sábado, 15 de outubro de 2022

Capa da Semana: Chico Bento Nº 312

No "Dia dos Professores", mostro uma capa em que o Chico Bento deixa um espantalho com a cara dele na sala de aula em seu lugar para ele se divertir no riacho em frente à escola. Engracada a cara braba da Professora Marocas que gostou nada, sofre ter um aluno como ele, e engraçado também o Chico pelado todo contente em nadar no riacho e sem querer saber de escola. 

Foi a última capa aparecendo algum personagem pelado já que depois o politicamente correto não permitiu mais isso, nem em histórias, muito menos em capas que todo mundo via ainda nas bancas. Chico matar aula para ir em ribeirão também não é aceita hoje em dia, já que ele é um bom aluno hoje, assim como não aceitarem mais comparação do Chico com espantalho.

A capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 312' (Ed. Globo, Janeiro/ 1999).

25 comentários:

  1. Bela capa! Confesso que não conhecia, ou se já vi, não dei a devida atenção.
    Caprichou na ousadia, pois colocar espantalho para substituí-lo é desafiar demais a autoridade da professora e ignorar por completo a consequência. Deve ter calculado distância entre a mesa dela e a carteira dele, considerando que a docente usa óculos, lida com vários alunos e ainda divide atenção com as disciplinas que leciona, calculou as variáveis e viu que era possível colocar em prática esta traquinagem, a consequência pouco importa, o negócio é não ser pego no pulo, conseguindo sair de fino e fornecendo aos leitores a piada de capa.
    Acho desnecessária a plaquinha de cartolina dobrada com nome dele, sendo mais antiga cinco ou seis anos, acredito que não faria parte da gag.

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    1. Zózimo,sobre sua última resposta a mim,em tópico anterior,eu não vivi aquela época,mas "pesquiso" a música jovem daqueles tempos,fico observando,na verdade.

      Me baseei nos Beatles e seus colegas da invasão britânica,que vestiam terninhos,mas por volta de 1965,passaram a usar roupas menos formais,embora tenham usado uma espécie de uniforme no lendário show do Shea Stadium.

      Mas,naquele meio-tempo,ainda havia bandas de ternos,era uma fase de transição.Se bem que bandas britânicas de pop romântico,como Herman's Hermits,vestiam ternos na segunda metade daquela década.

      Mas em 1969,quando já se vestiam bocas-de-sino e camisas berrantes,estranhei Tommy Roe parecendo ir ao escritório.Será que foi "culpa" de seu produtor?

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    2. Zózimo, essa capa não é muito divulgada, aí deve ser por isso que você não a conhecia. Capaz do Chico ter pensado isso da professora usar óculos e que não ia reparar que era um espantalho no lugar dele, pelo menos quando ela percebeu, ele já estava longe. Adorava atitudes assim dele para matar aula. Também acho que não precisaria da plaquinha, talvez foi colocado pelo Chico pra confirmar para a professora Marocas que era a carteira que ele estava sentado, caso os alunos não tivessem lugares marcados para sentarem na aula.

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    3. Julio Cesar, vai que foi mesmo o que pergunta, pode ter sido ideia do produtor, talvez disse: "Passa no meu escritório depois da apresentação!", aí, o artista foi a caráter.
      Também me interesso bastante por movimentos sociais e culturais dos tempos em que eu não era nascido, e os 1960, especificamente dentro do espectro ocidental, considero uma década, sei lá... ímpar, não é a melhor definição, nem singular, pois todas as décadas do século XX são únicas. Por diversos motivos, os 60's são inegavelmente um marco, e há muito olho para as inúmeras épocas da (H)história sem a tal romantização, pois só serve para desumanizar e nos afastar do conhecimento, procuro sempre a desconstrução para compreender de fato. Romantização, glamourização servem para nada, não passam de resumos enlatados, só emburrecem.

      Marcos, espantalhos costumam trajar camisas de mangas compridas no objetivo de ocultar o máximo possível a matéria-prima de seus corpos, uma camisa amarela com gola redonda e mangas curtas sobre a que o boneco está usando seria suficiente para dispensar a plaquinha com nome que só serve para enfraquecer a piada.

