Em junho de 1992, há exatos 30 anos, era lançada a história "Três solteirinhos e um bebê" em que o Cebolinha, Cascão e Anjinho precisam cuidar de um bebê. Com 11 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 66' (Ed. Globo, 1992).
Capa de 'Cebolinha Nº 66' (Ed. Globo, 1992) |
Escrita por Flavio Teixeira de Jesus, começa Dona Cebola deixando o Cebolinha sozinho em casa enquanto ela vai levar a Maria Cebolinha para tomar vacina. Ele adora porque não vai precisar cuidar da irmã e vai poder jogar bola. A campainha toca e era Dona Ângela perguntando se a mãe dele está em casa para cuidar do filho dela, o Gabriel.
Cebolinha diz que a mãe não está e Dona Ângela pede para ele cuidar do Gabriel, que não vai demorar. Cebolinha diz que está de saída, quando Mônica aparece querendo prestar contas de ele ter escrito desaforos dela no muro. Gabriel taca a bola na Mônica, que cai com a bolada. Dona Ângela deixa o filho com o Cebolinha, que diz que ela pode demorar o tempo que quiser.
Mônica manda Cebolinha largar o bebê para levar uns cascudos. Ele fala que não pode, Gabriel é muito apegado a ele e Mônica diz que acha que ele quer ficar no chão, pois estava posicionado para baixo. Cebolinha levanta o Gabriel na posição normal, dizendo que ele não quer descer e Mônica grita que Cebolinha está usando o Gabriel de escudo para não apanhar.
Gabriel chora com o grito da Mônica e Cebolinha fala que ela o assustou e a chama de monstro. Mônica fica uma fera, quer bater nele, mas como estava segurando o Gabriel, vai embora e promete voltar depois quando ele for embora. Cebolinha diz que Gabriel pode ficar lá mais alguns meses e comemora que não apanhou, chama Gabriel de bom garoto, um anjinho da guarda dele e que derrotou a Mônica com bolada e merecia ser dono da rua, mas como ainda é pequeno, ele será o dono da rua no lugar.
Cebolinha pergunta por que Gabriel estava tão quieto e ele diz que fez cocô e Cebolinha diz que se livrou de uma cebola e aparece um pepino. A campainha toca e era o Cascão chamando para jogar bola e Cebolinha o puxa.
Cascão acha graça que o Cebolinha está como babá do bebê da Dona Ângela, fala que cuidar de criança é uma moleza, quando Gabriel dá uma bolada nele. Cascão sente cheiro de cocô, Cebolinha fala que não vai trocar fralda e quer que Cascão troque por estar acostumado com mau cheiro. Eles discutem para quem vai e resolvem chamar o Anjinho.
Na casa, Anjinho diz que não pode trocar fralda, só ajuda as pessoas em situações de perigo ou coisas do gênero. Os meninos falam que isso é perigo para eles, terrível. Anjinho troca, quer saber o que faz com a fralda suja e Cebolinha pergunta se Cascão quer. Ele não aceita, quando Gabriel dá uma martelada no pé dele, em seguida no pé do Cebolinha e ao soltar o martelo, cai na cabeça do Anjinho.
Cascão comenta que o Gabriel bate com tudo que vê e Cebolinha diz que é porque o pai dele é baterista enquanto o bebê bate martelo no chão como se tivesse tocando bateria. Em seguida, Gabriel chora, Anjinho acha que é fome e prepara mamadeira enquanto os meninos o distraem. Depois vão brincando com o menino, desejam brincar de cavalinho no Cascão, que reclama se ele fizer xixi nele e Cebolinha fala que xixi não é água.
Anjinho traz a mamadeira, Gabriel derruba no Cebolinha, faz cocô e enquanto isso, Mônica volta para ajustar as contas com Cebolinha e conta para Magali que acha graça os meninos brincando de casinha enquanto os três sofrem para cuidar do Gabriel.
História legal com Cebolinha cuidando de um bebê com a ajuda do Cascão e do Anjinho. A princípio aceitou o pedido da Dona Ângela para não apanhar da Mônica, pois o Gabriel servia como escudo para Mônica não bater nele, mas acabou se dando mal e teve castigo pior com Gabriel do que se tivesse apanhado da Mônica, que se sentiu vingada, mas não descarta possibilidade de bater no Cebolinha depois que Gabriel foi embora.
