sábado, 31 de agosto de 2024

Cascão e Mingau: HQ "Um gato que cai"

Em agosto de 1994, há exatos 30 anos, era publicada a história "Um gato que cai" em que o Cascão pega o Mingau para pular de uma plataforma alta para ganhar dinheiro a custa dele. Com 14 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 199' (Ed. Globo, 1994). 

Capa de 'Cascão Nº 199' (Ed. Globo, 1994)

Mingau caminha pelo telhado, encontra um gato deitado lá e eles brigam por um não ir com a cara do outro. Cascão aparece durante a briga, vê os gatos caindo do telhado e acha que aconteceu uma tragédia do Mingau ter morrido ao cair naquela altura e que a Magali vai ficar tão triste. Só que Cascão logo vê o Mingau vivo e andando normalmente e pergunta como sobreviveu caindo naquela altura, acha que é um gato mágico, tem uma ideia e vai chamar a Magali. 

Quem atende é o pai dela, avisando que saiu com a mãe. Cascão disse que ia pedir o Mingau emprestado, Seu Carlito se interessa e diz que pode levar, tem certeza que a filha vai aceitar e pode ficar com ele o tempo que quiser e depois que o Cascão vai embora, quem sabe assim se livra aquele gato cheio de pelos. Cascão pega o Mingau, mesmo contra a vontade dele e diz que eles vão ficar ricos.

Depois, Cebolinha vê Cascão construindo a plataforma de onde Mingau vai pular, Cascão explica que viu Mingau caindo de telhado altíssimo e saiu andando numa boa e agora vai cobrar ingressos para pessoal vê-lo pulando. Cebolinha pergunta se a Magali vai autorizar isso, Cascão fala que tem autorização do pai dela, só falta convencer o Mingau, dentro da jaula, que estava meio invocado.

Cebolinha fala que é uma loucura, mas quando Cascão diz que vai cobrar dez centavos de Real por ingresso, Cebolinha se anima achando que é uma loucura saudável e se torna sócio do negócio. Cascão manda pintar uma faixa escrito "Mingau, o incrível gato acrobata" enquanto ele vai vender os ingressos. Depois, Cascão volta com dinheiro de todos os ingressos vendidos e Cebolinha pintou a faixa, só que do jeito como ele fala, trocando "R" pelo "L".

Chega o público para ver o pulo do Mingau, a menina pergunta se era ali que vão obrigar um gatinho  a pular arriscando a própria vida. Cascão confirma, ela acha que um perigo, um absurdo, um pobre gatinho, mas logo para o drama e quer saber onde ela senta. Em seguida, chega o Tonhão e os Brutamontes da Rua De Cima, depois Titi e Aninha, que pergunta para o namorado que foi este programa do Mingau acobrata que ele a convidou e Titi responde que não tinha grana para o cinema.

Chega mais gente e depois Seu Carlito, bem animado, com pipoca e bandeirinhas de "Pula! Pula!", perguntando se já começou. Cascão diz que ainda não e Seu Carlito acha ótimo, não quer perder nem um pedacinho e parabeniza Cascão pela ideia genial que teve.

Depois de todo mundo ter chegado, Cascão começa o espetáculo, anuncia que o herói saltará daquela altura enorme sem rede de proteção e apresenta o Mingau, que, furioso, quer arranhar o Cascão quando o tiram da jaula. Cascão o segura, avisa que ele está nervoso e o leva até ao alto da plataforma. Cebolinha rufa os tambores e Seu Carlito comemora mandando pular logo. 

Cascão manda Mingau pular, ele fica com medo e avança em cima do Cascão. Seu Carlito reclama se o gato vai pular ou não e vai gritando "Pula! Pula!". Magali se aproxima vindo da rua com a Dona Lili e se espantam com o que veem. Cascão joga o Mingau, Magali corre, afastando todo mundo da plateia pela frente e consegue se abaixar na direção que o Mingau pulou e cai em cima dela. Magali fica feliz que o seu gatinho está bem e Mingau diz que graças a ela, economizou uma das vidas dele.

