quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Um tabloide de Natal do Chico Bento


Mostro um tabloide em clima de Natal com o Chico Bento, que foi publicado em 'Chico Bento Nº 87' (Ed. Abril, 1985).

Nela, Chico está indo à festa de Natal vestido de Papai Noel e no caminho e encontra com um boi. Como boi não gosta de cor vermelha, ele ataca o Chico e dá uma chifrada forte que faz Chico voar longe. O jeito par ao Chico passar lá foi e vestir de Papai Noel com  roupa verde e todos da festa estranha o visual dele quando  chega lá. 

É bem legal essa, foi pesada a chifrada que o Chico levou. Eu gostava quando ele tinha um jeito simples e todo especial de resolver os problemas. Impublicável por conta de que personagens não podem mais contracenar com bichos bravos e perigosos e ainda mais sendo atacados e machucados pelos bichos. Interessante que na festa só tiveram personagens desconhecidos, não teve nenhum amigo ou parente conhecido. Pode ser que o Chico estaria fazendo bico como Papai Noel da festa, fica na imaginação de cada um.

Curiosamente, esse tabloide nunca foi republicado até hoje, nem nos almanaques especiais da Editora Globo, que costumavam republicar histórias da Editora Abril. A seguir, mostro essa historinha de 1 página completa.

36 comentários:

  1. gosto destes traços antigos, especialmente os da noite e o do quadrinho em que ele está atrás da cerca, muito bem desenhados. Falando nisso, ele entrou no cercado do boi, só pode, ai levou a chifrada. kkkkkkkkkkkk

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    1. Também gostava de desenhos d anoite, principalmente quando tinha um efeito e muito boa também a cena com o Chico atrás da cerca. Sim, ele entrou lá, provavelmente para cortar caminho, risco de chifrada ele tinha até se não tivesse de vermelho se o boi não fosse com a cara dele.

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  2. Com a certeira chifrada Chico que não estava verde caiu de maduro, fez o caminho inverso ao da natureza, desamadureceu.
    É um touro-semáforo, vermelho é caminho obstruído, com verde pode passar.
    Chico prefere ser chifrado desta forma do que pela Rosinha.

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    1. É, ser chifrado pela Rosinha seria pior.

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    2. Além de não haverem personagens conhecidos no último quadrinho, o pessoal não tem pinta de rural mesmo sendo na roça a comemoração, a impressão é que Chico Bento foi contratado, o valor do cachê deve ter sido reduzido por conta do atraso e pela descaracterização do Santa que além do traje verde e branco em festa de maioria corintiana ainda foi (des)barbeado sabendo que em 1985 uma certa fabricante de barbeadores patrocinava o Porco. Se pintasse de amarelo as partes peludas do traje seria mais negócio, justificaria a falta de pontualidade como um bom Papai Noel patriota, seria uma excelente caracterização proveniente de uma descaracterização, soaria muito melhor, infelizmente Chico preferiu cutucar os "manos" com vara curta.

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    3. Também acho que o Chico foi contratado para ser Papai Noel naquela festa. Trabalho infantil não pode rsrs.

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    4. Espero que ele não tenha saído da confraternização como foi o ensaio com o touro. Quando os personagens crianças do Mauricio podiam se virar como engraxates por exemplo renderam ótimas histórias. Eles vendendo refrescos, pirulitos, gibis, materiais recicláveis, etc, é unanimidade que Chico Bento e Zé Lelé foram os que mais trabalharam nesses felizes tempos sem censura.

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    5. Verdade. Chico foi até açougueiro. Outro que trabalhou bem foi o Cascão, inúmeras vezes como engraxate e foi até vendedor de lojas de aquário para o seu desespero.

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    6. Essa conheço bem, é de Cascão 112 de 1991, tive a revista.
      Sensacional é aquela em que se destaca o pioneirismo do Cascão, tornando-se vendedor de nada, um tipo de produto nunca antes comercializado, Jeremias não é cachorro não, como dizia (cantava) Waldick Soriano, mas ficou com a pulga atrás da orelha, Cascão inovou, porém, em não dar a devida atenção ao controle de estoque não prosperou, gestão fraca. Conhece, Marcos?