Muito engraçado o bebê gostar de bater nos outros, seja dando bolada ou martelada com justificativa de influência do pai ser baterista de banda. Quando ele crescer, sem dúvida vai querer ser músico. Foi bom ver personagens diferentes, como a Dona Ângela, vizinha e amiga da Dona Cebola, e seu bebê Gabriel. Eles apareceram só nessa história. Boa sacada o Anjinho na história, podia ser qualquer outro menino da turma no lugar. Vimos que o Cascão, apesar de gostar de sujeira, não gosta de cocô, ele bem que podia gostar.
A história foi paródia do filme "Três solteirões e um bebê", um clássico do cinema. Foi mais uma história baseada em filme famoso em 1992, que estava muito frequente na época. Para se ter uma ideia, no mesmo mês de junho de 1992, teve a história "O exterminador sem futuro", de 'Mônica Nº 66', paródia do filme "O Exterminador do futuro" para ver como estava bem frequente histórias assim, chegando a ter mais de uma de filme no mesmo mês.
Incorreta hoje por ter crianças cuidado de bebê, chegando a trocar fraldas, fazer mamadeira sozinhos, fora mostrar bebê batendo nos outros até com martelo, estimulando violência, Dona Cebola deixar o filho sozinho em casa, intenção do Cebolinha de sair para jogar futebol, deixando casa vazia e sem autorização da mãe e a palavra "Droga!", que também é proibida hoje.
Os traços muito bem caprichados, pena as cores mais escuras, como de costume nos gibis de 1992. Na promoção da Editora Globo de juntar selos das capas para ganhar assinatura de revistas e outros prêmios continuou, compreço congelado nas revistas de junho em relação ao selo do mês anterior. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
Nos noticiários de TV, rádio e mais mídia impressa dos 1980 e 1990 volta e meia falava-se sobre Imelda Marcos, mulher filipina que se destacava bastante pelas extravagâncias, pela luxuosa ostentação, parece que era mulher de político ou foi política em seu país, ou as duas coisas, mas se destacou muito como socialite - "socialaite". Pois então, se o bebê fosse seu xará, prezado anfitrião Marcos, daria para Cebolinha dizer em tom de desagradável surpresa:
ResponderExcluir"Ih! 'Melda', 'Malcos'!!"
Pena que se chama Gabriel.
*rimshot*
ExcluirSim, ela e o Ferdinand Marcos foram basicamente a versão filipina do casal Perón, ela ostentando enquanto o povo tava na merda com a ditadura.
Dava mesmo pra chamar assim e é um bom trocadilho. :D
ExcluirO trocadilho não é meu, pessoal, é de Chico Anysio, foi feito na pele de Professor Raimundo facilitando para algum aluno responder qual é o nome da dita cuja das Filipinas. Primeira e única vez que assisti em um humorístico televisivo personagem de Mauricio de Sousa ser mencionado. Não lembro ao certo se o bebê chamado Marcos era primo do Cebolinha ou era filho de vizinho tipo o Gabriel desta HQ, Raimundo contou uma breve historinha tipo esta, com ausência dos pais do Cebolinha para se obter o hilário trocadilho.
ExcluirQuanto à história, que vizinha mais maluca, deixar o bebê sob cuidados de um guri, e ela nem imaginou que chegariam mais duas amas-secas. Anjinho é um adulto na forma infantil, através dele, Deus toma conta.
Nem sabia, não vi esse dia da Escolinha. Irresponsabilidade dela de deixar filho com Cebolinha, podia ter procurado outra vizinha já que Dona Cebola não estava ou adiada o compromisso. Felizmente as crianças cuidaram bem do bebê, aconteceu nada de mal com o Gabriel. Talvez ela pensou que o Cebolinha tem experiência com a Maria Cebolinha, aí ela deixou filho com ele.
ExcluirPode ser, afinal, da criançada do núcleo, devido à irmã que tem, Cebolinha é o que mais tem contato com bebê, a vizinha pode ter observado ele tomando conta da Maria Cebola com mãe e pai ausentes e lhe inspirou confiança para tomar conta de seu rebento.
