segunda-feira, 6 de junho de 2022

Penadinho: HQ "Apaixonado"

Mostro uma história em que o Penadinho se apaixonou por uma menina humana e não  fava por ele ser um fantasma. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 50' (Ed. Abril, 1984).

Capa de 'Cascão Nº 50' (Ed. Abril, 1984)

Penadinho vê uma garota chamada Isolda colocando flores no túmulo de um amigo seu que morreu e comenta com Zé Vampir se ele está vendo. Zé Vampir pensa que ele fala das flores bonitas e Penadinho diz que fala da menina e está apaixonado.

Zé Vampir pensa que o amigo estava apaixonado por ele e diz para sair fora, o que os leitores vão falar disso. Penadinho fala que é pela garota. Zé Vampir fala que não vai dar certo porque vai assustá-la por ser um fantasma e ela, uma humana.

Zé vampir tenta ajudar, levando a Dona Morte para matar a garota e se transformar fantasma. Penadinho xinga os dois aos palavrões e eles correm. Em seguida, Penadinho tem uma ideia, de se disfarçar de coveiro, com peruca e macação, fingindo que é uma pessoa real.

No dia seguinte, Isolda vai até o cemitério de novo, Penadinho disfarçado se apresenta a ela  e começam a namorar. Zé Vampir vê de longe vai cumprimentar o amigo, mas bate tão forte que a cabeça dele sai. Isolda se assusta e sai correndo. Penadinho se conforma, ele não poderia se esconder para sempre atrás de uma fantasia. Logo a seguir, ele vê uma fantasma e se apaixona e Zé Vampir diz que não vai dar certo porque ela é a namorada dele.

História bem divertida com Penadinho se apaixonando por uma humana e seria impossível por ele ser fantasma. Foi engraçado ver o Zé Vampir lerdo, pensando que Penadinho olhava flores, sem se tocar que era pela menina e ainda pensar que o Penadinho estava se interessando por ele, metalinguagem de leitores vão  pensar vendo os dois namorarem e Zé  Vampir estragar o plano que quase deu certo. Só não foi lerdo para dizer que com namorada dele ninguém fica. Legal também a ideia do Zé Vampir querer que Dona Morte matasse a Isolda para ajudar o Penadinho, que soltou palavrões.

Na época a Turma do Penadinho ainda estava em fase de experiências, já que esse núcleo não era frequente nos anos 1970 e passou a ser mais conhecido com a criação do gibi do Cascão em 1982, quando passou a ter histórias fixas deles. Por isso o Zé Vampir aparecer tão lerdo assim e, embora a Alminha já era criada, mas não era namorada oficial do Penadinho ainda, por isso, experiências de ele se interessar por outras fantasmas ou até humanas.

Tiveram absurdos de vampiro namorar com fantasma, as vezes colocavam monstros se interessando por fantasmas, diferentes da sua espécie, e também  de como a mão da Isolda não atravessou a do Penadinho quando eles se tocaram. Em histórias em quadrinhos, tudo pode. Foi bom ver também costume de pessoas vvisitaremos frequência ente querido que morreu em cemitério levando flores. Hoje poucos fazem isso, nem em Dia de Finados.

Pensamento de personagem tendo ideia, quando normalmente mostrando como uma lâmpada, foi adaptado à característica do personagem como acontecia as vezes. Assim, Penadinho teve ideia mostrada por vela, para representar cemitério, pessoas levando velas para os túmulos. Ficou legal. A Isolda apareceu só  nessa história como de praxe de personagens secundários. 

Curioso a Dona Morte sendo colocada com pronome "ele", como se fosse masculino,  na fala do Zé Vampir. Não foi feminina. Pode ter sido erro de digitação ou então, hipótese mais provável,  que como ainda não tinha definição nesse núcleo do cemitério  aí consideravam que Dona Morte era masculino mesmo. Sim, porque a Dona Cegonha, apesar de ter "dona" fazendo concordância com a palavra "cegonha", era masculino e aí vai ver que no início, a Dona Morte tinha essa associação e intenção era masculino, mas falavam "Dona" para concordar com a palavra "morte". 

