sábado, 1 de julho de 2023

Chico Bento: HQ "É de caranguejo ou não?"

Dia primeiro de julho é aniversário do Chico e em homenagem mostro uma história em que o Chico não acreditava em signos e ainda teve que lidar com caranguejos na sua festa de aniversário. Com 14 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 437' (Ed. Globo, 2004).

Capa de 'Chico Bento Nº 437' (Ed. Globo, 2004)

Nela, Rosinha lê o horóscopo no jornal, falando com Chico Bento que ele é do signo de Câncer cujo símbolo é o caranguejo e que os nativos desse signo são carinhosos, prestativos, amorosos e sentimentais. Chico diz que não acredita nessas bobagens de "horóspoco". 

Rosinha o corrige que é horóscopo e que não é bobagem, está tudo escrito no jornal e os nascidos em primeiro de julho são de caranguejo. Chico debocha que pode ter nascido primeiro de julho, mas não anda de lado igual a caranguejo. Rosinha joga o jornal nele, o chama de besta e vai embora.

Chico diz que as vezes a Rosinha se faz de boba e não entende as brincadeiras, desdenha de caranguejo é isso, é aquilo e diz que vai se preocupar com outras coisas como o aniversário dele. Diz que a mãe o tira de casa para fazer a sua festa surpresa e ele volta para bisbilhotar . Ele vê muitas coisas gostosas como bolo de milho com cobertura de chocolate, sanduíche de mortadela, doce de abóbora entre outras comidas. 

Percebe que tem também uma sacola de caranguejos vivos e ouve escondido a conversa dos pais que vão fazer croquetes de caranguejos que o filho tanto gosta. Chico diz para si mesmo que gosta de croquete, mas não de caranguejo, nota que eles estavam com olhos tristes e fala que não é caranguejo e não pode ajudá-los. 

Ao lembrar da Rosinha falando do Horóscopo, Chico acha que ele tem um pé de "caranguejice" e quando ver a mãe avisando que vai pôr os bichos na panela, ele pega os caranguejos. Dona Cotinha descobre que sumiram, Seu Bento acha que voltaram para o ribeirão. Dona Cotinha vê o Chico atrás da cortina, pergunta o que ele estava fazendo lá e ele dá desculpa que estava procurando alguma coisa que não lembra. Dona Cotinha diz que todo ano bisbilhota, não é pra atrapalhar e manda o filho se arrumar que logo os amiguinhos chegarão.

Rosinha aparece e pergunta o que Chico estava fazendo lá fora, ele diz que é por causa dos caranguejos e Rosinha lembra que ficou tiririca com ele mangando da cara dela sobre o Horóscopo. Chico tenta se explicar, quando Dona Cotinha e chama os dois para verem o bolo especial de milho com chocolate que fez e lamenta que faltou os croquetes e espera não fazer falta.

Depois, Chico tenta de novo se explicar, mas aparece os outros convidados da festa e não consegue. Dona Cotinha manda para eles se servirem. Zé Lelé pega um doce de abóbora e recebe um beliscão no dedão, Hiro bebe suco e reclama que uma coisa grudou no lábio dele, Zé da Roça reclama que o sanduíche de mortadela o mordeu.

Rosinha reclama que eles não sabem comportar em festa, tenta pegar uma geleia de goiaba e se espanta com um monstro, que, na verdade, era um caranguejo. Todos se assustam com os monstros nas comidas da festa e até dentro do bolo. Seu Bento fala que são os caranguejos que ele pegou de manhã e pergunta como foram parar lá. Chico conta que foi ele quem escondeu dentro do bolo e dos quitutes, ficou com pena de eles pararem na panela olhando os olhinhos tristes deles, parece que estavam pedindo para salvá-los como se ele fosse outro caranguejo.

Rosinha comenta que Chico é carinhoso, prestativo, amoroso e sentimental e cai a ficha do Chico que ele tem as características de quem é do signo de Câncer e passa a creditar em Horóscopo. No final, o Seu Bento vai devolver os caranguejos para o ribeirão, Dona Cotinha fala para eles voltarem a comemorar o aniversário e Chico assoprar as velinhas do bolo. Chico começa a andar de lado e explica que foi só brincadeira, caranguejo anda de lado e tem bom humor e todos riem.

