sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Mônica Nº 600

Esse mês de outubro de 2019 a revista 'Mônica' comemora a marca de 600 edições. Nessa postagem mostro como foi esse gibi especial.


A revista 'Mônica' foi lançada em maio de 1970 pela Editora Abril e juntando todas as séries de numerações de todas as editoras que passou (Abril, Globo e Panini), essa edição "Nº 54" da 2ª série da Panini é a verdadeira "Nº 600", e, com isso, levou 49 anos para atingir essa marca. A tendência agora é sempre a cada 100 edições ter uma revista especial comemorando a marca com edições redondas. Na Panini já tiveram Mônica, Cebolinha e Magali "Nº 500", além de Cascão e Chico Bento "Nº 700".

'Mônica Nº 600', então, tem a história de abertura especial com a data e o resto do gibi é com histórias normais da turma toda. Segue o estilo tradicional de gibi formatinho com lombada, 84 páginas e preço de R$ 7,00, como vem sendo, bem caro por sinal um gibi de lombada da Mônica custar esse preço. A capa é uma releitura da edição "Nº 1" de 1970, fazendo alusão à história de abertura com a Mônica sendo levada por um portal no momento que segurava o carrinho do Cebolinha para dar passagem à tartaruga. Não tem frontispício comemorando a data, como foi na edição "Nº 500" de 2011, começa logo com a história de abertura.

Na trama, com o título "600 edições Grandes Emoções", com 31 páginas e escrita por Flavio Teixeira de Jesus, o vilão Cabeça de Balde captura e teletransporta a a Mônica de 1970 para os tempos atuais para impedir que a revista da Mônica chegue a 600 edições, só que a máquina que ele fez transportar a Mônica antiga é desregulada em uma tentativa da Turma da Mata tentar salvar a Mônica e, com isso, mistura "Mônicas" de diferentes épocas, percorrendo as 600 edições.

Assim, vemos a Mônica evoluindo, passando por várias histórias anteriores. Em cada passagem a Mônica é caracterizada de acordo com a história que foi retratada. Tipo, ao relembrar a Mônica da história "Um amor de ratinho" (MN #99 - Ed. Abril, 1978) ela é caracterizada como um ratinho rosa como foi na história original; ao relembrar "A jovem Frankestônica" (MN # 102 - Ed. Abril, 1978), ela se transforma em Frankestônica, e assim por diante.

Trecho da HQ "600 edições Grandes Emoções"

Temos várias lembranças de várias histórias clássicas durante a trajetória das revistas da Mônica. Entre as lembranças temos a Mini-Mônica (MN # 3, de 1970), Mônica-ermitã (MN # 6, de 1970), Mônica neném de "Tempo pra trás" (MN # 73, de 1976), Frankestônica (MN # 102, de 1978), Mônica come-come" de "Uma aventura eletrônica" (MN # 172, de 1984), Mônica vampira de "Amor dentuço" (Mônica # 54, de 1991), entre outros. Até o 3D Virtual foi lembrado, através da história "O espelho tridimensional" (MN # 95, de 1994). 

Durante a história também tem a presença de vários personagens secundários tentando salvar a Mônica presa na máquina, além de outros vilões históricos que marcaram as revistas da Mônica. Assim, temos Turma da Mata, Bidu, Piteco, Chico Bento, entre outros tentando salvar a Mônica e vemos vilões clássicos que apareceram em mais de 1 história nos gibis como  a volta do Lorde Coelhão, Doutor Olimpo, Bruxa Viviane, Boneca Tenebrosa, etc. Bom ver o crossover entre os personagens, nunca ia imaginar Piteco junto com Cabeça de Balde ou Chico Bento com Boneca Tenebrosa, por exemplo. Tiveram vilões que não chegaram a ter alguma história em gibis da Mônica como os ETs do Planeta Tomba que apareceram em gibis do Cascão e Bruxa Viviane, nos gibis da Magali, mas que por serem vilões clássicos da turma, aí resolveu colocar.