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    4. Zózimo, de fato se deixasse camisa amarela no espantalho nem precisaria da plaquinha, de qualquer não enfraqueceu a piada como um todo, importante a má intenção do Chico de matar aula.

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    5. A gag é boa, além do capricho nos traços. Plaquinha é detalhe dispensável e, no todo, secundário(a), desperta pouca atenção, certamente parte dos leitores nem a enxerga(m).
      Parece que o tema nudez em capas é mais presente em Chico Bento, há mais duas: com peixinhas avexadas (1992) e focando em distração da Dona Cotinha na função de lavadeira (1990), talvez hajam algumas outras que não lembro ou desconheço.
      Em Magali há aquela do contraste ou comparação dos banhos dela e do gato (1991); de Cascão, aquela em que, contrariado, assiste a mãe pendurar suas roupas molhadas no varal (1987), outra, ele dizendo para os leitores algo como dobrar o gibi, e assim, molhá-lo, e fala com semblante de naturalidade, sem medo (1988); na praia, correndo atrás do Bidu, Cebolinha tenta recuperar o calção de banho (1991); Mônica, dentre as que conheço, considero a melhor do tema, seminudez fruto de um belíssimo salto ornamental, hilária sacada dessa gag é não perceber a vexaminosa saia justa(?) - ô... quisera ela uma saia, por menor que fosse... - em que se encontra, dando lugar ao ego inflado, se achando a tal pelo feito que elabora (1986). Devem haver outras mais dos quatro neste tema.

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    6. Eram engraçadas essas capas com personagens nus ou semi-nus. Nas suas épocas ninguém ligava, hoje são só críticas, atentado ao pudor, etc. Outra capa dessas foi Cebolinha pelado rodando pela casa ao pisar no sabonete no banho de Cebolinha 127 de 1983. As numerações das outras citadas por você foram Magali 46, Chico Bento 86 e 148, Cascão 3 e 29, Cebolinha 49 e Mônica 189.

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    7. É mesmo, esqueci dessa clássica arte de capa de Cebolinha nº127 de 1983.
      O hábito cultural de nadar nu dá uma pequena vantagem ao abobrense, pois é o que faz nas capas de Chico Bento números 5 (1982) e 168 (1993).
      Acho válido contabilizar os banhos sentados, embora pelados, não são automaticamente classificados como nudezes explícitas, estão nas capas das edições de nº5 de Chico Bento e Cascão (1987), mais o nº67 do caipira (1985).
      Há uma controversa, não sei se entra na lista, pois há só uma folhinha, é de Magali nº82 (1992).

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    8. Pois é, esqueci dessas do Chico Bento 5 de 1982 e 168 de 1993, muito boas. A Magali 82 também se encaixa com nudez mesmo com a folhinha. Já nas de Chico 67 de 1985 e Cascão e Chico 5 de 1987 estavam pelados, mas por não terem mostrado parte de baixo, ficam mais como se estivessem sem camisa, menos impacto nessas 2.

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    9. Na verdade, Marcos, menos impacto nessas três. Outra com pouco ou até nenhum impacto é a de Cascão nº149 (1992), porque não há como saber se está de fato nu.
      Através da "Magaleva" ou "Evagali", que faz uma limpa na diabólica macieira, lembrei daquele que é tocado por Deus, o "Adão Bento" ou "Chicadão", Chico Bento nº53 (1984). E o caipira é mesmo o peladão oficial das capas dos gibis antigos da TM, há ainda o nº61 (1989).

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    10. Verdade, Zózimo, em Cascão Nº 149 não dá pra afirmar que ele está pelado naquela condição, pode estar de cueca. Chico Bento Nº 53 de 1984 e Nº 61 de 1989 também contam bastante. Definitivamente tiveram muitas capas com eles pelados, era engraçado. E prefiro chamar Magali de "Evagali" na sua capa Nº 82.

