Comprei as edições 'Turma da Mônica Nº 71' e Mônica Nº 72' da terceira série da Editora Panini, ambas de janeiro de 2025, que tiveram histórias comemorativas e nessa postagem faço resenha de como foram essas revistas.
A revista 'Turma da Mônica Nº 71' teve uma história de homenagem aos 25 anos da história "O Concurso das Denises" e outra comemorativa de 60 anos do Jotalhão, e 'Mônica Nº 72', uma homenagem aos 30 anos de criação da personagem Marina. A distribuição anda atrasada, as revistas "Nº 71" chegaram aqui dia 27 de janeiro e as "Nº 72" em 10 de fevereiro, então ainda podem ser encontradas nas bancas neste mês de fevereiro.
Tiveram reajustes de preços a partir de janeiro de 2025, custando agora R$ 7,90 cada revista continuando quinzenais com 52 páginas, formato canoa, 8 páginas de passatempos e 1 página de seção de correspondências. Estão distribuindo brindes desde então, as revistas "Nº 71" com calendário 2025 de brinde e as "Nº 72", uma maquete com um local da Vila Abobrinha do Chico Bento para montar.
A novidade a partir deste ano é que nos diálogos não estão mais colocando ponto de exclamação no final das frases e colocaram ponto no lugar. Resolveram implicar com exclamação que sempre foi marcante nos gibis, agora deixam só quando falam alguma interjeição ou mostrar uma animação maior no diálogo. A seguir, comento sobre cada uma das duas revistas:
Turma da Mônica Nº 71:
A revista é marcada por duas histórias especiais, uma referência à história "O concurso das Denises" e outra em homenagem aos 60 anos do Jotalhão. A contracapa é uma extensão da ilustração da capa como vem sendo nessa terceira série da Panini e nas demais edições "Nº 71" também tiveram. O brinde foi um calendário 2025, cada revista "Nº 71" teve um calendário estampado com o personagem principal da revista e nesse gibi 'Turma da Mônica Nº 71' o calendário foi da Milena.

Foram 7 histórias no total, incluindo a tirinha final. Abre com a história "Uma vingança concursal", de 18 páginas e escrita por João Xavier, em que a Soninha, irmã imaginária da Denise, está fazendo aniversário e consegue sair da mente da Denise para se vingar dela e vê se consegue ser a Denise escolhida da história "O concurso das Denises" entrando na máquina do tempo do Franjinha e indo parar no ano 2000 bem naquela história e, assim, Mônica e Denise vão até lá também para impedir que a Soninha consiga executar seu plano.
A história "O concurso das Denises" escrita por Emerson Abreu foi lançada em 'Mônica Nº 160' (Ed. Globo, 2000), mostrou um concurso pra escolher uma Denise dentre várias candidatas, e é considerada um clássico por ter marcado a Denise que se tornou definitiva. Antes, ela aparecia diferente a cada história, tanto em visual quanto personalidade, e essa história marcou a Denise deslocada que conhecemos em definitivo. Aí, resolveram criar essa história 25 anos depois, que pode ser considerada homenagem ou uma continuação dela, como o leitor preferir.
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A Soninha não foi candidata na história de 2000, o roteirista deve ter considerado nesta história que a Denise loira seria a Soninha. Pelo menos dessa vez voltaram com máquina do tempo do Franjinha para elas voltarem para o passado e não foi lápis mágico da Marina para isso. Teve várias referências à história original do Emerson, repetiram cena do Cebolinha vendendo pamonha em frente a MSP e depois ele vestido de linguica, várias candidatas querendo ser Denise, reforçou que a verdadeira Denise se chama na verdade Creuza Maria. Os traços ficaram feios, bem digitais como está sendo.
A história marcou também a volta da Soninha, que no início não era imaginária, foi criada como coadjuvante na história "Quase irmãs", de 'Mônica Nº 115' (Ed. Globo, 1996), ela era bem real, mas depois o Emerson mudou, deixando que era irmã imaginária da Denise e que aparece no mundo real quando ela completa aniversário para se vingar da Denise por algum motivo. Não foi ruim a história, mas acho que o próprio Emerson poderia desenvolver melhor por ele ter criado a história original de 2000 e domínio de personalidades das personagens adotadas por ele. No caso, não criou as personagens, mas a personalidade definitiva foi criada por ele.