Teve também os personagens da turminha caracterizados como nas histórias antigas, como "Os Azuis" (MN # 15, de 1971) e "Os bruxinhos" (MN # 95, de 1978) e destaque para a volta do Super-Horácio e presença de alguns personagens esquecidos.

Trecho da HQ "600 edições Grandes Emoções"

Ele procurou colocar histórias em que remete a Mônica fantasiada, vestida diferente ou transformada em alguma coisa e não histórias de planos infalíveis ou com vilões que apareceram em 1 só história ou ainda as que tenham lembranças a algo muito politicamente incorreto, assim lembranças com assaltantes, diabos, por exemplo, ficaram de fora. Em cada referência da história tem a citação de qual história a Mônica antiga está representada com título e qual edição saiu, ou com o Cabeça de Balde falando de qual história foi ou o rodapé mostrar a fonte da história original quando aparecia um asterístico no texto dos balões.

Interessante que não teve nenhuma lembrança dos gibis da Editora Panini. Depois das passagens de 2002 foi tudo mais corrido, apresentando mais rápido os elementos das histórias e pra não dizer que não teve nada na Panini, teve uma alusão à história de 'Mônica Nº 9' de 2016, bem apagado mesmo. Só senti falta de lembranças de histórias dos primeiros números da Globo, pois de 1986 já pulou para 1991, mas mesmo assim tiveram bastante referências aos anos 80 através dos gibis da Editora Abril.

Os traços, com desenhos de Altino Lobo e arte-final de Reginaldo Almeida, até que não ficaram ruins no geral, dá pra aceitar. Curioso que primeira vez teve uma história com Cabeça de Balde sem ser uma história do roteirista  Paulo Back, quem criou o personagem vilão. Seguiu o mesmo estilo,  e inclusive, do leitor descobrir quem é o vilão que está por trás de cabeça de balde, cada história é revelado que ele é um personagem diferente disfarçado. Outro detalhe ao Zé Vampir falar que "histórias de transformação é tão anos 1990", então sinal que atualmente eles evitam de fazer histórias com os personagens se transformando em alguma coisa. Eu gostava tanto de histórias assim e pelo visto tiraram isso dos gibis.

Trecho da HQ "600 edições Grandes Emoções"

O resto do gibi seguiu o estilo normal do que vem sendo atualmente. O gibi teve 10 histórias no total, incluindo a história de abertura e a tirinha final. Chamou a atenção de ter tido mais histórias com personagens secundários sem ser da Mônica.

Tem Do Contra com "Um cavaleiro diferente", escrita por Edde Wagner e 7 páginas em que o Do Contra convida seus amigos pra encenar um teatro com aventuras de um cavaleiro medieval que faz coisas diferentes. Em "Pequenos Grandes" escrita por Roberto Munhoz e 8 páginas, em que o Papa-Capim e Cafuné tem que passar uma noite na floresta par aprovar que são grandes guerreiros. Já em "Zap-Zap", escrita por Lederly Mendonça e com 6 páginas, Tina está preocupada que o pessoal do shopping estão todas ocupadas olhando Whatsapp e esquecem de viver bons momentos com seus amigos na vida real, ou seja, uma lição de moral para que as pessoas vivam mais o mundo real e se desligar do mundo virtual.

Trecho da HQ "Zap-Zap"
A revista tem também história da Turma da Mônica na pré-história e histórias curtas de 1 ou 2 páginas com Milena com Marina, Turma da Mata e Turma do Penadinho. História de encerramento foi "O melhor balanço do mundo", escrita por Edson Itaborahy com 6 páginas, em que a Mônica pede para o Cebolinha ajudá-la a criar um balanço de pneu na árvore e Cebolinha pensa em algo mais ganacioso, com lição de moral no final. Até que histórias com lição de moral não foram tantas dessa vez, nessa revista, mas como de costume agora tem que algo mostrando boas maneiras..