É completamente impublicável atualmente por ter tema de namoro, ainda mais que Penadinho se apaixonou por uma criança. Alma dele é de adulto e ter se apaixonando por criança pode ser considerado pedofilia. Também implicariam por criança visitar cemitério sozinha para ver amigo que morreu e o preconceito do Zé Vampir pensar que Penadinho estava querendo namorar com ele e preocupado com o que os leitores vão pensar, como homofobia, e os palavrões ditos pelo Penadinho. 

Traços ficaram bons, típico de histórias de miolo dos anos 1980. Zé Vampir ficou sem fundo de olhos pintados de branco, deixando amarelo, que até que ficou bem assim. Traços também ainda eram indefinidos nesse núcleo até então como pode ver também ar Dona Morte desenhada meio diferente como estamos acostumados. Foi republicada depois  em 'Almanaque da Mônica 26 (Ed. Globo, 1991). Terminou mostrando a  capa desse Almanaque.

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 26' (Ed. Globo, 1991)

32 comentários:

  1. Zé Vampir se refere à (C)ceifadora por "ele". Nos velhos tempos, apesar de carregar "Dona" no nome, às vezes rolava variação de gênero com a personagem.
    A arte da capa cuja gag é com jogo de xadrez serviria perfeitamente para ilustrar alguma do título mensal da dentuça, não há crossover, todos que nela estão são do mesmo núcleo. Lembrando que muito antes da cultura internuclear espraiar para capas dos almanaques já rolava crossover Turma da Mata-Bairro do Limoeiro, com, volta e meia, o elefante bonachão atuando nas capas de Mônica.

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    1. Pois é, tinha variação de gênero da Dona Morte na época, não tinham uma definição ainda, aí nessa história podia chamar "Seu Morte". Colocavam "Dona" pra concordar com a palavra "Morte".

      A capa do Almanaque dava pra ter sido em alguma mensal. Gostava mais quando tinha crossovers com outros núcleos nas capas de almanaques e deixar as com só personagens do Limoeiro nas mensais. Também não curtia muito quando tinham secundários nas mensais, até mesmo quando era Jotalhão.

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    2. Marcos, você diz que "também" não curtia muito secundários nas capas das mensais, me pairou dúvida se o termo que utiliza e que friso com aspas está no sentido de acrescentar ou no sentido de compactuar (concordar com determinada(o) postura, visão, hábito, gosto, preferência, opinião), e você se expressou corretamente, é que nosso idioma às vezes gera compreensões ambíguas ou duplas, dito isto, posso afirmar que as capas dos gibis mensais antigos contendo Jotalhão são de minha inteira apreciação, mas entendo e respeito sua opinião, seu gosto.
      Tipo eu em relação ao efeito visual que o logo da Editora Mauricio de Sousa promove nas capas das revistinhas, acho que destoa, não concatena, não agrega, não embeleza, mas sei que há leitores que o consideram totalmente harmônico, e que sem ele, falta algo, falta um elemento visual que consideram importante, a ponto da ausência causar certa estranheza.

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    3. Deu impressão que você não gostava de capas com Jotalhão nas mensais da Mônica, aí por isso falei "também", já que não curtia muito. Não eram ruins assim, até gostava, mas pra mim eram melhores as mensais com Mônica interagindo com o núcleo do Limoeiro dela e as com secundários nos almanaques.

