quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Uma história do Bidu com o Louco

Mostro uma história em que o Bidu é perturbado pelo Louco depois que o Bugu viajou. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 67' (Ed. Abril, 1978).

Capa de 'Cebolinha Nº 67' (Ed. Abril, 1978)

Bidu comenta que a tarde está boa para tirar uma soneca ainda mais sabendo que o Bugu viajou. Bidu começa a dormir quando ouve gritos do Louco que está cercado e precisa fugir. Louco olha para o Bidu e diz que avistou um cavalo e joga o Bidu atingindo uma árvore e Louco diz que terminou com os micróbios que estavam o atacando.

Louco vendo o Bidu todo machucado acha que foram os micróbios que atacou, vai cuidar dele com casa, comida e roupa lavada, jogando Bidu no lago. Bidu mergulha e o Louco pensa que é um peixe raro e o joga no aquário. Bidu fica com cabeça pra fora por aquário ser pequeno e Louco lembra do cachorrinho que deixou no lago e vai lá ver se ele se afogou.

Logo percebe que o cachorro estava no aquário e pensa que o Bidu fez mal ao peixe raro que estava lá. Louco tira o Bidu do aquário e fica aflito se o peixinho se machucou. Louco põe roupa de mergulho,  entra no aquário para procurar o peixe e some. No final, Bidu implora para o Bugu voltar logo da viagem, afinal se era ruim com o Bugu, pior sem ele.

Legal essa história, Bidu pensou que teria paz com o Bugu viajando, nunca imaginou que seria pior com o Louco, que dessa vez pensou que o Bidu era um cavalo e depois um peixe raro e depois do nada se contava que era um cachorro. Bidu sofreu muito sendo jogado na árvore, no lago, ficar em aquário apertado, e viu que, sem dúvida, melhor aturar as imitações do Bugu do que ficar com o Louco.

Engraçado que tudo começou com o Louco imaginando que estava sendo atacado por micróbios, e como que conseguiu entrar no aquário para procurar o tal peixe perdido. sempre nada com nada, por isso que ele é louco. Ficou um monólogo do Louco já que o Bidu não ia falar na frente dele.  Não seria ruim também se o Bidu resolvesse falar com o Louco, seria absolutamente normal em histórias com ele. Teve uma mistura de universos do Bidu, começou como se fosse uma história de metalinguagem com Bidu como dono da história e perturbado pelo Bidu, mas a partir do momento que o Louco aparece, virou história de um cachorro normal.


Foi legal ver um crossover do Louco com o Bidu. Nos anos 1970 o Louco não aparecia só para o Cebolinha, podia aparecer também para a Mônica e algumas vezes para o Bidu. Em gibis do Cebolinha o Louco aparecia para ele, em gibis da Mônica, aparecia para ela e com Bidu normalmente em gibis do Cebolinha. Tiveram outras entre 1976 a 1979 com o Bidu contracenando com o cachorro do Louco, o Totó, tão maluco como o dono, depois esse cachorro foi excluso dos gibis, ficando no limbo do esquecimento, já que a partir dos anos 1980 preferiram histórias do Louco só com o Cebolinha, acharam que combinava melhor entre eles.

Linguagem já estava mais informal, ficavam mais formais só nas histórias que eram escritas pelo Mauricio de Sousa. Incorreta hoje por conta de violência de jogar Bidu na árvore e no lago, colocá-lo dentro do aquário apertado, podem reclamar de maus tratos a animais.

Traços muito bonitos do estilo superfofinho adotados entre 1977 a 1979. Tiveram erros do Louco falar de boca fechada no antepenúltimo quadro da 3ª página e da roupa do Louco com camisa rosa e calça vermelha nos 2º e 5º quadros da 2ª página da história, usavam esse estilo de cores trocadas na roupa do Louco em histórias entre 1976 a 1978, aí voltaram com as cores originais da roupa, só que nesses quadros esqueceram que tinham voltado com as cores tradicionais. Foi republicada depois em 'Almanacão de Férias Nº 4' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Almanacão de Férias Nº 4' (Ed. Globo, 1988)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Tirinha Nº 112: Tina

Nessa tirinha, Tina pergunta para o Rolo como foi o primeiro beijo dele, que lembra ainda bebê beijando a mãe e Tina reclama que não tão primeiro assim. Ela queria saber do primeiro beijo na boca e Rolo foi além disso. Tina bem fofoqueira em saber da vida dos outros e Rolo ingênuo demais, ou não sabia que era de beijo na boca ou se fez de desentendido para despistar a Tina, fica na decisão do leitor como achar melhor. Engraçado o Rolo retratado como bebê, nunca tinha sido mostrado até então.

