sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Os 40 anos da Revista do Cascão

A revista 'Cascão' está comemorando a marca histórica de 40 anos de gibis ininterruptos no Brasil. Nessa postagem mostro tudo sobre a revista do Cascão, toda a sua trajetória e curiosidades ao longo dos seus 40 anos de gibis e também como foi a revista "Nº 1" da Editora Abril.

Depois do cancelamento da revista mensal do Pelezinho, a MSP resolveu lançar os títulos 'Cascão' e 'Chico Bento' com periodicidade quinzenal, seguindo formato das revistas da Editora Abril do Pato Donald e do Zé Carioca que se revezavam nas bancas com menos páginas que outros títulos já existentes, assim como os gibis do Pateta e do Peninha que também foram lançados juntos nesse sistema de revezamento nas bancas entre eles no mesmo mês de Cascão e Chico Bento. Intenção da editora em formatos de gibis assim era de toda semana ter gibi novo nas bancas e por ter menos páginas, ter um preço menor por edição e que todos tenham acesso à leitura. Quem não fazia coleção regular, comprando um ou outro gibi de vez em quando e não tinha condições de comprar gibis da Mônica e Cebolinha mais caros, comprariam os do Cascão e do Chico Bento para poder ler gibis. Quem colecionava, até pagava mais para ter dois gibis do Cascão no mês comparado a um gibi mensal do Cebolinha, por exemplo, mas quem era leitor ocasional, economizava bem.

Primeira propaganda da revista do Cascão (1982)

Assim, no dia 19 de agosto de 1982 foi lançada a revista do Cascão, com 36 páginas, e que se revezaria nas bancas com o título novo do Chico Bento, chegando sempre nas bancas às quintas-feiras. Com isso, em uma quinta-feira, lançavam Cascão e na outra quinta, saía o do Chico Bento, na outra quinta, outra do Cascão, e por aí vai. Passaram a colocar datas de lançamento nos créditos finais dos gibis, provavelmente, com datas lançadas no estado de São Paulo, que sempre revistas chegam lá primeiro.

Propaganda da revista do Cascão (1988)

Nesses 40 anos, 'Cascão' passou por 3 editoras diferentes: Abril, Globo e Panini, totalizando 769 edições até nesse mês de agosto de 2022, somando as 3 editoras. A cada troca de editora, a numeração foi reiniciada. Na Editora Abril foi até em dezembro de 1986, até o "Nº 114". A partir de janeiro de 1987 a coleção foi para a Editora Globo, durando 467 edições. Desde janeiro de 2007 está na Editora Panini, sendo que depois que chegou a edição "Nº 100", em abril de 2015, e na "Nº 70" em fevereiro de 2021, resolveram iniciar numeração novamente na mesma editora nos meses seguintes porque a MSP acha que cada geração de leitores deve ter uma edição "Nº 1" na sua coleção, e, com isso, com 100 edições mais 70 edições da segunda série e mais 18 na terceira série, totalizam 188 gibis na Panini até esta data.

Propaganda da revista do Cascão (1990)

Estilo de histórias nos gibis do Cascão predominavam a sua característica de não tomar banho, o seu medo de água, fugir dos vilões e até dos seus amigos que faziam planos infalíveis para lhe dar banho, apologia à sujeira, brincar no lixão, com lama. Ele passou a ter um porquinho de estimação, o Chovinista, as vilãs Cremilda e Clotilde e retorno do Doutor Olimpo e da Cascuda, embora no início não era sua namorada oficial. 

Para diferenciar, colocaram também outras características como Cascão montar seus brinquedos, ser craque do futebol, torcer para o Corinthians ("Coringão"), histórias de planos infalíveis contra a Mônica e só perturbando os seus pais, dando um contraste bom com o tema de sujeira. Porém, nos últimos anos, histórias envolvendo sujeira e medo de água foram diminuindo drasticamente, agora Cascão faz apologia á limpeza e se envolve com Ecologia e muito mais frequente histórias com ele consertando brinquedos e praticando esportes ou enredos que se encaixariam com qualquer personagem, tudo por causa do politicamente correto.

Propaganda da revista do Cascão (1991)

Em relação a formato da revista, sempre mediu 13,5 X 19 cm no formato canoa e nunca teve lombada. Quando eram quinzenais, eram lançadas 26 edições por ano. Não tinham 24 edições por causa do calendário de meses com 5 semanas, tendo 3 revistas saindo em alguns meses ao longo de cada ano.  