Trecho da HQ "O melhor balanço do mundo"

Então, essa revista "Mônica Nº 600" não foi ruim, vale pelas boas lembranças com as histórias clássicas da Editora Abril e Globo. Essa de abertura podia ter tido mais páginas para não ficar um final tão corrido e ter mais outras lembranças de  histórias que ficaram faltando. Pelo menos a data não passou em branco. Eu compraria essa mesmo se não tivesse nada especial por ser de "Nº 600", tanto que busquei as outras de números redondos da Globo, mas tendo algo especial melhor ainda. Como previsão é a cada 100 edições ter especial desse estilo, então podem ser lembradas em outras edições. Podiam até fazer edições relembrando capas históricas para que não ficasse tão repetido isso. Não tem informação se vai ter exemplar especial de colecionador com capa metalizada como foi na edição "Nº 500" ou um com capa variante. Acredito que não. Os outros gibis desse mês de outubro não comprei nenhum, então não tem resenha deles. Fica a dica.

22 comentários:

  1. Comprei esse exemplar e até que gostei da revista, seria legal se eles utilizassem esses personagens em mais histórias da turma, como o Lorde coelhao, Cabeleireira Negra ,voltaremc o super Horácio e etc, já que as histórias de hoje estão muito monótonas sempre com os mesmos personagens.

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    1. Tudo monótono hoje em dia, nem compro. Esses vilões seria interessante aparecerem com mais frequência e fazerem maldades interessantes. Se for pra descaracterizar o estilo deles como tão fazendo com o capitão Feio melhor ficarem esquecidos. Super Horácio seria uma boa também.

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  2. Eu acho que deveriam parar de lançar novas revistas da turma e deviam relançar tudo despede as primeiras edições de Mônica 1
    1970 Cebolinha 1 1973 Cascão e Chico Bento 1982 e Magali 1 1989 e relançar todos os almanaques desde o número 1 da Abril eu acho que já chega de histórias novas nunca vão superar as antigas seria uma ótima oportunidade dos leitores mais novos conhecerem a turminha. Poderiam ter citado também a história Peque Mônica em que uns poquemons chegam na terra e são ajudados pela turminha a escaparem de uns extraterrestres

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    1. Eles chegaram a lançar as 50 primeiras edições da turma na Coleção Histórica da Panini, mas do nada cancelaram, provavelmente seja por verem que as revistas antigas davam muito ibope e iam deixar de comprar as novas só pra ter as antigas, fora o politicamente incorreto nas antigas serem grandes e não queria que crianças tivessem acesso ao incorreto.

      A Peque Mônica apareceu nessa história de Mônica 600, parece ser bem interessante essa história, se eu achar essa revista Mônica Nº 163 da Globo nos sebos vou comprar.

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    2. A Coleção Histórica foi cancelada pelas baixas vendas, assim como as Tiras Clássicas. O próprio Sidney Gusman já citou isso em entrevistas.

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    3. Entendi. Mesmo assim tinha seu público fiel e sentiram falta com o cancelamento.

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    4. Fabiano, verdade, não tá tudo mil maravilhas na MSP, só mantendo as aparências mesmo.

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  3. Essas revistas consideradas especiais não deixam de ser encheção de linguiça e caça níqueis, pelo menos não passou em branco e até achei essa aceitável, até que ficou melhor que Cascão e Chico 700, que de especiais foram só o nome. Com certeza próxima edição volta tudo na mesma, principalmente ensinando boas maneiras, isso que desanima comprar gibis atuais.

