Hoje é Dia de Halloween, então mostro uma história em que uma bruxa resolveu dar banho no Cascão para poder ficar mais poderosa. Com 9 páginas, foi história de abertura publicada em 'Cascão Nº 21' (Ed. Abril, 1983).
Capa de 'Cascão Nº 21' (Ed. Abril, 1983) |
O Corvo fala que para poção dar certo, ela teria que colocar um ingrediente raríssimo: a sujeira de um garoto que nunca tenha tomado banho antes, eles devem dar o primeiro banho no garoto e usar a água do banho na poção. Isolda tenta localizar o tal garoto na sua bola de cristal, vê o Cascão e ela se emociona que ele existe e vai atrás dele enquanto a bola mostra que ele estava brincando de pião com o Humberto.
Quando Isolda e o Corvo chegam lá, Humberto aponta desesperado para a bruxa. Eles tentam fugir e o Corvo impede, dizendo que a Isolda quer falar com eles. Isolda propõe de mil a dois mil e quinhentos sorvetes pra eles em troca da sujeira do Cascão para ficar poderosa. Cascão recusa, fala que nem por dez mil sorvetes, Isolda quase consegue convencê-lo lembrando de todos os sorvetes que ia tomar, mas quando ela coloca uma tina com água para lhe dar banho, ele fica desesperado.
Cascão tenta fugir e Isolda coloca monstros atrás dele para capturá-lo. Na correria, Humberto tropeça em uma pedra e ele e Cascão caem em uma lama. os monstros pega um deles que estava todo coberto de lama. Rapidamente, Isolda faz os monstros sumirem, dá o banho no menino, joga a concentração de sujeira em uma garrafa e volta para o castelo. Lá, ela prepara a poção e depois de tomar, além de ficar com dor de barriga, ainda passa a falar só "Hum! Hum!". O Corvo tenta ver no livro o que ela errou na poção e no final é mostrado na bola de cristal que Isolda deu banho no Humberto e Cascão lamenta que ele ficou limpinho e que era uma bruxa maldosa.
História muito engraçada que a Bruxa Isolda precisou usar a sujeira do Cascão em sua poção para ficar poderosa, um ingrediente raríssimo, que só podia ser ele por nunca ter tomado banho. Com a recusa, Isolda o pega na marra, só que como cai na lama com o Humberto, ela acaba dando banho no Humberto, estragando seu plano.
Se Isolda não tivesse com tanta pressa e não ter desaparecido com os monstros, pode ser que eles avisassem que não era o Cascão após ter dado banho no Humberto. Foi uma boa sacada colocar o Humberto contracenando com o Cascão já que eles são parecidos em altura e formato de cabelo e na lama ficariam irreconhecíveis, por isso não dava pra ser outro menino no lugar para atender o roteiro.
Engraçado ver os ingredientes que a bruxa colocava na poção, ficar com dor de barriga ao tomar suas poções erradas e ainda ficar muda que nem o Humberto já que a sujeira pegou as características dele, a bola de cristal mostrando as cenas do que estava acontecendo sem a bruxa ver, o desespero do Cascão fugindo do banho, fora o fiel ajudante Corvo falar tudo no superlativo, foi um diferencial que ainda deixou mais divertida. Bruxa Isolda e o Corvo apareceram só nessa história.
Era bom Humberto nas histórias antigas tratado de igual por igual sem reforçar que era deficiente e se dava mal igual ás outras crianças, isso sim que era representatividade. Incorreta hoje em dia por mostrar Humberto se dar mal por ser mudo, deficientes só podem se dar bem e mostrarem lições de moral, além de mostrar os personagens na lama, a bruxa tomar água suja da lama e propor aos meninos tomarem muito sorvetes que poderiam fazer mal a eles, Cascão fazer apologia à sujeira quando acha ruim o Humberto limpinho após tomar banho .
Os traços excelentes com arte-final de Alvin Lacerda que deixavam encantadores e ainda deu um ar sombrio característico de histórias com bruxas, principalmente quando ela estava no castelo. Humberto de bermuda preta ao invés de branca porque ainda não tinha uma definição, ele voltou aos gibis em 1981 depois de muitos anos sumido, basicamente um personagem novo.
Curiosamente, a capa com alusão à história de abertura, o que não era muito comum na época. Não foi exatamente o que aconteceu na trama, só o tema central. Teve erro na capa com Xaveco no lugar do Humberto, provavelmente o desenhista pensou que era o Xaveco na ilustração do rascunho antes de desenhar. Foi republicada depois em 'Almanaque do Cascão Nº 8' (Ed. Globo, 1989).
Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 8' (Ed. Globo, 1989) |
Humberto e Xaveco nem são parecidos e ainda assim o/a desenhista confundiu. Erro desta arte de capa é daqueles que considero de estimação.
ResponderExcluirO "mudinho"* também não se parece com Cascão, mas, não por acaso o roteirista optou pela presença dele, é que a silhueta do guri, aí sim, possui semelhança com a silhueta do sujão.
*Aspas no adjetivo são por ele ter voz, o que não consegue é formular palavras e frases. Em se tratando do personagem das antigas, frequentemente era incompreendido por causa do limitado recurso vocal que possui.
