quarta-feira, 14 de abril de 2021

Tirinha Nº 81: Magali

Nessa tirinha, o pai da Magali, Seu Carlito, leva a filha ao médico preocupado com a sua gula, de comer sem parar. Não procurou médico assim que ela nasceu porque conseguia bancar, mas com a alta dos alimentos não estava mais conseguindo. Sabe como é, inflação alta, tudo aumenta e a gulodice da filha também só aumentando, aí fica difícil sustentar.

Não costumavam mostrar preocupação em retratar a fome da Magali no aspecto de prejuízo financeiro para os pais dela. Simplesmente comia e pronto, mas tiveram algumas vezes que foi mostrado isso e era engraçado ver o pai se virando para sustentá-la e parando para pensar é bem rico para bancá-la. E ainda tem crítica à inflação, que era muito alta na época e continua bem atual. Muito boa.

Tirinha publicada em 'Magali Nº 69' (Ed. Globo, 1992).

22 comentários:

  1. Tira que se encaixa perfeitamente na atual conjuntura socioeconômica, originalmente representa a hiperinflação da década de 1980 e primeiros anos da conseguinte.

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    1. Pois é, mesmo passando tanto tempo está atual, alimentos no supermercado estão caros demais, carne, então, nem se fala. Fica difícil sustentar uma filha como a Magali.

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    2. Assim que entrei neste tópico e vi o primeiro quadrinho postado separado imaginei que fosse aquela tira em que Magali abocanha o abaixador de língua do médico, não sei se vi postada aqui, a conheço desde moleque.
      Quando ia aos pediatras e eles vinham com esses palitos de madeira para meu lado, detestava sem fazer drama, ainda pensava: "Picolé que é bom, necas!".

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    3. Eu lembro dessa tira, só que ela estava em m dentista, me parece. E a mãe dela que estava junto.

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    4. Pode ser dentista, aí é ainda mais selvageria, pois abocanha, quebra e mastiga parte de instrumento supostamente metálico, o que relaciono com possibilidade de ser médico é que o objeto apresenta cor amarelada, bege ou laranja, algo assim, remetendo à madeira, aqueles clássicos palitos de picolé que exercendo pressões sobre línguas provocam falsas ânsias de vômitos, memórias são algo que confio desconfiando, posso ter alterado a cor, acho que é com a mãe mesmo. Este aqui utiliza envolto à cabeça o clássico espelho frontal que há muito creio ter caído em desuso, junto ao estetoscópio e ao traje branco, os três elementos compõem o arquétipo do médico, o outro profissional que diagnostica Magali como portadora de uma rara doença chamada fome, parece não usar o clássico dispositivo.

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    5. Na tira era objeto metálico, porém tem médicos que colocam esses abaixadores tipo palito de madeira, dá ânsia de vômito sim do jeito que colocam rs.

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    6. Marcos, achei a bendita no pardieiro em que se encontra minha alcôva (quarto), sabia que tinha ela comigo, o sujeito é mesmo médico, o que segura é amarelo de tom escuro e com aspecto de palito de madeira mesmo, publicada em Magali nº13 de 1989, tenho a versão CHTM, talvez apresente variação na cor do pequeno objeto na colorização original. Menos mau, sinal que Magali está comportada na tira, tanto que a mãe nem passa vergonha, mastigar metal é um misto de "Mad Max" com "Blade Runner" com uma pitada de Trap Jaw, personagem de desenho animado, representa fim dos tempos, sociedades declinadas, não fica bem para uma mocinha de apenas sete anos de idade.

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    7. Essa mesmo. Magali comia coisas absurdas, só ela mesma pra ter façanha de comer metal. Bons tempos.

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    8. Estou matutando a respeito desta tira...
      Motivado por questão financeira e não por questão de saúde Carlito leva a filha ao médico, não se trata de um pai sovina desnaturado, muito pelo contrário, com pouco dinheiro Magali sentiria fome do mesmo jeito, portanto, não daria plena vazão, passaria fome, a questão é quanto à atenção do médico, seria este profissional atento, cauteloso, rigoroso ou seria cochilão, relapso, do tipo que troca as bolas, que confunde os frascos? De moderador para estimulador, conhecemos bem o que é Magali com apetite turbinado por fármaco, põe Taz do Looney Tunes para comer poeira, vira um demônio que não é da Tasmânia e sim do Limoeiro, nessa condição bestial se a vida lhe dá um limão, não perde tempo com limonada, engole inteiro ou sem lacrimejar mastiga bem mastigadinho pedindo bis, coloca o australiano no chinelo, parecendo uma dama de fina estirpe comparado à Magali com motor envenenado, torna-se tema de seara heroica, assunto para Liga da Justiça, Quarteto Fantástico, Vingadores, etc, um transtorno tão aterrador que só quem se fantasia fora de época em prol do bem comum, só aqueles e aquelas que usam calcinhas e cuecas por cima das calças se propõem lidar, com grandes chances de não darem conta, a guria transforma-se em ameaça pública.