    Desses vilões apesar de terem mais visibilidades na Panini, o Doutor Olimpo até que aparecia bem na Abril e Globo, aí quando foi integrado na liga S.U.J.O.C.A. na Panini teve um destaque maior. Na história as garotas da rua de cima e a turma da Mônica Jovem e geração 12 não foram citadas, mas a Milena apareceu mais no final. Valeu por ter gostado da postagem. Abraço

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  4. Uma capa mais interessante seria com a Mônica e o Cebolinha nos traços dos anos 70, afinal quem entrou no portal foi a Mônica dos anos 70 e não atual... E como o Fabiano citou, a história ficou uma encheção de linguiça. Não faria questão por um frontispício, mas ao menos uma nota deveria ter como mas Edições 1, Cebolinha 13 e cascão e Chico 700. A propósito na minha opinião, Cascão 700 foi melhor que essa Mônica 600, talvez pq eu goste que eles viajem nas edições antigas.

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    1. Devem ter colocado os traços atuais na capa pra seguir um padrão e ter ideia de releitura, mas seria mesmo coerente os dos anos 70 na capa. O Cascão 700 só teve referências as edições Nº 1, mostrou coisas da época que ele nem tinha revista e nem mostraram pelo menos a nº 1 da Globo, como se a revista do Cascão nunca tivesse passado pela Globo. Aí preferi essa da Mônica 600 entre os 2.

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    2. Do Cascão gostei pq teve mais ação. Da Mônica não saiu da cena...

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    3. Entendi. Questão de gosto. :)

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  5. Saudades da antiga Turminha Mônica impiedosa com sua força exagerada Cebolinha e Cascão bolando planos terríveis Cascão brincando no lixo e fazendo de tudo para escapar do banho Magali sendo capaz de tudo para comer os meninos zoando a Mônica como em Mônica de óculos e o aparelho Magali encontrando cientistas e Fórmulas malucas como em peso pesado Chico aprontando em Chico Late planos vontra a Mônica em o plano da calcinhas de rendinha e o plano sangrento e outros clássicos da turminha

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    1. Pois é, era muito melhor, sem comparação. Politicamente correto estragou tudo.

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  6. agora que você falou, gostei, acho que vou comprar, só não sei se será nas bancas ou no Sebo, mas eu vou levar com certeza.

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    1. Compra sim, não tá ruim. Sebo pelo menos fica mais barato.

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  7. Galera, pra quem puder me ajudar, estou com algumas edições da primeira série do almanaque do cascão da Panini, eu gostaria de saber se esse Almanaque (e dos outros personagens), reúnem histórias em ordem cronológica, já da editora Panini, dos títulos mensais, ou ainda tem alguma coisa da Globo, ou somente é um apanhado de estórias, no estilo "melhores momentos". Estou nessa dúvida cruel, pois queria começar uma coleção, agradeço muito quem puder me esclarecer =)

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    1. Nos almanaques da Panini republicam histórias da Globo até o momento. Não segue uma sequência cronológica a fundo, pois á chegaram a republicar as últimas da Globo e aí depois voltaram pro começo e atualmente os do Cascão estão com mais histórias dos anos 2000. O inconveniente é que fazem várias alterações nas histórias antigas pra atender o politicamente correto. Não deve demorar muito pra passarem a republicarem histórias das própria Panini nos almanaques

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    2. hummm, esse é meu medo, colocarem histórias novas nos almanaques ... Aproveitando, tem alguma forma de saber quais histórias são publicadas, pois parece que tiraram aqueles numeros e letras e colocaram uma espécie de código de barras ... Muito obrigado pelos esclarecimentos Marcos =)

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    3. Nos almanaques da Panini eles não colocam mais códigos com referência à edição original que saiu, aí só por memória ou em sites na internet como Guia dos Quadrinhos. Nos almanaques da Ed. Abril e Globo dava pra saber, já fiz um post sobre decifrando esses códigos, aqui o link.

      http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2015/04/decifrando-codigos-dos-gibis.html

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  8. Podia comentar sobre Os Bruxinhos. Tive o almanaque da Abril com a história.

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    1. Quando der eu comento, por ser grande não tem prioridade e pode demorar.

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