Uma boa história em que o Chico debocha da Rosinha de acreditar sobre Horóscopo e dizer das características do signo de Câncer, o signo dele. Depois, Chico vê que teria croquete de caranguejos na sua festa de aniversário e como ficou com pena dos caranguejos vivos pararem na panela, resolve esconder nas comidas da festa e seus amigos são mordidos quando experimentam e só resta Chico falar. Como mostra que ele é carinhoso, prestativo, amoroso e sentimental com os caranguejos, passa a acreditar em Horoscópo.

Chico ficou representado como os que não acreditam nessas coisas de signo e a Rosinha, aqueles que acreditam, mas no final o Chico cedeu por causa das suas características. A conversa de Horóscopo no início não foi em vão, foi preciso para ter a relação com o caso dos caranguejos durante a festa e Chico se convencer que Horóscopo não é bobagem. O Chico sempre teve essa característica de ser carinhoso, amigo de todos, até dos animais e das árvores, uma característica básica e marcante nos nativos de Câncer, por isso não foi a toa de escolherem a data de primeiro de julho de ser data fixa oficial de aniversário dele para ele ser canceriano.

Quando resolveram colocar datas fixas de aniversário dos personagens a partir de 1994, as datas foram todas baseadas na Astrologia, fizeram mapa astral a fundo dos personagens com astrólogos de verdade de acordo com as características deles para escolherem as melhores datas, achei bem interessante isso. Poderia até ter sido as datas de criações dos personagens e pronto, mas colocando de acordo com a astrologia, ajudaria até para criarem histórias de aniversário sobre signo deles, como essa ou a "Aniversário dos signos", de 'Mônica N° 175', de 2001, por exemplo, já que todo ano são obrigados a ter histórias de aniversário deles e ajudaria a variar.

A festa do Chico teve só comidas simples por sua família ser bem pobre e rural, nem refrigerantes tinha. Bem normal isso nas festas do Chico e dava mais simplicidade, acontecia também com aniversários do Cascão, por ele ser mais o pobrezinho da Turma do Limoeiro. Chico Bento falou uma boa parte sozinho,, eram bons esses monólogos dos personagens. O final não gostei, bem vazio, só para dar uma piadinha final, dava para ser melhor. Teve um erro no final em que o desenhista esqueceu de desenhar o bolo na mesa de acordo com as posições que eles estavam, do nada o bolo sumiu.

É incorreta atualmente por conta de intenção de matarem caranguejos vivos para fazer croquetes, seria maltrato a animais e nada que possa dar pena ou traumatizar as crianças não pode mais nos gibis atuais, finais tristes ou com reflexão, nem pensar, agora tem sempre que ter finais felizes. Não aceitariam também os caranguejos morderem os convidados da festa, Rosinha jogar jornal em cima do Chico dando ideia de violência e o tema de Horóscopo que hoje em dia implicariam com crianças envolvidas com Astrologia, coisa que antes não ligavam para isso. Provavelmente, a palavra "Câncer" de signo é proibida hoje nos gibis para não ter duplo sentido com a doença e não traumatizar, afinal, tudo que é duplo sentido eles alteram até nos almanaques.

Os traços ficaram feios e bem esquisitos, típicos dos anos 2000, odeio traços daquela época, histórias até podiam ter bons roteiros, mas traços feios assim ou piores, me afasta de ter gibis dos anos 2000. Davam pra caprichar mais, podiam ter deixado só em histórias de miolo, que tinham traços mais simples para agilizar produção, pelo menos nas de abertura dava para melhorar. O pior foi o nariz do Chico menor, que passaram a adotar assim para não ser como bullying contra narigudos na vida real. Chico ficava muito mais bonito com nariz grande. Pelo menos não teve caretas excessivas deprimentes e traços e letras ainda eram feitos a mão,  diferente dos digitais horrorosos de hoje, menos mal.

FELIZ ANIVERSÁRIO,  CHICO!!!

74 comentários:

  1. Não só o nariz do Chico, mas traços todos bem estranhos, bem feinhos mesmo. Foram diminuindo o nariz do Chico aos poucos, até chegar como está hoje. Se Mauricio diz em entrevista que gibis são pra educar, essa é a meta deles agora, o que não me espanta, já que vemos que estão cada vez mais educativos a cada ano que passa. Se todos preferem assim, tem que respeitar, eu que não compro gibis novos, nem esquento com isso.

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  2. Olá. Boa noite, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, uma pergunta: é verdade, que, a partir deste mês de Julho do ano de 2023, terão os Relançamentos das Revistas das duas Quinzenas da Turminha, nas Bancas de Revistas e Livrarias das Regiões Todas do Brasil todo, é isto?. Eu aguardo respostas. Abraços.