A mãe do Rolo ainda não tinha traços definitivos no início dos anos 1980, em cada história ela aparecia diferente, normalmente tinha cabelos encaracolados e azuis como o filho, só em meados dos anos 1980 que padronizaram a mãe dele como conhecemos, que, inclusive, é praticamente igual à mãe do Titi, com diferença só em alguns detalhes.

A tira é original dos anos 1980 publicada em jornais e foi publicada primeira vez em gibi só em 2005. Como tiras em expediente final dos gibis costumam ser do personagem principal da revista, aí tiras de secundários de jornais ficaram esquecidas. A Turma da Tina teve muitas tiras em jornais desde os anos 1970 e, sem dúvida, mereceria um livro compilando todas essas tirinhas que se tornam raras hoje, aliás todos os secundários mereceriam livros assim. Até publicaram algumas recentemente nas revistas da terceira série da Editora Panini entre 2021 e 2022, mas um livro especial com todas as tiras em sequência seria excelente.

Tirinha publicada em 'Almanaque Turma da Tina Nº 7' (Ed. Globo, 2005).

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Mônica: HQ "Quero sentar"

Compartilho uma história em que a Mônica quer sentar em uma pedra para descansar e o Cebolinha a perturba para ela não conseguir sentar. Com 4 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 146' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Mônica Nº 146' (Ed. Abril, 1982)

Mônica está cansada de tanto andar com o forte calor do Verão e doida para sentar em algum lugar. Encontra uma pedra e quando finalmente vai sentar, Cebolinha senta primeiro na pedra. Mônica o manda sair porque ela viu a pedra primeiro e Cebolinha diz que ele sentou primeiro. Mônica reclama que está cansada, andou um tempão para encontrar aquela pedra, ele diz que também, Mônica fala que vai ter que usar a ignorância e Cebolinha responde que quem não sabe usar a inteligência, tem que usar a força.

Mônica pergunta se Cebolinha a chamou de burra. Ele fala que já vai usar a força. Mônica diz que quer disputar a pedra num par ou ímpar e Cebolinha acha que isso é uma disputa inteligente e avisa que se der par, ele ganha, e ímpar, ela perde. Deu ímpar, a Mônica perde e logo percebe que foi burra e truque sujo. Cebolinha diz que só queria testar a inteligência dela e que foi aprovada e propõe o segundo teste  de encontrar uma pedra igual aquela e levar até onde estão.

Mônica vai e depois volta com a pedra, reclama que foi nada fácil, teve que andar dois quilômetros e como passou no teste pergunta se pode sentar na pedra que o Cebolinha estava. Ele pergunta por que ela não senta na pedra que foi buscar. Mônica fica com raiva, chuta  a pedra que buscou e ordena Cebolinha  sair. Mônica bate nele, Cebolinha fica jogado no chão e no final comenta que não está nada mal ficar no chão.

História engraçada em que a Mônica queria sentar em uma pedra e Cebolinha senta no lugar e faz a Mônica de burra quando exige que ele saia da pedra para ela sentar. No final, Mônica consegue sentar na pedra após dar surra no Cebolinha, que acha confortável ficar deitado no chão, não queria ficar por baixo. Se era uma boa ficar no chão, nem precisava ter aprontado com a Mônica.

Cebolinha gostava de provocar a Mônica, deixar com raiva, era abusado e a primeira chance que tem ele se aproveita. Custava nada ele sair até porque ela tinha visto a pedra primeiro e e ele correu para sentar primeiro. Conseguiu fazer a Mônica de burra duas vezes, enganando no par ou ímpar, ele teria que ter dito que par ele ganhava e ímpar ela ganhava, e fazer ela procurar uma pedra bem longe e levar para lá onde estavam. Cebolinha apanhou, mas ficou satisfeito e valeu de ter feito a Mônica de trouxa.

Mônica ingênua demais, não viu que ao dizer que par o Cebolinha ganhava e ímpar, ela perdia que era a mesma coisa e se ela procurou uma outra pedra que ficaria lá onde encontrou. A coitada andou dois quilômetros para procurar e andou dois quilômetros para voltar carregando a pedra, é muita burrice. Mônica sempre usava a força para conseguir as coisas que quer, até que tentou resolver no diálogo, antes batia na hora sem querer saber de conversa. Se batesse nele logo no início, não teria todo trabalho que teve.

No momento que a Mônica chuta a pedra que havia buscado, deu para perceber que só queria sentar naquela pedra que estava ali e Cebolinha ter que obedecê-la. Como a pedra estava lá, era só ela sentar na que buscou e ficavam em paz. Engraçado que a Mônica chutou a pedra e continuou no mesmo lugar que estava, o cansaço fez perder parte da força dela, só não o suficiente para bater no Cebolinha depois. Foi engraçado Cebolinha dizer que tudo era para testar a inteligência da Mônica e hilário a Mônica imaginar orelhas de burra, depois de perceber que foi tapeada no truque do jogo do par ou ímpar.

