É Natal e compartilho uma história em que a Mônica perde a memória e pensa que é o Papai Noel. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 116' (Ed. Abril, 1979).
Capa de 'Mônica Nº 116' (Ed. Abril, 1979) |
Mônica sai distraída de uma loja de fantasia e se assusta quando Cebolinha mostra uma aranha para ela e vai cair no meio das fantasias da loja. Cascão reclama com Cebolinha que não devia ter mostrado a aranha dele e agora vão apanhar. Cebolinha diz que tem um plano B que nunca falha e que a Mônica vai até beijar os pés dele.
Cebolinha se aproxima da Mônica, que ao se ver ver no espelho vestida de Papai Noel, pensa que é ele e coloca Cebolinha e Cascão dentro de um saco. Ela vai até ao telhado de uma casa e Cascão até pensa em sair do saco, mas ao sair quase cai do telhado e volta para o saco, pensando que a Mônica acha que é uma cegonha. Cebolinha vai conferir e se assusta com a altura que estão e pergunta se eles não merecem um castigo tão grande.
Mônica ri que nem Papai Noel, Cascão reclama que não é hora para ela rir, não é ela quem vai despencar lá de cima e Mônica fala que tem que mudar de loja de brinquedo, pois os bonecos estão sem educação e uma boneca está suja. Cebolinha ri, Cascão pisa no dedão do pé do Cebolinha, que fala palavrões, e Mônica sacode o saco, gritando que é para eles terem educação e não quer que pensam que Papai Noel só dá brinquedos malcriados. Cascão estranha Mônica achar que é Papai Noel e Cebolinha deduz que ela bateu a cabeça na loja de fantasias e por isso está no telhado ao lado da chaminé.
Cascão reclama que não vai passar o Natal lá e nada vai segurá-lo e Mônica dá um nó no saco para eles não saírem. Já de noite, Mônica tenta entrar pela chaminé quando bate a cabeça com o verdadeiro Papai Noel, que também estava entregando presentes na hora. Papai Noel pergunta para Mônica quem é ela e os meninos pensam que lá fora tem outro biruta pensando que é Papai Noel.
Mônica fica na chaminé impedindo o Papai Noel de entregar os presentes, fala que é para ele entrar pela janela porque na chaminé entra só o verdadeiro Papai Noel que é ela. Magali sobe até o telhado e pergunta o que está acontecendo. Mônica e Papai Noel ficam discutindo quem é o verdadeiro e Magali fala que não aguenta mais esperar pelo presente e que ele dê lá mesmo. Papai Noel diz que não pode porque a tradição exige que ele tem que descer na chaminé.
Um policial aparece reclamando que a bagunça está acordando a vizinhança. Um dos meninos fala que deve ser mais um louco e, assim, o policial prende todo mundo e leva para a delegacia de carro. No caminho, a bagunça continua no carro até que um duende do Papai Noel paralisa o carro e avisa que demorou para achá-lo e também tinha congestionamento no caminho.
O Duende pergunta o que vão fazer com eles, Papai Noel pega a varinha com o Duende e, com versinhos, faz as crianças adormecidas voltarem para as suas casas como se nada tivesse acontecido e faz tudo vai voltar ano normal no bagunçado Natal. Fica aliviado que Natal é só uma vez por ano e finalmente vai entregar os presentes da criançada. No final, cada um volta para a cama de suas casas. Os 4 acordam ao mesmo tempo estranhando. Mônica deseja Feliz Natal à turminha e eles também desejam e termina com Mônica dormindo e eles estranhando a situação.
História legal com Mônica perdendo a memória e pensando que é Papai Noel e querer entregar presentes de Natal. E ainda fazer Cebolinha e Cascão como presentes pensando que eles eram bonecos. Pelo menos Papai Noel verdadeiro conseguiu resolver tudo no final e voltar a ser um Natal tranquilo.
Foi engraçado a Mônica colocar os meninos dentro do saco e levá-los para o telhado da casa a ponto de eles caírem de lá, Naquela época Mônica era bastante autoritária e sem memória, aí que piorou. Foi bom também vê-la discutir com o Papai Noel, e todos serem levados para a delegacia por perturbar descanso público e desacato a autoridade. E magia do Papai Noel fazendo tudo voltar ao normal, com crianças voando para voltarem para as suas camas foi excelente.
Eram comuns histórias com personagens perdendo a memória, geralmente acontecia quando alguém bate a cabeça. A Mônica até poderia ter voltado ao normal quando se esbarrou com o Papai Noel na chaminé, mas pelo visto quiseram dar continuidade para ela poder discutir com ele e ver qual deles ia entregar os presentes. Interessante que foram logo na casa da Magali, podia ter sido qualquer casa.