Seu Carlito e toda a plateia vaiam e reclamam que foi marmelada. Magali pergunta ao pai se ele não tem vergonha de concordar com uma coisa dessas e Seu Carlito conta que foi pelo bem da arte, soube que o Mingau tem talento. Cascão diz que ele caiu do telhado e não morreu e Magali fala que todo gato faz isso, caem de pé, só não é bom arriscar. 

O gato que caiu com o Mingau também está vivinho da silva e Tonhão quer saber se vai devolver a grana deles por bem ou prefere apanhar. Cascão devolve e lamenta porque foi uma ideia boa. Cebolinha diz que Cascão é burro, se não sabia que todo gato cai em pé e Cascão pergunta se, por acaso, ele também sabia. 

Mônica aparece, fala que não gostou o que o cebolinha fez com o gatinho da Magali. Cebolinha quer saber quem falou que a ideia foi dele e Mônica diz que nem precisa vendo aquela faixa e bate nele. No final, Cascão tem ideia de anunciarem o espetáculo "Cebolinha, o incrível menino que apanha, apanha e continua em pé", colocariam a Mônica para batê-lo em público e cobrariam ingresso.

História legal em que o Cascão vê o Mingau cair do telhado e não morrer e achar que era um gato mágico e querer ganhar dinheiro com apresentações do gato acrobata. Tem permissão do Seu Carlito, monta a plataforma, junta a plateia e bem na hora do Mingau ser jogado, Magali aparece e consegue fazer com que o gato caia em cima dela. Cascão precisa devolver o dinheiro da plateia, mas não apanha da Mônica, que pensa que foi ideia do Cebolinha e bate só nele e Cascão tem ideia de fazer espetáculo com o Cebolinha que apanha e continua de pé.

Cascão não sabia que todo gato cai de pé, mas pelo visto nem Cebolinha e nem a plateia que estava lá também, senão não pagavam ingressos para ver o Mingau pular. Todos que estavam lá foram canalhas de querer assistir o gato pular, sem ter pena dele, mas o pior de todos foi Seu Carlito de autorizar o Cascão levar o Mingau sem consentimento da Magali e ainda ser o mais animado, fazer festa para ele pular para se livrar do Mingau, parecia até a Dona Morte disfarçada. Era normal o pai da Magali ser perverso com o Mingau por causa de sua alergia a pelos, tiveram outras histórias boas dos anos 1990 com ele fazendo de tudo para se livrar do gato da filha.

Cascão, quem armou tudo, ainda se deu bem que não apanhou da Mônica nem do Tonhão e os brutamontes, deixou a culpa só para o Cebolinha, só perdeu o dinheiro, mereceria ter apanhado também até da Magali. Se Cebolinha tivesse escrito certo a faixa, não apanharia da Mônica ou pelo menos o Cascão apanhava junto. Normalmente o Cebolinha fala trocando o "R" pelo "L", mas escreve certo, mas dessa vez foi preciso para ter a piada final. Seu Carlito também não teve uma punição, pelo menos pública, mas que nada impede de em casa levar bronca da filha e da esposa e não falarem com ele por um tempo e elas não podem mais deixar Seu Carlito sozinho com Mingau em casa.

Resta saber se o Cebolinha ia topar o espetáculo com ele visto que também tinha ganância com grana, mas pela cara dele parece que não topou. Foi engraçado ver Mingau dizer para o Cascão "Sai pra lá, fedor!" e "Nem morto!" antes do Cascão pegá-lo, Cebolinha escrever faixa como ele fala, a menina com drama de "Pobre gatinho! Onde eu sento?", Titi levar Aninha pra ver gato pular porque não tinha dinheiro para cinema, a festa do Seu Carlito, como único adulto no meio das crianças e desejando que o Mingau pule logo e Mônica bater no Cebolinha só porque viu a faixa sem deixá-lo explicar. 

Foi legal também uma história do Mingau sem ser em uma revista da Magali, além de Seu Carlito e presença da Aninha também, gostava quando personagens assim que não se cruzavam muito aparecendo nas revistas do Cascão para diferenciar já que saiu da mesmice do Mingau sempre contracenar só com a Magali. O preço do ingresso foi aparentemente barato, nos primórdios do Real no Brasil, foi primeira história com referência a moeda recém-lançada. Colocaram cédulas na história porque provavelmente corrigiram o valor de última hora a ponto do gibi chegar nas bancas já que dez centavos era moeda. 