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    1. Boa noite. Vão ter esses relançamentos. Abraços

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    2. Ok. Marcos, por gentileza, é verdade, que nos meses de Agosto e Setembro do ano de 2023, terão os Relançamentos dos Almanaques Bimestrais da Turminha, publicados entre os meses de Janeiro e Fevereiro do ano de 2023, nas Bancas de Revistas e Livrarias das Regiões Todas do Brasil todo, é isto mesmo?. Eu aguardo respostas. Abraços.

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    3. Vão ter relançamentos desses almanaques. Abraços

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    4. Ok. Muito obrigado, então, Marcos.

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  3. Bom você postar um gibi dos anos 2000, interessante para fazer comparação com os anos anteriores e os gibis atuais. A história não é ruim, realmente o final poderia ter sido melhor. Politicanente correto ainda era bem sutil. Sobre os traços, até que achei bons, inclusive, bem melhores que os atuais. Na minha opinião, o que atrapalhava mais os traços nos anos 2000 eram quando tinha caretas e expressões exageradas, que já era comum na época. Nessa história, não tiveram esses exageros, então pra mim, os traços foram bem aceitáveis.

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    1. É, dessa vez publiquei uma dos anos 2000. Sem dúvida podia ter caprichado mais no final. Traços aceitáveis apesar de estranhos, não ter as caretas nesta já foi um avanço. Com certeza melhor que os digitais de hoje, prefiro os desta história, caso fosse pra escolher um.

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  4. O tema desta HQ me fez lembrar de um clássico dos gibis da Mônica pela Editora Abril, surgiu quando o título passou para lombada quadrada, marcou época o Horóscopo da Mônica. Durou quatro anos e pouco*, foi encerrado quando a MSP passou a contar com a Editora Globo para publicar suas revistas.
    *Esse "pouco" é porque imagino que Horóscopo da Mônica surgiu na primeira edição da até então nova era das revistinhas da dentuça: o nº149.

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    1. Sim, tinha seção de Horóscopo da Mônica entre as edições 149 a 200 da Mônica da Editora Abril. Era tudo na brincadeira, muita coisa nada com nada, apenas diversão, eu gostava. Pena que descontinuaram na Editora Globo, assim como as outras seções da revista, deviam ser direitos autorais da Abril.

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    2. Também acho que essas seções do título enquanto publicado pela Abril devia pertencer à ela, contudo, outra possibilidade é ter sido uma solicitação (ou exigência) da Editora Globo para dar uma nova roupagem aos gibis da MSP, principalmente os mensais, para que os publicados pela platinada fossem associados o menos possível com o marcante período da concorrente.

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    3. Também tem essa possibilidade de falta de associação com a Abril pela Globo. Eles não gostavam muito de fazer referência a outra editora, prova disso seria as republicações nos almanaques cujos códigos não faziam referências aos gibis da Editora Abril, colocavam código do almanaque vigente, como se fossem histórias inéditas. E também trataram de acelerar as republicações das últimas histórias da Editora Abril com mais de 10 anos pra passarem a republicar só as da Editora Globo.

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  5. Marcos, se eu fosse a editora, não deixaria passar essa história não 😅😂ainda que nenhum croquete tenha sido feito, só a ideia de que iriam matar os caranguejinhos me deixou desconfortável, enfim, achei que só essa sugestão é de deixar um gosto estranho na boca do leitor... 😅 Fora o povo colocando caranguejo na boca inadvertidamente, que aflição, quase pulei essas páginas aqui 🤣 Também não gostei do traço, muitas caras inexpressivas, expressões repetidas ou sem nenhuma graça do Chico, um desenhista das antigas faria miséria com essa história... Em resumo, nosso caipira canceriano merecia mais.

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    1. Verdade, deu pena dos caranguejos, ainda mais que estavam vivos, tirados do habitat deles do ribeirão. Até que Mauricio aceitou isso, ainda tolerava coisas incorretas na época. Traços fracos mesmo, tinham potencial pra fazer desenhos melhores. Tinham traços piores que esses na época, única vantagem ser feito na mão.

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  6. Uma pena isso. Nada de errado em publicar histórias com lições de moral, mas os gibis antigos eram melhores porque a preocupação era com roteiros descontraídos que divertiam o leitor. Época boa que se foi...

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  7. Tenho esse gibi! Concordo que os traços não são tão bons, mas na minha opinião ainda dão pro gasto. Pelo menos não é o copia e cola descarado dos gibis atuais.

