sexta-feira, 12 de junho de 2020

Mônica: HQ "Amor pestinha"

No Dia dos Namorados, mostro uma história em que a Mônica ficou com ciúmes ao ver o Cebolinha namorando uma menina. Com 14 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 77' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Mônica Nº 77' (Ed. Globo, 1993)

Mônica está dormindo em uma pedra e de repente o Sansão é pescado pelo Cebolinha, que comemora e dá uns nós nas orelhas dele. Mônica percebe o Sansão pescado e aparece atrás da moita que o Cebolinha estava, dá surra nele e reclama que ele não desiste nunca.


Magali encontra a Mônica e pergunta o motivo da raiva e Mônica responde que é por causa do Cebolinha, que vive azucrinando e não a deixa em paz só um instante. Magali apresenta a Liliane, uma menina da rua de cima e que havia conhecido naquele dia mesmo. Liliane fala para a Mônica que a Magali já tinha falado dela e pergunta do quê vão brincar.


De repente, aparece uma placa de "Mônica bobona". Ela fica com raiva e diz que é coisa do peste do Cebolinha. Ele aparece e Mônica cobra que ele vive escrevendo desaforos dela e se prepara para bater nele e Cebolinha diz que não foi ele, que a Mônica não tem provas e não pode bater nele, ainda mais na frente de duas "senhoritas" ia pegar mal, fixando o olhar para a Liliane.


Quando Cebolinha vai embora, Liliane fala que achou uma gracinha, nem de longe parece um peste como Mônica falou e achou uma fofura. Os cinco fios de cabelo são lindos e falar "elado" é um charme e precisa conhecer melhor aquele garotão. Mônica fala que ele é insensível e Liliane diz que acha que ele se interessou nela porque a olhou com um jeitinho.


Mônica fala que sem querer desiludir, o Cebolinha só pensa nela o dia inteiro, só bolar planos infalíveis, persegui-la, uma ideia fixa. Magali confirma que ele é doido para derrotar a Mônica e ela diz que acha que tudo isso é uma desculpa pra esconder uma paixão encolhida. Cebolinha volta e diz que trouxe uma coisa. Mônica pensa que era para ela, avisando que se for truque vai ter surra, mas o presente era para Liliane, ele deu um bombom .


Liliane fala que Mônica se enganou e ela diz que foi pra despistar e pegá-la de surpresa. Em seguida, ele volta para escrever no muro. Mônica pensa que seria desaforos para ela para chamar a atenção, mas ele escreve  que Liliane é linda, chama pra tomar sorvetes e saem de mãos dadas. Mônica fica abismada, não acreditando e pensa que é um plano infalível contra ela. Magali diz que finalmente o Cebolinha está pensando em outra coisa e que ela devia estar aliviada por Cebolinha ter a deixado em paz.


Mônica acha que não e vai provar que o Cebolinha não mudou. Deixa cair o Sansão de propósito, finge dormir com Sansão desprotegido e ainda coloca uma placa confirmando e Cebolinha continua só olhando a Liliane e Mônica se surpreende por ele ter deixado passar a oportunidade.


Magali fala  para Mônica cair na real, ele superou a fase e está crescendo; Mônica lamenta que ele não vai mais bolar planos infalíveis, nem pegar o Sansão e só ficar paparicando a Liliane e Magali diz que o que importa é que agora ela pode pensar em outras coisas, mas Mônica fica triste.


Em casa, Mônica desabafa com o Sansão que eles perderam o charme e lembra os melhores momentos das provocações do Cebolinha. Irritava, mas era divertido ela tentar descobrir qual  a próxima ideia maluca dele. As vezes demorava, mas ela sempre descobria e tiveram muitas surras memoráveis. Até de médico ele se fantasiou, mas sempre apanhava no final e ele nunca desistia, até hoje. Reconhece que ele cresceu e ela continua uma menininha boba arrastando um coelhinho de pelúcia, que está na hora de ela crescer também e resolve tomar uma decisão, levando uma caixa até a casa do Cebolinha.


De longe, Mônica vê que ele está com a Liliane e quando se aproxima na janela, Mônica ouve a conversa deles. Cebolinha fala que a Liliane foi uma excelente atriz e ela diz que mereceria mais do que 5 sorvetes. Cebolinha fala que não é difícil fingir que está gamada por um bonitão como ele e Liliane diz que ele nunca se olhou no espelho e depois dessa palhaçada nunca vai mais pisar naquela rua.


O plano infalível era a Mônica pensar em que ele não está interessado mais em derrotá-la, se sentir uma boba e ser dona da rua não fazer mais sentido para ela, não duvida que embrulhe o Sansão e traga de presente para ele e aí finalmente ele vai ter conseguido derrotá-la e ele ser o dono da rua. Mônica surge, gritando que era outro plano, bate nele e avisa que não engoliu essa história nem um pouquinho. Nunca daria o Sansão para ele e estava levando uma caixa de bombons para ser educada e agora nada.


