caixa. Você, o anfitrião Marcos e boa parte dos comentaristas deste espaço fazem parte de uma minoria - os diferentes são sempre minoria - e não estou puxando saco, menos ainda criticando vossas senhorias e, por último, graças a Deus que somos assim, conseguimos discordar uns dos outros sem radicalismos, sem lacrações.

      De fato Maria Cascuda surgiu como patricinha, aboliram tal característica com passar do tempo, assim como fizeram com parentescos entre Zé Luís e Mônica e com Capitão Feio e Cascão, as mudanças foram positivas nesses três casos.
      Aninha é aquela "patricinha nas entrelinhas", ou seja, MSP nunca deixou explicitado que a guria é isso, pelo menos creio que não exista confirmação oficial a respeito, entretanto, se repararmos com pouco mais de atenção toda a discreta trajetória da personagem, ela possui uma expressiva vibe de patricinha e sempre foi bem de boa, não é do tipo arrogante, do tipo que anda de nariz empinado por se julgar superior aos outros, nunca foi escrotinha como Carminha Frufru.

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  6. Não sei o dia que vão divulgar e é capa provisória por enquanto. Abraços.

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  7. Marcos Como Seria Se A Revista Mônica Fosse Criada Em Maio de 1968 ? Aí Provavelmente Maurício Criaria Mônica Cebolinha Cascão Franjinha Bidu Mingau Magali E Chico Bento Em 1950

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    1. Acho que os gibis seriam nos mesmos estilos que foram os de 1970, os traços eram os mesmos. Difícil saber se antecipariam criações de personagens, lembrando que no mínimo seria em 1959, quando o Mauricio criou o Bidu e Franjinha e começou sua carreira de cartunista em jornais.

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  8. Eu vi a capa da revistinha do Cascão da Editora Abril e logo achei que o Cascão ia lavar os pratos de verdade, com água

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    1. É, a gente até pensava olhando a capa, fizeram só uma piada do Cascão enfrentando o perigo em cima do tema da história de abertura.

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  9. Ótima capa e história! Essas da Editora Abril são demais! Primeira história que vejo empregada na casa de algum dos personagens principais, penso que a exceção seja por conta da ideia do roteiro mesmo. Porém, neste caso, poderia ser simplesmente uma diarista, contratada de forma esporadica. A polêmica dessa história certamente é a mãe do Cascão com o chinelo, coisa normal naqueles tempos, em que, além de apanhar, era bem comum, inclusive em creches e escolas, as crianças serem castigadas com puxões de orelha, ou ficarem ajoelhados no milho ou feijão, entre outros castigos. Havia certamente algum exagero neste tipo de castigo, mas algumas palmadas dadas pelos pais eram necessárias para regular a disciplina. Sempre funcionou e ninguém ficou traumatizado com isso. Entretanto, depois da criação do ECA (Estatuto da Criança e do adolescente) em 1990, qualquer ato que possa configurar eventual "maus tratos" ou condição de trabalho infantil, não é aceito, nem mesmo em histórias em quadrinhos. Só acho que não deveriam alterar roteiros antigos, que não republicassem então.

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    1. Foi uma excelente fase. Nessa foi tratada como empregada doméstica que sempre ia na casa deles, também serviria diarista. Mostra caso de que colocam alguma coisa só para atender a um roteiro específico, tinha muito isso. O normal era a própria mãe deles fazerem as tarefas domésticas. Apesar de não ter mais crianças apanhando dos pais, recebendo castigos, mas concordo que pelo menos nas republicações mantivessem como foram nas originais e não mudar deixando tudo sem sentido, essas alterações estragam as ideias das histórias.

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    2. Botava um asterisco falando que a história refletia a época..crianças alias dependendo só apaando pros pais controlarem ..eu apanho até hoje kkk

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    3. Miguel, seria o ideal asterisco de aviso do que alterar desenhos e contexto de história. Sempre desagradáveis alterasse sem sentido. Era o que mais tinha apanhando dos pais, era o retrato da época.