    Muito engraçado ver as crianças levando sustos com os caranguejos, e a consciência ecológica do Chico sendo destacada. Acho que a MSP deveria seguir um caminho parecido para caracterizar a Milena. Ela tem potencial, mas pouca personalidade, destacando-se muito pouco em comparação com o Chico e o Papa-Capim.

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    1. Sim, só não ter copia e cola já é um avanço, eram a mão ainda. De qualquer forma, davam pra melhorar. Teve um lado ecológico sem deixar piegas, diferente da Milena, totalmente sem graça, apenas uma personagem comum sem se destacar com personalidade própria e eles dizerem que tem uma menina negra contracenando com eles. Chico e Papa-Capim antigos infinitamente melhores que a Milena nas histórias ecológicas.

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    1. Concordo com você. Tenho muita nostalgia dos anos 2000, apesar de reconhecer que essa época já demonstrava sinais de declínio. Conheço a maioria das histórias que você mencionou, acho que uma boa parte delas foi roteirizada pelo Emerson Abreu. Parece que ele saiu da MSP, a última história dele foi publicada há mais de um ano.

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    2. Tive que excluir e repostar comentário abaixo, só avisando por educação. Não gosto de deixar ninguém no vácuo.

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    3. Paola, nos anos 2000, os roteiristas que mais se destacaram foram o Emerson e Paulo Back. Acredito que essa foi do Paulo Back. O Emerson tinha um estilo próprio, histórias giravam mais nas piadas soltas do que o roteiro em si, estragava eram as caretas exageradas, personagens pareciam monstros, principalmente quando brabos. Ele não saiu da MSP, mas pelo visto deve ter algum motivo que a gente não conhece de não publicarem histórias dele, deve ter várias arquivadas. Pode ser por causa do politicamente correto já que as dele tinham muitas coisas incorretas ou, quem sabe, porque agora as revistas são quinzenais com histórias mais curtas e as do Emerson eram bem longas, muitas com mais de 30 páginas, ou outro motivo pessoal qualquer.

      Isabella, sem problema, valeu por avisar.

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  9. Eu posso essa revistinha até hoje, por sinal foi a 1° que me interessei do Chico, e sobre os traços eu ainda gosto deles, depois que a turminha foi pra Panini que me desagradei no geral, nunca mais me adaptei.
    Agora eu sinto que de todos os personagens o que mais ficou descaracterizado devido ao politicamente correto foi o nosso nobre Francisco Bento e sua turma, se perdeu toda essência os personagens, praticamente tudo que eles faziam não pode mais.

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    1. Na Panini os traços pioraram drasticamente, sobretudo após 2013. Chico se perdeu muito, também acho que foi descaracterizado totalmente. O Cascão também se descaracterizou demais, praticamente não tem mais histórias com ele com medo de água e o baniram dentro da lata de lixo e no lixão e apoiando sujeira.

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  10. E até esquci de mencionar foi através dessa historinha que passei a usar a expressão "horosporco" que por sinal achei engraçado demais na época.

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    1. Foi engraçada a menção do Chico a Horóscopo. na verdade, ele falou "horospoco" , seria mais engraçado ainda "horosporco".

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    2. "Horosporco" ou "horósporco" é o horóscopo elaborado pelo Torresmo.
      "Horóspoco" é a versão em caipirês de "horóspouco", nada mais é que um horóscopo extremamente resumido.
      Mais alguma dúvida, pessoal? Aproveitem que meu lado solícito está de prontidão, é por tempo limitado.

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    3. Zózimo, a intenção do Chico era dizer "horospouco", aí com o caipirês ficou assim. Debochou da mesma forma, foi legal.

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    4. Agora entendo melhor... Assim como falei acima, Horóscopo da Mônica durou quatro anos e "pouco", embora marcante, teve uma vida curta e a partir de seu encerramento, por deixar saudades já logo no primeiro mês de ausência, isto ficou ecoando no espaço-tempo até aleatoriamente(?) desembocar na fala de Chico Bento em pleno 2004, vejam como as coisas se encaixam, ainda que um termo aparentemente aleatório ou despretensioso, parecendo piadinha boba, Chico está na verdade inconscientemente nostálgico, ele decorava o signo de Peixes, Câncer ficava com Bidu, que outrossim aparecia (com menos destaque) em Sagitário. Horóscopo da Mônica marcou época durando pouco e sendo bem resumido, um legítimo "horóspo(u)co", expressão que Chico Bento cunhou mergulhando no fundo do baú do subconsciente saudosista - que viagem...