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    7. Conheço, é de Mônica 143 de 1982. Muito legal essa.

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    8. Imaginava que fosse desse ano e de algum gibi dela, agora sei exatamente a qual número pertence, edição cuja história principal é de Páscoa, bom saber!
      Engraçada é a capa de Almanaque do Cebolinha nº1 de 1987 indicando que o negócio não vai prosperar, mas nem só de descalços vive o Limoeiro, não sei se teria graxa azul se caso Jeremias se interessasse.

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    9. E republicada no Almanaque da Mônica 12 de 1989. Também gosto da capa do Almanaque do Cebolinha 1, mostraram só os descalços, mas tem outros amigos com sapato que ele teria que procurar depois. Graxa azul seria difícil ter para o Jeremias.

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    10. Enquanto Cebolinha se desanima por não aplicar graxa e com isso não garantir o sorvete nosso de cada dia, Cascão desaprova o quanto vai aplicar nos "singelos" calçados de um cliente cômico, tanto rosa quanto branca, não é amador como o dislálico que deixa seu amigo - que prefere andar descalço do que sem boina - desengraxado (é um simbionte o que Jeremias usa na cabeça), como bom profissional trabalha com todas as cores, Maria Cascuda diz que ele é a coisa mais linda, mais cheia de graxa. Capa da revistinha dele nº27 de 1988.

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  3. Isso de touro "não gostar de vermelho" é mito,hein!
    Dizem que um dos motivos de a muleta do toureiro ser vermelha seria para disfarçar eventuais manchas de sangue do próprio,caso perca para o bicho.

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    1. Acredito que seja isto aí mesmo, Julio Cesar.

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    2. Sim, não tem nada a ver mesmo essa teoria, são só costumes antigos que gostavam colocar nas revistas.

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    3. E o que enfurecem os bichos seriam os tecidos tremulando, pelo menos é o que ouço a respeito.

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    4. Parece que os bovinos não enxergam bem as cores como nós,mas o que os deixam bravos seriam os movimentos provocativos do toureiro,somando-se a isso a plateia,aquele monte de gente em volta,gritando,e talvez,outros meios,pois dizem que amarram objetos incômodos em partes sensíveis de suas carcaças.

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    5. Empatia é atributo humano, a capacidade de se colocar no lugar do outro não se restringe apenas de humanos para humanos, podemos ter empatia por outras espécies animais, touradas, rodeios, animais circenses, passarinhos engaiolados, pequenos e imensos aquários, pecuárias de corte e leiteira, avicultura, suinocultura, etc, representam o nosso baixo nível moral enquanto espécie.

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  4. Papai Noel na verdade era originalmente verde mesmo. Só ficou vermelho por marketing da Coca Cola.

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    1. Bem lembrado disso. Grande coincidência aí na história.

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    2. Ouvi dizer que a roupa do Papai Noel era branca antes da Coca.
      Ou seja,uma intervenção capitalista,embora uns façam comparações entre o bom velhinho e Marx.

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    3. Gostei! O vermelho do traje do Santa tanto pode ser da Coca-Cola, um dos maiores ícones do Capitalismo, como pode ser o vermelho do Socialismo, Papai Noel shakespeariano, ser ou não ser, há algo de podre no Reino do Pai Natal (como é chamado em Portugal), seria o Santa progressista e estatizador ao mesmo tempo que é liberal-conservador, privatizador? Esquizofrênico, talvez bipolar, keynesiano e marxista, tipo esponja dupla-face. Melhor decidir-se e descer do Muro de Berlim.
      Esse (B)bom(?) (V)velhinho...