História permitiu o leitor decidir quem estava com a razão, julgar quem merecia ficar a pedra e por quem torcer, quem viu primeiro ou quem sentou na pedra primeiro, se a Mônica estava certa na atitude autoritária ou se o Cebolinha estava certo em perturbá-la para aprender não ser autoritária. Hoje em dia é incorreta pela maldade que o Cebolinha fez com a Mônica, principalmente em carregar pedra sob Sol forte, além da autoridade dela de querer resolver na força tudo que ela queria, Mônica de hoje não é mais assim. Os traços ficaram bons, mais simples, no estilo de histórias de miolo dos anos 1980. Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 13' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 13' (Ed. Globo, 1989)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Turma da Mônica Nº 71 / Mônica Nº 72 (Jotalhão 60 Anos / Marina 30 Anos)

Comprei as edições 'Turma da Mônica Nº 71' e Mônica Nº 72' da terceira série da Editora Panini, ambas de janeiro de 2025, que tiveram histórias comemorativas e nessa postagem faço resenha de como foram essas revistas.

A revista 'Turma da Mônica Nº 71' teve uma história de homenagem aos 25 anos da história "O Concurso das Denises" e outra comemorativa de 60 anos do Jotalhão, e 'Mônica Nº 72', uma homenagem aos 30 anos de criação da personagem Marina. A distribuição anda atrasada, as revistas "Nº 71" chegaram aqui dia 27 de janeiro e as "Nº 72" em 10 de fevereiro, então ainda podem ser encontradas nas bancas neste mês de fevereiro.

Tiveram reajustes de preços a partir de janeiro de 2025, custando agora R$ 7,90 cada revista continuando quinzenais com 52 páginas, formato canoa, 8 páginas de passatempos e 1 página de seção de correspondências. Estão distribuindo brindes desde então, as revistas "Nº 71" com calendário 2025 de brinde e as "Nº 72", uma maquete com um local da Vila Abobrinha do Chico Bento para montar. 

A novidade a partir deste ano é que nos diálogos não estão mais colocando ponto de exclamação no final das frases e colocaram ponto no lugar. Resolveram implicar com exclamação que sempre foi marcante nos gibis, agora deixam só quando falam alguma interjeição ou mostrar uma animação maior no diálogo. A seguir, comento sobre cada uma das duas revistas:

Turma da Mônica Nº 71:

A revista é marcada por duas histórias especiais, uma referência à história "O concurso das Denises" e outra em homenagem aos 60 anos do Jotalhão. A contracapa é uma extensão da ilustração da capa como vem sendo nessa terceira série da Panini e nas demais edições "Nº 71" também tiveram. O brinde foi um calendário 2025, cada revista "Nº 71" teve um calendário estampado com o personagem principal da revista e nesse gibi 'Turma da Mônica Nº 71' o calendário foi da Milena.

Foram 7 histórias no total, incluindo a tirinha final. Abre com a história "Uma vingança concursal", de 18 páginas e escrita por João Xavier, em que a Soninha, irmã imaginária da Denise, está fazendo aniversário e consegue sair da mente da Denise para se vingar dela e vê se consegue ser a Denise escolhida da história "O concurso das Denises" entrando na máquina do tempo do Franjinha e indo parar no ano 2000 bem naquela história e, assim, Mônica e Denise vão até lá também para impedir que a Soninha consiga executar seu plano.

A história "O concurso das Denises" escrita por Emerson Abreu foi lançada em 'Mônica Nº 160' (Ed. Globo, 2000), mostrou um concurso pra escolher uma Denise dentre várias candidatas, e é considerada um clássico por ter marcado a Denise que se tornou definitiva. Antes, ela aparecia diferente a cada história, tanto em visual quanto personalidade, e essa história marcou a Denise deslocada que conhecemos em definitivo. Aí, resolveram criar essa história 25 anos depois, que pode ser considerada homenagem ou uma continuação dela, como o leitor preferir.

A Soninha não foi candidata na história de 2000, o roteirista deve ter considerado nesta história que a Denise loira seria a Soninha. Pelo menos dessa vez voltaram com máquina do tempo do Franjinha para elas voltarem para o passado e não foi lápis mágico da Marina para isso. Teve várias referências à história original do Emerson, repetiram cena do Cebolinha vendendo pamonha em frente a MSP e depois ele vestido de linguica, várias candidatas querendo ser Denise, reforçou que a verdadeira Denise se chama na verdade Creuza Maria. Os traços ficaram feios, bem digitais como está sendo. 

