Há algum tempo postei sobre como foram de um modo geral os livros "As Melhores Piadas" e "As Grandes Piadas" publicados pela Editora Abril e Globo, respectivamente. Agora vou fazer série de postagens falando de cada livro individualmente, agrupando por personagens e mostrando muitas tirinhas contidas em cada livro. Então, nesse post faço resenha de como foi "As Melhores Piadas de Roque Sambeiro".
A coleção "As melhores Piadas" era para ter 6 edições e resolveram prolongar tornando-se um título fixo mensal e para dar continuidade à coleção foi lançada essa sobre "Roque Sambeiro".Esse livro foi lançado nas bancas em janeiro de 1986, foi a edição "Nº 7" da coleção aproveitando o sucesso da novela "Roque Santeiro" da Rede Globo de Televisão que estreou há 35 anos, em 24 de junho de 1985 e que ainda estava no ar na TV no início de 1986. Foi primeira vez que a MSP parodiou novelas, antes era só paródias de filmes e séries de TV em histórias ou no máximo personagens assistindo novelas na TV. As vezes até tinham histórias de teatrinhos, mas não interpretando personagens de novelas atuais até então.
A coleção "As melhores Piadas" era para ter 6 edições e resolveram prolongar tornando-se um título fixo mensal e para dar continuidade à coleção foi lançada essa sobre "Roque Sambeiro".Esse livro foi lançado nas bancas em janeiro de 1986, foi a edição "Nº 7" da coleção aproveitando o sucesso da novela "Roque Santeiro" da Rede Globo de Televisão que estreou há 35 anos, em 24 de junho de 1985 e que ainda estava no ar na TV no início de 1986. Foi primeira vez que a MSP parodiou novelas, antes era só paródias de filmes e séries de TV em histórias ou no máximo personagens assistindo novelas na TV. As vezes até tinham histórias de teatrinhos, mas não interpretando personagens de novelas atuais até então.
Teve formato lombada 10,5 X 17,5 cm, 84 páginas e miolo em papel jornal. A capa que foi apenas cartonada sem ser plastificada como as 6 edições anteriores. Da "Nº 7" até a "Nº 10" foram apenas capas cartonadas e depois voltaram a ser plastificadas. A capa também foi diferente, sem mostrar uma tirinha como nas outras edições desse título, apenas uma ilustração com Mônica, Cascão e Cebolinha caracterizados como os personagens da novela. Abre com frontispício com Mônica e Cebolinha apresentando a edição.
Frontispício da edição |
Em seguida vem as tirinhas, foram 79 tirinhas no total, uma por página em formato vertical e em preto e branco. O que se tornou diferente que foram tiras inéditas produzidas especialmente para essa edição, as outras dessa coleção foram republicações de tirinhas de jornais dos anos anteriores. As tiras dessas edição não foram republicadas depois em gibis, diferente dos outros números dos personagens da Turma da Mônica e do Chico Bento da coleção que eram republicadas nas tirinhas finais de gibis.
Para ter uma ideia do universo, a novela"Roque Santeiro" foi um fenômeno na época. Estrelada por José Wilker (Roque Santeiro), Lima Duarte (Sinhozinho Malta) e Regina Duarte (Viúva Porcina), contava a história de Roque Santeiro que voltava à cidade de Asa Branca 17 anos depois de ter dado como morte pelo bandido Navalhada para se vingar das autoridades locais e tinha que preservar sua identidade sem revelar ao povo que era o Roque. E ainda teve triângulo amoroso de Viúva Porcina com Roque Santeiro e Sinhozinho Malta quando ela conhece o Roque.
A MSP aproveitando a onda, fez esse título com tirinhas com piadas parodiando a novela. Com isso, as tirinhas têm como base os personagens brincando de novela, interpretando os personagens principais da novela. Além de fazerem piadas com as características dos personagens e cenas importantes que aconteceram na novela, a turma também comenta sobre cenas dos capítulos da novela e fazem também crítica aos formatos de novelas com muita violência, tristezas, sexualidade. E tem algumas tirinhas também com piadas sobre televisão no geral.
Nas tirinhas tiveram toda uma trajetória como eles tendo a ideia de brincarem de novela "Roque Sambeiro", ver quem vai fazer qual personagem da novela, fazer teste de elenco para incluírem outros personagens da novela, mostrando eles brincando interpretando as cenas das novelas até eles se cansarem e desistirem da brincadeira. Cada momento com piadas curtas em cada página e tudo com muito bom humor.