Com a mudança para a Editora Globo, as revistas continuaram quinzenais e ainda tinham revezamento com Chico Bento no início, mas depois do lançamento da revista da Magali em 1989, esquema de revezamento pontual acabou, com 3 títulos quinzenais a partir de então, não chegavam precisamente de 15 em 15 dias e cada revista podia chegar nas bancas qualquer dia da semana, de uma forma de ter 2 revistas novas por mês de cada um dos 3 personagens ou 3 revistas em alguns meses. 

Algumas capas da Editora Abril

A revista continuou quinzenal até em março de 2003, quando no "Nº 422" passou a ser mensal com 68 páginas e passou a ter 1 página de correspondências dos leitores e 1 página de passatempos, o que não tinha antes. Estavam precisando criar histórias de abertura com mais páginas que não se encaixariam com as revistas de 36 páginas, além de ajudar a criarem menos capas novas por mês. O que foi bom de pagar menos para quem colecionava porque as últimas quinzenais estavam custando R$1,90 cada e com as mensais pagava uma por mês por R$ 2,90. Agora quem não colecionava e comprava ocasionalmente, já teve um certo aumento para comprar.

Algumas capas da Editora Globo

Enquanto eram quinzenais, histórias de personagens secundários fixos nos gibis do Cascão eram apenas do Bidu e Turma do Penadinho dando uma identidade para os gibis dele. Inclusive, foi a partir dos gibis do Cascão que o núcleo do Penadinho passou a ser mais conhecido e passaram a ter características próprias ao longo dos anos. Antes, eles apareciam só de vez em quando nos gibis da Mônica e do Cebolinha, bem raramente e sem personalidades definidas, maioria eram histórias do Penadinho com outros fantasmas. Quando Cascão passou a ser mensal em 2003, passaram a ter histórias de qualquer secundário, não só Bidu e Turma do Penadinho, tirando a identidade da revista.

Capas "Nº 1": Abril (1982), Globo (1987), Panini (2007), Panini (2015), Panini (2021)

Na Editora Abril, entre 1983 a 1985 maioria das edições não tiveram tirinhas no final porque a Editora Abril resolveu colocar propagandas diversas no lugar em gibis de todos os segmentos. Lá também foi marcada por brindes, como cartões, agendas, marcadores de livro, papéis de cartas, entre outros, que incrementavam mais as revistas. Depois na Globo e Panini isso foram raros de acontecer.  

Na mudança para a Editora Globo teve curiosidade que as revistas da MSP "Nº 1" chegaram atrasada nas bancas, chegando de um mês para outro, por conta de problemas na impressão das revistas e ainda seguiram atrasadas alguns meses depois. Com isso, em 1987, Cascão teve 25 revistas em vez de 26, o que fez influenciar em toda a numeração final da coleção da Globo, terminando no "Nº 467", em um número ímpar. Em 1993, Cascão teve 27 edições, na N° 182, fazendo diferenciar do Chico Bento em final de cada ano, com Cascão terminando com uma edição a mais a cada ano, ficando assim até em 2003, quando Chico teve uma quinzenal a mais antes de virar mensal para igualar os números no lançamento das revistas mensais dos dois.

Na Panini, as 2 primeiras séries continuaram mensais com 68 páginas, já na 3ª série a partir de 2021, os gibis passaram a ter 84 páginas para padronizarem todos os títulos, sendo que essa padronização fez tirar totalmente acessibilidade de gibis para quem comprava título mais barato. Com essa mudança, passaram a colocar 9 páginas de passatempos e seções de "Turma do Mauricio" e "Tirinhas Clássicas" nas revistas dele para suprir as páginas a mais em relação aos de 68 páginas, em vez de criarem mais  histórias como são nas revistas da Mônica e do Cebolinha.

Capas "Nº 100": Abril (1986), Globo (1990), Panini (2015)

As capas nas Editoras Abril e Globo sempre prevaleceram piadinhas com as características dos personagens, e de vez em quando algumas com referência à história de abertura quando elas eram importantes. Quando mudaram para a Editora Panini, todas as capas passaram fazer exclusivamente alusão à história de abertura, deixando de lado as piadinhas, e passaram a ter efeitos de sombra e luz para modernizar. 

O logotipo basicamente não mudou messes 40 anos, porém a partir da edição "Nº 420", de fevereiro de 2003 da Globo, os logotipos sofreram adaptação, ajustando o rosto da personagem ao lado do logotipo como uma forma de melhor identificação dos personagens nas bancas. Na 1ª série da Panini a partir de 2007, mudaram os desenhos das miniaturas colocando também braços nas personagens, na 2ª série a partir de 2015 o logotipo voltou a atingir a largura inteira dos gibis e colocam uma imagem da personagem de corpo inteiro já existente de revistas anteriores e em miniatura e na 3ª série a partir de 2021, apenas atingindo largura do gibi sem miniaturas dos personagens, só que em estilo 3D. Uma mudança maior no logotipo nos gibis da Panini foram deixar as sujeirinhas em cada letra com a cor de fundo em vez de pretas, deixando as sujeirinhas quase invisíveis, ficando ruim assim, como uma espécie de querer limpar o Cascão.