Além de se divertir, ainda aprendemos que todo gato cai em pé, mas também tem um limite de altura, se cair de um prédio alto, aí não tem jeito, vai morrer ou se machucar feio. Impublicável hoje em dia por ter maltrato a animais, Cascão querer jogar Mingau do alto, crianças quererem tirar a prova, Seu Carlito desejando morte do Mingau, Cebolinha apanhar e aparecer surrado do jeito que ficou, é proibida a palavra "louco" e também não pode expressões populares como "nem morto", "acabei de acabar", "está vivinho da silva", etc,  o que é uma pena que deixavam diálogos muito mais divertidos do que a norma culta e mostravam nosso cotidiano.

Os traços ficaram excelentes do estilo consagrado dos personagens, o Mingau ficava muito fofo desenhado assim. Pena as cores estarem em tons bem escuros nesse segundo semestre de 1994. Nunca foi republicada, se tornando rara, porque histórias do Cascão de 1994 já pegou a Editora Panini a partir de 2008 e já consideravam muito errada para os padrões do politicamente correto, inclusive muitas histórias das revistas quinzenais a partir daí nunca republicaram até hoje por isso. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos. 

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Mudanças em "Mônica 60 Anos"

Eu já tinha falado do livro "Mônica 60 Anos" e intenção era falar só em uma postagem, sendo que encontrei várias alterações em relação às histórias originais que criei essa postagem mostrando só as mudanças deste livro.

Desde que foram para a Editora Panini em 2007 passaram a alterar histórias originais nas republicações dos almanaques para se adequarem ao politicamente correto, tudo que acham errado para os padrões atuais da sociedade, mudam, sejam textos ou desenhos. A partir de 2013 já teve um aumento considerável de alterações e nos últimos anos estão aumentando isso  e nesse livro "Mônica 60 Anos também teve. Foram muitas alterações, muitas delas foram absurdas, umas simples, outras revoltantes, quase todas histórias tiveram alterações.

História "Mônica contra o Capitão Feio" ('Mônica Nº 31' - Ed. Abril, 1972): na edição original, o Capitão Feio falou o ano 1941 abreviado e alteraram, colocando sem abreviação. A gente costumava abreviar os anos enquanto falava e do jeito original dava um ar de cotidiano, não precisavam mudar isso.


Diabo é proibido nos gibis atuais, então alteraram no livro Mônica dizendo que o Capitão Feio é feio como diabo para "quiabo" para não ser traumatizante para o povo do politicamente correto e nem para ofender o Capitão Feio, mesmo sendo um vilão. Preferiram uma palavra para rimar com diabo e quiabo foi a escolhida. Para piorar, ainda foi excluído o "qu" da palavra "que", com clara falta de revisão. 


A expressão popular "feio para burro" foi alterada para "feio demais", pelo visto não pode mais expressões populares nos gibis atuais, ainda mais citando animal, no caso dizer que burro é feio é errado.


A palavra "gozar" e variações são proibidas nos gibis atuais por ter cunho sexual e não problematizar, tudo que dê duplo sentido é proibido hoje, então mudaram a palavra "gozado" para "engraçado", o verdadeiro significado quando personagens falavam isso.


A palavra "desgraça" é proibida atualmente nos gibis, então mudaram a fala para "tragédia" nesse quadrinho para amenizar. Curioso que palavra "box", que deveria ser "boxe", preservaram normalmente o erro de ortografia, mas essas bobagens que julgam serem erradas para os bons costumes, alteram sem dó.


História "A Força da Mente" ('Mônica Nº 68' - Ed. Abril, 1975): a palavra "Diacho!", que tanto falavam nos gibis antigos, é proibida hoje por lembrar "diabo" e sempre mudam em republicações. Então, nesta história, trocaram "Diacho!" para um grito "Aaaiii!" e até ficou meio sem sentido por Mônica gritar já no chão depois que caiu da árvore.


História "Mudanças e costumes" ('Mônica Nº 194' - Ed. Abril, 1986): foi uma história que praticamente não teve alterações em textos e desenhos, mesmo com cenas incorretas para os padrões atuais, só corrigiram alguns erros de cores, como nessa cena de que o menino que apareceu com bigode branco na original  e agora corrigiram, colocando bigode laranja como o cabelo. E também corrigiram partes como Mônica aparecer de pálpebras brancas nos olhos.