Os personagens da turminha ficaram vestidos com suas roupas normais, sem eles ficarem caracterizados como os personagens da novela, com exceção da capa e frontispício, afinal eles estavam apenas brincando de quadrinovela. Os nomes dos personagens da novela foram parodiados. Como personagens principais, Mônica se tornou a "Viúva Mônica Porfina" (Viúva Porcina), Cebolinha como "Sinhozinho Balta Cebolinha" (Sinhozinho Malta), Cascão como "Roque Sambeiro" (Roque Santeiro), e Magali como "Matilda, dona de hotel e boate" (Matilde).
Procuraram colocar as principais cenas e momentos da novelas, inclusive bordões como "Tô certo ou tô errado" do Sinhozinho Malta e descobrir quem era o lobisomem que atacava as mulheres em noite de Lua Cheia. Algumas piadas para serem entendidas hoje tem que ter visto a novela ou pelo menos saber a sinopse da novela. Tipo, para entender a piada do Anjinho ficar convencido que tem asa branca, tinha que saber que foi trocadilho com a cidade Asa Branca, ambientada na novela.
Mesmo interpretando personagens da novela, não perderam a essência das características da Turma da Mônica, fazem piada com cheiro do Cascão, Cebolinha provocando Mônica, fome da Magali, mas tudo bem encaixado com o enredo da novela, isso foi bem criativo. Nomes de atores de novelas também foram parodiados como "Regina Buarte" (Regina Duarte), "Claudia Arraia" (Claudia Raia) e" Derly Gonçalves" (Dercy Gonçalves).
Durante a edição foram inseridos outros personagens da novela e, assim, tiveram presença de Chico Bento como "Zeca das Medalhas" (Zé das Medalhas), Bidu como "Lulu" (Lulu), Maria Cebolinha como "Vânia" (Tânia) , Louco como "Balu" (Beato Salu) e Franjinha como diretor da novela. Teve participação também do Titi (com trocadilho do nome dele com o da novela "Ti Ti Ti" que estava no ar na época), Humberto (que não podia fazer o papel do "Padre Nipólito" (Padre Hipólito) porque o padre estava enxergando e falando tudo na novela), além de Anjinho, Xaveco e Penadinho. Achei legal o crossover da turminha com o Chico Bento e, inclusive ver Chico Bento com Bidu juntos e Chico Bento e Humberto juntos conversando com linguagens de sinais em libras dos mudos em uma mesma tirinha.
Teve também 3 páginas com tirinhas feitas por sugestões de leitores imaginando o que poderia acontecer na novela e como seria o final dela. Nessas páginas os personagens da turminha ficam caracterizados como os personagens da novela e uma página foi toda desenhada pela leitora, Umas piadas bem interessantes que achei foram as envolvendo críticas da novela, a turminha achando um enredo muito complicado e depois ficou muita violenta, triângulos amorosos, muito sexo e que andava pesada para crianças assistirem.
Curiosamente, as primeiras tiras com um estilo de traços mais simples e estilo mais livre e depois com os traços acostumados de 1985. As tiras também não foram completamente mostradas na ordem produzidas, tiveram algumas fora de ordem. Isso achei uma desvantagem, podiam ter seguido tudo na sequência que produziram. Podiam também terem colocado alguém fazendo o papel do prefeito Frô (que parodiaram como"Clô"), já que foi bem citado no livro.
Hoje seria completamente impublicável um livro assim, os personagens não ficam vendo novelas nas histórias por não serem consideradas programa para crianças, ainda mais novela mostrando violência, assassinatos, sexualidade, etc, e ver os personagens interpretando e envolvido com essas coisas da novela é bem inusitado e sem chance mesmo. Atualmente fazem no máximo paródias de filmes no título "Clássicos do Cinema", de preferência envolvendo super-heróis, ficção científica e fantasias para não ser tão pesado para as crianças.
Como podem ver, foi um livro bem criativo e raro, sem dúvida o mais diferente da coleção "As Melhores Piadas". Conseguiram adaptar bem o universo principal da novela Roque Santeiro com o da Turma da Mônica com muito bom humor. Como a gente não vê mais isso de personagens parodiando novela violenta e com sensualidade nos gibis, "As Melhores Piadas de Roque Sambeiro" se torna mais especial ainda, podiam até ter feito de outras novelas da época. Vale a pena ter essa edição na coleção.