Capas Editora Globo: Nº 100 (1990), Nº 200 (1994), Nº 300 (1998), Nº 400 (2002)

Durante a trajetória, vimos os traços mudarem de 1982 até agora, tudo de forma gradual ao longo das décadas até chegar os traços digitais, que deixam as histórias horríveis visualmente, com desenhos sem vida e parecendo carimbo. Também acompanhamos todas as evoluções de gírias, de estilos musixais e artistas em evidência, de comportamentos sociais, até evoluções das moedas e preços nas capas são interessantes observar, até chegar a inclusão digital nos dias de hoje. É que a MSP sempre teve preocupação em adaptar as histórias ao que acontecia na atualidade. 

Verdadeiras capas Nº 100 (1986), Nº 200 (1990), Nº 300 (1994), Nº 400 (1997), Nº 500 (2001), Nº 600 (2008), Nº 700 - 2 versões (2016)

Sobre a edição "Nº 1", foram 8 histórias no total, incluindo a tirinha final. Abre com a história "Montanha Suja, meu ídolo", com 8 páginas. Montanha Suja, lutador de luta livre e conhecido por lutar com golpes sujos, semore perde lutas e é vaiado e considerado vilão e queria ter fãs e pedidos de autógrafos. Ele encontra Cascão, seu ídolo  abraça seu ídolo e eles presenciam um assalto a um banco, Montanha Suja bate nos 2 ladrões e a imprensa quer entrevista com ele, falando que depois dessa notícia, vai ser aclamado como herói.

Trecho da HQ "Montanha suja, meu ídolo"

Cascão só era ídolo do Montanha Suja porque praticava as lutas com golpes sujos e trapaças por envolver sujeira que ele gostava. No momento que ele agiu como os outros lutadores, Cascão se desiludiu, mas Montanha Suja voltou atrás do seu sonho de ter muitos fãs para não decepcionar uma criança, que tinha afeto sincero, trazendo boa mensagem. So dececionou Cascão  no final ao descibrir qye seu idoo tima banho como todo mundo. Depois essa história virou desenho animado no filme "Bicho-Papão e outras histórias" de 1987. Impublicável atualmente por haver luta livre, violência, trapaças e bandidos armados assaltando banco.

Trecho da HQ "Montanha suja, meu ídolo"

Depois vem Anjinho com história "As argolas", muda de 2 páginas, em que ele faz uma apresentação para outros anjnhos de unir auréolas de todos, só que no final não consegue desatar as auréolas e todos tem que voar juntos para terem suas auréolas. Anjinho não tinha histórias fixas nos gibis do Cascão, mas colocaram essa como forma de preencher gibi por não ter ainda histórias suficientes do Cascão produzidas.

HQ "As argolas"

Em "Bugu não veio, mas...", com 3 páginas, Bidu conversa com uma carta, que diz que o Bugu não pode ir porque está descansando em clínica de repouso, Bidu comemora, mas tem a visita do Buguinho, sobrinho do Bugu, falando que o seu tio ficou doente e mandou Bidu tomar conta dele. Bidu tenta voltar a conversar com a carta e Buguinho o atrapalha, assobiando alto, fazendo malabarismo, sapateado e imitações. Bidu repreende e Buguinho chora que não quer levar pontapé como ele faz com o tio. Bidu diz que nunca bateria em criança e Buguinho faz o quer, sabendo que não vai ser expulso. No final, Bidu fica doente e fica do lado do Bugu na clínica de repouso, sabendo o motivo de ele ter ficado doente.

Bugu tem sobrinho pior que ele, que nem Bidu aguentou. Um verdadeiro pestinha, interessante o Buguinho ter bordão "Alô, vovó!", saudando também a mãe do Bugu. Como ele é filho de irmã ou irmão do Bugu, a mãe deles é a mesma e, consequente a avó do Buguinho é a mesma a quem Bugu saúda. História uniu metalinguagem com universo de Bidu conversar com objetos e o Buguinho apareceu só nessa história, com o tempo foi aparecendo outros parentes do Bugu nas histórias, inclusive sua mãe.

Trecho da HQ "Bugu não veio, mas..."