A história marcou também a volta da Soninha, que no início não era imaginária, foi criada como coadjuvante na história "Quase irmãs", de 'Mônica Nº 115' (Ed. Globo, 1996), ela era bem real, mas depois o Emerson mudou, deixando que era irmã imaginária da Denise e que aparece no mundo real quando ela completa aniversário para se vingar da Denise por algum motivo. Não foi ruim a história,  mas acho que o próprio Emerson poderia desenvolver melhor por ele ter criado a história original de 2000 e domínio de personalidades das personagens adotadas por ele. No caso, não criou as personagens,  mas a personalidade definitiva foi criada por ele.

Em seguida, vem Milena com seu irmão Binho em "Falar a verdade", de 3 páginas, em que a Milena convence o Binho a falar a verdade para o pai que quebrou a lanterna dele. História fraca, com Milena com lição de moral de que não se deve mentir e sempre dizer a verdade, Milena sem graça como sempre. Não gostei dessa.

Depois vem "Sessentão", com 6 páginas e escrita por João Xavier, que comemora 60 anos do Jotalhão. História é mais informativa mostrando coisas que aconteceram na trajetória do personagem como que começou como figurante nas histórias do Raposão, virou garoto-propaganda da massa de tomate e produtos da "CICA", encarnou Jô Soares na história de ' Mônica Nº 146' (Ed. Globo, 1998), entre outras coisas. Teve até presença do elefante "Dumbo" (parodiado como "Bumbo").

Por causa dessa história que me motivou a comprar a edição. Embora mereceria ser a história de abertura da revista e ter um roteiro mais desenvolvido, mais ação, vale a lembrança. Na verdade, foi atrasada já que o Jotalhão foi criado em 1962 em uma campanha publicitária e, portanto, completou 60 anos em 2022. Só que eles estão contando a primeira aparição do Jotalhão e tiras de jornais do Raposão que foi em 1965, primeira vez que apareceu nos quadrinhos. Sempre fazem comemorações com os personagens principais, mas os secundários ficam esquecidos, nunca tem especiais com eles. Seria interessante livros comemorativos de estilo 60 Anos de cada secundário líder do núcleo, pelo menos Tina e Penadinho poderiam fazer, aí no lugar fazem livro "Nimbus e Do Contra 30 Anos", que não têm raridades de histórias clássicas para isso.

Depois vem história de 2 páginas com Luca envolvendo Bidu e outra de 2 páginas com a Turma da Mônica e a revista termina com história "Essa turma é de morte", com 3 páginas, da Turma do Penadinho que testa quem será a morte quando a Dona Morte sai de férias. Foi bom que mostrou eles matando pessoas, muito tempo que não via isso. E a tirinha final foi com o Frank, também da Turma do Penadinho.


Mônica Nº 72:

Foram 6 histórias no total, incluindo a tirinha final. O brinde fornecido nesta revista  foi o ribeirão do Chico Bento para montar. Cada edição "Nº 72" tem um local do sítio de brinde, se comprar todas, vai ter a Vila do Chico completa. Esses brindes foram pensados no filme "Chico Bento e a goiabeira maraviosa", estão fazendo vários especiais com o Chico neste ano para divulgar o filme. A revista não teve contracapa estendida com ilustração da capa, assim como as demais revistas "Nº 72", preferiram deixar propaganda do brinde do sítio do Chico Bento no lugar. Aliás,  mudaram roupa do Chico Bento em propagandas com ele, provavelmente para lembrar o filme, ficou muito feio por sinal, tomara que fique restrito só a propagandas mesmo.

'Mônica Nº 72' tem a história comemorativa de 30 anos da criação da Marina. Criada em janeiro de 1995 com a filha do Mauricio virar personagem, Marina tem história de abertura em todas as revistas "Nº 72", menos a do Chico Bento porque é de núcleo diferente. São histórias normais e isoladas em cada revista, sem serem interligadas uma com a outra, e a única que foi comemorativa lembrando à data de criação foi essa da revista da Mônica.

A história de abertura se chama "Marina 95", escrita por Flavio Teixeira e com 15 páginas, em que o Mister B revela o que a Marina faz quando sai das histórias da turma. A personagem é tratada como a filha do Mauricio que vai parar nos gibis com o lápis mágico, mas tem hora que volta para a vida normal fora dos quadrinhos e eles se perguntam para onde vai e o que faz depois.

É revelado que ela vai para os anos 1990, mais precisamente em 1995, quando foi criada, e durante a história é mostrado a Marina em vários momentos dos anos 1990, com foco maior em 1995. Quiseram mostrar as mudanças que aconteceram desde então, coisas que existiam e não tem mais, como celular tijolo, fax, internet discada que custava a baixar coisas, locadoras de filmes e problemas para rebobinar fitas VHS, enrolar no videocassete se não coloca direito, etc. 