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    5. Durou pouco mesmo. Sobre Chico estampar signo de Peixes é porque os personagens ainda não tinham datas fixas de aniversários, as ilustrações colocavam fazendo piadas com os símbolos dos signos e colocavam o personagem que mais se encaixava com a piada. Com certeza se eles tivessem aniversários fixos, colocariam personagens com seus respectivos signos e até sem piada. Eu gostava daquelas ilustrações.

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    6. Gosto demais dessas ilustrações, as vejo como obras de arte, e não por causa de memória afetiva, sei que esse tipo de emoção possui um apelo muito intenso, todavia, não permito me guiar por isso, é analisando criticamente que afirmo serem o que são, é filtrando que encontro a razão responsável pela concepção da paixão, pois parece haver nesses traços uma certa noção matemática, são imagens que sintetizam com precisão o apogeu dos quadrinhos da Turma da Mônica, algumas parecem que são do final dos 70's, como as de Virgem, Áries, Peixes e Escorpião.

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    7. Sem dúvida uma criatividade sem tamanho, um apogeu de fato. Algumas ilustrações eles devem ter colocado de imagens já existentes, outras eles criaram exclusivamente para seção. Também acredito que essas citadas foram dos anos 1970 já existentes.

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    8. A personagem que ilustra o signo de Virgem é a tal da Sereia do Rio?
      Sereiazinha cuja primeira aparição creio que foi na de abertura de Mônica nº9 de 1971, não afirmo por talvez ter surgido em tira de piada publicada em jornal dos anos 1960 ou em HQ publicada em tiras também nessa década.
      Muito depois fizeram um filme com esse tema, imagino que com a mesma personagem da HQ do início dos 1970.
      Talvez a do antigo Horóscopo da Mônica é uma sereia qualquer extraída de algum livro ilustrado da TM.

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    9. Creio que foi uma sereia qualquer. A Sereia do Rio estreou em Mônica Nº 9 de 1971, o filme depois, em 1987, baseado nessa história da Editora Abril.

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    10. E quanto àquela que Maria Cascuda a princípio encrespa na HQ de abertura da segunda centésima edição do namorado dela? Essa seria mais uma aparição da Sereia do Rio ou foi criada apenas para enredar a procura pelo Cascão? Pelo contexto dessa parte da história, caso não seja a sereia famosinha e nem criada especialmente para essa busca, parece que a sereinha tem algum histórico com o sujão que foi publicado, isto é, alguma trama dele com ela que não conheço. Na verdade, desconheço a história de 1971, nem sequer por alto ou de relance posso dizer que conheço, pode ser que o histórico do Cascão com esse tipo de criatura feminina (ou fêmea) seja mesmo com a clássica Sereia do Rio.

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    11. Em Cascão Nº 100 seria a Sereia do Rio porque foi desenhada como no filme. Não lembro de ter tido romance dela com Cascão, sei que teve uma história de 1987 em que ele se apaixona por uma sereia, mas não sei se eles queriam ou não fazer referência àquela história só que como a Sereia do Rio no lugar porque as crianças da época tinham uma lembrança maior do filme.

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    12. Acho que não conheço essa de 1987, se na de abertura da segunda centésima edição do título a referência for dessa história e com troca de sereias, aí chega ser esquisito, uma esquisitice bem dichavada devido às qualidades de roteiro e visual, também por conta da Sereia do Rio que, mesmo com filme, que acho que fez sucesso na época, não foi personagem tão marcante se comparada com outros que apareceram nas telonas, como: Estrelinha Mágica, Lorde Coelhão, o tal do Ogro da Floresta e o Bicho-Papão com seu filhote, pelo menos é impressão que tenho sobre essa sereinha se comparada com esses citados, daí, sua participação compôs muito bem a trama de 1990 mesmo não tendo histórico com Cascão e dando entender que já passou amorosamente pela vidinha pueril dele, remetendo à trama publicada três anos antes com outra personagem da mesma espécie desempenhando esse papel, se for mesmo isso, é um detalhe que passou batido da imensa maioria dos leitores que leu e curtiu (leram e curtiram) essa clássica HQ pertencente à 214ª edição do título, popularmente conhecida por Cascão nº100 da Editora Globo.

