terça-feira, 18 de outubro de 2022

Bidu: HQ "Médico Canino"

Dia 18 de outubro é o "Dia do Médico", em homenagem mostro uma história em que o Bugu se tornou médico, causando muita confusão para o Bidu. Com 7 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 1' (Ed. Panini, 2007).

Capa de 'Cascão Nº 1' (Ed. Panini, 2007)

Bidu ouve vozes de "Alô Mamãe!" e conhece aquela voz irritante, esganiçada e nada a ver. Dona Pedra pergunta se é o "Cid Coleira" ou "Pedro Miau". Bidu diz que é o terror das historinhas, o importunador dos personagens, o chupa-cabra dos gibis: o Bugu.

Bugu diz que foi fazer visita de médico e Bidu acha bom, que chega e vai embora, já que visita de médico é vapt-vupt, quando vê já foi embora e então manda ir embora. Bugu fala que agora ele é médico, Doutor Bugu, e mostra o diploma da "Faculdade de Medicina Canina" e trata de cães, cachorro e afins.

Bugu fala que Bidu está pálido, aparência horrível, está azul, e deve ser anemia crônica canina. Bidu diz que sempre foi azul e Bugu acha que foi mais grave do que pensou, mostra a língua que está vermelha demais, aí ou está com sarampo lingual ou o colorista colocou tinta demais. Bugu quer testar reflexo, Bidu pensa que é reflexo de espelho e Bugu mostra que é reflexo com machado. Bidu pula para cima com a martelada e Bugu fala que ele está com espasmos e precisa interná-lo com urgência. 

Bidu diz que tem nada e como Bugu acha que está na fase de negação, enrola o Bugu com ataduras, isso porque ainda não precisa de injeção. Bugu pega uma cadeira de rodas para colocar o Bidu amarrado e joga a cadeira longe para ele tomar um ar fresco, pegar sol no cocuruto para se curar mais rápido e manda não esquecer de tomar sopinha.

Agora com a história só pra ele, Bugu começa a fazer suas imitações e faz paródia de seriado "Plantão Veterinário". Bidu volta irritado e quer ver o diploma do Bugu e vê que foi assinado pela mãe dele. Bugu fala que a mãe foi enfermeira na peça da escola. Bidu, furioso, alega que não é médico e o manda sair fora da história. Com Bugu fora, Bidu volta à história e, por estar saltitante, dá uma topada na Dona Pedra e machuca o pé. No final, Bidu chama o Bugu para fazer curativo nele e Bugu pergunta se pode fazer malabarismo quando terminar e Bidu responde só se enfaixar direitinho.

Boa história com o Bugu se passando por médico para fazer com o Bidu saia para ele fazer suas imitações. Como médico, Bugu inventou que Bidu estava muito doente, até conseguir afastá-lo enfaixado na cadeira de rodas, depois descobre-se que era só um plano para afastá-lo da história e o expulsa, mas precisou do Bugu para fazer curativos ao ter dado topado na Dona Pedra.

Bugu não foi considerado veterinário porque foi cachorro tratando de cachorro em vez de ser humano tratar de cachorro. Foi legal ver o Bugu diagnosticando o Bidu com as doenças falsas e inventando sintomas, o trocadilho de "visita de médico", que chega e vai embora logo, a mãe do Bugu assinar o falso diploma de médico, e boas as paródias "Plantão Veterinário" (seriado "Plantão Médico"), as de "Cid Coleira" e "Pedro Miau" (Cid Moreira e Pedro Bial, respectivamente). Até injusto de Dona Pedra dizer que eles tem vozes irritantes, as vozes deles são excelentes.

Interessante Bugu andando de 4 patas, resgatando os primeiros anos quando ele foi criado. Falando nisso, o personagem completa 50 anos agora em 2022 em gibis, estreando na história "Olha eu aqui, gente!" de 'Mônica Nº 32' pela Ed. Abril de 1972, sendo que ele já havia aparecido em tiras de jornais do Bidu 2 anos antes, em 1970.

Seguiu o padrão de histórias dos anos 2000, tranquilamente publicável até por não teve o Bidu chutando o Bugu no final para amenizar violência, já como deixavam na época. Tudo indica ter sido escrita pelo Paulo Back. Traços não ficaram ruins já que ainda eram feitos a mão, porém teve presença de caretas, personagens saltitantes e colocando mão na testa, fazendo bicos com a boca, olhos arregalados, línguas de fora, coisas que estavam bem mais evidentes já em 2006, 2007, começado antes disso com o Emerson Abreu e depoisos outros roteiristas passaram a adotar esse estilo. Percebemos também um linguajar mais diferente, com mais gírias como "vapt vupt", "vaza cabeção", "cumé",  "cocuruto", etc, para atender e ficar mais próximo à criançada da época. 