Teve presença do Teveluisão, do Bloguinho, do Mister B, Seu Juca, Louco, Mauricio de Sousa, bastidores da MSP em 1995, referência às histórias "Na escola" ('Mônica Nº 74' - Ed. Globo, 1993), "Qual o nome do filme?" ('Cebolinha Nº 101' - Ed. Globo, 1995) e "O bichinho dentro do ovinho" ('Mônica Nº 132' - Ed. Globo, 1997), ao lembrar sobre os tamagochis que marcaram aquela época. Teve até Cebolinha se glorificando que ele ainda rabiscava muros em 1995, apesar de ser lembrado pela colabora Fátima que iria fazer isso só até em 1997. Cada lugar que a Marina ia teve um novo subtítulo como se ela tivesse indo para outra história.

Traços ficaram aceitáveis com o padrão digital atual.  Achei bem interessante essa história, ficou homenagem à Marina e também da rotina como eram nos anos 1990, ver como as coisas mudaram no mundo desde então, até de primórdios do politicamente correto. O final que poderia ser melhor, podia ter uma piadinha final, mas compensa como foi o desenrolar da história. 

Acho que a Marina estava falando alguma coisa no quadro em que estava indo para a locadora e o balão ficou omitido ou por esquecimento de inserir ou mudaram de ideia de colocar para não atrapalhar o letreiro da locadora, pode ser considerado um erro aí. A grafia "loucadora" no letreiro pode ter sido proposital para dar ideia de que era uma locadora doida, com Seu Juca como atendente e o Louco como dono dela.  Na capa da edição apareceu a verdadeira Marina adulta da vida real, mas acredito que intenção seria no lugar a colaboradora Fátima da MSP que apareceu na história toda, já que a Marina real não apareceu.  

Depois vem Milena com "Desenho caprichado", de 6 páginas, em que o Binho quer que a Milena desenhe um ursinho Bilu para ele e pendurar na parede e Milena demora muito para desenhar. Bem bobinha essa história, nada relevante e com enrolação, dava para ter menos páginas que isso. Milena sempre sem graça, nem personalidade e colocam qualquer coisa já que roteiros de desenhos deveria fica para a Marina. Não gostei dessa.

Em seguida, "Fada tagarela", com 6 páginas, em que cai um dente-de-leite da Mônica e a fada do dente a visita para levar o dente embaixo do travesseiro dando uma moeda em troca, só que a fada falava demais.  História simples, só diálogos, sem conflitos como vem sendo ultimamente e esses traços horrorosos completamente digitais são deprimentes, completamente estranhos desenhos assim.

Em "Quem esnoba só se afoba", com 3 páginas, Carminha Frufru, Metildo e Penha discutem querendo saber qual dos três é o mais influenciador, com show de esnobação do trio. Segue a atualidade da sociedade de que o que importa é quem é influenciador porque tem status e popularidade, isso que é o certo, não tem problema criança ser influenciadora e mexer com redes sociais. Tem participação da Mônica no final para dar lição neles e colocá-los em seus devidos lugares.

História de encerramento foi "Deixe pra lá", com 4 páginas, em que a Mônica não quer brincar com Cebolinha e Cascão porque aprontaram com ela e Cascuda deseja brincar com eles, apesar de que estava brincando com a Mônica. História quis mostrar a lição de que se deve perdoar os outros. Traços digitais totalmente decadentes, lamentável ver desenhos desse jeito. E a revista termina com tirinha com destaque ao Xaveco, apesar da presença da Mônica no último quadrinho. Não tiveram histórias com secundários de outros núcleos, Mônica só não apareceu na história da Milena.

Então, as revistas valem pelas histórias comemorativas, melhor delas a da Marina, sem dúvida o Flávio é o melhor pra escrever essas histórias especiais. Não gosto muito da Marina, mas prova que se for bem desenvolvido o roteiro, dá para ser boa personagem. Ambas as revistas foram com histórias de abertura mais desenvolvidas e com mais páginas que o padrão que está sendo com média de 12 paginas, o que foi bom também e as de abertura envolveram viagens no tempo. Já as histórias normais foram fracas, seguiram o padrão que tem sido ultimamente com traços digitais feios, pouco humor, sem grandes conflitos, educativas, voltadas ao politicamente correto e com lições de moral. Não comprei as outras revistas "Nº 71" e "Nº 72" de janeiro, então não tem resenha delas. Fica a dica.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Magali: HQ "A mensageira (fofoqueira) da paz"

Em fevereiro de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "A mensageira (fofoqueira) da paz" em que a Magali cria um plano infalível para fazer Mônica e cebolinha namorarem e pararem de brigar e o bairro ficar em paz. Com 12 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 148' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Magali Nº 148' (Ed. Globo, 1995)

Magali se surpreende com perseguição da Mônica querendo bater no Cebolinha enquanto come um sanduíche. Mônica acerta o Cebolinha, que fica todo surrado. Magali lamenta que os dois só brigam e ela pode fazer nada, quando tem uma ideia que pode sim. Termina de comer o sanduíche e vai pôr seu plano infalível em prática.