Além disso, nessa cena destacada, teve alteração de texto de "grandes caciques" para "responsáveis" porque tudo que é relacionado a índios primitivos é censurado agora, acham ofensivo tratar indígenas como índios e aí mudam tudo que tem referência a índios antigos. Essa foi a única alteração de texto nesta história, o resto preservaram como foi na original. Preservaram, inclusive, homem fumando cachimbo, objetos antigos e mãe da Mônica puxando orelha dela, coisas altamente proibidas hoje. Por causa da história ser ambientada no século XIX, ensinar conceitos do início da República do Brasil e, sobretudo, pela mensagem de direitos femininos que defendem tanto atualmente, resolveram deixar como foi e até porque eram cenas que aconteciam no século XIX, mas aí classificaram o livro pra 14 anos por causa dessas cenas sensíveis para o povo do politicamente correto. 


História "A ilha misteriosa" ('Mônica Nº 72' - Ed. Globo, 1992): a primeira mudança já foi no título, originalmente se chamava "A ilha da baixaria" e agora, "A ilha misteriosa", fazendo referência ao desenho animado de 1999 que foi intitulado assim, aí todas as republicações dessa história a partir da Editora Panini foi com esse título novo, fora que acham que é incorreto o nome antigo, até porque podem achar que não teve baixaria na ilha. Eu gostava do título original, ficava mais engraçado e não deixou de ter confusão na história, baixaria é nada mais do que confusão.


A palavra "índio" é totalmente proibida atualmente, isso não só em gibis da Turma da Mônica como na mídia em geral, assim como a cultura de índios ancestrais é errada mostrar. Tem que chamá-los de indígenas, chamar de índio é ofensivo por ter ideia de ser selvagem e primitivo. Esse o motivo de mudarem a Turma do Papa-Capim com roupa e em uma comunidade indígena moderna. 

Então, neste livro, toda vez que apareceu a palavra "índios", mudaram para outra palavra qualquer, índios canibais" colocaram apenas "canibais" e os supostos habitantes da ilha foram tratados como pessoas comuns. Nesta cena, por exemplo, Mônica correndo dos índios, alteraram com ela gritando por socorro.


Aqui, o diálogo mudou para tirar referências a "índios" do texto. Mudaram a Mônica dizendo que tinha índios na ilha para "não estamos sozinhos", Cebolinha passa a dizer "Quê?!" e Mônica responde que tem pessoas lá. Fora, ainda outra cena que encontram os tais índios e mudam a fala para "estranhos".


Atualmente, nada de cunho religioso pode nos gibis atuais, antes era só se referirem a Deus e agora pode nada envolvendo qualquer religião. Então, nessa cena mudaram a palavra "rezar" para "chorar". Essa alteração achei surpreendente, palavra "rezar" é proibida e agora os personagens não podem nem mais rezar.


Nesse trecho, Cebolinha tenta dialogar com linguagem de índio primitivo. Mudaram todas as falas colocando linguagem normal brasileira para tirar chacota com os indígenas na vida real e não ter ideia que o pessoal da ilha eram índios canibais.


Alteraram a falam da mulher que os meninos estão com medo para "crianças" no lugar. Como Mônica é menina, pelo visto não quiseram dar ideia que ela era menino.


História "Amor pestinha" ('Mônica Nº 77' - Ed. Globo, 1993): A palavra "Credo!" é proibida nos gibis atuais. Assim, alteraram a Magali falando "Credo!" por "Afe!". Essa de cara já percebe que teve modificação porque em 1993 não existia esse termo "Afe!". Sem dúvida, "Credo!" era bem melhor.


Alteraram Cebolinha falando que Magali e Liliane eram duas senhoritas para "suas amiguinhas" no lugar. Pessoal do politicamente correto poderia implicar que elas eram crianças e não podiam ser chamadas de senhoritas. Aliás, o tom do cabelo d Liliane ficou diferente a história toda, era marrom e agora colocaram um loiro acinzentado, foi uma das únicas mudanças de cores significativas dessa edição.