No final, Magali encontra a Monica na rua e pergunta sobre os bombons. Mônica dá os bombons pra ela e diz que era tudo plano do Cebolinha e reclama que não aguenta mais, que ele não larga do pé dela, porém suspira por confirmar que ele não mudou, dando de entender que é apaixonada por ele apesar disso tudo.


História legal. A Mônica ficou com ciúmes ao ver Cebolinha e Liliane namorarem, mas era só um plano infalível para ele ser dono da rua. Foi bom ver a Mônica  falando mal do Cebolinha para despistar o interesse da Liliane por ele, Mônica tentando fazer o Cebolinha ter recaída com provocações quando ele estava junto com a Liliane e o papo do Cebolinha revelando que era tudo um plano, surpreendendo a Mônica e confirmando que ele não havia crescido nem mudado de personalidade.


A história mostrou que a Mônica gosta do Cebolinha, mesmo com as provocações dele e ficou uma dúvida se o Cebolinha apronta com a Mônica para chamar atenção dela e ter uma paixão encolhida ou não, no caso se ele gosta dela, só não admite. Ou seja, oficialmente eles nunca foram namorados, só as provocações que podem indiciar uma paixão oculta. Pelo visto, a Liliane cumpriu a promessa de não pisar mais na Rua do Limoeiro, pois ela nunca mais apareceu nos gibis. Os personagens secundários só faziam participação de história única e ela foi mais uma da lista.


Impublicável por envolver namoro com crianças, Mônica chamar Cebolinha de peste e a parte do Cebolinha escrevendo no muro também seria excluída, mudariam ele colocando um cartaz no muro. Os traços bem caprichados da fase consagrada dos personagens, dava gosto de ver desenhos assim.

37 comentários:

  1. Traços bem caprichados mesmo, eu reparei no estilo da fonte das letras do título típico dos gibis da turma no início dos anos 90, bela postagem

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    1. Verdade, até as letras eram bonitas, feitas a mão. Hoje letras tudo de PC, estragou.

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  2. recentemente criei um blog e coloquei o seu pros meu leitores verem e se interessarem como eu pelo seu blog

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  3. Mônica e Cebolinha formando um casalzinho rolou em várias histórias, gosto somente como variação, se fossem um casal fixo como Chico Bento e Rosinha, Cascão e Maria Cascuda, etc, ambos ficariam limitados pois são personagens de peso, as variações que rolavam entre eles eram nas medidas certas, na TMJ eles são (acho) um casal fixo, como não curto mangás, pra mim tanto faz e também é um universo paralelo ao da TM clássica.
    Foram muitas vezes antagônicos como na história acima e muitas vezes eram amigos sem ciúmes um do outro, as variações foram uma sacada eficaz, há algumas histórias em que o par romântico da Mônica foi o Cascão, muito bom também, já o sujão antagonizando com a dentuça sem a presença do careca de cabelo espetado, ocorreu bem mais nos 80 do que nos 90, a dupla Cascão e Mônica se entendendo ou se estranhando era um recurso e tanto pra quebrar a quase overdose da dupla Mônica e Cebolinha.

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    1. Mônica e Cebolinha tiveram algumas como ensaio de namoro ou dando a entender que se gostavam, mas algo fixo não. Apenas na TMJ. Acontecia também Mônica com Cascão como você citou. Apesar da Cascuda ser namorada oficial, apareciam outras garotas que ele se interessava, inclusive a Mônica, principalmente quando ela se sujava.

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    2. Mônica formando par romântico tanto com um quanto com outro e quase sempre terminando bem rolou muito em histórias de época ou envolvendo contos da carochinha ou de fadas, sempre valorizei histórias com Mônica e Cascão sem o Cebolinha, independente do contexto, o problema não é o Cebolinha, o negócio é o relativo excesso de aparições da principal dupla da TM. A Magali, na condição de melhor amiga sempre formou dupla com a Mônica, porém, com Cebolinha e Cascão a freqüência foi baixa, refiro-me às histórias focando nas duplas Magali com Cascão e Magali com Cebolinha. O clássico quarteto matematicamente forma seis duplas, sendo que as mais utilizadas foram: Mônica e Cebolinha, Cebolinha e Cascão, Mônica e Magali, a avaliação que faço é pautada no período 1970-1996 antes e depois não conheço amplamente.

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    3. Eu gostava de histórias da Mônica com Cascão, Magali com Cebolinha e Magali com cascão. De fato ficavam mais diferentes do que as duplas mais óbvias.

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    4. Marcos, você conhece a história "O Cascãozão"? Sei há muito tempo que pertence à edição do Cascão de nº57 de 1984, mas conheci foi agora, imaginava que tivesse participação do Franjinha ou de algum cientista doido, não imaginava que fosse obra do Capitão Feio, muito boa!

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    5. Conheço sim, muito boa essa. Antes não era só o Franjinha que fazia invenções, qualquer um podia e o Capitão Feio inventava muitas coisas.