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    13. O que deduz que quiseram colocar a Sereia do Rio do filme por estar mais na memória das crianças até então, agora se intenção foi referência à história da Globo, não dá pra confirmar. Podem até mesmo ter colocado a Sereia do Rio por colocar sem ter referência a alguma história. Essa com ele apaixonado a que me referi se chama "Apaixonado até debaixo d'água", de Cascão Nº 29, de 1988. Não é 1987 como eu citei. Aqui o link:
      https://www.youtube.com/watch?v=lFcFEq_oSgk

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    14. Assisti, Marcos, grato! Conheço essa, não por meio de gibi, foi pela rede mesmo. Antes de ver a história pensei que fosse de abertura, de acordo com estilo simplista dos traços, a posição que ocupa no nº29 de Cascão (1988) é encerramento ou miolo.

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    15. De nada, Zózimo. Não foi de abertura mesmo e acho que é a única se encaixa com a Nº 100 se a intenção era referência a personagens que apareceram nas revistas do Cascão da Globo, só que com a sereia desenhada diferente.

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  11. Essa história aí não me marcou muito, eu acho que tem histórias dos anos 2000 melhores que essa, da minha infância posso citar: ''A Boneca Tenebrosa'' (''E a Volta dela...''), ''Dormindo com os Anjos'', ''No Meio do Caminho Havia uma Poça'', ''Os Micos que a Gente Paga para ir a Praia'', ''Causando na Roça'', ''Um Dia no Sítio'', ''Proteger a Natureza dá Trabalho'', ''Um Concorrente para o Quinzinho'', ''Que Avestruz é Esse?'' (essa eu adoro de fato, o Genesinho dá um avestruz pro Chico de aniversário, estragando toda a festa...). Não sei se conhece todas essas, mas fica a dica, recomendo (Os Micos da Praia, eu sei que você conhece, já ouvi falar por aqui, é boa também.).

    Quanto aos traços, eu sinceramente não me incomodo, eu cresci nessa fase, estou acostumada com ela (e sou mais de conteúdo do que imagem, então não reparo muito em detalhes). De qualquer forma todos podemos concordar que estão anos-luz a frente dos traços digitalizados de 2012 em diante.
    2000 marcou uma era de prata/bronze para a MSP, como um período intermediário, e honestamente acho que 2009 foi o último ano genuinamente bom da MSP. 2010-2012 foi ''meh', mas 2013 foi o verdadeiro declinío e fundo do poço da MSP, que dura até hoje. Oh que saudade, nostalgia...

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    1. Conheço poucas dessas, mas já ouvi falar delas, só não parei pra ler. Tenho poucos gibis dos anos 2000, principalmente os de 2003 em diante. Os traços não são lá grande coisa, mas, sem dúvida, bem melhores que os atuais. Se pelo menos tivessem deixado assim até hoje não seria ruim. Essa fase dos anos 2000 também acho intermediário, última fase que estiveram bons até por ainda ter coisas incorretas. dava pra aceitar até 2013, depois só decaiu ano a ano, fica difícil aproveitar alguma coisa, tanto os traços digitais quanto roteiros só educativos.

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    2. Acho que o maior pecado de histórias de 2000 eram aquelas histórias mudas cheias de enrolação que se esticavam demais. Nunca gostei, nem quando criança. Fora isso, 2000 foi a última boa década da MSP, pelo menos boa, há sempre algumas jóias escondidas a se encontrar nessa era.

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    3. Concordo, odiava aquelas histórias mudas intermináveis, principalmente nos gibis quinzenais. Deixavam mais da metade dos gibis com histórias mudas, as vezes até na abertura, isso também me afasta de comprar gibis nos sebos daquela época, só quando tem história importante que compro.

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    4. Então, se você fosse dar uma nota especifíca para cada década (80, 90, 2000, 2010, 2020), quais seriam? Só por curiosidade mórbida.

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    5. Isabella, 1980's dou nota 10, 1990's dou nota 9, 2000's dou nota 6, 2010's dou nota 3 e 2020's dou nota 0.

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    6. A maioria das histórias citadas tem no YouTube, recomendo dar uma conferida, acho histórias bem boas para a época, talvez você goste também. Dessas, a dos Micos da Praia, Uma Poça no Meio do Caminho, Dormindo com os Anjos, Causando na Roça, e Que Avestruz é são meus favoritos.

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    7. Pois é, Isabella, no YouTube tem muitas histórias da turma, tem até que nunca vi. Depois vou conferir essas lá.

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  12. Eu até acredito em signos e suas respectivas características, mas não em horóscopo de jornal, tipo "Se for de Gêmeos, espere uma promoção no trabalho, se for de Câncer, leve em consideração as sugestões de seus familiares, etc". Não acho que faça sentido que cada 12a parte da humanidade vá ter um destino em comum por conta da data de nascimento.