A palavra "louco" é proibida atualmente no sentido de alguém se chamar ou ser chamado de louco, provavelmente para leitores não confundirem com o personagem Louco. Então, mudaram a fala da Magali, colocando "doido" no lugar de "louco".


Personagens rabiscando direto no muro é completamente inadmissível para o povo do politicamente correto e sempre que tinham personagens rabiscando muro nos gibis antigos, mudam colocando um cartaz, como foi o que aconteceu nessa cena do Cebolinha escrevendo no muro que a Liliane é linda.


Alteraram a fala da Mônica falando "surras memoráveis" para "coelhadas memoráveis". Não pode ter violência nos gibis atuais, a Mônica não espanca nem dá soco nos meninos, no máximo coelhada raramente, então palavra "surra" é proibida agora e trocar surra por coelhada, ameniza o tom violento nas histórias.


Aqui, um caso de linguagem, preferem agora deixar escrita formal nas histórias, então alteraram fala do Cebolinha de "bonitão que nem eu" para "bonitão como eu" no lugar.


História "Mônica a sereia" ('Mônica Nº 125' - Ed. Globo, 1997): Não pode mais atualmente histórias com crianças namorando ou apaixonados por alguém, então mudaram a fala da Mônica que é gamadona no Renatinho para vê amores impossíveis nos filmes.


Alteram fala da Mônica que a Sereia era "loira" para "legal". Essa achei surpresa, não entendi por que não pode mais chamar alguém de loira, com cabelo loiro, sinceramente não vejo motivo por que é errado isso.


Aqui, mudaram todo o diálogo tirando "loirosa", derivado de loira, porque não pode mais chamar alguém de loira, gíria "dando em cima" e Mônica querer que Renatinho seja seu futuro noivo por questão de namoro, querer se casar com ele. O diálogo original ficou muito mais engraçado do que essa alteração ridícula.


Expressões populares do nosso cotidiano pelo visto é completamente proibida atualmente. Aqui mudaram "Pó pará!" para apenas "Para! "Para!". A expressão "Pó pará!", sem dúvida, muito mais engraçada.


Aqui, já foi um inverso, tiraram a linguagem formal para informal trocando "ajudá-la para "ajudar". Não teve uma padronização se quer linguagem formal ou informal.


Mais uma expressão popular mudada, "Vai te catar!" foi trocada por "Sai pra lá". Como "Vai te catar!" ainda dá ideia de ofensa, xingamento, aí que mudaram mesmo. E esqueceram de tirar o fechamento de aspas nessa fala da Magali, que na verdade, tinham que manter as aspas por completo já que foi uma citação da Sereia do jeito que ela tinha falado para a Magali quando conversaram.


Mais uma vez deixaram trecho com linguagem informal, alterando "deixá-lo" para "deixar ele". Não teve uma padronização de tipo de linguagem que queriam, sem necessidade alterar.


Mais uma vez a palavra "gozada" alterada para "engraçada" por ser proibida atualmente. essa palavra é inadmissível atualmente nos gibis.


Aqui, censuraram a Mônica dando soco explícito no vilão, colocando só uma onomatopeia "Pof!" no lugar pra amenizar a violência e não ser traumático para os defensores do politicamente correto. Nos gibis antigos, embora colocavam mais onomatopeias nas surras da Mônica, as vezes colocavam surras explícitas e tinham que ter mantido como foi na revista original de 1997.


Alteraram que cebolinha teria xingado Mônica de baleia para "gorducha" no lugar. Hoje evitam meninos xingarem a Mônica, até aceitam chamá-la de gorducha", mas um exagero de gorda comparando a uma baleia, não pode mais.


Alteraram a palavra "gozado" para "estranho" dessa vez e que o Renatinho atrais meninas para que apenas fala com elas pra não ter um sentido de paquera, que ele "pega" várias meninas do bairro.


História "Aniversário da Mônica, presente de grego" ('Mônica Nº 123' - Ed. Globo, 1997): Teve mudança de "estes dias" para "esses dias" para deixar a norma culta de linguagem.


Alteraram Cascão chamando Cebolinha de "bocó" para "bobo". Mais um termo popular mudado, acho que deviam manter até para crianças aprender novas palavras e expressões de sentido figurados. 