Foi bom retratar o medo da Mônica por insetos e esse o motivo de ela pular para a loja de fantasias para se afastar da aranha e perder memória. Teve absurdo da Mônica cair nas fantasias e já ficar vestida de Papai Noel do nada. São absurdos de histórias em quadrinhos que sempre eram divertidos. Ficou vestida e pronto sem ter que dar explicações. Impublicável atualmente, principalmente Mônica deixar Cebolinha e Cascão dentro de um saco o risco dos meninos caírem do telhado a turminha ser presa pelo policial, não tem chance de fazer história assim hoje em dia.
Traços típicos do final dos anos 1970, já estavam bem menos pontiagudos, dava para lembrar o jeito que ficariam nos anos 1980. O cenário retratando a noite também ficou sensacional. Foi republicada depois em 'Almanação de Férias Nº 6' (Ed. Globo, 1989) e depois algumas vezes, embora não com muita frequência, em almanaques especiais de Natal como em 'Mônica Especial de Natal Nº 4' (Ed. Globo, 1998). Termino mostrando as capas desses almanaques.
UM FELIZ NATAL A TODOS!!!
Capa 'Almanacão de Férias Nº 6' (1989) |
Capa 'Mônica Especial de Natal Nº 4' (1998) |
ISSO, SIM É A TURMA DA MÔNICA RAIZ!
ResponderExcluire não essa porcaria que se tornou hoje em dia,com poucas e raras exceções, como a Graphic MSP!
um FELIZ NATAL para você, Marcos, e para todos os seguidores do blog!
Sem dúvida é a autêntica Turma da Mônica que dava gosto de ver. Essa sim vale a pena. Feliz Natal para você também, tudo de bom!
ExcluirHistória maravilhosa essa! Mais uma que era inédita pra mim até então e que você pode nos compartilhar aqui. Muito obrigado, Marcos, de coração!!
ResponderExcluirE repito o que o Dyel disse no outro comentário: essa é a legítima Turma da Mônica que nós conhecemos, a raiz mesmo! Do tempo em que os roteiristas se inspiram principalmente em desenhos animados tipo Tom e Jerry, Looney Tunes e Pica-Pau, pra usarem como inspiração para a maioria das histórias da época. Infelizmente, os tempos mudaram muito e a turminha acabou virando essa totalmente infantil, politicamente correta e cheia de lições de vidas demais que é hoje. Até concordo com ele que há poucas e raras exceções, mas ainda não é o bastante. Uma pena...
E além dessas duas republicações na postagem, segundo o Guia dos Quadrinhos, essa história também chegou a ser republicada em Mônica Especial de Natal nº 5, de 2011, o que pode causar certa estranheza, já que as edições de natal da Panini não costumam muito republicar HQs da Ed. Abril como antigamente, mas é sempre uma surpresa boa quando republicam.
Enfim, deixo aqui o meu feliz Natal a você e que 2021 seja um ano muito melhor pra todos nós, que ele nos traga muitas esperanças e milagres, porque a gente teve um ano bem difícil mesmo em 2020, que, na minha opinião, foi o ano que o mundo começou a mudar pra pior.
Aliás, você deve ter notado minha ausência aqui no blog, não é? É que eu tive tantos trabalhos na faculdades, tantos compromissos na minha vida e um ano bem agitado, que eu nem tive tempo pra poder comparecer aqui e dar minhas opiniões, mas prometo que isso tudo vai mudar e que vou voltar a dar minhas caras de volta, pode ficar tranquilo.
Então, uma boa noite e um forte abraço pra você, Marcos. Tudo de bom sempre!!
Assim que é bom a Turma da Mônica ser lembrada, do jeito que sempre foi. Tudo com politicamente correto e ensinando boas maneiras o tempo todo perde a graça. Nesses almanaques de Natal da Panini até que costumavam as vezes colocarem histórias da Editora Abril, esse de 2011 deve ter sido o último. A cada ano aumenta mais a paranoia do politicamente correto, tem coisas eram aceitas em 2011 que não aceitam mais, porém nada impede de ter alterações nas republicações mais recentes.
ExcluirA correria faz a gente ficar mais ausente, mas quando der pode comentar. Feliz Natal para você também. Abraço.
A propósito, Marcos, eu fiz um comentário na postagem sobre a HQ "Surpresa atrás da cortina", que foi republicada no Almanaque da Mônica nº 45, de 1994, mas que foi originalmente publicada em Mônica nº 179, de 1985. Depois, dá uma conferida lá se você ainda não viu e me encontre por lá, tá bom?
ExcluirAbraço!!
Respondi lá agora. Não tinha visto mesmo, um ou outro comentário antigo acaba ficando despercebido. Abraço.