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    4. Sem problema, Marcos! O efeito que a dupla Jotalhão e Mônica surte em minha mente é muito expressivo mesmo já burro velho. Eram os comerciais de TV concatenando com as capas de Mônica com o elefante atuando, e esse fascínio começa bem antes de eu decidir colecionar gibis da TM, pois frequentemente me via às voltas com revistas em quadrinhos como as da Disney, Lulu & Bolinha, MSP, etc, não sabia ler, mas, devorava com os olhos, e as mídias televisiva e radiofônica bombardeando essa dupla inúmeras vezes por dia através dos produtos alimentícios da marca Cica, e o núcleo da Turma da Mata me foi apresentado junto com o do Bairro do Limoeiro e o de Vila Abobrinha, nessa fase introdutória aos quadrinhos eu ainda desconhecia Papa-Capim, Astronauta, Penadinho, Horácio, Tina, etc. Até mesmo Louco, Bugu, Manfredo, Duque, Seu Juca e Capitão Feio fui conhecer depois de já estar bastante familiarizado com Coelho Caolho, Tarugo, Raposão e os demais personagens silvestres, e isso está diretamente relacionado com a dupla formada pela dentuça e o paquiderme.

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    5. Entendi, eu não peguei os comerciais da Cica na TV, aí só fui descobrir isso depois, inclusive do Jotalhão ter estrelado comerciais com a Mônica. A Turma da Mata sempre foi a menos preferida pra mim, deve ter influência também de que não tinham histórias novas deles na Globo quando comecei a colecionar, só republicações de almanaques.

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    6. Acredito que quando começou colecionar gibis de Mauricio de Sousa você tinha seis ou sete anos, foi em 1988, certo? Normal que não se lembre, comerciais da Cica com Jotalhão, Mônica e outros personagens da TM exibidos na TV também são do seu tempo de guri.

      O vampiro é mesmo estraga-prazeres, não é só nesta HQ que aplica o revelador tapa nas costas, em "Faraó por um dia" (Cascão nº81 Abril) desmascara Muminho com a mesma tática, e também não faz de propósito, faz por ser ingenuamente desagradável. Ingenuidade é incomum na espécie dele, mas é o que denota em ambas as tramas.

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    7. Acho que nem passava mais propagandas da Cica com o Jotalhão em 1988 ou anos próximos. Se passava, aí na idade entre 4, 5 anos não dava pra lembrar. O Zé Vampir estragava planos na ingenuidade sem intenção, bem semelhante ao Cascão quando estragava os planos do Ceboli.

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  2. Eu também gostava, eram bem caprichadas. Não abordam mesmo hoje assuntos assim, é tudo bobinho, como eles agindo como crianças. Quem lê gibis seria crianças a partir de 6 anos, sendo que existem crianças pequenas que os pais compram e leem para os filhos, aí talvez pensem nessa faixa etária de criancinhas. Ainda assim não seria motivo pra traumatizar, implicam com muitas bobagens.

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  3. Marcos, permita-me fugir do tópico da hq e elogiar a capa desse gibi número 50 do Cascão. Não conhecia e fiquei encantado. Belíssima capa. aliás, as capas dos gibis da editora abril do Cascão são as que mais gosto da turminha.

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    1. Eu também adoro as capas da Editira Abril. Muito boa essa, as simples eram as melhores e ainda teve Cascão na lata de lixo desenhado na pipa.

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    2. Os traços da arte abordada por Roniere parece com um dos estilos do final dos 1970, seria ela extraída de figurinha daquele primeiro álbum da Turma da Mônica, Marcos?

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    3. Zózimo, não veio dizer se foi extraída do álbum de figurinhas, mas pode ser. Lembra mesmo traços do final dos anos 1970, as num 49 e 52 da Abril nesse estilo também. As vezes aproveitavam desenhos já existentes pra criarem capas, aí seria possibilidade.

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    4. Parece que a belíssima arte da capa do nº49 é desse clássico álbum, a do nº52 é tão estilosa quanto, não sei se é desse livro ilustrado, provavelmente é oriunda do final dos 70's. Outra que tem estilo dessa época está na capa do nº64 dos mesmos título e editora.

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    5. É, acho que já vi as 49 e 64 no álbum, já a 52 não. Porém, a 52 foi capa também de mini gibi promocional do Cascão em 1984 mesmo, só q com fundo branco. Podiam ter colocado outro desenho na capa do mini gibo, foi muito próximo

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    6. É mesmo, poderiam ter colocado outra arte nessa capinha, aquela em que esbanja charme, a que ilustra contracapa do gibi Coca-Cola, seria uma boa escolha.