31 comentários:

  1. Sei que muita gente associa a decadência da Turma da Mônica à Panini, mas eu gostei de algumas histórias publicadas nessa época, inclusive achei essa bem divertida. Apesar de amenizarem a violência física, pelo menos teve um conflito com o Bugu tentando abalar o psicológico do Bidu.
    Interessante que é do Paulo Back. Eu sou da turma que gosta das caretas, mas nem eu aguento o exagero das histórias atuais dele, onde não tem um quadrinho onde os personagens não estão com uma expressão facial absurda.

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    1. É, não dá pra generalizar que todas as histórias da Panini são ruins , tem histórias boas, principalmente os primeiros números que ainda tinham o mesmo estilo das últimas da Globo. O que estraga são as caretas, personagens saltitantes nada a ver. Nessa história até que isso ficou pouco, as novas exageram demais e junta com os traços digitais, piora ainda mais.

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    2. Essa questão da queda de qualidade dos quadrinhos não tem nada a ver com a Panini, essas tendências já estavam bem evidentes já na Editora Globo, principalmente depois de 2001. Foi um caminho que independente da Editora, seria seguido pela MSP, que foi adotando o politicamente correto, traços digitais e as caretas e expressões exageradas (horríveis) com o decorrer do tempo. Ou seja, um caminho sem volta!

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    3. Verdade, Ricardo. Queda de qualidade é por causa de mudanças de costumes ao longo das décadas. Se eles estivessem na Editora Abril até hoje, seriam as mesmas histórias com mesmo nível que se encontra. Aí melhor a gente comparar histórias por decadas, não por editoras.

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    4. Bem,Ricardo,vai que o caminho mude de novo.Gerações moldam a sociedade.

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    5. Julio Cesar, pra isso teria que ser no mínimo daqui 20 anos, mas a tendência é piorar visto que o politicamente correto é mundial e eles exportam os gibis mundo todo.

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    6. Marcos,levaria alguns anos,mas me parece que novas gerações virão diferentes dessa nascida nos anos 2000,novos ventos vindo,uma especulação.

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    7. Talvez os que nascerem agora tenham uma mentalidade melhor, mas acho difícil porque costuma cada geração piora. Hoje ninguém quer ler, só quer vídeos de Tik Tok, tendência filhos deles seguirem mesmo caminho. Vamos aguardar, muitos anos pra ver as mudanças das novas gerações.

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  2. Bugu andando quadrúpede?
    Acho que só tinha visto isso numa HQ bem antiga,dos anos 70,se é que vi mesmo.

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    1. Sim, ele era visto ssim nos anos 1970 depois abandonaram isso, acharam melhor andando em pé com 2 patas pra diferenciar dos outros cachorros.

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    2. Assim como nunca vimos Seu Madruga no restaurante da Dona Florinda ou o mesmo Madruga na presença do Jaiminho carteiro(na série live-action da TV),nunca vi Franjinha na presença dessa turma do Bidu,do "Biduverso"!

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    3. Julio Cesar, lembro do Franjinha no universo do Bidu por 2 vezes uma em que o Franjinha sonha que virou cachorro inclusive viu o Bugu, de Mônica 55 de 1991, e outra ele vendo o Bidu chutando o Bugu, apenas um quadronho na história de abertura de Gibizinho do Franjinha 15 de 1992.

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  3. Eu consegui esse gibi em estado de novo em sebo virtual há cerca de 2 anos atrás e já mostrei na integra no meu canal, a pedido de vários inscritos. É um gibi até legal, apesar de ter algumas expressões exageradas e doses leves de politicamente correto.

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    1. Só corrigindo: adquiri esse gibi em sebo físico aqui em minha cidade.

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    2. Que sorte! É um gibi número 1, então é bem difícil de encontrar (e quando encontra, geralmente é por um preço bem salgado).

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    3. Eu também consegui em sebo físico mas foi depois de 3 anos que foi lancad, aí era mais fácil. Quanto mais tempo passa, mais difícil encontrar em sebos. Achei um gibi normal para os padrões da época, mas que ainda consegue ser melhor que os deste ano. A história de abertura não gostei, excesso de caretas do Emerson, roteiro sem nexo, cansativo.

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  4. Bugu apronta e não é chutado, mas, a ausência desse ato não é possível atribuir com certeza absoluta ao politicamente correto de quinze anos atrás, se fosse assim o joelho do Bidu não seria bruscamente martelado, e em muitas histórias dos tempos de total liberdade criativa Bugu não termina chutado.