Com certeza esse livro é bem raro,e com certeza a LPM e Pocket deveriam publicar mais livros assim.Quando será que vão publicar outro livro da turma da monica novamente ?
ResponderExcluirPois, nem nos Pockets L&PM foram republicadas as tiras dessa edição. Por isso se torna mais rara ainda essa edição. Não sei dizer quando vão ter outros volumes da L&PM, foram 20 edições e as últimas lançados foram no início de 2018. Tudo indica que o título foi cancelado, pois nunca ficaram tanto tempo sem lançar nenhum livro. Se foi cancelado, uma pena porque eram excelentes. Vamos aguardar se aparece alguma novidade informando na internet.
ExcluirRealmente esse livro é muito raro de se encontrar hoje em dia. Obrigado por colocá-lo aqui hoje.
ResponderExcluirBem raro e nem na internet não vê conteúdo dele. Disponha.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirExato. Só entende as piadas referentes às cenas de novelas se assistiu a novela. Na época geral estava por dentro, hoje muitos não sabem. E devem ter colocado o Chico por causa do universo rural da novela mesmo, embora foram poucas tirinhas com ele, quase todos foram só com a turma do Limoeiro.
ExcluirDesculpa aí, Marcos! Quando excluí não reparei que cê já havia respondido. Erro de português, não repare!
ExcluirQuem possui a edição sem conhecer a novela fica vendido, o gibi perde a função.
Podia ter deixado o comentário sem apagar, pelo menos á havia lido e respondido. A edição vale hoje pela raridade, mas realmente muitas piadas ficam sem graça sem entender o universo da novela.
ExcluirA capa possui uma bela arte, passou batido pelo ou pela colorista as pálpebras do Cascão, "passou em branco" pela atenção dela ou dele, na TM/Abril erros com cores nas capas eram raros, nas histórias eram relativamente freqüentes, não considero depreciativo tal tipo de erro, acho até divertido. A capa de Cebolinha 35/Abril também possui o lance das cores, Anjinho e Cascão estão com camisas brancas e Zé Luís usa camisa laranja na capa de Cebolinha 107/Abril, roupas de cores não habituais nas capas dos gibis não são necessariamente erros, pois podemos considerar que os personagens simplesmente quiseram variar.
ExcluirSim, de vez em quando aconteciam esses erros de cores até nas capas, sobretudo nos gibis dos anos 1970. Em Mônica 15 de 1971, o Cebolinha aparece de camisa azul. Mas quando é na roupa pode dizer que eles queriam variar embora creio que a proposta original não seria isso.
ExcluirMarcos, cê é o cara! Sabia que tinha visto o Cebolinha trajando camisa azul em alguma capa, não sabia exatamente em que edição, cheguei também a pensar que fosse viagem minha, pensei em lhe perguntar e acabei deixando pra lá, aí vem você e traz a informação de bandeja, tu és mutante telepata tipo o Professor X, só pode ser! Agora sei onde vi o Cebolinha usando azul, obrigado!
ExcluirMarcos, um erro que considero grosseiro está na capa de Almanaque do Cascão nº5 da Editora Globo, o Titi aparece sem seus clássicos dentões, apesar disso a arte é bem bonita, todos com pregadores nos narizes por causa da jaratataca (fedor) do garoto.
Valeu Xeclinghe rs. Sobre essa capa do Almanaque do cascão foi errado mesmo o Titi sem dentes, ficou estranho.
ExcluirEm apenas um quadrinho da página final de "O dia em que o Cebolinha falou certo em vez de celto" o Titi também aparece sem os dentões.
ExcluirMarcos, conhece a história de abertura de Cebolinha 141 da Abril?
Conheço sim. É de Cebolinha 134 da Abril de 1984.
ExcluirNão, Marcos! Perguntei se cê tem o gibi ou pelo menos conhece a história de abertura de Cebolinha 141 de setembro de 1984, o nº134 é de fevereiro do mesmo ano e possui a história que citei, a capa futurista do nº141 me chama a atenção e não faço ideia de como é a historinha de abertura.
ExcluirEu conheço a história de abertura de Cebolinha 141. Cebolinha e Cascão vão pro futuro através de uma máquina do tempo de cientistas. Tenho republicada no Almanaque do Cebolinha 21 de 1993.