Em seguida, vem Milena com seu irmão Binho em "Falar a verdade", de 3 páginas, em que a Milena convence o Binho a falar a verdade para o pai que quebrou a lanterna dele. História fraca, com Milena com lição de moral de que não se deve mentir e sempre dizer a verdade, Milena sem graça como sempre. Não gostei dessa.
Depois vem "Sessentão", com 6 páginas e escrita por João Xavier, que comemora 60 anos do Jotalhão. História é mais informativa mostrando coisas que aconteceram na trajetória do personagem como que começou como figurante nas histórias do Raposão, virou garoto-propaganda da massa de tomate e produtos da "CICA", encarnou Jô Soares na história de ' Mônica Nº 146' (Ed. Globo, 1998), entre outras coisas. Teve até presença do elefante "Dumbo" (parodiado como "Bumbo").
Por causa dessa história que me motivou a comprar a edição. Embora mereceria ser a história de abertura da revista e ter um roteiro mais desenvolvido, mais ação, vale a lembrança. Na verdade, foi atrasada já que o Jotalhão foi criado em 1962 em uma campanha publicitária e, portanto, completou 60 anos em 2022. Só que eles estão contando a primeira aparição do Jotalhão e tiras de jornais do Raposão que foi em 1965, primeira vez que apareceu nos quadrinhos. Sempre fazem comemorações com os personagens principais, mas os secundários ficam esquecidos, nunca tem especiais com eles. Seria interessante livros comemorativos de estilo 60 Anos de cada secundário líder do núcleo, pelo menos Tina e Penadinho poderiam fazer, aí no lugar fazem livro "Nimbus e Do Contra 30 Anos", que não têm raridades de histórias clássicas para isso.
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Depois vem história de 2 páginas com Luca envolvendo Bidu e outra de 2 páginas com a Turma da Mônica e a revista termina com história "Essa turma é de morte", com 3 páginas, da Turma do Penadinho que testa quem será a morte quando a Dona Morte sai de férias. Foi bom que mostrou eles matando pessoas, muito tempo que não via isso. E a tirinha final foi com o Frank, também da Turma do Penadinho.
Mônica Nº 72:
Foram 6 histórias no total, incluindo a tirinha final. O brinde fornecido nesta revista foi o ribeirão do Chico Bento para montar. Cada edição "Nº 72" tem um local do sítio de brinde, se comprar todas, vai ter a Vila do Chico completa. Esses brindes foram pensados no filme "Chico Bento e a goiabeira maraviosa", estão fazendo vários especiais com o Chico neste ano para divulgar o filme. A revista não teve contracapa estendida com ilustração da capa, assim como as demais revistas "Nº 72", preferiram deixar propaganda do brinde do sítio do Chico Bento no lugar. Aliás, mudaram roupa do Chico Bento em propagandas com ele, provavelmente para lembrar o filme, ficou muito feio por sinal, tomara que fique restrito só a propagandas mesmo.

'Mônica Nº 72' tem a história comemorativa de 30 anos da criação da Marina. Criada em janeiro de 1995 com a filha do Mauricio virar personagem, Marina tem história de abertura em todas as revistas "Nº 72", menos a do Chico Bento porque é de núcleo diferente. São histórias normais e isoladas em cada revista, sem serem interligadas uma com a outra, e a única que foi comemorativa lembrando à data de criação foi essa da revista da Mônica.
A história de abertura se chama "Marina 95", escrita por Flavio Teixeira e com 15 páginas, em que o Mister B revela o que a Marina faz quando sai das histórias da turma. A personagem é tratada como a filha do Mauricio que vai parar nos gibis com o lápis mágico, mas tem hora que volta para a vida normal fora dos quadrinhos e eles se perguntam para onde vai e o que faz depois.
É revelado que ela vai para os anos 1990, mais precisamente em 1995, quando foi criada, e durante a história é mostrado a Marina em vários momentos dos anos 1990, com foco maior em 1995. Quiseram mostrar as mudanças que aconteceram desde então, coisas que existiam e não tem mais, como celular tijolo, fax, internet discada que custava a baixar coisas, locadoras de filmes e problemas para rebobinar fitas VHS, enrolar no videocassete se não coloca direito, etc.
