Em julho de 1993, há exatos 30 anos, era publicada a história "Se o meu corpinho falasse" em que o corpo do Cascão se revolta por ele não tomar banho. Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 170' (Ed. Globo, 1993).
Capa de 'Cascão Nº 170' (Ed. Globo, 1993) |
Cascão fala que então vai tomar um refrigerante, o estômago não aceita. Cascão sugere leite, suco ou groselha e o estômago quer água, o que de fato mata a sede. Cascão diz que nunca toma água pura, é perigoso porque pode se molhar. O estômago diz que a água pura é mais saudável e corpo dele precisa disso, a maior parte do corpo humano é feita de água. Cascão se recusa a creditar e o estômago diz que ele está lá dentro e sabe mais que ele e Cascão toma um suco de uva, afinal, ele faz o que quer.
Depois de tomar, Cascão espera que o estômago tenha sossegado, quando ouve outra voz, dessa vez era o pé, diz que não morde, no máximo chuta, e que assim não dá pé, não aguenta mais ser um pé sujo, Cascão anda com ele na rua, na lama, no lixão, vive com chulé e quer que Cascão o lave. Ele diz que nunca tomou banho e nunca vai tomar. O pé fala que não é banho, é só uma lavadinha. Cascão se recusa e manda ficar quieto senão põe uma meia e fica batendo com o pé. O povo da rua olha a cena espantados, fazendo Cascão passar vexame.
Em seguida, a orelha do Cascão fala que o pé tem razão, que vive suja com cera no ouvido e daqui a pouco não vai mais ouvir e precisa lavá-la e a outra orelha apoia também. Cascão dá tapa nas orelhas achando que está maluco e resolve dar uma voltinha, vai ver que não acordou direito. Aí, os olhos passam a falar, dizendo que Cascão está bem acordado e se lavasse o rosto, acordaria melhor. As mãos também querem ser lavadas porque não é saudável comer com as mãos sujas. Umbigos, cabelos, pescoço, nariz, barriga e bumbum também exigem limpeza e a solução seria um banho.
Cascão diz que eles querem banho, mas ele não e é ele quem manda. As partes do corpo falam que eles são a maioria, Cascão é só um cérebro e uma boca contra todos eles, tem um laguinho em frente, é só dar um mergulho. Cascão fala que não vai, é ele quem manda e eles podem fazer nada. As partes do corpo dizem que eles podem reclamar sem parar até concordar, não vai conseguir dormir, pensar de tanto que vão repetir banho. Eles ficam falando, cascão não aguenta e resolve tomar banho no lago.
As partes do corpo comemoram que finalmente vão ficar limpinhos e cheirosos, Cascão pergunta se depois vão ficar quietos, eles falam que para sempre e é só pular. Cascão resiste, não pode pular, eles falam que é pra começar aos poucos, começar com os pés. Cascão quase consegue, quando ouve um "Colagem!" e Cascão pergunta quem falou. Falam que vai ver que foi a língua, é sempre enrolada, e o mandam pular. Cascão diz que só conhece uma pessoa com língua enrolada, Vê um sapato em uma árvore e descobre que era o Cebolinha com um livro de ventriloquismo na mão, que o que dava impressão que as vozes saíam no corpo.
Cascão também descobre Magali e Mônica envolvidas no plano infalível do Cebolinha de dar banho no Cascão. Mônica reclama que daria certo se Cebolinha prestasse atenção e não falasse palavras com "R". Cascão queria ser a Mônica para dar cascudos neles, mas como não pode, dá o seu desprezo a eles. Depois, Cascão comenta que foi burro em acreditar nisso, não gosta de tomar banho, gosta de ser sujinho, e se o corpo dele falasse, iam concordar com ele e no final todas as partes do corpo acham que é o que ele pensa.
História legal em que o Cascão lida com as partes do seu corpo que queriam que ele os lavassem porque não aguentavam mais ficarem sujos. Primeiro um a um falava, depois foi o corpo todo de uma vez e que prometiam não deixar Cascão em paz se não tomasse banho. No final, descobre que era um plano infalível do Cebolinha, que faziam o corpo falar através de ventriloquismo e os leitores descobrem que se o corpo dele pudesse falar, faziam a mesma coisa, de fato, eles não gostavam de permanecerem sujos.