ExcluirPé esquerdo do Cebolinha é martelado e o direito é que fica inchado e dolorido.
Deve ter sido a confiança da Ângela nele. E sobre os pés são os absurdos em histórias em quadrinhos rsrs. Engraçado.
ExcluirNão há absurdo quanto aos pés do Cebolinha, é desatenção do desenhista, erro.
ExcluirPode ser. Um erro dele que ficou um absurdo sem querer.
ExcluirMais uma, Marcos. Ou melhor, MENOS uma. MENOS uma de minhas favoritas de sempre de que você ainda não falou!
ResponderExcluirEu estava torcendo para essa historinha sair, porque sempre adorei ela - especialmente a parte em que eles brigam e decidem chamar o Anjinho. O diálogo e desenhos nessa parte estão hilários! É mais um exemplo da fase clássica/de ouro da turma, em que não havia histórias de abertura fracas - eram todas sempre excelentes!
Mas puxa, 30 anos? Estou velho, mesmo...
Pois é, o tempo voa, bastante tempo já e a gente nem percebe. Com o tempo faço postagens das outras histórias caso eu tiver aqui. Foi engraçada essa parte que eles chamam o Anjinho e os traços muito caprichados, sem dúvida.
ExcluirAcho que o recurso ao Anjinho foi intencional, para mostrar que os meninos sabiam que ele (sendo um anjo do bem) não iria poder recusar-lhes ajuda.
ResponderExcluirO termo "droga" seria impublicável hoje,mesmo a TM participando das campanhas contra as drogas,como antigamente?
ResponderExcluirLembram daqueles "comerciais" de TV com Eliana,o personagem Nino do Castelo Rá Tim Bum e outros famosos da época que influenciavam crianças?
Só teria essa palavra se fosse em revista institucional, isso não podiam tirar, mas em diálogos comuns com eles falando "Droga!" Ou "Diacho!" diante de uma situação de revolta deles, não pode mais. No momento colocam mais "Afe!" Ou "Pindarolas" no lugar.
ExcluirDe fato, "droga" como interjeição nunca mais rolou. É aquela história, se droga prestasse ninguém falava querendo dizer algo ruim. O engraçado é que eu acho a palavra nesse contexto menos pesada do que no significado original (eu mesmo falo o tempo todo).
ExcluirEu não teria problema com termos substitutos (até acho que "pindarolas" é tipo um bordão do Cebolinha agora), se eles não viessem à custa de excluírem outros (desde que não seja chulo, claro).
Ah,Marcos,você falou de "O Exterminador sem futuro",uma HQ maravilhosa de abertura de um número desses da Mônica,muito bom!A turma chamando o androide assassino de "Arnoldão"!
ExcluirAliás,era época do recém-lançado "Exterminador do futuro 2-O julgamento final",mas a HQ parodia o filme anterior,de 1984,em que o personagem de Arnold é o vilão.
Muito legal aquela história "Exterminador sem futuro ". No caso, a referência seria do primeiro filme, apesar do segundo estar mais evidente na época. Deve ter sido roteirizada um pouco antes do segundo filme estar em cartaz em 1991, aí não dava pra colocar elementos do segundo.
ExcluirAndrey, acho bobagem eles tirarem certas palavras, não acho nada de mais falarem "Droga!" como interjeição. "Pindarolas!" é mais o Cebolinha falando, os outros qualquer um pode falar.
Excluir"Pindarolas" - ou "pindalolas", já que é pronunciado somente por Cebolinha - é recurso de Mauricio do Novo Testamento, acho bastante sem graça. Deixaram para ele por ser dislálico, o que a princípio não é má ideia, porém, devido à utilização excessiva do termo parece bebê aprendendo a falar, soa bobo demais.
ExcluirZózimo, também acho bobo o "Pindalolas" do Cebolinha. Acho "Bolas!" até melhor que esse. Ideal mesmo era "Droga!", qualquer um fala ou já falou um "Mas que droga!" Com estresse grande na vida real e pra mim incomoda nada.
Excluir"Bolas" é de boa, expressão das antigas, creio que ainda não foi censurada.
ExcluirUm erro proibir o termo "droga" nas HQs da TM clássica, problema é que puritanos ignorantes são maioria atualmente. Até parece que personagens irritados, tristes, ansiosos quando usam esta palavra estão se referindo a entorpecentes.
