segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Uma história do Astronauta de férias

Mostro uma história em que o Astronauta foi passar férias em um planeta desconhecido e passou grande sufoco com extraterrestres bandidos. Com 9 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 10' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Cebolinha Nº 10' (Ed. Globo, 1987)

Astronauta procura um planeta para passar as férias e encontra um semelhante à Terra com ar respirável e que atende todos os requisitos. Ele pousa a nave lá, tira o traje e curte as férias deitado no chão se bronzeando e ouvindo música no rádio e enquanto isso tinha um alienígena olhando.

Astronauta comenta que esqueceu do bronzeador e quando vai até à nave buscar, descobre que ela sumiu. Astronauta ouve vozes onde ele estava e vê que eram 2 alienígenas bandidos roubando suas coisas. Astronauta consegue pegar um e manda explicar onde está a nave.

Bola conta que não sabia da nave e Astronauta está condenado a ficar para sempre lá no planeta-prisão, onde são mandados os piores bandidos do universo. Zok, o pior deles, levou a nave e fugiu do planeta. Astronauta deseja denunciar para a polícia e Bola conta não há polícia lá, só aparecem para trazer mais um criminoso e o último guarda que viu foi há uns mil anos-luz e todos temem Zok.

Astronauta fala que está frito e lembra que no seu traje tem um comunicador estelar que vai dar para ligar para polícia. Só que roubaram o seu traje. Astronauta comenta que não pode se confiar na própria sombra e o Bola conta que a sombra dele já o roubou 3 vezes. Astronauta pensa em uma coisa, Bola sugere um assalto, se roubar um ladrão tem 100 anos de perdão. Astronauta sugere fazer uma fogueirona para atrair a polícia e Bola descarta porque vai chamar atenção de todos os criminosos do planeta.

Nessa hora, aparece o ladrão do Planeta-Braço querendo assaltar o Astronauta, levar seu calção. Não serve para nada para ele, mas é a única coisa que ele tem. Astronauta pergunta onde ele arrumou a arma e ele diz que trouxe escondida nas mangas. Astronauta tem uma ideia, desmonta arma do ET, o faz derrubar árvore para montar uma arma gigante e passa a ser o maior assaltante do planeta, tomando o lugar de Zok.

A fama do Astronauta vai crescendo, assalta todos os bandidos do planeta. Zok, que está pilotando a nave do Astronauta, vê como estão os "ladrões de galinha" do planeta-prisão e descobre que o Astronauta está como o maior bandido e Zok volta revoltado para o planeta-prisão para dar uma lição no Astronauta. 

Ao chegar lá, ele dá uma pancada em Zok com a arma, sabendo que ia mexer com o ego dele, e avança para a nave e foge do planeta. E ainda o Bola ameaça o Zok, falando que agora ele é o bom do planeta. No final, Astronauta sai ileso do planeta-prisão e ele resolve passar o resto das férias em um planeta menos perigoso. Resolve ir para a Terra e quando chega na praia com mar poluído, lixo na areia, fábricas poluindo o ar e ele acha que não foi uma boa ideia.

História bem legal essa. O que era para ser uma simples férias, acabou se tornando uma aventura para o Astronauta se dando muito mal ao entrar em planeta-prisão e ter sua nave roubada pelo líder dos bandidos para fugir de lá. Só conseguiu sair se passando por assaltante sabendo que Zok ia voltar ao saber que não era mais o maior bandido do universo.  

Foi boa a ideia de todos os bandidos perigosos do universo serem mandados para um planeta-prisão, aí na falta do que fazerem, um assaltava o outro. Bem que podiam incluir os bandidos  da Terra lá, ia ter uma paz aqui. Foi legal também ver os outros bandidos se unirem para derrotar o Zok para ele deixar de ser o líder supremo. 

O mais engraçado foi o ladrão do Planeta-Braço todo  em forma de braço, eles eram criativos ao criarem os extraterrestres nas histórias. Esses extraterrestres apareceram só nessa história, como de costume de personagens secundários na época. Astronauta ouvir rádio de pilha em outro planeta, só se fosse fitas-cassetes. Se ouvia rádio terrestre seria absurdo. 