Expressão "Nem morto!" é proibida agora e mudaram para "Nem pensar!", até por não envolver exagero de morte da expressão. Sem dúvida "Nem morto! muito mais engraçado.


Na revista original de 1997 erradamente colocaram que a Mônica fazia aniversário em 23 de março, mesmo já estava consolidado seu aniversário como 21 de março. Então, eles corrigiram o erro nessa cena de destaque e também no primeiro quadro da conversa do Cebolinha e Cascão da primeira página. Essa alteração até aceitável.


Palavra "Cruzes!" é proibida atualmente, então mudaram para "Nossa!" nessa cena.


Aqui, já tiraram aspas  de be-abá" dita pelo Seu Sousa. Parece que já formalizaram essa palavra na Língua Portuguesa" e não precisa ficar entre aspas.


Mais uma vez palavra "Cruzes!" alterada, dessa vez para "Afe!". "Cruzes" fica bem melhor. E a história ainda teve mudança de colocarem cartaz no muro onde não tinha na original, assim como fizeram em "Amor pestinha".


História "A deusa da força" ('Mônica Nº 159' - Ed. Globo, 1999): Alteraram fala da Mônica dizer que sabe varrer a casa para que fez a lição de casa da escola pra não dar ideia de criança trabalhando com tarefas domésticas, afinal, crianças não podem trabalhar nos gibis atuais.


História "Mônica adormecida" ('Mônica Nº 162' - Ed. Globo, 2000): Mudaram a fala da bruxa  de transformar o homem em lagarto manco par alagarto roxo para amenizar maldade com animais. Lagarto sem perna é muito mais maltrato do que só mudar de cor e traumatizar menos os leitores.


Aqui foi uma correção de cor, na revista original o pássaro que era rosa apareceu em alguns quadrinhos e agora corrigiram colocando rosa na história toda. Aceitável essa.


Palavrões são proibidos nos gibis atuais. Eram colocados símbolos simbolizando que personagens estão falando palavrão e agora nem isso pode mais. Então,  na fala da Bruxa colocaram texto que era porcaria no lugar dos palavrões. 


História "Hora de dormir! Mas com o Monicão, não!" ('Mônica Nº 13' - Ed. Panini, 2008): tiraram a expressão popular "sossega o facho" por sossega aí,  hein?" por acharem errado expressões assim nas histórias. 


História "Vendo coisas" ('Mônica Nº 2' - Ed. Panini, 2015): na revista original,  em toda a história óculos teve concordância no singular  e agora colocaram tudo no plural para ficar de acordo com a norma culta. Sendo que trechos mudaram mais além como mudar ordem da fala do Cascão de experimentar, capaz acharam confusa e difícil entendimento a fala original. 


Aqui incluíram um par de óculos  pra dar sentido que era um só óculos. 


E aqui reforçando a plurarização dos óculos.  Na história original dava mais informalidade, agora deixam na escrita formal. Isso prova que histda Panini de menos de 10 anos também são alteradas, se julgam que tinha coisa errada, mudam.


Aí, só uma história do livro não foi alterada em texto, "Monicão brinquedão" ('Mônica Nº 31' - Ed. Panini, 2017), que é uma história mais recente e bobinha com o Monicão, seguindo os padrões que eles gostam, aí não precisaram mudar.

Como podem ver, mudaram tudo sem dó pra agradar o público que apoia o politicamente correto, estragando com as histórias originais e nada desses casos incorretos que mudaram tem nos gibis novos. Mais de 40 alterações, nunca vi tantas em uma só edição,  tudo mudado com bobagens, se você ler as histórias através dos gibis originais,  tem uma leitura muito mais engraçada e agradável do que com essas alterações todas. As dos anos 1990 simplesmente foram detonadas. Isso porque o livro teve classificação indicativa de 14 anos por causa de cenas incorretas que não podiam mudar para não tirar sentido das histórias,  se mudassem nada, colocariam classificação para 16 anos ou mais. Sem dúvida o politicamente correto conseguiu destruir os gibis da Turma da Mônica, uma pena acatarem e agradar os gostos desse pessoal, infelizmente tendência é piorar já que ano encontram coisas novas erradas para a sociedade atual.