Em seguida vem história do Cebolinha, "Uma voltinha", de 2 páginas, em que os personagens veem Cebolinha andar de bicicleta e pedem para dar uma volta nela. Cascão, Mônica, Magali, Xaveco e várias crianças dão volta, um depois do outro, no final , Cebolinha consegue andar de bicicleta, mas com tantas voltas que deram que abriram buraco ao redor deles no chão e Cebolinha cai ao fazer uma curva. Mais um caso de colocarem uma história curta sem ser do Cascão, que poderia ter saído em gibi do Cebolinha, já que não tinham histórias suficientes do Cascão produzidas para preencher gibi. Teve participação do Cascão, mas a história e a piada foi com o Cebolinha.

HQ "A voltinha"

Depois vem "Cascão e Bugu", de 4 páginas, um inusitado encontro dos personagens, que até então Bugu só aparecia com o Bidu. Bugu aparece para parabenizar Cascão por ter conseguido revistinha só dele e não ficar na sombra dos outros, lembrando que são donos das historinhas, como Bidu faz com ele, que mal entra e Bidu fica histérico. Cascão fala que está cheio de serviço e ele tinha que ir embora, Bugu faz teatro, falando que só porque Cascão ganhou uma revistinha e esquece dos amigos. Cascão fala que isso não estava programado e Bugu pede para ele falar com editores para dar uma boquinha na revista.

Enquanto o Cascão vai falar com os editores, Bugu diz para os leitores que com Cascão é mais fácil de enrolar e aproveita que está sozinho para fazer imitações do próprio Cascão, da Mônica e da Magali. Cascão volta e diz que editores não querem Bugu lá, não gostaram das imitações e querem coisas originais. Bugu fala que vai ficar sentado lá e, então, Cascão dá um chute no Bugu para expulsá-lo e ele diz que depois é ele quem é o imitador, saindo com bunda doendo.

Foi uma história digna de estreia de revista, especial para o lançamento, ficou legal e bem criativa a dobradinha do Cascão com o Bugu, querer fazer o mesmo que fazia com Bidu, aproveitando que Cascão ganhou revistinha dele. Curiosamente, Bugu já tinha aparecido om a Mônica, em 1982 mesmo, e agora foi com o Cascão, pelo visto queriam variar as aparições do Bugu com outros personagens, ele estava bem em alta na época, público devia estar gostando dele.

Trecho da HQ "Cascão e Bugu"

Em "Quem precisa de um empurrãozinho", de 3 páginas, Penadinho conversa com um homem que estava há 3 dias sem dormir porque estava amando e ela não dá mínima bola para ele. Penadinho dá um terno para o homem de quando ele era vivo e também flores e pente para pentear o cabelo. Anoitece e ele vai se encontrar com a pretendente, mas no final, descobrimos que ele era o Lobisomem e estava apaixonado pela cachorrinha da madame e consegue conquistar a cachorrinha, saindo juntos, e a dona dela entender nada. 

Penadinho conversava com o homem sem saber que era um lobisomem e pensava que ele estava querendo paquerar a mulher. Legal trocadilho de Penadinho brincar que a mina não dá bola porque não joga futebol, ele ter terno que ele usava quando era vivo, sem fazer jus à regra de que da vida nada se leva. Uma das primeiras histórias mais desenvolvidas com Penadinho no estilo dos anos 1980, personagens ainda descaracterizados e sem traços definitivos, com o passar dos anos ia padronizar características e traços de cada um.

Trecho da HQ "Quem precisa de um empurrãozinho"

O gibi termina com "Mania de limpar Cascão", com 6 páginas, a estreia das irmãs Cremilda e Clotilde. Elas se mudam para o bairro do Limoeiro e estão limpando a casa, reclamam que chão e lustre estão imundos, limparam mesa há 3 minutos e já está suja de novo, quando Clotilde vai fechar janela, avista o Cascão e grita por achar um menino horrível como lixão ambulante e as duas resolvem limpá-lo.

Elas jogam balde d'água pela janela enquanto ele passava, mas consegue escapar, cavando buraco no chão e sair pelo outro lado, mandando elas terem cuidado com a água. Depois tentam dar banho de mangueira atrás dele e sem vê-las, mas a água acaba. Em seguida, inventam uma cadeira autolimpante quando alguém senta nela e chamam o Cascão para sentar nela. Clotilde dá desculpa que a irmã estava com peso na consciência de ter jogado balde nele e chama para casa dela para ele  perdoar pessoalmente. Chegando lá, pedem para sentar na cadeira pra tomar sorvete e ele prefere tomar em pé. Clotilde diz que comer depressa faz mal e ele não quer bobear se Magali aparecer. Cascão quase senta e um sorvete dando raiva nela que tem que limpar chão e enquanto limpa, ele vai tomando os sorvetes.