O final teve uma crítica e mensagem de conscientização à poluição na Terra, para o Astronauta foi ruim ficar preso no planeta-prisão, mas ver o seu planeta todo poluído e sendo destruído lentamente foi pior ainda. É toda impublicável por envolver bandidos, mesmo sendo extraterrestres, armas nas mãos dos personagens, Astronauta se passar por bandido, violência tacando arma na cabeça no Zok, mesmo sendo vilão, a crítica de poluição na terra no final, falarem palavra "Droga!", fora o Astronauta usar bronzeador ao invés de um protetor solar e ele aparecer sem camisa, tudo isso proibido nas revistas de hoje. 

Os traços ficaram excelentes, bem desenhados e dessa vez o Astronauta ficou sem traje quase a história toda por estar de férias e em lugar tipo praia, era raro ele aparecer sem traje, quando acontecia, era só alguns quadrinhos. As cores de 1987 eram bem desbotadas a partir do segundo semestre, porém nessa não ficou muito desbotado por conta do papel ser oleosos, o que deixava as cores mais vivas. Curioso que normalmente eles deixavam papel oleoso só nas revistas do Cebolinha, nos primeiros anos praticamente todas dele tinham papel oleoso e as outras papel normal, com raras exceções algumas edições de outros títulos serem oleosos.  

41 comentários:

  1. Inteligência artificial displicente, está com nada o tal (C)computador da nave do Astronauta, permitiu que o herói caísse em arapuca. E o tema mais utilizado nas tramas da TM dos velhos tempos não se restringe aos núcleos residentes do planeta Terra, provando que os terráqueos não têm o monopólio da bandidagem, delinquência é universal.

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    1. Sim, tudo era motivo pra inserir bandidos, até extraterrestres eram bandidos na época, provando que em qualquer lugar podia ter, não só na Terra. Mostrava que eram bem criativos.

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    2. Falando em criatividade, no Almanaque Turma do Astronauta nº3 da Editora Globo, me chamou atenção a tira de encerramento, simplesmente não há piada, pode ser que fui desatento e não a captei, teria eu "kikado"*? Mas parece mais um aleatório recorte de três quadros tirados de alguma HQ apenas para preencher espaço, não consegui identificar propósito cômico, certamente é uma tira, mas, se há piada nela, não sei. Você deve ter a edição, Marcos, verifique se estiver acessível, pois em acervos extensos nem sempre é fácil encontrar o que se pretende, de qualquer forma deixo aqui registrado minha incompreensão quanto à ela, espero que eu não seja portador da (S)síndrome de Kiko*.
      *Entender as piadas depois de horas dos momentos em que são lidas e ouvidas ou até mesmo após dias.

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    3. Aí só conferindo porque não lembro dessa. Tudo indica que foi tirinha inédita porque não tinham tiras dele nos gibis dos anos 1980 e 1990. Lembrando que esse é o único Almanaque dele que tenho da Editora Globo porque foi a primeira edição.

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    4. Em gibi pode ser inédita, isto é, nunca publicada antes em revistas em quadrinhos, traços apontam para 1978 a 80, por aí, não parece piada. Lembro de na infância ter lido tiras do Dick Tracy, Homem-Aranha, He-Man e até de Charlie Brown e Snoopy que eram HQs exibidas nesse formato, não eram piadas, pode ser o caso da tira do Astronauta, estranho se for, tramas em tiras são para jornais, não sendo isso, continuo achando estranho, primeira e única vez que vejo algo do tipo em gibi mauriciano.
      Uma baita cochilada sobre esses almanaques está na capa da segunda edição que é dedicada ao núcleo do cemitério, consta número 1 sendo que a primeira edição é do núcleo jovial.

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    5. Pior que nem lembro dessa tirinha, deveria ser dos anos 2000 pra seguir a lógica quando não tinha uma de gibi. Se for tira dos anos 1970, aí tiraram de jornais da época. Só conferindo. E teve erro mesmo na numeração da Nº 2 dessa coleção, o certo revezavam as turmas de personagens, mas seguindo a numeração corrente da coleção. Na Panini passaram a colocar títulos independentes, o que achei melhor.