Mais tarde, tocam a campainha da casa da Mônica, que atende e vê que tinha só um presente do Cebolinha. Mônica leva susto, acha que deve ter uma bomba dentro e resolve jogar no lixo. Magali acha um pacote tão bonito, Mônica diz que vindo do Cebolinha só pode ser molecagem. Magali acha que ele quer fazer as pazes, abre o presente e era uma fivela de coelhinho e diz para Mônica que ela anda muito desconfiada.

Depois, jogam um bilhete amarrado em uma pedra pela janela caindo na cabeça da Mônica, que lê confissão do Cebolinha que sempre a provocou, mas no fundo sempre gostou dela, que é uma gracinha e fofura, não tem coragem de dizer quem é, só que tem cinco fios de cabelo. Mônica faz uma carta par ao Cebolinha para parar com a palhaçada, acha que é um plano, e Magali se oferece para levar a carta para ele.

Na casa do Cebolinha, Magali entrega a carta que era um pedido de desculpas, diz que foi dura demais com ele e por que obriga a bater nele se gosta tanto dele. Magali diz que a Mônica sempre foi gamadona nele e vive batendo porque é tímida. 

Cebolinha faz carta dizendo que vai pensar se desculpa a Mônica. Magali leva a carta para Mônica mudando que Cebolinha quer namorar com ela. Magali fala que tinha que ver a cara de apaixonado dele, até chorou. Mônica acha que é porque o olho estava doendo e Magali a convence que ele merece uma resposta.

Magali leva para o Cebolinha a carta da Mônica, que diz que quer namorar com o Cebolinha. Na rua, ele avisa para o Cascão que vai namorar com a Mônica, Cascão dá gargalhada. Cebolinha diz que é estratégia para não apanharem, já usaram isso em planos, mas dessa vez quem quer é a Mônica. Os dois se encontram, comentam sobre as cartas, Cebolinha pergunta se é verdade o que ela escreveu, Mônica diz que não quis chatear e os dois começam a namorar e vão tomar sorvete.

No caminho, encontram a Magali, que diz que é uma surpresa os dois tão juntinhos. Mônica e Cebolinha falam que estão namorando, Magali deseja Parabéns e comemora que finalmente, a paz. Depois, Mônica comenta com o Cebolinha que foi a Magali que convenceu de aceitar o presente da fivela de coelhinho. Cebolinha diz que deu presente nenhum. Mônica diz que foi antes do bilhete amarrado na pedra.

Eles dizem que guardaram as cartinhas um do outro e quando leem, viram que não são letras deles e nem escreveram, deduzem que alguém escreveu em nomes deles e lembram que foi a Magali que fazia questão de levar as cartas. Mônica e Cebolinha pegam a melancia da Magali e a seguram para confessar o plano e ela diz que foi uma boa ação para acabar com as brigas deles.

Cebolinha grita que como é que pôde empurrá-lo para uma feiosa como a Mônica. Por causa da fala, Cebolinha apanha e no final Magali diz que colocou em prática o plano cedo demais, mas daqui uns anos tem certeza de que isso acaba em casamento.

História legal em que a Magali cria plano infalível de fazer com que Mônica e Cebolinha namorem e parem de brigar. Magali mudava as cartas que os amigos de acordo com interesses dela para pensarem que estavam querendo namorar. Chega a dar certo e até começam a namorar, mas descobrem que as cartas não foram eles que escreveram e que foi tudo plano da Magali.

Mônica e Cebolinha foram burros de não perceberam antes, a Magali estava sempre presente desde o momento do suposto presente que o Cebolinha teria dado para a Mônica e que ela estava se oferecendo para levar as cartas. Se fossem mais espertos, poderia evitar início de namoro. 

Tiveram sorte de lembrar do presente e de guardarem e levarem as cartas com eles senão pelo menos o plano iria demorar a ser descoberto. Fora que davam muito bem irem pessoalmente à casa de um do outro sem precisar de cartas. Engraçados os sustos dos dois com suposto interesse um por outro.