Fica a ideia da imaginação do que faria se o corpo da gente falasse, as vantagens e desvantagens do que seria. Maior vantagem, sem dúvida, seria corpo avisar que estava sentindo dor. Cascão que gostou nada e estava certo que quem mandava seria ele porque é o cérebro da gente que comanda. Foi engraçado Cascão passar vergonha na rua, com os outros achando que estava louco de falar sozinho com o pé e todo o seu sufoco e discussão com o estômago, com o pé, com as orelhas e as outras partes.
Foi bem criativo o plano, Cascão quase caiu. Vimos que foi o Cebolinha quem estragou o próprio plano, como o alvo era o Cascão, teria que ter alguém para estragar. Eram boas as histórias de planos infalíveis do Cebolinha sem sem contra a Mônica, ele gostava também de fazer planos contra o Cascão para tomar banho e contra a Magali para comer menos como uma pessoa normal, sempre elaborados também, com a diferença que não apanhavam no final. Embora sempre tiveram planos infalíveis assim sem ser contra a Mônica, mas nos anos 1990 isso ficou mais frequente.
Eram legais também histórias com os personagens envolvidos com ventrículos, eram bem elaboradas. Ficou a curiosidade de que Cascão não bebe água, mas bebe refrigerantes, sucos, etc. Para ele, se caso molhasse com bebidas não teria problema já que ia se sujar, o problema seria água pura cair nele enquanto beber, no máximo, bebia água com canudo bem longo.
Os traços muito bons com direito ao Cascão com dentes expostos com mais frequência quando estava assustado, característica bem presente em histórias da Rosana. Não considero o tema tão incorreta hoje em dia, apesar de ser absurdo que eles evitam atualmente, mas tem elementos que implicariam como o pé dizer que Cascão fica na lama e no lixo, Cebolinha cair da árvore e aparecer machucado, palavra "gozado" que é proibida para não ter duplo sentido. A palavra "maluco" pode ser falada nos gibis, o que não é podem falar é que é "louco" provavelmente pra não confundir com personagem Louco. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
Quanto ao umbigo reclamar que foi esquecido, pelo menos sinaliza que Cascão não é autocentrado ou narcisista, pois quem tem essas características só enxerga o próprio umbigo.
ResponderExcluirQuanto aos cabelos, poderia ter mandado esta: "É só olharem para os cabelos do meu pai, seus otários!! É a minha versão adulta, nunca repararam? Um Cascão verticalmente esticado e que toma... Blaargh!! ...banho diariamente!". Seria hilário se Cascão "encrespasse" com a criação do saudoso Graciano.
Antes de descobrir que foi tudo ventriloquismo, o que será que pensou ao ouvir a fala do bumbum? Será que pensou que a voz saiu de um dos glúteos ou que saiu do... olho da goiaba? Aliás, quem foi o responsável pela fala desta parte do "corpitcho" dele? Qual dos três têm (ou tem) cara-de-bunda (ou cara de bunda)? Indagações a rodo neste parágrafo.
Com cabelo seria bem engraçado assim. Cascão tem cabelos crespos por causa dos pais, mesmo se lavasse ia ficar crespo quando secasse. Foi engraçado até umbigo e bumbum falarem, dava até pra ter interação maior com o bumbum falando que Cascão não o limpa nem cagar. Acredito que a voz saiu dos glúteos mesmo. Quem deve ter falado bumbum parece ter sido o Cebolinha já que as falas dele eram quando não tinham palavras com "R", as outras falas naquele quadrinho de certo foram da Mônica e da Magali.
ExcluirPegou pesado, Marcos! Mesmo com forte apreço por manter o corpo sujo, boicotar papel higiênico acredito que nunca tenha feito, gostar de ficar com o olho da goiaba lambrecado pelas evacuações seria de uma tosqueira surreal.
ExcluirCebolinha atuou bem pouco no corpo do Cascão, sua função no roteiro foi entregar o plano por conta do deslize com a dislalia. Mônica e Magali que quase fizeram a cabeça do porcalhão. Estômago, pé, orelha direita, mãos, umbigo, olhos, pescoço, cabelos, barriga, nariz, todos representados por elas. O que dá para considerar como falas dele são bumbum, orelha esquerda e outras em meio ao falatório geral em que parte são de partes do corpo que não se apresentaram formalmente e nem sequer se identificaram, e isto, claro, é por questão de espaço e para manter a dinâmica da trama, parte das falas complementares e secundárias ficaram a cargo dele.