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Teve presença do Teveluisão, do Bloguinho, do Mister B, Seu Juca, Louco, Mauricio de Sousa, bastidores da MSP em 1995, referência às histórias "Na escola" ('Mônica Nº 74' - Ed. Globo, 1993), "Qual o nome do filme?" ('Cebolinha Nº 101' - Ed. Globo, 1995) e "O bichinho dentro do ovinho" ('Mônica Nº 132' - Ed. Globo, 1997), ao lembrar sobre os tamagochis que marcaram aquela época. Teve até Cebolinha se glorificando que ele ainda rabiscava muros em 1995, apesar de ser lembrado pela colabora Fátima que iria fazer isso só até em 1997. Cada lugar que a Marina ia teve um novo subtítulo como se ela tivesse indo para outra história.
Traços ficaram aceitáveis com o padrão digital atual. Achei bem interessante essa história, ficou homenagem à Marina e também da rotina como eram nos anos 1990, ver como as coisas mudaram no mundo desde então, até de primórdios do politicamente correto. O final que poderia ser melhor, podia ter uma piadinha final, mas compensa como foi o desenrolar da história.
Acho que a Marina estava falando alguma coisa no quadro em que estava indo para a locadora e o balão ficou omitido ou por esquecimento de inserir ou mudaram de ideia de colocar para não atrapalhar o letreiro da locadora, pode ser considerado um erro aí. A grafia "loucadora" no letreiro pode ter sido proposital para dar ideia de que era uma locadora doida, com Seu Juca como atendente e o Louco como dono dela. Na capa da edição apareceu a verdadeira Marina adulta da vida real, mas acredito que intenção seria no lugar a colaboradora Fátima da MSP que apareceu na história toda, já que a Marina real não apareceu.
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Depois vem Milena com "Desenho caprichado", de 6 páginas, em que o Binho quer que a Milena desenhe um ursinho Bilu para ele e pendurar na parede e Milena demora muito para desenhar. Bem bobinha essa história, nada relevante e com enrolação, dava para ter menos páginas que isso. Milena sempre sem graça, nem personalidade e colocam qualquer coisa já que roteiros de desenhos deveria fica para a Marina. Não gostei dessa.
Em seguida, "Fada tagarela", com 6 páginas, em que cai um dente-de-leite da Mônica e a fada do dente a visita para levar o dente embaixo do travesseiro dando uma moeda em troca, só que a fada falava demais. História simples, só diálogos, sem conflitos como vem sendo ultimamente e esses traços horrorosos completamente digitais são deprimentes, completamente estranhos desenhos assim.
Em "Quem esnoba só se afoba", com 3 páginas, Carminha Frufru, Metildo e Penha discutem querendo saber qual dos três é o mais influenciador, com show de esnobação do trio. Segue a atualidade da sociedade de que o que importa é quem é influenciador porque tem status e popularidade, isso que é o certo, não tem problema criança ser influenciadora e mexer com redes sociais. Tem participação da Mônica no final para dar lição neles e colocá-los em seus devidos lugares.
História de encerramento foi "Deixe pra lá", com 4 páginas, em que a Mônica não quer brincar com Cebolinha e Cascão porque aprontaram com ela e Cascuda deseja brincar com eles, apesar de que estava brincando com a Mônica. História quis mostrar a lição de que se deve perdoar os outros. Traços digitais totalmente decadentes, lamentável ver desenhos desse jeito. E a revista termina com tirinha com destaque ao Xaveco, apesar da presença da Mônica no último quadrinho. Não tiveram histórias com secundários de outros núcleos, Mônica só não apareceu na história da Milena.
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Então, as revistas valem pelas histórias comemorativas, melhor delas a da Marina, sem dúvida o Flávio é o melhor pra escrever essas histórias especiais. Não gosto muito da Marina, mas prova que se for bem desenvolvido o roteiro, dá para ser boa personagem. Ambas as revistas foram com histórias de abertura mais desenvolvidas e com mais páginas que o padrão que está sendo com média de 12 paginas, o que foi bom também e as de abertura envolveram viagens no tempo. Já as histórias normais foram fracas, seguiram o padrão que tem sido ultimamente com traços digitais feios, pouco humor, sem grandes conflitos, educativas, voltadas ao politicamente correto e com lições de moral. Não comprei as outras revistas "Nº 71" e "Nº 72" de janeiro, então não tem resenha delas. Fica a dica.