Magali teve boa intenção dos amigos não brigarem e ter paz no bairro, mas não seria fácil. O final ficou a ideia de que Mônica e Cebolinha se gostam e brigam para chamar atenção. E Magali acertou sua previsão já que na "Turma da Mônica Jovem", Mônica e cebolinha se casaram quando adultos, como foi na edição "Nº 50", de 2012. Cascão dizer que já tentaram namorar com a Mônica em plano infalível foi referência à história  "Sete namorados para a Mônica" de 'Mônica N° 16 (Ed. Globo, 1988).

Dessa vez história não teve foco com comida, Magali só comia alguma coisa durante a história e ficou diferente da Magali criar um plano infalível sem relação com comida. O normal era o Cebolinha bolar planos contra ela para acabar com a gula ou a Magali até criar planos, mas com intenção de roubar as comidas dos amigos. 

História também serviu como homenagem ao "Dia dos Namorados" comemorado no mundo todo no dia 14 de fevereiro. Só no Brasil que a data é comemorada no dia 12 de junho por estratégia comercial de que em fevereiro tem carnaval e que em junho não teria muitas compras depois do "Dia das Mães" em maio. Essas datas são tudo comércio, infelizmente.

Os traços ficaram bons no estilo dos anos 1990. Incorreta atualmente por envolver namoro entre crianças, além de ter plano infalível enganando os outros, hoje evitam histórias de planos até do Cebolinha contra a Mônica. Também não pode Cebolinha aparecer surrado precisando usar saco de gelo na cabeça para sarar, Mônica com calcinha à mostra, levar pedrada na cabeça e são proibidas hoje expressões populares de duplo sentido como "tá me gozando", "ser dura com você", "pintou um clima", etc. Teve erro da Magali com nariz em formato "c" no 4º quadro da página 8 do gibi e melancia toda vermelha sem fundo branco e verde no 5º quadro da penúltima página. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Cascão: HQ "A bomba H2O"

Mostro uma história em que o Cascão precisa guardar uma bomba que explode com contato com água e que seria o fim da humanidade, mas não seria fácil guardar como ele pensava. Com 14 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 113' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Cascão Nº 113' (Ed. Globo, 1991)

O Agente K-7 consegue levar para o seu chefe Serafim a bomba H2O que estava com o inimigo após enfrentar muitos perigos. O tapinha do chefe consegue derrubar o Agente K-7 que estava todo quebrado e fraco após a missão considerada impossível. 

Mesmo com posse deles, a bomba ainda é um perigo, não é calor, precipitação e impacto que fazem ela explodir, e, sim, o menor contato com a água pode fazer com que a bomba destrua a humanidade de uma vez, por isso se chama bomba H2O e tem que ser guardada em um local absolutamente seco e sem umidade. 

Seu Serafim, então, não se arrisca a deixar a bomba no cofre ou na casa por causa das goteiras e resolve deixá-la com o Cascão, a única criatura em que a água jamais tocou. Serafim avisa ao K-7 que ninguém do bairro desconfia da sua identidade de agente de espionagem e que é seguro deixar a bomba com o Cascão, demonstrando que, ao falar que vai chover, Cascão se esconde dentro do jaleco do K-7.

Seu Serafim pede o favor para o Cascão esconder a bomba, dizendo que era segredo de estado e que não pode molhar, de jeito nenhum, depois pegará de volta e lhe pagará uns sorvetes. Cascão acha que era brincadeira do Serafim, que sempre inventa mistérios e que falar para ele não molhar alguma coisa é o mesmo que falar para o elefante não molhar.

Em seguida, Cascão encontra a turma em frente a sua casa para lhe darem um presente de relógio à prova d'água e perguntam se ele não quer testá-lo. Cascão diz que nem chega perto de água e a turma fala que vai ajudar, jogando água de mangueira em cima. Cascão foge e têm armadilhas para dar banho nele em toda a parte. 

Cascão consegue fugir de todas, quando é preso em uma gaiola gigante. Cascão acha uma vergonha prenderam seu próprio amigo , a que ponto chegaram e Mônica diz que ele não sabe a que ponto chegou o cheirinho dele. Cascão manda taparem o nariz e Cebolinha diz que não será necessário, mostrando o superensopador de porquinhos inventado pelo Franjinha em cima do precipício. 

Cascão fala que não podem fazer isso com ele,  o Seu Serafim deu um objeto para ele guardar e que não pode molhar de jeito nenhum. Cebolinha debocha que deve ser uma superbomba que explode em menor contato com a água, que eles não são trouxas e a turma se afasta para acionar a invenção do Franjinha.

Enquanto isso, os agentes voltam com o homem que ia desativar a bomba e se espantam que o cascão está prestes a tomar banho. Franjinha abaixa a alavanca, a  água cai em cima da gaiola do Cascão. Os agentes se desesperam achando que o fim do mundo chegou e quando veem o Cascão sumiu da gaiola porque cavou um túnel para sair da gaiola e fugir do banho.