Só corrigindo, o correto é "não o limpa nem depois de cagar". Acredito que Cascão limpa com papel higiênico porque já foi confirmado que ele não gosta de cocô, agora limpeza com água e sabão nos glúteos ele não faz. Cebolinha falou pouco, mas também não impede dos 3 se revezando nas falas quando não tinham palavras com "R", principalmente no final quando estavam motivando a pular no lago.
ExcluirÁgua nos fundilhos... jamais! Pode ser que a versão atual até já passou por isso, quanto ao bom e velho Cascão, o invicto, o genuíno, só a seco, só papel higiênico.
ExcluirNão foi revelado o autor do plano. Coautoria? Talvez.
Esta é uma das piores atuações do Cebolinha no que diz respeito a planos, ou a pior de todas, e não por ser responsável em expor a farsa pela escapulida da dislalia, é pelo nível de limitação em atuar ocultado com deficiência fonoaudiológica e com a tática de falar e ser ouvido como único recurso (bem diferente de participar ocultado e calado, aí vai de boa), exigindo atenção redobrada com vocabulário restrito, impedido de fluir, posto que disfarçado há o recurso de passar por sotaque, como ocorrido algumas vezes, acho que até muitas vezes, visto que contra a Mônica são tantos e tantos planos infalíveis em que se disfarça e a dislalia impõe representações apoiadas no estrangeirismo.
Cascão antigo não faria mesmo. Não foi revelado o autor do plano explicitamente, mas era o Cebolinha quem bolava planos contra o Cascão e já aconteceu de Cebolinha entregar planos contra a Mônica criados por ele por causa da dislalia ou até outro motivo. Por isso que considero que a ideia do plano foi dele e as meninas ajudaram a participar.
ExcluirAinda que tenha tido uma participação bastante limitada, talvez o plano tenha saído mesmo da cachola dele.
ExcluirMagali não dá um pio depois que aparece, não obstante, teve uma atuação muito mais relevante que a do suposto autor.
Caso a farsa fosse descoberta de outra maneira, provavelmente o roteirista optaria por Franjinha ou Anjinho no lugar de Cebolinha, ou Xaveco, até Humb... não, aí também não.
A Magali falou mesmo durante o plano, depois, não. Acho que se tivesse outra pessoa descobrindo o plano, mais fácil o Anjinho vendo tudo do alto.
ExcluirO que coloquei foi se Cascão descobrisse de outro modo, ou seja, sem deslize com dislalia, caso ocorresse por outro tipo de inoperância, não haveria motivo do roteirista escolher Cebolinha como um dos integrantes, porque o plano consiste em leitura de textos por meio de técnica de ventriloquismo com agentes na penumbra, isto é, fora da vista do alvo.
ExcluirVamos supor que no meio do diálogo com orelha direita, esta parte do corpo proferisse um baita grito devido à uma minhoca ter tocado em um dos pés da Mônica, saindo involuntariamente do texto por conta de susto e nojo, mesmo conseguindo se recompor, recobrando concentração para continuar representando, daria alguma justificativa esfarrapada, coisa e tal, a partir daí, Cascão já desconfiado acabaria descobrindo a farsa. Não sei qual delas interpretou orelha direita, o imprevisto ou incidente que utilizei como exemplo igualmente serve para Magali e outras partes do corpo que, com o alvo, dialogaram esbanjando "erres" (R/Rs=erre(s)). Em situação como a que exemplifiquei, Cebolinha como agente integrante seria um peso moribundo, quase morto, já Anjinho ou Franjinha no lugar dele, não haveria disparidade, atuariam tanto quanto elas.
Funcionalidade de Cebolinha na trama é a dislalia como instrumento de delação involuntária, colocando tudo a perder por descuido, sem isto, não faria sentido atuar neste plano dado à limitação que possui na fala, e se ainda assim participasse por ser alguém que tem uma imagem a zelar em se tratando de planos, seria uma atuação deveras secundária, sem viço, sem vigor.
Entendi. Levando nesse ponto de que a descoberta do plano não fosse pela dislalia, poderia ser qualquer outro personagem no lugar do Cebolinha que não faria diferença, poderia até ser uma menina como um plano feminino.