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    1. Concordo, as coisas que colocam nos jornais definitivamente não vai acontecer diariamente com todas as pessoas daquele signo, os acontecimentos seriam individuais e não coletivos.

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  13. Há um crossover de bastidor nesta HQ, um agente oculto, ou melhor, uma agente oculta, pois enquanto a caipirada dá pala em um desfecho totalmente sem graça, Magali age na surdina, o que falta em riba da mesa no quadro de encerramento comprova o que digo - espero não estar levantando falso testemunho ou cometendo injúria, ultraje ou coisa do tipo, seria leviandade, pois não vi quem subtraiu, só estou usando a lógica para advogar em prol do desenhista.

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    1. Verdade, pelo menos o bolo sumiu da mesa do nada. Erro grotesco do desenhista, nem percebi. Única defesa mesmo seria se a Magali entrasse lá de penetra ou até mesmo o Penadinho invisível pra fazer brincadeira com eles.

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    2. Se foi assombração, aí prefiro atribuir a algum saci, pelo menos fica tudo em casa e dentro da simplicidade rural, crossover é um negócio muito sofisticado, não combina com Vila Abobrinha.
      Atribuí à Magali pelo fato de "criar fama e deitar na cama"*. O que não pode é atribuir ao(à) desenhista, tudo menos isto, coitado(a)!
      *Cebolinha diz isto logo após ele e Cascão apanharem da Mônica por ela pensar que o sapo falante que suplica por um beijo é obra deles. Apanharam de graça, é o preço da fama - espero que Magali me entenda. História de miolo publicada em Mônica nº198, 1986.

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    3. Saci também seria uma opção. Magali seria mais coerente até porque o pai tem uma casa pra ficar de férias com a família por aquela área.

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    4. Família da Magali com casa de campo pelas bandas de Vila Abobrinha(?!), que chique!
      Outro erro está no antepenúltimo quadro da décima página, com "bobage" sendo proferido pelo Hiro, tanto que o caranguejo não tolera a discretíssima escapulida de script do nissei, ou, sei lá, sansei, ou não sei, por ser descaracterizante e já logo o "alicatou" o bebedor de saqu... digo, o comedor de sushi, sashimi e yakissoba, tudo regado a molho shoyu - por ser criança, é politicamente incorreto dizer que curte aguardente de arroz.

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    5. Também acho chique, a família da Magali sem dúvida tinha mais condições financeiras e tem que ter pra poder bancar o apetite dela. Sobre o Hiro, provavelmente um erro do letrista, esqueceu de colocar o M, ou ficou com as falas do Chico na mente.

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    6. Marcos, não sei quantas são, conheço pelo menos umas três histórias em que Zé da Roça fala caipirês. Com Hiro nunca vi, talvez existam algumas também.

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    7. O Zé da Roça falando caipirês aconteceu em histórias de 1980, na transição dos personagens falando certo para o caipirês, colocavam todos falando caipirês, depois viram que seria melhor Zé da Roça e Hiro falando certo para dar um ar que eram mais inteligentes. Hiro também segue esse raciocínio. Agora, depois de 1981, quando falavam caipirês seria erro de digitação ou letrista não conhecer os personagens. Quantas histórias foram assim não sei dizer.

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    8. Parece que essa de coloristas e letristas não conhecerem muito bem determinados personagens ou até mesmo desconhecerem foi relativamente comum nos 70's e primeira metade dos 80's.

      Se a história que mencionei acima sobre sapo falante implorando por beijo da Mônica fosse republicada nos dias de hoje, alterações que sem dúvida haveriam seriam no quadro de encerramento, depois que beija o batráquio e o encanto é desfeito, na forma humana o monarca diz:
      "Agora tenho que ir pra casa... A Diana me espera! Bye!"
      Teria(m) de trocar o nome da falecida ex para o da atual esposa. Outra mudança seria na fala da Mônica, que diz:
      "Oh, é o Príncipe Charles!"
      O homem finalmente nivelou com leão da Turma da Mata, desde a esticada dos cambitos da velhota de sangue azul, foi elevado ao topo da hierarquia monárquica, Rei Charles III é o atual status da celebridade.
      Está tipo eu, também sou terceirão da "dinastia" da qual faço parte, diferençazinha entre o outrora Príncipe de Gales e o plebeu que vos fala são os conteúdos das contas bancárias e o "patrimoniãozão" do majestoso, e coloca "ãozão" nisso, enquanto "aluguer residenciar" está entre os compromissos que tenho que honrar.
      Quando "Não se fazem mais sapos como antigamente... ou fazem?" foi publicada, a midiática Lady Di ainda estava longe do fim trágico.