Cebolinha reclama que falhou de novo, os agentes acham que foi sorte dele, Cascão entrega a bomba para o homem desativá-la e Seu Serafim avisa que aquilo é uma bomba que se tivesse molhado, iria explodir o planeta. A turma fica desnorteada com a notícia, por um triz iam acabar com o mundo e desmaiam dentro das tinas.

No final, Cascão recebe os sorvetes que o Seu Serafim prometeu, pede desculpa fazê-lo guardar uma coisa perigosa e Cascão diz que nada é perigoso que água e pede um favor, que se alguém perguntar, é para falar que ele está guardando outra bomba, é que só assim poderá ter sossego de novo, por uns tempos, com a turma toda apavorada se afastando do Cascão.

História legal com várias reviravoltas em que o agente K-7 resgata uma bomba que explode todo o planeta em um menor contato com água e o agente Serafim decide deixar com o Cascão que nunca tocou em água. Só que não contavam que a turma estava planejando plano infalível para o Cascão tomar banho e quase conseguem dar o banho nele se ele não tivesse cavado túnel para sair da gaiola. No final, o mundo está salvo, Cascão se dá bem e ainda engana os amigos que ainda está com bomba para não darem mais banho nele e teria paz.

Só os agentes que sabiam que a bomba era um perigo para a humanidade, nem Cascão sabia, apenas que não podia ser molhada, mas não a gravidade que poderia acontecer se molhasse. Agentes tinham que deixar a bomba com alguém de confiança e sabiam que o Cascão era o menino certo pra isso. 

Se a turma soubesse que ele estava com uma bomba dessa, adiariam o plano infalível contra o Cascão, não é à toa que desmaiaram quando souberam que o mundo podia acabar por causa deles. Cascão também não sabia que o Seu Serafim era um agente secreto de verdade, pensava que ele só gostava do assunto e ainda deixou mantido o segredo dele após ter descoberto a verdade, foi leal.

Era muito boa a astúcia do Cascão fugir do banho, fazia coisas impossíveis e em fração de segundos para escapar, conseguia pensar rápido e dava certo. Nessa o Cascão se escondeu no jaleco do agente K-7 ao falarem que ia chover, escapou da poça que estava debaixo  da tábua de madeira que quebrou, da mangueira com jato d'água nele, de balde vindo por cima da árvore pelo Jeremias, driblar 10 tinas d'águas e o mais incrível conseguir abrir buraco no chão e cavar túnel até o outro lado da gaiola só com as mãos em segundos. Isso que era legal nele, a gente sabia que ele ia escapar do banho, mas ficava na expectativa da forma absurda que ele escapava, como seria a grande surpresa. 

Engraçadas as falas do Cascão como para ele não molhar alguma coisa é o mesmo que falar para o elefante não molhar e mandar amigos tamparem nariz se incomodam com o mal cheiro dele. Foram engraçadas as paródias utilizadas como o nome do agente K-7 parodiar fita cassete e também o xingamento, o agente Serafim se chamar assim por paródia de "Será o fim?" (do mundo), o homem desativador da bomba vir do "Longistão", e referências à música "Pinga Ni Mim" de Sergio Reis e ao "Pedro Bó", personagem interpretado por Joe Lester no quadro do Pantaleão, personagem interpretado por Chico Anysio no programa "Chico City". O bordão "Não, Pedro Bó" virou sinônimo de resposta a alguém que faz uma pergunta idiota.  

Eram comuns histórias de planos infalíveis do Cebolinha para dar banho no Cascão, sempre eram divertidas. Nunca davam certos os planos, deixando o Cebolinha e a turma com raiva. Os agentes apareceram só nessa história, como de costume com personagens secundários de aparições únicas, mas até que davam para serem fixos com a turma ajudando em outras missões de espionagens.

Além de divertir, as crianças ainda aprenderam que a fórmula química da água é H2O, muito antes de aprender Química na escola, gibi é cultura. Incorreta atualmente por personagens envolvidos com bomba que destrói o planeta, a turma como vilã de fazer planos para o Cascão tomar banho sem vontade dele e serem responsáveis por mundo acabar, Agente K-7 aparecer surrado pelos inimigos, absurdos do Cascão de fugir do banho.

Os traços ficaram muito bons, típico de histórias de abertura do início dos anos 1990. Teve erro do Cascão falar de boca fechada na página 10 do gibi. A propaganda inserida na história dessa vez só foi na página 11 do gibi na lateral direita  do grupo "Ama", escola de música, muito comum nos gibis de 1991.