No Dia de São João, mostro uma história em que o Chico Bento teve que fazer de tudo para que um menino não descubra que o balão que ia soltar na festa junina tinha estragado. Com 4 páginas, foi publicada em 'Almanaque da Mônica Nº 9 - Especial Festas Juninas' (Ed. Abril, 1981).
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 9 - Especial Festas Juninas' (Ed. Abril, 1981) |
Nela, um menino pede para o Chico Bento segurar o seu balão enquanto vai buscar fogo pra acender e afirmando que vai ser o balão mais bonito da festa de São João. Um cachorro late alto e assusta o Chico, que xinga e afasta o cachorro. Com isso, Chico amassa o balão e, com medo do menino bater nele, pede para uma passadeira de roupas passar o balão no ferro. O balão não fica tão robusto quanto era.
O menino grita chamando o Chico, pensando que tinha acontecido algo com o balão e se tivesse, ia ter briga. O menino tenta acender e Chico espirra para apagar o fósforo, já sabendo que o balão não acendia mais. Toda vez que ele acendia fósforo, Chico apagava com espirro. O menino reclama que não tem mais fósforo e Chico fala que pegou um resfriado incrível e melhor acender o balão outro dia.
O menino diz que tem que ser hoje, no Dia de São João. Chico sugere soltar de noite porque é mais bonito e ele reclama que de noite vai demorar muito porque ainda é de manhã e pergunta por que o Chico não quer que solte o balão. Chico fala que está louco para soltar logo, sobe em uma pedra e avisa que só rezar que o balão vai subir. O menino avisa que vai contar até dez e se não subir o "pau vai comer". O balão sobe e Chico fica orgulhoso, fala que ele não acreditava e o menino pede desculpa. No final, aparece um anjo perguntando a São João se a pescaria dele estava boa e São João responde que não, nem no seu dia consegue pescar coisa boa, mostrando que ele havia pescado o balão do menino, por isso que subiu sem fogo.
Essa história é bem engraçada, Chico estraga o balão do menino sem querer por causa de um cachorro e tem que fazer de tudo para o dono do balão não saber e não bater nele. Muito legal as estratégias do Chico de passar balão no ferro para desamassar e as tentativas para o menino não descobrir como espirrar pra apagar o fósforo. O final foi surpreendente e bem absurdo do São João pescar o balão em uma nuvem no Céu, salvando sem querer o Chico de levar surra. Mostra que com fé consegue tudo, até o impossível.
Antigamente eles gostavam de colocar santos interagindo nas histórias, como São João, São Pedro, Santo Antonio, inclusive Deus, hoje em dias eles não fazem isso para não envolver religião e brincar com santos. Incorreto também personagens mexendo com balão, fósforo, Chico xingando cachorro com palavrão e promessa de surra no Chico caso tivesse acontecido alguma coisa com o balão, e, com isso, uma história completamente impublicável hoje.
Esse menino acabou não tendo nome na historinha e só aparece nessa história. Foi bom não aparecer nenhum personagem fixo da Turma do Chico Bento, fez diferenciar. Foi uma das primeiras histórias do Chico falando caipirês, embora ainda sem uma padronização de palavras, estavam fazendo experiências ainda já que ele começou a falar caipirês apenas em 1980. Antes disso, ele falava normal como qualquer personagem.
Os traços bons, típicos de histórias de miolo e representam a transição para o estilo consagrado do meio dos anos 1980. A colorização ficou tudo fora do lugar, os gibis da Abril tinham muitos erros assim, pode notar o vermelho das bolinhas tudo fora do ligar, assim como a cor vermelha da língua fora também. Uns não ligam para esses erros, outros acham desleixo, vai de cada pessoa, eu particularmente não ligo.
Nunca foi republicada até hoje, assim como as outras inéditas desse almanaque de Festas Juninas, se tornando,assim rara e só quem tem esse almanaque que conhecia. Esse almanaque, no geral, foi uma mistura de histórias inéditas com republicações, sendo as inéditas sendo de festas juninas e as republicações misturando Festas Juninas e histórias comuns de vários núcleos de personagens e ainda teve uma seção de 6 páginas sobre os costumes de festas juninas, incluindo brincadeiras juninas e receitas de comidas típicas. Muito boa essa edição.
Não conhecia essa história, certamente esse almanaque deve ser bem interessante. Esses erros de coloração parecem que estavam mais comuns nessa época, entre os os gibis de 1981, quase todas que já vi estavam assim. Não gostava quando isso acontecia, nos últimos anos da Editora Abril estava havendo mais cuidado, cores e arte final mais bonitas e caprichadas. Bom destacar ainda que os traços dos personagens evoluiram e ficaram bem melhores no decorrer dos anos 80, principalmente, após 1982/1983.
ResponderExcluirEsse almanaque é muito, vale a pena. Algumas histórias dele já postei aqui no blog. As cores erradas era bem frequente naquela época, depois diminuiu embora nos primeiros números da Globo ainda tinha isso de vez em quando. E os traços ficaram melhores mesmo depois de 1983, ainda assim os dessa história eram bons.