"Bolas!" não é censurado, mas dão preferência a colocar "Afe!" ou "Pindalolas!" com o Cebolinha. Parece que não sabem distinguir diferença disso ou pensam que os filhos não saberiam distinguir. Crianças são mais espertas que parece, não tem motivo de censurar. Tudo que cria como duplo sentido, eles censuram, até nome de bicho perereca não pode mais.
Excluir"Afe" é expressão amplamente difundida em novelas globais cujos contextos se dão em cidades interioranas reais e fictícias do nordeste brasileiro.
ExcluirEntão os personagens do núcleo indígena estão proibidos de pronunciar a palavra veado para referirem-se ao animal, há nada de didático nisso, o puritanismo moralista é tanto que o negócio é emburrecer mesmo.
Exato. Veado também é outra palavra proibida, por incrível que pareça, e qualquer outra de duplo sentido. Até palavra "tromba" de elefante eles mudaram em Almanaque pra não confundir com pênis no sentido que dava, pra ver como anda a paranoia de proibir palavra tromba. E vai ver também que povo considera droga como palavrão e aí proíbem nos gibis.
ExcluirCertamente não consideram o termo droga como palavrão, proibição se deve à associação com entorpecentes.
ExcluirEntão não pode mais ter HQs cujos roteiros contenham trombas d'água, pois irão deduzir que crianças farão analogia com pênis urinando. Já que a denominação desse importante membro da anatomia dos paquidermes foi censurada, melhor então seria deixar Jotalhão no limbo, pois se machucar a tromba vai dizer o quê? Feriu nariz? É, gente, os adultos dos meus tempos de infância e adolescência eram genuínos, eram adultos de fato.
Também creio na associação com entorpecentes. Bobagem deles. Tromba d'água, seguindo a lógica, também não poderia, porém menos chance de sair nas histórias. Tromba de elefante bem pior, vira absurdo, tudo fere esse povo, tudo sensível, frágil. No caso, colocariam nariz no lugar mesmo, é o mais coerente.
ExcluirHistória muito boa, ótimo roteiro! Hoje em dia talvez implicariam com essa história, ao deixar crianças incapazes cuidando de um bebê. Poderia ter mi-mi-mi, mesmo todo mundo sabendo que é só uma história em quadrinhos. Até que achei as cores nesse gibi menos escuras, na minha opinião ficaram bem tonalizadas.
ResponderExcluirNão iam aceitar crianças cuidando de bebê, impublicável por isso. É bobagem, tudo é só histórias em quadrinhos, como você viajou, que pode tudo, mas eles reclamam, tudo acham que é mau exemplo. Já tiveram cores mais escuras que essa, mas ainda assim mais escuras que as revistas de 1990, por exemplo.
ExcluirTem crianca que toma conta de crianças menores..o povo cria problemas com tudo ..mas realmente se as mães não deixassem os filhos sozinhos não teria história
ExcluirPode ter irmão maior toma conta do menor, mas nós quadrinhos sempre vão implicar.
ExcluirÓtima historinha, mas engraçado criarem esse personagem novo só pra ela. Se fosse hoje em dia, o bebê da história provavelmente seria a Maria Cebolinha.
ResponderExcluirAcho que colocariam a Maria Cebolinha com adaptações, não costumam muito criar personagens pra uma história só, costumam aproveitar os que tem, porém não é regra, só evitam.
ExcluirAcho também isso do Anjinho ser obrigado a ajudá-los a trocar fralda, outro menino não ia aceitar também a não ser que eles fizessem chantagem. Acho que se fosse outro menino no lugar do Anjinho, colocariam o Franjinha ou o Titi. Os traços eram ótimos assim, bem que podiam ter mantido assim sempre.
ResponderExcluirEu não chamaria essa história de paródia, pra mim tá mais pra uma referência mesmo, afinal ela não insere o elenco dentro de situações-chave do filme, é só uma história com acontecimentos superficialmente similares.
ResponderExcluirPode ser já que o bebê não foi abandonado na casa do Cebolinha. Ainda sim teve semelhanças com 3 cuidando de um bebê associado ao título com referência ao filme. No caso, não teve referências clássicas do filme, mas a ideia central.
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