ExcluirHistória bem divertida, mostrando a boa e velha Turma da Mônica do jeito que amávamos!
ResponderExcluirTenha um Feliz Natal e tudo de bom, Marcos!
Muito boa. Como era bom eles assim. Obrigado! Um Feliz Natal pra você e sua família.
ExcluirBoa hq tenho o almanacão e o especial de natal na coleção... *-*
ResponderExcluirFeliz Natal amigo!! ;)
É legal! Eu também essas edições, só a original que não. Um Feliz Natal!
ExcluirAlém de o bairro do Limoeiro ser todo gramado,de rios limpos e sem outras características de cidade grande,mesmo sendo supostamente em São Paulo-capital,e as casas não terem grades nas janelas,tais casas ainda possuem chaminés,e portanto,lareiras ou fogões à lenha!
ResponderExcluirO Limoeiro é tipo uma cidade fictícia das novelas rurais místicas da Grobo.
É um bairro bem simples e pacato, diferencia bem da cidade grande de São Paulo. Isso eles mantiveram desde a criação dos personagens.
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=TaBd1H7CoOs
ExcluirEsse vídeo é um clássico da animação, passou por muitos anos na TV, mas não cheguei a ver na época, já não passavam mais quando eu era criança.
ExcluirSei que é um baita clichê, mas, eu não resisto... Feliz Natal, Marcos!! Você é o nosso Papai Noel. É como se eu estivesse em 1979, valeu mesmo, que presentão!
ResponderExcluirPapai Noel dando um rolê de camburão, o Bom Velhinho releva, sabe que o Brasil está fora da rota do glamour, não é um incidentizinho aqui e outro acolá que vai fazê-lo desistir da América Lat(r)ina.
Valeu, Zózimo! Feliz Natal também. A intenção é mostrar esses clássicos mais esquecidos. Foi engraçado até o Papai Noel sendo preso também, pelo menos conseguiu resolver tudo.
ExcluirSerá que o "puliça" que o garfou também sofreu lavagem cerebral? Papai Noel é chegado numa feitiçaria, interessante, logicamente é magia branca.
ExcluirO meganha é bom de serviço, prendeu três e levou dois de lambuja, será que percebeu que o saco da Mamãe Noel boca de abridor estava servindo de cativeiro? De qualquer modo merece ser condecorado por apreender duas menores de oito anos e deter um idoso inofensivo. Fazendo uma breve analogia introdutória para se compreender o nível de eficiência desta autoridade, antigamente existia o tal do Ploc Gigante, chiclete com dois sabores, ou seja, dois em um, o egoísta patrulhador (não divide méritos, trabalha só) prendeu cinco em três. Independente da jocosidade deste comentário, garfar a Mônica, seja ela culpada ou inocente, é um ato de bravura. Condecoração nele!
O Papai Noel podia ter feito a mágica antes do policial prendê-los, mas quiseram ainda continuar a confusão lá no carro e ficar mais engraçado a gente vê-los detidos. Todos os 4 tinham menos de 8 anos e hoje em dia impossível isso de policial prender as crianças e Papai Noel nas revistas.
ExcluirO roteirista preferiu deixá-lo sem a varinha, conferindo-lhe uma brasilidade que normalmente não lhe é peculiar, deixando o artefato com um membro de sua rede de colaboradores, um Papai Noel desprecavido, ficou ótimo assim!
ExcluirMaravilhosa chacrinha no telhado da Magali, ela ainda contribuiu sendo o quinto elemento da balbúrdia, fechando com chave de ouro a caminho do xilindró, provavelmente prisão de delegacia e não penitenciária. A alienante Rede Globo que gosta de misturar delegacias com presídios em suas ridículas novelas.
Os presentes advindos da Mônica com transtorno mental Magali dispensa e dispensa também o glamour ao propor ao Santa para despachar o que lhe pertence do telhado mesmo, que brasilidade, demais!
Também acho que ficou melhor assim do pai Noel só resolver depois de serem presos e o Duende levando a varinha. Magali se encaixou bem na história, deu conta do recado na bagunça do telhado dela.
ExcluirOutra curiosidade é que tanto esta como sendo a última história de abertura da Mônica dos anos 1970 quanto a última de abertura do Cebolinha da mesma década têm em comum os efêmeros transtornos mentais, as diferenças são: primeiro, as vestes, no caso dela está claro em como se dá o surgimento do traje, já com ele, o modelito de Dancin' Days surge e desaparece sem explicação alguma, levando a crer que o roteirista fazia uso moderado de dietilamida do ácido lisérgico, mais conhecido por LSD, segundo, é que Cebolinha termina a história voltando à lucidez, diferente desta em que termina com Mônica não curada, deixando os leitores duvidosos se recobrou a consciência naturalmente ou se foi necessário os pais investirem em psiquiatria.