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    6. Sim, pra se manter como soberano da sujeira ele nescessitou desenvolver habilidades como cientista inventor, contando com ajuda de alguns seres do esgoto que conseguem ser inteligentes, pois a maioria parece que não é.
      Conheci também "Um café com bolo às cinco na casa da Mônica" e "A ameaça do coelhinho", os nomes das HQs conheço faz tempo, mas só fui conhecer agora cada conteúdo, a do coelhinho que li e reli já tem algum tempo é de abertura de Mônica 92 de 1977.
      Marcos, cê tem Mônica 171/Abril? A arte da capa une desenho e fotografia.

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    7. Tenho a Mônica 171, muito legal com uma entrevista com o Mauricio no início e depois seguem as histórias normais.

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    8. Pensava que a entrevista fosse como encerramento da edição.
      Marcos, além das duas histórias, aquele gnominho sem-vergonha que habitava o coelhinho aparece em alguma outra?

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    9. Ele apareceu primeiro em Mônica 5- Abril, 1970, aí depois voltou na Mônica 92 de 1977 e foi lembrado depois em Mônica 85 - Panini, 2014.

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    10. Perguntei exatamente pra esclarecer o que já imaginava, não houve aparição dele entre o nº5 e o nº92, nas edições do Cebolinha idem, de setembro de 1970 ele só reapareceu em dezembro de 1977, a impressão que passa é que a MSP (creio que nem se chamava MSP) a princípio tinha interesse no gnomo, pretendia investir no personagem e alguém tirou de ideia e o engavetou, talvez foi o Mauricio mesmo, reapareceu sete anos depois, ele poderia ter sido melhor aproveitado nos anos 70, depois que ele possuiu o Sansão os meninos cansaram de esculachar com o bicho de pelúcia e ele nem tchum, ficou hibernando até finalmente se manifestar com assustadora magia, depois empirulitou de vez. Acho que renderia boas histórias até nos 80. Um tema que sempre me interessa é possessão, deixo claro que só me interessa dentro da ficção, vida real acredito nas doenças mentais.

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    11. Podia ter sido mais aproveitado mesmo, mas preferiram deixar de lado.

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  4. Adorei a postagem,essa foi uma das primeiras histórias que eu li da turma da monica,gostava muito de histórias assim,com a monica com ciúmes do cebolinha,os traços ficaram muito bons.Eu acho uma grande besteira não publicarem histórias com crianças namorando,sendo que um dia elas também vão namorar.Os pais acham que os personagens namoram,mas na verdade é só paquera.

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    1. Muito boa sim, legal que foi uma das primeiras que você leu. Acho que os pais reclamam porque pensam que os filhos podem querer namorar cedo porque viu personagens dos gibis namorando. Embora não deve criança namorar, mas personagens não vejo nada de mais e só pais educarem pra não seguir exemplo do que viu no gibi.

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  5. Não imaginei que era mais um plano infalível do Cebolinha,bem bolado,ainda bem que a Mônica descobriu e tudo terminou em coelhada como sempre.

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    1. Pois é, bom que ela descobriu a tempo antes do Cebolinha se tornar dono da rua.

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    2. Eu achei que era o coelhinho da Mônica na caixa e eram só bombons.

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    3. A princípio a gente achava que era o Sansão. Foi uma boa sacada a dos bombons.

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  6. Sim, não é ruim, apesar de ter melhores. Traços deviam ter permanecido assim, sem dúvida e a capa espetacular que sem chance de fazer de novo.

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  7. Até "peste" virou palavrão?
    E eu achando ótimos os diálogos numa HQ da Mônica com Magali num restaurante,confundidas com as Irmãs Baixinhas!
    Lembram dessa HQ,publicada num número da Magali?

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    1. Chamar alguém de peste pode comparar a demônio, aí não colocam mais. Parece que essa das irmãs baixinhas é uma de encerramento de Mônica 63 de 1992.

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    2. A das irmãs Baixinhas que falo é de abertura de uma da Magali em 91 ou 92.

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    3. Eu tenho um almanaque da Magali que tem essa história,ela foi a história de abertura.

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    4. Eu não tô lembrado dessa da Magali não.

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  8. Diabos eles não gostam nem de fazer histórias, quanto mais uma capa. Eu acho nada a ver isso de ter nos gibis desde que se deem mal no final.

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  9. O tempo que as histórias eram grandes e caprichadas, sem encheção de linguiça. Uma história excelente, amo essa edição.

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    1. Acho essa uma história média, nem pequena nem grande. Ainda assim nem quando tinham umas 20 páginas não tinha encheção de linguiça, sempre bem elaboradas com qualquer número de páginas. Assim que era bom.

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  10. O que acha de fazer um post sobre suas 10, 20, 30, 50 ou 100 histórias preferidas da Turma da Mônica de todas as edições?

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    1. Quem sabe eu faça um Top 5, mas é difícil escolher, são tantas excelentes. Quando der eu faço.

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  11. Qual é o nome do rabisco que aparece em cima dos personagens quando eles ficam bravos ? eu tentei pesquisar várias vezes pra descobrir o nome , mas nada apareceu do eu tinha imaginado .

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    1. Também não conheço o nome do rabisco, gostaria de saber também. As vezes nem tem um nome oficial desse recurso.

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