ExcluirComo é de 1993, essa menina que preencheria vaga ocupada por Cebolinha poderia ser a Denise ou uma menina de aparição única, Marina ainda não havia sido criada. Uma que seria bem interessante e, em parte, surpreendente para compor um trio feminino utilizando ventriloquismo para tentar convencer Cascão a entrar em contato com água, é a Maria Cascuda, claro que o plano daria errado por algum motivo e teria de ser a terceira a ser descoberta por ele, seria um tremendo choque para o Cascão ao se deparar com participação dela que renderia mais uma página.
ExcluirCascuda gosta de andar sujinha, entretanto, não é radical, também gosta de banho, daí, poderia soar como uma traição para Cascão, contudo, sua participação em um plano para limpá-lo não seria um comportamento descaracterizante, pois dependendo da temperatura, em que até o próprio admite que está "daquele jeito", isto é, tão fedorento que coloca até gambá para correr, quando está assim, até ela se afasta dele e, com base nesse extremo ou nesse argumento, justificaria Maria Cascuda participar de um plano como este.
Acho que Aninha das antigas seria pouquíssimo provável de participar de algo assim não por ser mais velha que Mônica, Magali e algumas outras, seria mais por falta de proximidade com elas e distante da turma do bairro de modo geral, pois Titi é muito próximo dos de sete de idade, Franjinha e Jeremias idem. Cascão para ela nada representa, mesmo quando fedido, não fede e nem cheira para Aninha, de seu ponto de vista é um zero à esquerda, um (Z)zé ninguém, mas não por desprezá-lo, a patricinha nada tem contra o querido sujão, é pelo simples fato de não pertencer ao círculo social dela. Única possibilidade de Aninha participar de um plano com esta finalidade seria se Cascão estivesse influenciando direta ou indiretamente o dentuço a não priorizar a higiene pessoal, aí conseguiria enxergá-lo e o teria como um antagonista.
ExcluirTambém acho pouco provável Aninha ter participado de plano, não combinava. Ainda assim, já tiveram histórias do Cascão contracenando com ela, no caso em histórias do Titi com Cascão dando conselhos ao Titi pra reconquistar a Aninha e teve uma vez que Cascão ficou com a Aninha no final fazendo o Titi comer o skate de raiva.
ExcluirEssa de comer skate parece boa, foi publicada quando?
ExcluirÉ boa sim. É a história "Ás do skate", saiu em Mônica N° 15 - Ed. Globo, 1988.
ExcluirMônica nº15 (Ed.Globo) não me pertenceu e nem tive acesso ao conteúdo, não devo conhecer essa. Engraçado Aninha se interessar justo pelo Cascão, por ser uma clássica patricinha, ele é o menino do Limoeiro que menos tem a ver com ela.
ExcluirMarcos, há uma em que rola um affairzinho entre Maria Cascuda e Cebolinha, conhece?
Dá impressão que Aninha se interessou pelo Cascão porque é quem estava perto na hora, ele passou uma lábia e também ela queria dar troco no Titi. Podia ser qualquer um. Sobre Cebolinha com Cascuda acho que vi uma por volta de 1994, mas foi só um mal entendido. Se teve outra história, não lembro.
ExcluirAcho que essa que conheço é a que você se refere, Cascão é que interpreta os dois juntos como se estivessem lhe colocando peruca de touro, é que a imagem do quadro de abertura sugere isso para os leitores também. Na verdade havia já algum tempinho que eu observava superficialmente essa HQ na rede, pensava que tratasse mesmo de um casinho entre eles, tomei iniciativa de conferir o singelo roteiro depois que li seu retorno a respeito.
ExcluirEntão é essa mesmo, de fato abre com Cebolinha e Cascuda juntos dando a impressão para o Cascão que estavam com caso. Fora essa, não acho que teve outra com eles.
ExcluirTinha esta historinha. Nunca tinha reparado no Cascão de 'dentes à mostra' em alguns quadrinhos, como 'Não possooooo!' e 'Quem falou isso?' Fica bem estranho, ele assim de boca aberta com os dentes da frente à vista. Acho que fica feio. De resto, os traços maravilhosos da fase de ouro de 1992-97.