Trecho da HQ "Mania de limpar Cascão"

Cascão quer ir embora, elas pedem para ficar, sentar na cadeira que tem mais um sorvete surpresa. Cascão diz que não pode mas ficar, abraça as duas pelos melhores sorvetes que tomou e pergunta se na próxima pode levar a turma. No final, as duas disputam quem fica na cadeira, uma fica 3 horas na cadeira e diz que precisa de mais de 20 banhos para ficar limpa enquanto a outra espera e cobra para sair logo pra ela entrar.

Bem incorreta, cheia de absurdos e seguindo estilo de desenhos animados, conhecemos Cremilda e Clotilde, que vieram com tudo. Não era só Franjinha e Doutor Olimpo que inventavam coisas, elas também inventavam coisas para limpeza, não se deram bem, pelo menos conseguiram disfrutar a invenção da cadeira para tomarem banho. Com gibi do Cascão, ele tinha que ganhar vilões para dar banho nele e foram criadas especialmente nessa intenção. Nos primeiros anos, Cascão era ingênuo, pensava que eram amigas, não desconfiava da falsidade e que elas queriam dar banho nele, a partir de 1993 mudaram com ele sabendo muito bem as más intenções dela. Já Doutor Olimpo, que voltou para os gibis com o lançamento da revista, Cascão sempre soube que era vilão, foi de propósito para diferenciar os vilões, eu achava mais engraçado o ele ingênuo e a falsidade delas, depois ficaram vilões tudo iguais.

Trecho da HQ "Mania de limpar Cascão"

Tirinha final foi com meninos procurando seus cães e descobrem que o Cascão escondeu para não darem banho neles. Curiosidade do Xaveco ter cão também   hoje ele tem o Ximbuca como fixo.

Tirinha da edição

Pode ver que o gibi teve várias histórias curtas, Bidu e Penadinho já marcando boa presença, o que seriam secundários fixos depois, Cascão teve poucas histórias porque não tinham histórias suficiente produzidas ainda, com o tempo foi aumentando. Gibi bem incorreto para os padrões atuais, o que se torna bem diferente que vemos e, mesmo com 36 páginas, tinha muito mais conteúdo que 84 páginas atuais. essa revista teve depois mais relançamento em 2007 na 'Coleção Histórica Turma da Mônica'.

Cascão Nº 1 (Ed. Abril, 1982); Nº 1 (Coleção Histórica, Panini, 2007)

A revista 'Cascão' chega aos 40 anos em 2022 sem edição especial comemorativa para a data. A edição atual "Nº 18" passou a data em branco, pelo menos podia ter uma capa comemorativa e um frontispício na página 3 fazendo homenagem ou um selo na capa, só que seguiu tudo normal, uma edição comum.

Sem dúvida uma marca histórica que a revista 'Cascão' atingiu, não é qualquer um que consegue ter 40 anos de gibis ininterruptos em circulação, ainda mais no Brasil. Tiveram muitas histórias e momentos inesquecíveis que sempre vão ser lembrados pelos fãs, principalmenteas envolvendo sujeira. Pena que a qualidade decaiu por causa do politicamente correto, deixando personagem completamente descaracterizado, mas os momentos bons prevalecem e tem todo um valor histórico. Vida longa á revista do Cascão.

Termino mostrando as capas de agosto a cada 10 anos, quando a revista estreou e quando completou 10, 20, 30 e 40 anos, nos anos de 1982 a 2022, respectivamente. Sendo que as do período que a revista foi quinzenal, coloquei a edição correspondente às segundas quinzenas de cada mês de agosto, pois a "Nº 1" foi lançada depois da primeira quinzena e só teve uma edição em agosto de 1982.

Capas de Agosto: Abril: Nº 1 (1982); Globo: Nº 146 (1992), Nº 407 (2002);  Panini: Nº 68 (2012); Nº 18 (2022)

35 comentários:

  1. Eu estava indo ver se você tinha respondido o meu comentário do post da história do bidu em greve , mas fiquei surpreso ao descobrir que você tinha feito esse post dos 40 anos da primeira edição do cascão !

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. No terceiro quadrinho da segunda página da história muda do anjinho " argolas ", a cor da camiseta do anjinho está amarela em vez do tradicional azul !

      Excluir
    2. Cascão e a revista merecem postagem especial. Antigamente tinham muitos erros de cores, nessa além de camisa amarela, também deixaram tons de azul mais claros em alguns quadrinhos. Na Coleção Histórica eles consertaram os erros de cores, não gostava quando mudavam, tirava a essência como foi na época.