ExcluirObrigado pela informação do almanaque onde foi reeditada, Marcos! A capa com aquele fundo fumacento meio roxo, meio cinzento passando a impressão de um futuro nada amistoso com o Cebolinha pilotando uma espécie de máquina do tempo que mais parece uma enorme bola de cristal daquelas videntes cartomantes charlatonas com o Cascão também embarcado nela se borrando com a situação e os dois camaradinhas de jalecos brancos seguindo-a a pé (seguindo o clichê, o coroa baixinho deve ser o inventor da geringonça e o alto deve ser seu assistente) com expressões de preocupação focando no rumo que a máquina tá traçando, é uma arte que apreende minha atenção.
ExcluirDe nada. Se der, eu posto essa história aqui.
ExcluirTomara que dê, se caso não der tá de boa também!
ExcluirNaquele tempo novela prestava,pelo menos comparando com hoje em dia.
ResponderExcluirMas,é claro,dependendo do teor,precisava ter classificação etária.
E como eu gostava das vinhetas de "Tieta","Pedra sobre pedra" e "Mulheres e areia".
Eram melhores mesmo, pelo menos não tinham tanta violência. Faixa etária sempre teve, normalmente as novelas das oito eram pra acima de 12 anos, mas na prática crianças assistiam ainda mais que iam ao ar as 20:30h.
ExcluirSim, alguns almanaques da Abril tinham as piadas em desfile, era legal. Devem ter criado esse livro porque a novela Roque Santeiro era fenômeno e queriam entrar na onda, se aproveitarem do sucesso da novela pra ter caça níquel.
ResponderExcluirVai do gosto de cada pessoa, normal.
ResponderExcluirGostei especialmente dessa penúltima tira, bem filosófica.
ResponderExcluirSim, tiveram algumas filosóficas nessa edição, eram boas.
ExcluirBoa nunca tinha visto antes as tirinhas... *-*
ResponderExcluirMuito raro mesmo de se ver. São boas.
ExcluirEita... essa edição da série As Melhores Piadas sempre foi um sonho de consumo pra mim!
ResponderExcluirA novela foi um enorme sucesso, em casa todos assistiam, e quando vi a propaganda dessa revista na época fiquei super curioso, mas era bem difícil de achar nas bancas (eu mesmo nunca vi), a tiragem deve ter sido bem pequena.
As outras edições eram mais comuns. Até a edição da Tina eu consegui encontrar em sebos e na internet, mas a de Roque Sambeiro ... não, nunca vi sequer alguém que mencionasse ter essa revista na coleção.
Sem dúvida uma das revistas mais raras da Turma
Verdade, difícil de encontrar essa. Tive sorte de conseguir. Tomara que consiga encontrar um dia.
ExcluirParabéns pela postagem, Marcos. Esse é um material que só foi publicado uma vez e muita gente não conhece. Só gostaria de acrescentar que essas tiras saíram antes no jornal Folha de S. Paulo entre agosto e outubro de 1985. Por exemplo, a 1a tira com o Chico Bento saiu no dia 6 de outubro. Pode ser também que algumas tiras com o tema TV/Novela de outras épocas foram incluídas para montar a edição (a tira do Cebolinha/Antena é do dia 9 de julho de 1983).
ResponderExcluirValeu por ter gostado, material bem raro mesmo. Não sabia que havia sido publicadas antes nos ornais, embora eu deduzia que sim. Então eles publicaram no jornal e fizeram compilação para esse livro de tirinhas.
Excluirpessoal eu tenho esse gibi, qual o valor para venda?
ResponderExcluirDá pra vender no mínimo 20 reais. Mas acho que devia ficar e guardar, é bem raro e depois pode se arrepender de ter vendido.
ExcluirUma curiosidade é que a MSP nunca fez paródias com as novelas infantis do SBT como quando a versão mexicana de Carrossel tava passando e foi um sucesso entre as crianças da época ou até mesmo sobre Chiquititas, um fenômeno de audiência no final dos anos 90, nem mesmo quando o Maurício saiu da Globo, você nunca viu eles parodiarem as novelinhas do SBT que estavam passando na época, muito menos os remakes.
ResponderExcluirNão fizeram paródia dessas novelas, até poderiam pelo menos nos anos 1990. Carrossel que ainda teve uma citação na história "Noveleira, eeu?!" de Mônica Nº 68 de 1992, mas uma paródia com os personagens interpretando, nunca teve.
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