ResponderExcluirDentes de cima e não da frente.
ExcluirAcredito que estavam fazendo experiências com traços pra ver se daria certo. Já que eles ficavam bastante com dentes a mostra quando ficavam espantados nas histórias da Rosana, talvez tentaram experiência com dentes de cima em alguns momentos brabos. De qualquer forma, parece que não vingou, foram poucas histórias assim. Nisso até que não achei ruim, não deixa de ser um tipo de careta da Rosana, mas prefiro também sem dentes de cima.
ExcluirNo primeiro quadro da quarta página (pág.6) também expõe apenas a arcada superior, interessante que é exibida assim em emoções distintas. No primeiro momento é por total espanto, depois, pelo pavor, pela ojeriza que tem por água, por último, por causa de uma baita desconfiança. Concordo que o recurso provoca certa estranheza, mesmo assim, gostei, acho que deu uma pitada a mais de humor, diferenciou convergindo com padrão visual da época.
ExcluirSim, Zózimo, esses recursos que faziam é pra expressar emoções com mais intensidade, bem parecidos com olhos com sobrancelhas curvadas pra expressar bastante raiva ou riscos inclinados pra demonstrar que estavam bem tristes. Os dente seriam a mesma ideia e davam mais humor, não achava ruim também.
ExcluirBoca miúda no primeiro quadro da quinta página (pág.7) ficou engraçada também. Eles sabiam empregar caretas e outros recursos que denotavam exageros, quebrando harmonicamente os padrões ou estilos das épocas (padrões ou estilos dos 70's, 80's e 90's, cada uma dessas décadas possui no mínimo uns três). Oposto do período emersoniano, cujas caretas dentre outros recursos histéricos predominaram por completa falta de criatividade visual.
ExcluirEmerson não teve consideração com o público, pior que parte dele gostou da balbúrdia que causou, embora detestável para uma expressiva parcela, foi um período marcante, entrou para (H)história da MSP como um dos piores, ou o pior no que tange HQs da TM clássica.
ExcluirEle tem seu público, mais de quem era criança na época, os mais velhos não gostava muito. Bom pra mudar um pouco e ter outros tipos de linguagens, problema maior o exagero em tudo, se fosse meio termo, como as dele dos últimos anos da década de 1990 não seria ruim.
ExcluirQuando passou a desmonitorado deixaram que fosse longe demais, tanto que esse excêntrico estilo narrativo começa no final do século passado e termina em sei lá que altura dos 10's, talvez até no último ano da década. Se percorresse todo esse tempo mantendo padrão inicial e alternando com pelo menos mais dois estilos narrativos, seria aceitável, pelo menos as HQs da TM clássica não chegariam no fundo do poço, seriam mantidas nessa trevosa acomodação, não haveria como saírem devido à caretice já bem expressiva na primeira década do XXI, porém, longe do fundo.
ExcluirA unica careta do Emerson de que gosto, e que acho que ajuda ao humor, seria aquela em que os personagens ficam de lingua de fora, pes fora do chao e cabelo a saltar da cabeca ao depararem-se com algo chocante ou surpreendente. Especialmente no Cebolinha fica muito engracada, com os cinco fios a 'pairar' sobre a careca dele. De resto, tudo desnecessario.
ExcluirProblema do estilo dele são os excessos, são repetições constantes, tudo envolto numa histeria desmedida. Parece que até sei lá que mês de 2003 o estilo elétrico que criou ainda estava sob algum monitoramento, não sei exatamente quando se dá transição do tolerável para completa ausência de critério, acho que foi em alguma altura desse ano.
ExcluirCabelos saltando das cabeças, principalmente com Cebolinha, também foi um recurso reproduzido às pampas.
Na minha avaliação, esse estilo desmonitorado contribuiu para o retardamento, pois vendia mais pelo visual escatológico do que pela qualidade das tramas, boa parte de quem consumiu esse período do Emerson com total autonomia sobre os quadrinhos da TM clássica parece que pouco se importava se roteiros eram bons ou ruins, e não estou incluindo crianças entre sete e nove de idade, pois é natural que nessa faixa etária não se consiga avaliar roteiros, pelo menos não de modo mais atencioso, mais detalhado.