      Excluir
    3. A editora abril fazia isso com a Disney...acho que a colorização era bem precária

      Excluir
    4. Miguel, as cores eram padronizadas em todos os gibis de todos os segmentos, aí por isso eram em todos os gibis da Editora. Po menos as cores eram feitas a mão. E até que não achava ruim os erros de cores, sou neutro quanto a isso.

      Excluir
  2. O cachorro do menino sem nome que aparece na primeira tirinha do cascão publicada em uma edição dele parece o ximbuca , o cachorro do xaveco ( que ainda não existia ) por causa da colorização amarela !

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Na época eles coloriram cachorros de azul verde, amarelo, rosa, etc, aí esse do menino ficou semelhante ao Ximbuca por causa da cor, apesar dos traços diferentes.

      Excluir
  3. Cascão, o título quarentão.
    Fico imaginando crianças e adolescentes deste Brasilzão varonil que presenciaram a estreia quinzenal do sujão às bancas, e não é papo, imagino mesmo, infantojuvenis do Oiapoque ao Chuí vivenciando tamanha experiência, o maior barato certamente. Emoção que não degustei por ser muito pequeno, embora no oitavo mês do terceiro ano dos 1980 havia mais ou menos um ano e meio que eu já sabia o que era Turma da Mônica por ter sido apresentado a algumas edições de Mônica e Cebolinha.
    A publicidade a respeito dos lançamentos dos títulos é batuta. Despeito recíproco, cada despeitado não sabe que também foi contemplado, desencontros dos titulares com seus respectivos gibis, criatividade da MSP era ilimitada. Os traços dos personagens não estão de acordo com a época, isto foi uma característica de determinadas publicidades da TM dos 80's no período Abril. Me dei conta disto em 1985 ou 86 através de uma propagandinha de um terço ou um quarto (ou dois quartos) de página e, ironicamente, foi em revistinha do Tio Patinhas. O que destaco nunca me soou como falta de padrão ou desleixo, pelo contrário, achava divertido, e atualmente acho ainda mais engraçado os traços dos personagens em certas divulgações positivamente destoando daqueles sete anos - 1980-1986.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, 40 anos já, como tempo voa. As crianças devem ter ficadbem animadas com a estreia da revista do Cascão, uma grande surpresa, pois não tinham divulgações na mídia na época. Pelo menos eu acompanhei o lançamento das revistas da Magali e do Parque, compradas em bancas, e gostei muito das novidades.

      Essa propaganda ficou com desenhos diferentes do que já estavam colocando, parecendo um pouco estilo dos anos 1970. Também já vi outras propagandas com esse estilo de traços como a das Melhores Piadas de 1985. Acho que deixavam traços diferentes nelas pra distinguir das histórias, não confundirem histórias com propaganda, apenas suposição minha. Independente disso, bem criativa com um com ciumeque outro ganhou revista sem saber que ele também ganhou a sua.

      Excluir
    2. Também adquiri novas as duas edições que menciona. Magali considero que foi um grande momento, senhor evento, já Revista Parque da Mônica foi marcante, curti bastante o primeiro número, porém, não teve mesmo nível de intensidade de quando tomei posse do primeiro nº1 da esfomeada, apenas fora de série, só foi sensacional, nada mais.
      Fico imaginando a gurizada mais velha que nós, crianças e adolescentes que presenciaram in loco (bancas de jornais) o primeiríssimo nº1 da Mônica.
      Fico conjecturando, tentando sentir emoções que não vivi, às vezes penso que isto pode ser uma faca de dois gumes, tipo desencadear uma melancolia por conta de nostalgias advindas de experiências abstratas, sei lá, o negócio é saber até onde algo assim é inofensivo, identificar a tal linha tênue para manter a cuca dentro de um grau aceitável do que se entende por sanidade. Mesmo há muito falecido, Freud sempre explica.

      Excluir
    3. A turma da Mônica já era conhecida das tiras mas acho que era restrito ao estado de São Paulo...alguém me corrija mas o Brasil todo conheceu quando a dentica debutou....o império brasileiro nascia

      Excluir
    4. Zózimo, eve ter sido o máximo pras crianças que presenciaram lançamento do Mônica, ter comprado o N° 1 nas bancas. O do Cebolinha deve ter sido grande impacto também, tiveram privilégio quem conseguiu. A turma era mais conhecida em São Paulo até então no máximo o resto do Brssil tinha mais conhecimentos pelas propagandas de TV da Cica, isso quem tinha televisão na época, aí ficaram conhecidos mesmo nacionalmente com a revista da Mônica. Por isso acho que as crianças ficaram mais felizes com o lançamento da revista do Cebolinha.