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    9. Sim, seria mais comum eles não conhecerem até os anos 1980. Dificilmente republicariam essa história do sapo hoje em dia, mas caso sim, capaz de eles fariam essas alterações pra não deixar datado, ficar tudo atualizado. Acho bobagem, tinham que deixar igual pra deixar o retrato histórico da época. E ainda que alterassem para "Rei Charles", teriam que fazer uma paródia em relação a isso, porque não deixam mais nomes de famosos sem serem parodiados. Sim, foi longe do acidente trágico com Lady Di e eles estavam casados, tinham que manter tudo igual.

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  14. Pois é, uma ou outra didática ou com lição de moral de vez em quando, tudo bem, até pra diferenciar, agora todos os gibis só assim educativo perde a graça, gibis são pra entreter. Definitivamente época boa dos quadrinhos ficou no passado.

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  15. Puxa, Marcos, uma historinha de 2004?! Nem pareceu seu!! xD

    Fase em que ja nao lia, achava tudo muito enrolado e 'careteiro' desde o inicio do Milenio...

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    1. É, coloquei pra variar. Sem dúvida era muita enrolação, eu também prefiro até os anos 1990, quase não tenho gibis dos anos 2000 em diante.

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  16. Muito boa essa história. Legal que o Chico é canceriano igual a mim. Mas quem pediu esses traços? Um horror!

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    1. A história é boa, pena traços assim, eram muito comuns assim na época.

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    2. Sabe, gente... respeito as opiniões de vocês, mas, de acordo com a média dos traços das HQs da TM clássica dos anos 2000, analisando friamente, estes estão longe de serem assim tão, tão ruins, se assemelham a determinados traços dos anos 1990.
      Nariz do Chico alterna entre grande e médio, não está menos narigudo em exatamente todos os quadros. O nariz de Zé Lelé está na forma original.
      Expressões faciais transitam entre estáticas e bem elaboradas.
      Em infância e adolescência curti intensamente o ápice dos traços da TM nos quadrinhos, poderia simplesmente olhar para o visual desta história com indiferença ou até mesmo com certo desdém, porém, não deixo minhas memórias afetivas falarem mais alto, do contrário, perderia o parâmetro crítico, análises desprovidas de partidarismo não são qualquer coisa, são de fato necessárias.

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    3. Zózimo, realmente não dá pra se levar em conta memória afetiva, tem que analisar com olhar crítico independente da época que a gente gostava mais. Pra mim, a maioria dos traços dos anos 2000 eram feios, tiveram alguns bons em histórias de abertura, por exemplo. Nessa, o nariz do Chico se alternou, o que menos mal se fosse pequeno na história toda. Nos momentos que ficou pequeno, foram mais feios.

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    4. Também considero maioria dos traços dessa década pouco ou até mesmo nada atrativa(os), contudo, até que consigo captar um ar típico de determinada altura dos anos 1990 contido no visual da história em questão. Das HQs produzidas e publicadas nos anos 2000, já vi traços tão mais zoados que estes que, sinceramente, o visual de "É de Caranguejo ou não?" consegue ser relativamente agradável para meu olhar "inzijente".

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    5. Sim, Zózimo, em vista de outras histórias da época, tiveram piores que esses traços, principalmente os que tinham caretas. Pode-se dizer que estes são menos piores do que em relação a outras histórias da década.

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    6. Outro erro, e dos três que identifiquei, é o mais discreto, são os sapatos da Rosinha no terceiro quadro da décima primeira página.
      O que acho bem pior que o visual desta HQ é o desfecho da mesma, o modo como foi encerrada ficou sofrível, esquisito, ainda que o final permanecesse sem graça poderiam ter elaborado um pouco mais.

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    7. Foi bem discreto mesmo esse erro dos sapatos da Rosinha, nem reparei também. O final podiam caprichar mais, foi bem fraco como deixaram e eram capazes de coisa melhor.

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    8. Pelo menos o final dessa história não é tão ruim em comparação aos finais de hoje, que são mais bobinhos e sem-graça.

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    9. Julio Cesar, as histórias de hoje, todas conseguem ser mais bobas do início ao fim. Descaracterização total.

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  17. Eu fiz mais uma nova postagem! Ficou muito boa!

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