Conseguiu conquistar boa parte do público jovem dessas décadas com uma linguagem visual muito rasa, e foi burrice, pois é evidente o desperdício de talento contido nessa forma narrativa a partir de determinado momento. Não souberam extrair o que ele tinha de melhor (ou menos pior) a oferecer na época e nem ele percebeu por si só que poderia ter sido muito melhor (ou bem menos ruim) se fizesse uso da autocrítica.
Pedro, as línguas de fora durante os anos 1990 ficavam legais, mas tudo repetitivo ficou cansativo, perdeu a graça. e depois exageravam com caras e bocas até em línguas de fora aí ficou ruim de vez.
ExcluirSim, Zózimo, eram exagero em tudo e as crianças agradavam com aquelas caretas senão não continuavam colocando. E elas agradavam mais com as piadas soltas e as falas debochadas do que com roteiro em si, aí empobrecia as histórias.
ExcluirParece que o hiperativo e hiperrepetitivo estilo narrativo criado por ele foi inspirado em Tiny Toon, os exageros contidos nesse desenho animado são sensacionais, escatologia lúdica de primeira ordem.
ExcluirNa época havia uma versão de Scooby-Doo em que os quatro são crianças e o cachorro titular como filhote, estilo narrativo tão frenético quanto.
Primeiro desenho animado do tipo "eletrizado" que conheci foi a versão oitentista de Super Mouse, exibido(a) pelo SBT, todavia, conheci o personagem bem antes, foi através de sua versão clássica que creio ter origem na década de 1940 e no Brasil era a Rede Globo que detinha essa versão original durante os 80's, passando por Balão Mágico e Xou da Xuxa, TV Colosso já não sei dizer.
Tiny Toon e as versões doidonas de Scooby-Doo e Super Mouse usaram e abusaram das mais diversas caretas e outros recursos que expressam o frenético, o nonsense, o caótico, o extremismo, o escatológico, tudo muito bem elaborado, tudo harmônico, tudo na base da maestria nessas três animações.
Acho que o Emerson se inspirou em um desses desenhos gringos malucões para criar seu estilo que contribuiu incisivamente para a derrocada das HQs da TM clássica.
Eu adorava Tiny Toon e O Pequeno Scooby Doo. De fato eram bem elétricos, dinâmicos e as caretas utilizadas faziam sentido de estar ali, fora que eram desenhos animados e obrigatoriamente têm que movimento. Agora esse estilo em histórias em quadrinhos nem sempre dá certo, tem que saber fazer. Ele pode ter se inspirado nesses desenhos, mas não deu certo como colocou.
ExcluirOlá. Boa tarde, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, é verdade que terão as HQS de Abertura, falando sobre os 60 Anos da Mônica, nas Revistas Quinzenais da Turminha: Mônica; Cebolinha; Cascão; Magali; Chico Bento e Turma da Mônica Edições #37 (Edições #207-Terceira Temporada), no mês de Agosto do ano de 2023 ou não?. Por gentileza, você viu as sinopses das Revistas da primeira quinzena da Turminha do mês de Agosto do ano de 2023 ou não?. Eu aguardo respostas. Abraços.
ResponderExcluirBoa tarde. Vi no site e parece que serão só capas comemorativas e as histórias de abertura normais. Aí no caso, capas sobre 60 anos da Mônica sem alusões às histórias de abertura. O texto de sinopses de todas edições mostra só isso: "A edição conta com capas comemorativas ao aniversário de 60 anos da Mônica, que com alguns eastereggs fazem um lindo complemento visual e colecionável!"
ExcluirOk. Marcos, por gentileza, é verdade, que no mês de Agosto do ano de 2023, terão os Relançamentos das Revistas Quinzenais da Turminha do mês de Fevereiro do ano de 2023, nas Bancas de Revistas e Livrarias das Regiões Todas do Brasil todo, é isto mesmo?. Eu aguardo respostas. Abraços.
ExcluirVão ter esses relançamentos. Abraços
ExcluirOk. Muito obrigado, então, Marcos.
ExcluirSó faltou nessa historinha a Mônica, o Cebolinha e a Magali darem uma surra no Cascão
ResponderExcluirPois é, o Cascão nem se atreveu a bater neles porque eram três contra um, já sabia que ia perder, principalmente da Mônica. Geralmente em histórias de planos infalíveis sem serem contra a Mônica eles não apanhavam.
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