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    9. Seu Carlito só levou a filha aí médico por causa de situação financeira,se os preços estivessem baixos nem ligaria para comilança da filha. O médico não poderia dar um estimulador de apetite pra Magali por engano senão seria catastrófico como aconteceu em Magali 3 de 1989.

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    10. Tanto que esta trama fez com que o Ministério da Saúde fizesse a seguinte advertência:
      "Atenção! Preste muita atenção na atenção de seu médico, ser desatento à desatenção médica pode causar danos à saúde."
      A mensagem que fica é se seu médico é acima de tudo ético e se anda bem de saúde, pois dependendo do grau de desatenção pode indicar que o médico nescessita de um médico, problema é o médico ir ao médico e esse por sua vez passar mal no ato da avaliação médica de seu paciente médico, carecendo de um terceiro médico, aí beira "Chaos A.D.", surrealismo. Bom, creio que fui bastante claro e objetivo.
      Voltando à bestialidade da dócil e meiga Magali, muitíssimas vezes pior que mastigar abaixadores de línguas e até mesmo instrumentos odontológicos metálicos é mastigar papel, personagens de HQs afeitos à essa proeza representam sérios riscos ao próprio habitat, nescessita de constante monitoração, tanto que foi tão secretamente monitorada pelos "cuequeiros" e "calcinheiras" de plantão - rapaziada parodiada da "DesCê" e "Marvelo" - depois de seu quase catastrófico terceiro gibi do final dos anos 1980 que de algum tempo para cá infelizmente passou a ter boa educação ante às mesas, deixou de ser aquela graciosa e adorável bomba relógio.

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    11. Naquela história, também foi desatenção da mãe da Magali, se ela visse o rótulo do remédio, a filha não passaria pelo que passou. E os absurdos que a Magali comia eram só ficção, mas levando à vida real, teria que os pais monitorarem sempre para ela não cometer os deslizes.

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    12. A graça dos gibis são os absurdos em geral. Se leva pra vida real, perde a graça.

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    13. Isso aí, perde todo o sentido tirar os absurdos e ficarem focados no que acontece à realidade. Por isso eram legais com todos aqueles absurdos e fugir da realidade.

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  2. Essa tira poderia ter um remake agora. Momento ideal para retratar o absurdo que está custando os alimentos, tudo aumentou demais e bem acima da inflação. A vantagem para o pai da Magali é que hoje em dia o apetite dela está mais moderado, ai talvez não esteja gastando tanto.

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    1. Preços acima da inflação, isso que é pior. Bem lembrado que com o apetite atual da Magali seria menos pior pra ele, aí a tira só não encaixa por completo por causa da personalidade atual da Magali.

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  3. E de vez em quando,nessas situações,surgem uns metidos a herói,com ideias velhas e mirabolantes que são bonitas de se ouvir,tipo imprimir mais dinheiro "para o pobre ter acesso a ele",mas que é justamente o contrário,piora a inflação!

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    1. Sim, o certo é dar mais recursos aos mais pobres.

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    2. Manjo nada de Economia, no entanto, esta de apenas imprimir mais cédulas ignorando o tal lastro econômico é de tamanha gravidade, a tendência é provocar bolha e como toda bolha que se preze um dia estoura, daí a calamidade.
      Exemplo semelhante e ainda relativamente recente se deu no primeiro ou segundo mandato do governo Clinton onde reduziram consideravelmente os critérios para se obter crédito, classes menos favorecidas foram emergindo, mais pessoas enveredando em hipotecas e cartões de crédito, medida tomada lá atrás culmina na estupenda crise econômica que surge no quadrimestre final de 2008 atingindo em cheio exatamente todos países do denominado Primeiro Mundo, após pouco mais de um ano, países menos desenvolvidos sentem o tranco do que outrora foi apenas "marolinha", todo o curso dessa crise creio que tenha durado uns seis anos.

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  4. Na época era pior a inflação, mas sempre bom ficar atento pra não voltar como era.

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  5. Oi Marcos,
    Queria só mostrar para você a postagem que fiz sobre o sucesso da Turma da Mônica em Portugal, no meu blog. Tirei uma imagem do seu, espero que não tenha problema ;)

    https://portugalanos90.blogs.sapo.pt/quartas-aos-quadradinhos-a-turma-da-15994

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    1. Legal, ficou boa a postagem. Sem problema de ter pego a imagem, representa bem os anos 1990, sim.

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