      Excluir
    5. Miguel, poucos conheciam mesmo os personagens, foi como um núcleo novo, sem ser SP, povo conhecia só as propagandas da Cica na TV mas poucos tinham uma televisão em cssa, era coisa de rico nos anos 1960.

      Excluir
    6. Segundo o que estão dizendo, deve ter sido mesmo o lançamento de Mônica em maio de 1970 que inaugurou a projeção nacional da TM.

      Vem aí os quarenta anos do título Chico Bento, o tópico terá que ser top, do nível deste, nem mais, nem menos, afinal, ambos os personagens e seus respectivos títulos estão no mesmo patamar, e tanto os dois quanto suas revistas estão também - embora a MSP meio que discorde - no mesmo patamar de Mônica e Cebolinha.

      Excluir
    7. Zózimo, nível nacional pra conhecimento só em 1970 com a revista da Mônica. Sim, terá postagem especial dos 40 anos da revista do Chico Bento, tão boa como essa. Considero que todos personagens com revistas tenham mesmo patamar, não só Mônica e Cebolinha. Pra MSP, só a Mônica têm coisas especiais, os outros não.

      Excluir
    8. A Mônica até se justifica por ser "dona" da (T)turma, estranho é Cebolinha estar no mesmo nível dela, ter o mesmo tipo de tratamento por parte da MSP e os outros três titulares não.

      Excluir
    9. Sim, Cebolinha é o segundo a receber tratamento maior em relação a edições especiais comemorativas, deve ser porque foi o primeiro a ser criado da turma do Limoeiro e ter suas tiras próprias sem contar Bidu e Franjinha. Ainda assim, Mônica ganha em número de especiais e intensidade. Já prevejo ano que vem com Mônica cheia de comemorações de 60 anos bem mais como foi com Cebolinha, agora os outros três passaram em branco. Cascão, então, teve absolutamente nada comemorativo quando completou 60 anos.

      Excluir
    10. Tratamento injusto, só porque tornou-se desenxabido não justifica dichavá-lo.
      Na década de 1980 ele era fenômeno cultural, nunca levantou bandeira do movimento, mas é punk de origem, se manteve como personagem cult até o final do século passado, deveriam ter considerado o rico histórico em novembro de 2021, seis décadas de Cascão... sem comemoração.

      Excluir
    11. Isso de mudar personalidade dele, não poder histórias com sujeira, na lama, no lixão, pode ter contribuído pra algo grandioso como um livro 60 anos capa dura. Ainda assim podia ter história especial no gibi recente relembrando histórias clássicas como foi com o Chico Bento, mas nem isso. Acho mais que é preguiça de pesquisar por parte deles.

      Excluir
  4. Eu tive esse número da capa do labirinto.
    Acho que,quando vi esse gibi nas bancas,de primeira,pensei ser uma revista só de jogos,"caiu a ficha" pouco depois.
    Olha só a gíria,"cair a ficha",coisa orelhão!O tempo passou,a ficha acabou e foi trocada por cartão,depois acabou cartão,orelhão e tudo,até o uso do telefone fixo perdeu a antiga importância,e só se liga do celular em último caso,pois o negócio é aplicativos de mensagens instantâneas.

    Ah,e voltando as revistas de jogos com a TM,já comprei uma vez,ou duas,e parece que a editora não era a Globo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A primeira vista, parece ser revista de passatempo mas foi só uma capa criativa e diferente. Gosto dessa capa. Teve na epoca coleção de Cruzadas da Turma da Mônica pela Editora Globo, cada edição esttelada por um personagem, mas tiveram outras tambem com outras editoras, ai dificil saber qual editora foi.

      Orelhão é uma das coisas datadas que mostravam nos gibis antigos, telefone fixo também perdendo função. Varias coisas evoluiram nos ultimos 40 anos, legal ver isso.

      Excluir
    2. Revistinhas de passatempos da TM só tive duas, uma do Cebolinha pela Editora Abril e uma da Mônica pela Editora Globo, lembro que na capa da edição de cruzadinhas dela havia uma piada muito parecida com a da capa do gibi do Cebolinha nº14 de 1988, em que Mônica toca barquinho à vela soprando, letras e números também faziam parte da ilustração e acho que Cebolinha também estava embarcado, ou era Magali, quiçá os dois, o que tenho certeza é que a guria com boca de ventilador (ventania pulmonar) não estava só.
      Quanto o que ilustra capa de Cascão nº146 (1992), só tem um probleminha: estimular crianças a rabiscarem gibis.