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    7. Sim, não seria ruim se fosse a contracapa do gibi da Coca-Cola.

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  4. É, essa eu conhecia por causa do Almanaque. Até porque eu só comecei a ler historinhas em 1988, quando a Turma já estava na Globo. Meu primeiro gibi (que eu lembre) foi do Cascão, com a história 'O Planeta Sujhis Mundus', em que o Cascão é coroado rei de um planeta de porquinhos.

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    1. Pedro, eu também conheci primeiro no Almanaque, por coincidência eu também comecei a colecionar gibis em 1988. Essa do Cascão foi da edição 14 de 1987, então talvez você começou em 1987 ou então gibi foi adquirido em sebo ou algum relançamento de banca.

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    3. Fabiano: difícil esquecer o primeiro...
      Marcos: Foi em 88 mesmo. Na época (não sei se agora também) as revistinhas chegavam a Portugal com vários meses de atraso; tenho muitas revistinhas que diziam um ano na primeira página, mas que na verdade eu só adquiri no ano seguinte, porque só surgiram por aqui nessa altura . Então, é plausível eu ter adquirido este gibi de 87 em 88.

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    4. Pedro, está explicado então, as revistas chegavam depois em Portugal, aí você leu em 1988 e aqui no Brasil chegou em 1987,

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  5. Lembro dessa HQ e desse almanaque,que comprei na época.

    Voltando a uma conversa do tópico anterior,sobre historionas de muitas páginas em gibis de apenas 34,acrescento que essas HQs superproduzidas e longas são quase aquele gibi especial "Os Doze trabalhos da Mônica".

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    1. Que bom que conheceu pelo Almanaque, foi legal esse Almanaque. O especial "Os doze trabalhos da Mônica" teve mais páginas que as quinzenais, a história teve umas 40 paginas, o que era inviável para as quinzenais de 34 páginas e até meio grande para gibis da Mônica na época que costumavam ter no máximo 30 páginas na abertura pra comportar outras histórias também, por isso fizeram o especial a parte.

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    2. Em 88 no máximo tinha oito páginas no máximo a história de abertura. Aliás em tida a épica da Globo salvo no período final de 2005 para frente que começaram ater histórias maus longas coisa que veio do Emerson Abreu cheio das gags é piadinhas que as vezes alongam muito a primeira história...aquela cebolinha e um vampiro pegou o gibi todo quase é na época tinha ainda 60 páginas...

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    3. Em 1988 em média verá até 13 páginas mas maioria menos de 10. Nos anos 1990 aumentou um pouco pra no máximo 17 páginas. Anos 2000 em diante que virou lei de ter mais de 20 páginas na abertura. O Emerson contribuiu com isso, sem dúvida, aí aboliram os quinzenais porque queriam histórias longas. Hoje pode ter 40 páginas na abertura e pior que muita enrolação.

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  6. Legal que comprou a edição, creio que vai gostar. Depois vou ver lá o vídeo dos gibis com o link lá.

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  7. Acho que devido a divergência religiosa..nem é por questão só de traumatizar pois a vida dos mortos da turminha é divertida. Geralmente ficam até mais felizes. Porém tem mais que não gosta do tema espíritos pra criança devido religião. E igual halloween

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  8. Miguel , o lado religioso conta muito nesse caso, sem dúvida. Mas n da pra descartar mortos nas histórias de implicaram. Pode até n traumatizar, mas não gostarem de temas assim em gibis infantis

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  9. O tema aliás já é bem antigo Gasparzinho e nem antigo a família Adams tinha desenhos.....as pessoais ficaram conservadoras medrosaa é com medo até de uma caveira no chinelo...

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  10. Pois é, Miguel. Incrível como mudaram tanto. E são as mesmas pessoas que curtiam antes, vai entender.

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