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  10. Marcos Criei Uma História Onde Na Minha Imaginação Seria A História de Abertura de Cebolinha 243 ( Setembro 2006 )
    A História Se Chama Os Pirulitos E A Sinopse É A Seguinte :
    Cebolinha Está Esperando Sua Mãe Terminar de Fazer Os Pirulitos Para Ele Poder Vender Pelo Bairro Inteiro E Aí Os Pirulitos Ficam Prontos E Ele Começar A Sair Por Aí Com A Cesta de Pirulitos O Primeiro Que Aparece E Dudu Que Obviamente Começa A Irritar Tanto O Cebolinha Que Ele Dá Logo Pirulito Depois Aparece O Cascão Que Pergunta Ao Amigo Se Ele Está Fazendo Negócio E O Cebolinha Disse Ehh Sim E Mais Um Pirulito Vendido Depois Aparece O Titi E O Xaveco Que Também Compram Seus Pirulitos Aí Logo Em Seguida Aparece A Mônica E Denise E Ele Vende Mais 2 Pirulitos Em Seguida Aparece A Magali Ele Vende Mais 3 Pirulitos E Pensa Se Eu Vendesse Pirulito Só Pla Magali Ficalia Rico Aí Em Seguida Aparece O Ronaldinho Gaúcho Jogando Bola E Ele Vende Mais Um Pirulito Depois Aparece O Quinzinho Ele Vende Mais Um E Por Último Aparece de Surpresa O Chico Bento E Ele Termina Sua Venda Com O Caipira Aí O Cebolinha Chega Em Casa Cheio de Dinheiro E Dona Cebola Agradece Fim.

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  11. Mesmo sabendo que era errado o Cascão não tomar banho e tal, adorava essas histórias em que todo mundo se esforçava pra fazer o Cascão mexer com agúa e ele conseguia escapar kkkkkkkk

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    1. Pois é, era muito bom histórias assim do Cascão, era a verdadeira personalidade dele, sabíamos que era errado, era só não seguir exemplo e só se divertir.

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    2. Que bobagem alterarem situações politicamente incorretas em republicação cono livros capa dura que con certeza não tem foco as crianças só colocam que refletem o node de pensar de outra época. A Disney poe esse aviso antes de seus filmes

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    3. Lamentáveis essas alterações, estragam com a história. Não é só em livros, nos almanaques novos também, em todos mudam alguma coisa. Se bem que nos livros são piores, até porque o foco deles não seriam as crianças.

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    4. Só essas alterações em "Lava o prato, lava!" republicada em Cascão 50 Anos já são suficientes para meu desinteresse na edição. Sem contar que apelaram colocando TMJ nesses livros, medida essa totalmente nada a ver.

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    5. Zózimo, foi bem fraco esse livro, explorou pouco as características de sujeira e medo de banho do Cascão, embora teve alguma coisa, ter TMJ como história inédita, apesar de todos os livros da coleção tiveram, só o que pior mesmo foram as alterações que fizeram em várias histórias, não só essa. Não se você viu, fiz postagem na época contando as alterações que tiveram, uma mais incoerente que a outra, e depois que fiz ainda vi outra que alteraram a palavra "Droga!". Deixei o link da matéria aí neste poste ou pode procurar digitando "Cascão 50 Anos: Mudanças em Histórias" na busca.

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    6. Sim, conheço sua postagem a respeito, pois foi nela que constatei sobre os erros com cores desta HQ não serem reproduzidos nas duas republicações e esse é o único tipo de "alteração" que considero positivo.
      Desses livros sobre cinquenta anos, único que ainda tenho interesse no conteúdo é o do Bidu, e é só mesmo para conhecer, não tenho vontade de adquirir.

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    7. Nem correções de cores eu gosto em republicações, embora menos pior que as censuras que fazem com texto e desenhos. Esse do Bidu fiz uma postagem aqui no blog que dá uma noção de como foi e não sei se tem disponível na Inter pra baixar. Seria única forma de conhecer sem comprar.

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  12. O que mais gosto nas HQs antigas é o fato de elas mostrarem coisas simples do cotidiano. Os roteiristas eram bons em criarem histórias engraçadas como essa, apenas com os personagens decidindo quem lava o prato. Além disso os traços eram melhores e passava emoção e movimento na dose certa. Atualmente, a gente vê que os traços atuais são bem preguiçosos e sem vida, olhos esbugalhados que estragam os traços característicos dos personagens e tem muito ctrl C ctrl V. Além disso, os roteiros são bem saturados, com gírias, personagens falando em rede social e usando celulares e computadores o tempo todo, e ficam colocando alienígenas, contos de fadas de forma exagerada e totalmente sem noção. Uma pena que os leitores em grande maioria só compra e aceita tudo guela abaixo. Uma pena.

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    1. Verdade, eram bem melhores explorando cotidiano, deixava mais próximo dos leitores. Traços tinham mais vida e muito mais bonitos. Tudo está mais fraco, crianças mereciam coisa melhor. Só não condeno por completo eles falarem de computadores e celulares porque retratam a época atual, eles sempre procuraram explorar coisas da atualidade em suas épocas, problema é exagero nisso e desnecessário redes sociais ou mexerem muito em celulares porque não seria coisas para crianças. Reclamam tanto que nada pode pra crianças, implicam com tanta bobagem, mas deixam mexer em redes sociais e incentivar uso, vai entender.

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