      Excluir
    3. Zózimo não lembro dessa revista de passatempos parece ser boa capa. Essa do Cascão tem esse porém de querer rabiscar pra fazer o passatempo, sim. Acontecia também essa chance de quando as historinhas eram formadas por passatempos, tiveram algumas assim de vez em quando. Se bem que no geral as crianças não faziam passatempos, vejo muitas com passatempos limpos em sebos, eu mesmo também não fazia, muito raro com exceção os dos Almanacões de Férias.

      Excluir
    4. Gibis são uma espécie de portal do tempo ..acompanhamos a transformação da sociedade da tecnologia e do que era moda em épocas antigas até o dinheiro mudou muito. ..os hibis quinzenais eram bons por serem baratos e acho que começou politicamente incorreto quando aumentou páginas

      Excluir
    5. Verdade Miguel, viram um retrato da sociedade como era em cada tempo. A acessibilidade diminuiu um pouco quando não tiveram mais os quinzenais, mas agora acabou de vez com todos com mesmo números de páginas. Escolhem só personagem que gosta mais e olhe lá.

      Excluir
  5. O gibi do cascao junto com o da Magali tem histórias non sense muito boas e marcantes..principalmente com o capitão feio que curiosamente não participou dessa edição...na troca dos bebês ele inventa um filho limpo que seria o filho verdadeiro o pai aceita é a mãe não..a turminha que descobre que é um robô através do plano do cebolinha..vi num almanaque temático..e da minha infância....e

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tinham muitos absurdos nos gibis deles eram muito bons o Capitão Feio foi marcante nos gibis do Cascão tiveram muito boas, essa ai que você citou é bem divertida.

      Excluir
  6. Bons tempos que não voltam mais. Só de olhar as capas antigas já se nota a "aura" da turma da Mônica daquela época, e é triste a comparação com as capas atuais, com estas artes "new school", que me parecem genéricas, fora as histórias cada vez menos autênticas...
    Bem, parabéns ao Cascão pelos 40 anos de revista!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Com certeza, as antigas foram fase de ouro, capas mostravam a essência do Cascão. Essas novas não têm graças, até traços são imagens já existentes que inserem, nas histórias, nem se fala. Perderam todo o encanto infelizmente.

      Excluir
  7. Sensacional essa resenha sobre os 40 anos do gibi do Cascão! Parabéns pela postagem! Recentemente, vi essa revista e também a do Chico Bento número 1 por 80 reais cada em sebo virtual. Achei caras, mas estão pedindo mais de 100 reais por cada uma em outros sites. Gostaria muito de ter essas edições, mas, caras assim, sem chance! Depois corrija a informação, Marcos: vc informou que, somando as três editoras, foram 369 edições da revista Cascão. Na verdade, foram 769 edições até este mês.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Ricardo. O Cascão merece postagem assim. Eu não compraria edição por 80, 100 reais ou mais, por mais antiga que seja, vira exploração. Por serem N° 1, pagaria no máximo 20 reais em estado bom. Essas originais não tenho, um dia consigo, sem pressa. Corrigi o erro da numeração, provavelmente erro de digitação, valeu por avisar.

      Excluir
  8. Excelente postagem! Foi uma época incrível os anos 80/90 nas bancas, revista quinzenal era um lance muito legal. Hoje parece que a MSP não liga mais pra essas comemorações, sem falar que as histórias estão bem fracas faz tempo. Fazer os gibis virou uma linha de produção, bem padronizada e genérica. Ainda bem que o Marcos faz esses especiais para os fãs!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu resiak74, Cascão merece. Aqui essas marcas históricas são lembradas. Pena MSP não ligar pra comemorações assim, no máximo fazem só com Mônica e olhe lá. Ainda assim, os 50 anos da revista dela passou em branco.

      Excluir
  9. Só pra não ser tão crítico com a MSP, de fato as comemorações de "anos de revista" nunca foram feitas em Cascão e Chico Bento. Mônica e Cebolinha teve especial de 10 anos, depois em diante acho que não. No caso de Cascão ficou nos números 100 da Abril, Globo (200 também) e Panini. Depois teve o 700 especial em 2016, que foi uma boa idéia. Mas merecia alguma lembrança dos 40 anos da revista, mas como o Marcos lembrou, se nem a Mônica teve nada nos 50 anos da sua revista...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, teve 10 anos de Mônica e Cebolinha porque ainda estavam na mesma editora, isso em outra editora também pode ser empecilho. Mas edições redondas em mesma editora podem fazer especiais, mas nem sempre teve. Sobre aniversário de revista, pelo menos um frontispício na página 3 ou selo na capa já dariam sem influenciar trocas de editoras.

      Excluir