quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Tirinha Nº 89: Mônica

Hoje, dia 27 de outubro, é o aniversário do Mauricio de Sousa. Em homenagem, mostro uma tirinha de metalinguagem em que a Mônica encontra um interruptor e ao desligá-lo, faz apagar a lâmpada de ideias do Mauricio de Sousa, acabando a inspiração dele de criar as historinhas. Ela não sabia que o interruptor era o acesso para o Mauricio ter ideias para as histórias. Muito legal.

Feliz aniversário, Mauricio!!! Felicidades!

Tirinha publicada em 'Mônica Nº 4' (Ed. Globo, 1987).

28 comentários:

  1. Curiosidade desliga criatividade, boa! Sem querer, a criatura faz lenha na mente do criador - o "outro cômodo" é na cachola, aí é claro que trata-se de uma piada, explico:
    Na infância não conseguia compreender esta tira, entendia de modo literal, isto é, o interruptor relacionado à iluminação do cômodo em que Mauricio está ficaria em outro cômodo logo ao lado, seria aonde a guria estaria, e o balão de pensamento com lâmpada apagada, em vez de "iluminar", reforçava ainda mais o equívoco, leitura tão simplória desta sequência de três quadros que não havia como surtir efeito cômico, parecendo um mero recorte de HQ, e eu achava estranho algo assim, sem graça, ocupando espaço de piada.

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    1. No caso, ela devia estar visitando a MSP e o Mauricio estava perto daquele interruptor. Até que sempre entendi a piada, pra entender também teria que saber que aquele é o Mauricio de Sousa, criador dos personagens, talvez crianças que estariam começando coleção poderiam até pensar que aquele era o pai dela e de fato podiam pensar que apagou a iluminação do ambiente que ele estava. Legal que depois você passou a entender a piada de fato e passou a gostar dessa tirinha.

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    2. Primeira vez que vi a piada saquei de imediato que trata-se de Mauricio de Sousa* e não do ficcional* Seu Sousa, já estava habituado com a metalinguagem típica das HQs que atualmente denominamos como antigas, e pequenas mesas inclinadas como a do terceiro e último quadro, não posso falar pelos leitores dos meus tempos de guri e que ainda curtem histórias antigas da TM, mas, pelo menos para mim são um tipo de elemento muito, muito marcante.
      Demorei para captar a piada devido a uma coisa que afeta cérebros humanos, algo que talvez já tenha ouvido falar, é uma tal de... de... burrice.
      **Também podemos considerar Mauricio de Sousa atuando nas histórias em quadrinhos como alguém fictício, não deixa de ser mais um personagem, contudo, embora o paradoxo, em tal condição é um ficcional da vida real.

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    3. É, como na época estava em alta histórias de metalinguagem, era mito difícil pelo menos aqueles leitores dos anos 80 não saber que era o Mauricio e que ele era o criador dos personagens. Eu também saquei que era ele. O Mauricio nos quadrinhos não deixa de ser fictício, mas é baseado no verdadeiro, até porque costumam falar de MSP nessas histórias. Ou seja, Mauricio vira personagem dos seus próprios gibis, assim como os funcionários do estúdio.

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    4. Metalinguagem envolvendo o cartunista e os bastidores do(s) estúdio(s) é uma marcante característica das antigas histórias da Turma da Mônica, e outrossim superoriginal. Tive revistinhas de Luluzinha e Bolinha, Disney, Gasparzinho, Popeye, Trapalhões (2ª versão, com quarteto na forma infantil), Alegria, Recruta Zero, Chaves, Turma do Arrepio entre outras da categoria e, nesses títulos, nunca vi isto que a MSP exerceu com tamanha maestria.

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    5. Pois é, só nos gibis da MSP que tinham metalinguagem, sempre com maestria, eram muito divertidas histórias assim.

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    6. Tirinha bem criativa. Como citado nos comentários, além de apagar a luz na sala de estúdio, apagou tmb a criação do Maurício.

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    7. Na verdade, Roniere, não tenho certeza se a luz do ambiente em que o cartunista está foi de fato apagada devido à ação da Mônica ou apenas coincidindo para melhor concatenar, pelas cores parece que sim, principalmente a cor da parede, pela janela parece ser noite. Pode ser também que antes da inspiração ser desativada Mauricio já estivesse nesta, que mais parece ser uma penumbra - ambiente com baixa luminosidade, mas que é possível enxergar, até mesmo ler, escrever e desenhar.

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    8. Dá pra imaginar que o ambiente também ficou sem luz por causa da cor da parede com verde mais escuro, ainda que não fosse essa a intenção, importante é a piada principal de que a criatividade do Mauricio apagou ao fechar o interruptor.