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    6. É com traços das antigas, posso afirmar, poderia descrevê-la, mas não lembro com exatidão e não achei na rede, posso estar equivocado, mas realmente não consegui identificar a piada na tira, o que lembro é que termina com Astronauta à paisana com vara de pescar apoiada em um dos ombros.

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    7. Entendi. Então deve ser das antigas. E tem algumas tirinhas incompreensíveis de entender a piada, pelo menos foram poucas assim.

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    8. Marcos, há uma tira de dois quadros do Cascão que jamais esqueço pela singela e memorável sacada de contar com ausência dele. Como assim? Leia:

      No primeiro quadro, Cebolinha, caminhando em companhia de Magali, pergunta: "Estava 'blincando' no balanço com o Cascão, Magali?"

      No segundo, ambos focalizados de costas, ela, sem saber que conta com um baita par de marcas de mãos sujas no vestido, confirma engatando uma pergunta: "Sim! Não vi você no parque, como descobriu que era com ele que eu brincava?"

      Piada não é da Magali, nem do Cebolinha, embora sejam essenciais para o desenrolar dela, e não por serem quem são, sendo com Mônica e Franjinha daria no mesmo, o negócio é alguém para transportar involuntariamente o "corpo de delito" e outro alguém para evidenciá-lo. A piada é de quem se faz ausente, e por mais que não pareça, é genial, pois protagoniza sem atuar.

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    9. Não precisava aparecer, as marcas de mãos sujas denunciava que era ele. Por haver piada de sujeira foi considerada piada do Cascão, as vezes acontecia. Muito legal essa, eram muito criativos.

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    10. É unânime que Cascão é presença marcante, ninguém discorda, o que poucos dão conta é que ele também é "ausência marcante", deixa marcas onde toca, por onde passa, sem contar o cheiro, é o mais rastreável dentre as criações de Mauricio.

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    11. O cheiro também é inconfundível. Nas brincadeiras de tapar olho do amigo pra descobrir quem era, sempre sabiam que era o Cascão.

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  2. Atronauta aparece sem dedos na primeira página

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    1. É que ele estava no traje e é como se tivesse com luva. Tinha desenhistas que desenhavam assim, até que não acho errado.

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    2. Acho que ele se refere ao último quadrinho da página! Ele está deitado pegando Sol e descalço. Os pés foram desenhados sem dedos! Passou despercebido!

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    3. Luan, acho que ele deve ter falado dos pés mesmo. As vezes acontecia de colocarem personagens que tinham dedos nos pés sem dedos por estarem acostumados a desenhar sem dedos ou com sapato. Se fato foi falta de atenção do desenhista.

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  3. Li essa HQ num almanaque.
    Deu vontade de ler um gibi da TM atual só para ver como são as HQs atuais,todas engessadas!Qual seria o nível de engessamento?
    Comprar é que não vou,passaerei numa biblioteca municipal para conferir!

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    1. É, já foi republicada, mas não lembro o almanaque, deve ter sido algum de 1992 ou 1993. Histórias atuais são bem engessadas e desenhos bem diferentes, você vai estranhar, aí só você conferindo pra tirar suas conclusões. Pode ser que veja em biblioteca (mas pode não ser tão recente) ou em sebo (nesse caso comprando, mas que pelo menos seria barato) ou procurar download na internet.

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    2. Essa história foi republicada na Coleção Um Tema Só - Mônica- Super Aventuras!

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    3. Valeu pela informação, André. Eu sabia que tinha sido republicada, mas não lembrava o almanaque.

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  4. Legal, gostei do resumo da história. Mas, percebi que o Zok mudou de aparência dos primeiros quadrinhos para os últimos.
    É isso mesmo ou eram dois aliens diferentes?

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    1. Eram 2 alienígenas diferentes, enquanto eles estavam tentando assaltar o Astronauta, o Zok estava roubando a nave dele. Tanto que o Bola falou que ele não sabia que o Astronauta tinha nave.