ExcluirRealmente esse almanaque só tem histórias inéditas.Adorei a postagem,os gráficos são muito bons.
ResponderExcluirNa verdade foram misturas de inéditas com republicações, de qualquer forma muito bom.
ExcluirQue engraçado! Aos poucos que eu fui vendo que o Chico tava com medo era de soltar o balão,ainda bem que no final deu certo de soltar o balão sem machucar ele.
ResponderExcluirÉ, ele não se machucou com o balão e ainda escapou de apanhar. Muito legal.
ExcluirGostaria de saber pra qual santo ruma a devoção do Chico, talvez seja São Crispim, li algumas histórias onde ele menciona o nome do santo, de qualquer modo o santo que o salvou de apanhar do garoto loiro feioso foi São João, que história maneira! Gostei do caipirês de "fósforo", ouvia muito na infância e ouço até hoje "fosque", "fosso", "frosso", "frosfo" e "fosfro" esta última variante do dialeto caipira até passa como pronúncia correta, agora chique mesmo é "fórfi", foi demais, muito bom! Com certeza é mais uma variação popular da palavra, não foi criada pra historinha acima.
ResponderExcluirNão teve um santo devoto oficial, ia de acordo com o roteiro, Santo Antônio foi bem usado. Eles falando "fórfi" acho que foi só nessa história, parece que depois padronizaram como "fosfro". Como eles não podem mexer com fósforo, essa palavra nem é usada nós gibis aí nem sei qual foi o jeito que padronizaram o caipirês dessa palavra.
ExcluirFaltou no núcleo rural um personagem negro com presença constante, aquele senhor negro que atua na história de abertura de Chico Bento 20/Abril é um personagem efetivo do núcleo ou só teve aquela aparição? Conhece a história, Marcos?
ExcluirConheço essa histórias dos sacis prendendo Chico em uma garrafa em Chico Nº 20. Parece que aquele senhor só aparece naquela história. De fato foram poucos negros, de fixo nenhum. Parece que isso tá mudando agora, criaram nesse ano a Tábata, amiga da Rosinha e deve ser fixa, a exemplo como fizeram com a Milena.
ExcluirA história do Chico Bento aprisionado na garrafa é sensacional, o núcleo rural demonstra que o Mauricio de certa forma bebeu na fonte de Monteiro Lobato entre outras influências também.
ExcluirMarcos, outra personagem negra que poderia ter sido efetivada é aquela idosa benzedeira, gostei dela, não sei o nome da história, sei que a Rosinha fica hipnotizada e ameaça pular de um precipício, historinha do tempo sem frescura, muito boa! Acho que você tem ela postada, se não foi aqui foi em outro espaço virtual que conheci. Quanto à personagem talvez ficasse inviável sua efetivação devido à Vó Dita.
Essa história de Chico Bento 67 de 1985 foi muito boa. A personagem voltou para a África e aí á é desculpa pra não voltar. Foi uma daquelas histórias sérias de 1985 aí sem chance de colocar uma história envolvendo personagem com tema tão pesado que foi nela. á postei essa história aqui:
Excluirhttps://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2013/09/hq-chico-bento-o-rezador.html
Toda errada sem dúvida. Sem chance de fazer novamente. Mingau era muito fofinho, adorava os desenhos dele daquele jeito.
ResponderExcluirHavia interação com santos católicos e,no caso do núcleo indígena-a turma do Papa-Capim,com divindades indígenas,como o índio guerreiro Tupã e Jaci,que é a lua com vida própria.
ResponderExcluirPois é. Hoje não tem mais nada disso.
ExcluirMuito boa...essa nunca tinha lido antes!! ;)
ResponderExcluirÉ bem rara essa, nunca foi republicada, aí poucos conhecem.
ExcluirHistórias pra morrer de saudade. Saudade dos traços, do politicamente incorreto, das páginas amareladas... Esses almanaques abril são os melhores.
ResponderExcluirAssim que era bom, sem d´vida. Só não ter politicamente correto ficava tudo solto e criatividade sem limite, aí dava pérolas assim. Páginas amareladas não tem como evitar nessas antigas.
Excluirhttps://pbs.twimg.com/media/EbersATXgAAaVlg?format=jpg&name=900x900
ResponderExcluirLegal! Foi a capa da Mônica 42 - Globo, 1990.
Excluirhttps://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2015/06/monica-hq-pixador-apaixonado.html
https://2.bp.blogspot.com/-dKi98kwqTTI/VXOwod6QpoI/AAAAAAAAG5k/PZ_jkJhgR8A/s1600/_MN_42.jpg
Haja criatividade para pensar em bandeirolas aparentando os dentões dela!
ExcluirVerdade. Eles eram ótimos.
ExcluirLindíssima Capa. Adorei a hq. Amo festas juninas. Grande abraço!
ResponderExcluirFestas Juninas são boas demais. Abraço
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