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    9. Primeira vez que vi esta tira foi em branco e preto, daí, questões contidas no terceiro quadro sobre o ambiente estar mesmo sem luz, e se de fato está tem relação com a ação da Mônica ou é só coincidência para um melhor acabamento, e também se o momento é mesmo noturno, dúvidas que, não estando colorida, simplesmente não existem. Ao serem coloridas, determinadas tiras levantam curiosidades que em preto e branco ficam ocultadas ou são inexistentes. Para deixar explícito que não é a parte alvorecida do dia bastava aplicar uns pontinhos na parte superior do pedacinho de horizonte, o roxo claro sugere noite.
      Esta piada é um ótimo exemplo de como certas tiras funcionam melhor em branco e preto, e outrossim aponta para o oposto, isto é, aquelas que, coloridas, os elementos cômicos tornam-se mais objetivos, o humor (efeito cômico) fica melhor exercido.

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    10. É que inicialmente foi tira de jornal que depois lançaram em livro "As Melhores Piadas" e depois republicada nesse gibi da Mônica Nº 4. Na época, as tirinhas de finais de expediente eram esse estilo de republicações. Aí quando coloridas podiam ficar melhores pra compreender as piadas, fora mais bonitas visualmente.

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    11. Esta especificamente, acho que cumpre melhor o objetivo humorístico em preto e branco, no entanto, colorida também consegue entregar o serviço de maneira satisfatória. Parece que já a vi colorida de outro modo, com o último quadro pintado de apenas uma cor, com o cartunista como um camaleão no ambiente, um azul mais para escuro ou um cinza de tonalidade média, sei lá, acho que não é viagem da minha memória, não.

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    12. "(...)com o último quadro pintado APENAS DE uma cor,(...)"
      "De apenas" dá para compreender, mas, ao ler achei esquisito. Espero que seja mero erro, pior é se estiver me expressando assim e meu cérebro assimilando como algo normal, como, por exemplo, em vez de "ir a pé", "ir 'de' a pé", aí... "comprica"!

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    13. Depois dessa edição Mônica 4, ela foi republicada em outro gibi mensal nos anos 1990 com outra colorização. Também era comum republicarem essas mesmas tiras com cores diferentes, aí talvez você viu essa da republicação. E deu pra entender seu texto antes de você corrigi-lo.

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  2. Primeira vez que vi foi em Mônica 30 anos essa tirinha rs :D

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    1. Sim, foi republicada naquele livro especial. Um clássico também.

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  3. Um tempo em que os traços da TM estavam bem definidos e definitivos,exceto,e justamente,o do Maurição!

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    1. Verdade, traços dele variava de acordo com cada desenhista, só que o visual atual eles mantinham, tipo, quando ele tinha barba, deixavam de barba nos quadrinhos, quando estava só de bigode, desenhavam com bigode e depois com cara limpa, ele passou a ficar de cara limpa nos quadrinhos.

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    2. E esse Maurício está muito parecido com o Seu Sousa,que por sinal,já tinha os traços definidos.

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    3. Nessa ficou bem parecido com o Seu Sousa mesmo, um pouco mais gordo, talvez.

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  4. Ô, Marcos, por quê precisam ficar hoje em dia na porcaria do politicamente correto? Se eu fosse o Mauricio eu mandaria a história sem nenhuma alteração, até mesmo hoje em dia. Seria o correto.

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    1. Infelizmente eles querem agradar os pais das crianças que implicam com as coisas incorretas. Outro fator que influencia também é que os gibis são exportados e eles querem padronizar as histórias de acordo com os costumes dos países, tudo que é incorreto em outros países também não colocam mais.

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    2. E por quê eles fazem alterações, tipo quando o Cebolinha pensa errado, atualmente, pensa certo?

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    3. Alterações são também por causa do politicamente correto, aí sobre Cebolinha pensar errado eles querem deixar como é a vida real, quem tem dislalia pensa certo e aí querem deixar igual como é na realidade, não mostrar errado. Problema que quadrinhos é ficção, não vejo problema se deixassem ele pensando errado porque quadrinhos pode tudo.

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    4. Também sou a favor da presença de dislalia em textos pensados, e não somente com Cebolinha (e outras crianças), também com chineses e alguns outros povos do (E)extremo (O)oriente quando esses estão pensando na forma escrita (pois há pensamentos que são desenhos), visto que a dislalia é um marcante esteriótipo para melhor definir e representar essas nacionalidades.
      Essa de que tudo (ou quase tudo) no lúdico da categoria da qual TM clássica pertence tem que ser fiel ao mundo real, nada mais é que censura, e um tipo de censura que limita demais a criatividade e consequentemente contribui para emburrecer os leitores que se encontram na infância, pois dificulta o desenvolvimento da capacidade de saber separar o ficcional do real.

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    5. Exato, Zózimo. Era bem melhor a dislalia do Cebolinha pensando elado assim como chineses e japoneses quando necessário. Nada a ver gibis voltados ao mundo real, a graça eram os absurdos que tinham nos quadrinhos, crianças tem que, precisam, devem distinguir o que é real e o que é ficção, sem dúvida. Isso são coisas dos pais que pensam que filhos não têm capacidade de ver essas diferenças e problematizam tudo.

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    6. Pois é. É muito triste quando isso acontece.

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