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    2. Também tenho esta dúvida, Henrique, pelo nível da cochilada com os pés do Astronauta pode ser o mesmo personagem, aí são duas baitas distrações por parte do desenhista, salvo se o bandido for metamorfo (o que não se sabe, não é mencionado), espero que sejam dois para diminuir um pouco minha insatisfação, pois a arte é do tipo que dá gosto de ver, nos tempos memoráveis infelizmente eram deveras relapsos, acho que se deve ao fato de terem sido uma equipe relativamente pequena em todo o período de vacas gordas.

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    3. Ainda bem que nosso prezado Marcos esclareceu, menos uma decepção, ufa!

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    4. Dá pra entender que era outro alienígena pelo contexto que ficou, agora se a intenção era pra ser o mesmo, aí não sei. Pra mim era outro.

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    5. Sim, Marcos, você foi mais atento que nós. Primeiro Astronauta constata o sumiço de seu veículo e depois presencia o furto de seus pertences, Zok efetua o furto da nave antes da criatura sobrancelhuda e também roxa ser flagrada entrando em fuga de posse da bolsa, trata-se de ordem dos acontecimentos, detalhe cronológico somado ainda com outro detalhe que é o mais temido prisioneiro ter o nome mencionado seis vezes antes do roteiro revelá-lo fisicamente.

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    6. Exato, Zózimo. Foi assim como vi. Sim bem esperto, não era a toa que era o líder dos bandidos. Ou seja não foi decepção.

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  5. Pensei que a história ia acabar com algum arrastão na praia de Ipanema ou algo do tipo.

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    1. Até teve depois uma história do Astronauta que acabou em um arrastão espacial com ele ficando sem roupa no final. No caso não foi em praia do Brasil ou carioca, e, sim, em praia de outro planeta.

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  6. História genial, só que ano-luz é uma medida de distância, não de tempo. É a distância que a luz percorre em um ano.

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    1. Aí foi falta de atenção do roteirista, mas nada que tire o encanto da história. Tinham muitos erros na época.

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  7. pode me responder uma pergunta na caixa turma da Mônica coleção histórica
    os gibis que são da abril só que só mudou a marca ou mudou algo dentro da historia ou continuam igual porque achei dos desses gibis num sebo

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    1. A intenção era pra ser igual como saíram nos gibis da Editora Abril, mudando só tons de cores e tirando as propagandas, colocando comentários das historias no lugar. Porém, algumas edições alteravam originais por motivos bobos e adequar ao politicamente correto atual, não todas as edições, mas alteravam conteúdo as vezes.

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    2. entendi obrigado pela resposta

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  8. Interessante notar que o bandido xingou o Astronauta de babaca! Hoje em dia isso seria, lamentavelmente, censurado.

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    1. É, xingamentos assim de babaca, imbecil, idiota, etc, eles não põem mais, não alimentar ódio, essas coisas.

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    2. Pois é, entendo o motivo, mas ainda assim as crianças ficam expostas a xingamentos até piores no dia a dia todos os dias, no trânsito, na rua, até em casa, se bobear. "Babaca" é até light perto do que até mesmo algumas crianças já estão falando corriqueiramente hoje em dia...

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    3. Babaca e idiota são considerados mais leves. Palavrões então, nem se fala. Em casa a criança pode ouvir os pais se xingando ou eles xingando irmão ou até ela mesma. Não adianta a mídia evitar xingamentos se o exemplo não vem de casa. Aí é mais pra não dizer que a MSP não deu o mau exemplo, que casa crianças aprenderam xingamentos em casa ou na rua e não lendo gibis.

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  9. História clássica, muito legal! Pra mim, tem um sabor especial, pois essa edição 10 do Cebolinha da Editora Globo foi a primeira do Cebolinha que tive, comprada junto de meu saudoso pai, em outubro de 1987. Lembro com carinho desse dia e tenho ótimas lembranças!

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    1. Esses momentos aparentemente simples se tornam realmente memórias sagradas que carregamos conosco a vida inteira.

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    2. Ricardo, muito bom. Sempre bom ter essas lembranças de infância e ficarem marcadas. Os primeiros gibis a gente não se esquece. E esse é excelente, só clássicos do início ao fim.

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