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    1. É que tem coisas que eles aceitavam, outras não, cada ano inventam uma novidade parao politicamente correto. Tipo, 15 anos, 10 anos atrás, ainda era muito comum aparecer personagens sendo espancados, pisoteados violentamente, principalmente em histórias do Emerson, como naquela história do aniversário do Chico Bento que postei que uma menina pisoteia menino em briga e o Chico espanca o palhaço Bobaldo Mec Pizza uma com cadeira, eram até bem repetitivas cenas assim, hoje já não aceitam mais e alteram tais cenas nos almanaques. Acho que ainda aparecia Bugu sendo chutado pelo Bidu, mas só de vez em quando, bem raramente, até extinguirem de vez, e pode-se dizer que essa martelada no Bidu foi única coisa mais incorreta nessa história.

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    2. O modo como são colocadas ataduras em Bidu, atando-lhe os braços como se fosse camisa de força, em seguida acomodado em cadeira de rodas empurrada para tirá-lo de cena, tomando rumo desgovernado por seguir sem auxílio de um condutor, visto que o cadeirante está também com as pernas imobilizadas, atos que não são, digamos, menos hostis que o abrupto teste de reflexo(s), estão no mesmo nível da marretada, ou até superam-na.
      Já o roteiro como um todo, é bem contido, os personagens não transmitem aquela aconchegante naturalidade de praxe, presente em HQs dos 70's, 80's e 90's, estão caricaturados, parecem paródias deles mesmos.

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    3. Ah, mas é o que pode se esperar de histórias dos anos 2000 e ainda mais na Panini. Eles não ficam naturais mesmo, bem artificiais, pra mim o linguajar e as caretas contribuem bem pra tirar a naturalidade.

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    4. Se tem algo deveras importante que foi deixado totalmente de lado pela MSP a partir dos 2000 foi a capacidade de imersão, antes dessa década, roteiros dos mais elaborados aos mais simples, maioria imersiva, e não havia como os personagens nadarem contra maré, eram todos imersivos. A superficialidade fez tipo Bidu com Bugu: chutou a imersão para bem, bem longe, para um caminho sem retorno.
      Até a montaria da ilustração desta capa não transmite a veracidade do que é ser um legítimo jóquei porcino, Chovinista mais parece o Bamby sob o garoto parecendo fazer corpo leve, parecem flutuar de tanta sutileza, bem diferente do que há na capa de Cascão nº33 de 1983, ali sim não há excesso de cuidados por ambas as partes. O porco saracoteando para tudo que é lado e o peão resistindo o quanto pode na maior euforia.

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    5. Concordo. Mudaram muito os personagens nos últimos anos e um caminho sem volta, tendência é piorar. Na capa, o efeito de sombras também tira muito a naturalidade. Nem dá pra comparar as capas com as da Abril, que tinham muito mais capricho e cuidadosas.

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    6. Recurso de sombreamento do modo como é aplicado nas capas dos gibis da TM clássica a partir da Panini Comics passa muito longe da naturalidade, máximo que consegue transmitir é um ar moderninho, e, no caso, "moderninho" não é diminutivo de moderno, pois há um profundo abismo entre moderninho e moderno, a sofisticada simplicidade da Turma da Mônica orgânica é deveras moderna, e passe o tempo que for, continuará moderna, porque a autenticidade garante isso, e nada tem a ver com estar na moda ou não, está completamente fora desse limitado conceito.
      Insistir na artificialidade de maneira sistemática como vem sendo feito atualmente, com objetivo de uniformizar as pessoas, padronizar a(s) sociedade(s), e, a todo custo, inibir, impedir a crítica de voltar a florescer, contribui apenas para adoecimento da mente e do corpo. Conta que inevitavelmente chegará, mais cedo ou mais tarde. Por mais que tentem ocultar a natureza, ela é latente, vem à tona de um jeito ou de outro.

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    7. Também não gosto desses sombreamentos e outros efeitos nas capas, muito artificial mesmo. Intenção deles parece que é para as capas ficarem chamativas nas bancas, mas perdem a naturalidade, sem dúvida. A simplicidade das antigas fazia diferença, mesmo as capas que tinha alusão à história de abertura eram mais bonitas por serem simples, sem efeitos.

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  5. Não sei, não se ela seria publicável. O Bidu cita o Chupa-Cabra em um momento.

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    1. Talvez fizessem alteração nessa parte se eles não aceitarem isso hoje.

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  6. Você falou uma vez na postagem da história "Uma festa de verdade!".

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    1. Acho que não aceitam chupa-cabra mesmo. Devem mudar essa parte em republicação.

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  7. Esse diálogos e gírias que eles colocavam nas histórias dos anos 2000 podem ser datados mas me dá uma nostalgia de ler esses gibis.

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    1. Sempre que colocavam gírias ficam datados depois de alguns anos, mas é bom pela nostalgia, de fato.

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