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    11. Mas, pense bem, caro Marcos... Magaleva é mais apropriado porque quase "leva" a (S)serpente à falência. Dizer que ela e Chicadão "dão" prejuízo não é justo, é só Evagali mesmo. Caso o fruto proibido fosse goiaba, aí, seriam outros quinhentos...
      Ainda tem uma vantagem para o "matutadão" sendo Magali a Eva, pois Chico fica livre do pecado, porém, fica sem "muié" também, porque "Gabrijinho" ou "Anjibriel" - Anjinho como Anjo Gabriel - a enxota do (P)paraíso. A esganação é tamanha que, a incompetente Magaleva não "leva" Chicadão para o mau caminho, e é aí, graças à esfomeada, que Chico é legitimado como Adão Bento, pois é "abençoado" por Deus e bonito por natureza, mas que beleza, que beleza(!), tem Carnaval, tem Carnaval(!), tenho um F... Perdão, Marcos! Misturei música com Gêneses mauriciano, que deslize! É que às vezes flerto com o retardamento, ficar 100% fora da moda retardada, costuma de vez em quando me deixar com sensação de que sou um cafonão por não fazer parte do que está tão em voga, mas, sempre me recomponho e volto à luz da demodê racionalidade.
      "Intonce", Adão Bento fica um tempo sozinho, e, no mau sentido, não "fica na mão" porque não é adulto e nem adolescente, não passa de um inocente guri, e a agradável solitude vai, aos poucos, se tornando solidão, daí, Deus se toca de que seu Adão carece de uma nova Eva, surge aí a "Evasinha", ou "Evosinha", só que, esta segunda opção de nome passa impressão de uma figura anciã, e a primeira parece uma forma diminutiva, junção que passa um ar simplório, pouco sonoro, e outrossim remete a alguém que não está querendo compromisso, que se esquiva, "evasiva", enfim, saindo caro anatomicamente para o caipira, custando-lhe outra costela, confecciona-se a "Rosinheva". Mudando definitivamente o nome do lugar, de azedo "Limoéden" para o leguminoso "Abobréden".

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    12. A história do Chico Adão foi excelente, sem dúvida.

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  2. Existe o pudor bem dosado,existiram os excessos de um tempo atrás e existe um excesso de pudor,paranoico de hoje em dia.Vamos pôr a cachola para pensar,até porque não queremos criar crianças para serem geleias no futuro.

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    1. Que fiquemos então com o pudor bem dosado, vejo nada de mais mostrar personagens crianças peladas em gibis, criança não tem maldade. Implicam com tudo hoje, por isso uma capa assim com Chico de bunda de fora seria um escândalo. Coisa está tão feia que em redes sociais eles apagam vídeos e fotos das pessoas que postam histórias nas redes com personagens pelados, alegando que mostraram pornografia infantil, mas são só desenhos dos personagens. Ou então eles são obrigados uma tarja preta para não terem fotos ou vídeos apagados. Completamente sem noção.

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  3. Não sei se é problema desse número como um todo, mas o meu exemplar de Chico #312 veio com defeito. Depois da página 10, aparecem cópias das páginas 3-10 e depois, aparecem duas vezes as páginas 27-34.

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    1. O meu está normal, foi erro só do seu gibi, provavelmente um lote pequeno foi assim.

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  4. Marcos, você ficou sabendo que no Chico Bento falaram de LGBTs? Eu achei isso bem inapropriado e até mesmo errado pras crianças. Essas crianças são menores, o Mauricio deveria 'tar maluco!

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    1. Não vi, não. Se foi em história, pior ainda, de admirar ter falado.

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    2. Foi em história, sim. Pra piorar tudo. Foi na Edição Número 57, na Segunda Série da Editora Panini. Você irá ficar chocado.

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    3. Vou procurar esse gibi e história, aí vou ver porque não conheço. Bem estranho mesmo Mauricio aceitar em época atual.

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    4. A história se chama "Família", eu acho.

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    5. Conferi a história, falaram de LGBT, mas não foi mal, não teve preconceito. Foi diferente ter esse assunto em gibi infantil, mas já vi que Mauricio queria criar um personagem LGBT por esses anos.

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    6. Não deveria ser apropriado esse assunto.

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    7. Acabaram colocando naquela do Chico, bem brevemente, mas teve.

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