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    4. Julio Cesar, na wikipedia fala que era verde. E, sim, uma intervenção capitalista na roupa do Papai Noel, pois a Coca Cola vendia pouco refrigerante na época do Natal no hemisfério norte, já que por lá é muito frio nessa época. Então, pra incentivar o consumo da bebida nesse período, trocaram a cor da roupa do velhinho em uma peça publicitária pelas mesmas cores do refrigerante. E pegou muito bem pelo visto, pois mudou de vez a imagem do Papai Noel. A Coca-Cola é vermelha porque, na época em que ela foi criada, nos anos 1880, havia um forte movimento conservador anti-álcool. Então a empresa pintava de vermelho os seus barris que carregavam o xarope usado na fabricação da bebida. Era uma maneira dos fiscais reconhecerem rapidamente os barris da Coca e não confundi-los com os barris de bebidas alcoólicas. Inclusive, a primeira revista corporativa da marca se chamada "The Red Barrel" (O Barril Vermelho) e foi lançada em 1924. Por esse motivo, a marca decidiu levar adiante a cor em sua identidade visual. Ou seja, Zózimo, a empresa está bem longe de ser socialista, embora o Papai Noel não. O bom velhinho vive na Lapônia, norte da Finlândia, país muito conhecido pelo seu Estado de bem-estar social.

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  5. Ótima história, histórias mudas deveriam ter no máximo, uma página como essa, ai é legal. Na década de 2000 aquela overdose de histórias mudas longas não tinha nada a ver, que graça tem vc comprar um gibi e não ter quase nada para ler?

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    1. Concordo, não gosto também de histórias mudas longas. A graça é ler o texto. Uma página já tá muito bom e no máximo 3 páginas sendo uma história por revista.

      Essas dos anos 2000 eram horríveis, muitas tinham 10 páginas, só enrolação, até histórias de abertura eram mudas. Na Panini chegaram a criar Almanaques de historinhas sem palavras. Quanto desperdício de papel.

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  6. Pois é, Marcos. Uma história muda por revista de uma ou duas páginas, tudo bem. Mas, exagerar na dose, fica horrível. Comprei em sebo uma revista do Cascao de 2002 (época que eu não estava comprando revistas), e até a história de abertura era muda, quase todas histórias mudas nesta revista, basta 3 minutos para "ler" a revista toda. Chegava a ter histórias mudas de 10 páginas. Qual era a intenção? Falta de criatividade ou preguiça de roteirizar os textos das falas dos personagens?

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    1. Revista para ficar olhando figuras fica complicado. Serve só para quem não sabe ler. Achei um erro isso, só encheção de linguiça, ainda bem que eu não colecionava mais na época. Acho que intenção era para agradar as criancinhas que não sabiam ler ou até mesmo isso de não ter criatividade de roteirizar textos. Só sei que era bem frequente e hoje até que não tem tanto.

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    2. Histórias mudas de no máximo quatro páginas, não sendo de abertura e no máximo duas por edição sendo uma como tabloide é o ideal e ocorreu bastante nas edições memoráveis da TM clássica, essa fase da "Turma do Humberto" não tive acesso, graças a Deus! Agora é a "Turma da Denise" ou "Turma da Milena", Mônica está ficando cada vez mais desprestigiada...
      Humberto é um cara legal, leal, não abre a boca para falar besteira, já a Denise...

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    3. Denise e Milena são sem graça, Denise, então, nem se fala com suas gírias inapropriadas pra crianças.

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    4. Tenta ser sarcástica, como não é gabaritada para tal, fica forçando barra, não tem know-how algum, é outra fabricadinha, artificial como ela só. Só, não, há outros oriundos dessa linha de produção. A diferença entre Milena e Denise é que uma surgiu poderosamente sem graça, enquanto lá atrás, a outra parecia uma camaleoa inofensiva, deixou a condição metamórfica e se tornou um fenômeno em chatice.

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  7. Gostei! De verde o touro não vem atrás dele,com o Chico Bento só acontecem trapalhadas.

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  8. Quer dizer que hoje em dia o Chico não leva mais chifrada de touro bravo e corre de onça e atravessa rio com jacaré e piranha? Ficou mais chata a vida na roça hein..nas histórias mais antigas dava a impressão de que isso acontecia todo dia haha. Mas isso tira todo o encantamento que as histórias tinham, assim como o Nho Lau atirando nele com espingarda de sal, que baniram faz tempo também...

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    1. Vila Abobrinha ficou cheia de não-me-toques, Chico Bento e companhia aderiram às frescuras que eram exclusivas ao primo da cidade.

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    2. Não tem mais nada disso, tudo muito bobo e cheio de boas maneiras.

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