ExcluirApenas uma coincidência, se não fossem nessa edições, sairiam em outras.
ExcluirDas duas, prefiro esta daqui.
ExcluirMarcos, como mencionei transtornos mentais, você conhece uma HQ em que Louco age como um sujeito são? Psiquiatras acertaram na medicação, ele mesmo alega isso para Cebolinha que ao ouvir tal afirmação se belisca e constata que não é sonho, leva o Louco até a turma e comunica o fato, decidem comemorar em alguma sorveteria, ele começa a sentir os impactos da sanidade se surpreendendo com o trânsito frenético e vendo os meninos se arriscando ao atravessarem em sinal vermelho, som de britadeira o abala, comilança da garotada, especialmente Magali o impressiona, igualmente surpreso ao observar a velocidade com que Cascão se retira devido à ameaça de chuva e de quebra ainda descobre que o moleque nunca tomou banho, boquiaberto com Mônica carregando sozinha um piano de cauda, gota d'água é quando vê Floquinho, sai disparado e termina socando os portões do hospício querendo entrar alegando que fora dele está cheio de loucos. Para os mais observadores a história tem implicitamente um viés sociológico. Enfim, de médico e louco, todo mundo tem um pouco, não é mesmo?
Conheço essa história com o Louco, parece que é de Cebolinha Nº 2 de 1987.
ExcluirÉ certo que pertence a um dos primeiros números dele desse ano, acho que 2 não é, deve ser 4 ou 3.
ExcluirConferi aqui e foi publicada na edição Nº 4.
ExcluirAgradeço, Marcos, agora tenho certeza!
ExcluirDisponha
ExcluirForam muitos absurdos bons, principalmente a fantasia ter caído com uma luva e ter ficado vestida de Papai Noel assim que caiu lá no meio das fantasias. Bem lembrado que hoje eles nem ficariam na rua sozinhos na noite de Natal.
ResponderExcluirFeliz Natal pra você e sua família.
A Mônica bateu a cabeça e confundiu tudo,o Cebolinha e o Cascão como sempre se deram mal,e tudo foi resolvido pelo Papai Noel,eu adoro histórias de Natal.
ResponderExcluirPois é. Histórias de Natal são muito caprichadas, com certeza.
ExcluirConsegui a revista original que saiu, e na parte que o papai Noel manda eles de volta pra casa dormindo, o céu tem uma arte incrível, coisa que eles não reproduziram nas republicações.
ResponderExcluirEstranho eles não terem reproduzido isso, pode ser que na hora de escanear esqueceram do efeito ou não tinha o recurso na Globo. Ainda assim ficou bom assim também.
ExcluirConsegui esse mês essa revista, e sobre o efeito na Globo, até na Panini não reproduziram.
ExcluirNa Panini eles podem ter tirado a história de republicações da Globo, tanto que na republicação do Almanaque Mônica Natal Nº 4 de 1998, o código tinha referência ao Almanacão de Férias Nº 6 de 1989. Ou então, o efeito era exclusivo da Editora Abril.
ExcluirMuito legal, sou um leitor novo, mas me apaixonei pela Turma da Mônica raiz, vendo seu blog, me inspirei em criar um também, só que o seu é incomparável. Muito bom, parabéns pela trabalho incrível que você faz aqui. O link do meu blog é: meioquedetudo.blogspot.com - se puder tirar um tempinho pra passar lá, muito obrigado, de verdade.
ResponderExcluirObrigado! Bom saber que você tem Blog também, coloquei no favoritos e comentei e uma postagem lá.
ExcluirSério? Muito obrigado mesmo Marcos, isso ajuda demais, obrigado mesmo, fiquei muito feliz em ver você lá :)
ExcluirDisponha :D
ExcluirEssa história foi republicada também num especial de natal recente da panini.
ResponderExcluirParece que foi em 2011 que republicaram na Panini. Sempre bom quando é republicada.
ExcluirUma impressão que se dá na história é que o Papai Noel não tenha deixado presentes nas casas deles, pois com a Magali já foi mais ou menos isso. Claro, evidentemente ele voltou pra deixar os presentes, mas que conta como impressão, conta..
ResponderExcluirDeu essa impressão mesmo.
ExcluirNesse almanacão de número 6, que já tive, há outro história onde a Mônica bate a cabeça e perde a memória ao bater a cabeça com de outra menina, que estranhamente não sofre também de amnésia. a Mônica pode ser forte e virtualmente indestrutível ,mas a cabeça dela é bem frágil. Só me pergunto se no fim da história, o Papai Noel se lembrou de deixar os presentes pra turma.
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