Eles não são parecidos, mas alguma coisa no rascunho deve ter remetido ao Xaveco e ainda ficou diferente com um chumaço no cabelo no centro como topete. Ruim para o Humberto que deixou de aparecer em mais uma capa e bom pra Xaveco que apareceu em capa até então. Cascão só se parecem na condição de silhueta, se projetasse sombras dos 2 ficavam iguais, fora isso não. Humberto emite sons e não pode considerar que é mudo por completo, mas como ninguém o entende, aí o consideram como mudo ou pelo menos deficiência de fala.
ExcluirNa verdade, o correto é:
Excluir"*Aspas no SUBSTANTIVO..."
Caso me referisse ao personagem por "garoto mudo", aí sim, das duas palavras deste exemplo, "mudo" é o adjetivo.
Mesmo não sendo desprovido de voz, também o considero mudo, porque não consegue falar, não é capaz de formular frases, nem sequer palavras isoladas consegue pronunciar.
Humberto é fundamental neste roteiro, não somente pelo desfecho com silhuetas semelhantes e isto como causa do equívoco das criaturas ao acreditarem que estavam capturando o alvo certo, outrossim pelo fato da bruxa adquirir a característica principal dele e isto servindo como punição natural por tentar dar banho no Cascão com intuito de obter vantagem caso conseguisse, ou seja, se fosse substituído (assim como na arte de capa alusiva à trama), por exemplo, pelo Xaveco ou por Jeremias ou Franjinha, a bruxa também não teria êxito, contudo, não se daria mal, daí, analisando sua importância nesta HQ, me lembrou Mônica nº144 pela Editora Abril, tive essa edição e nela há "Conquistar sem falar" e "Louco, eu?", sendo Humberto protagonista em ambas, o que quero destacar é que, isso, de alguém tão naturalmente dichavado como Humberto, duas histórias dele no mesmo gibi, não é algo comum nas revistinhas dos velhos tempos, pelo menos não com o guri em questão e alguns outros do núcleo do Limoeiro, como Zé Luís, Jeremias e Franjinha.
Eu também considero o Humberto mudo, afinal, ninguém consegue entendê-lo. E tiveram histórias que era mudo total, aparecia só balão sem falar nada, variava de cada roteirista. Ele foi muito importante nesse roteiro, único que ainda poderia substitui-lo em relação a mudar fala da bruxa seria o Cebolinha, que aí a bruxa passaria a trocar R pelo L. Era raro 2 histórias solo do Humberto em em um mesmo gibi, na época estavam fazendo bastante história com ele e aí conseguiram encaixar 2 deles no mesmo gibi.
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ResponderExcluirNão lembro desse livro de terror da Mônica. E atualmente a Mônica quase não bate nos meninos, é bem raro, costumam terminar só Mônica correndo atrás deles e quando bate, eles não ficam com olhos roxos e machucados. Quase não tem histórias de planos infalíveis e raramente eles provocam a Mônica. Só querem histórias como cartilhas educativas ensinando alguma coisa ou dar lição de moral. Perde a graça completamente, sem dúvida.
ExcluirCícero lhe deixou falando "cas parede", Marcos. Por que será que de vez em quando o prezado tem o hábito de "descomentar"?
ExcluirNão consigo entender boa parte dos "jovens dinâmicos" da atualidade, o que comprova que não passo de um quadrado, estou mesmo por fora, mas, felizmente, existe aquele falecido, o tal do... "Fróidis Plica". Esse "é" chegado em jogar luz nos diversos tipos de comportamento humano - e "é" mesmo, em vez de "foi", porque trata-se de um morto-vivo, volta e meia o sujeito é lembrado, não consegue descansar em paz.
Falando em cadáver buliçoso, talvez o livro de terror da Mônica ao qual se referiu e, "desreferiu", deve ser alguma edição de Coleção Um Tema Só cuja compilação seja composta por tramas que contam com participações de criaturas assombrosas, formato desse título meio que remete a livro.
Zózimo, não entendo por que ele apaga os próprios comentários, já falei pra ele que não precisa apagar, teve até um comentário dele que apagou sem nem eu ter lido, esse eu apaguei pra não poluir. Pra geração atual os quadrados somos nós com certeza.
ExcluirNa Globo não teve um Coleção Um Tema Só de histórias de terror, teve um Almanaque Temático na Panini, mas essa história não foi republicada nesse Temático, e agora vi que republicaram essa também no Almanaque temático Nº 21 Magali Bruxas da Editora Panini de 2012, sendo que na aquela época re-republicavam algumas da Abril e de preferência as que saíram na Coleção Histórica há pouco tempo até então. Nos primeiros anos da Panini era uma luz que estavam tentando ser ousados, querendo melhorar o politicamente correto, mas infelizmente voltaram atrás e só pioraram depois de 2013. E aí sobre esse livro especial de terror nem faço ideia qual seja e acredito que não republicaram essa do Cascão nele.
Muito boaa... esses traços fantastico!! rsrs Tenho o almanaque na coleção! ;)
ResponderExcluirTambem tenho o Almanaque. Bem que eu conhecia esta historinha, apesar de so ter um gibi da fase Abril ('O Vampilao'.)
ExcluirXandro, traços encantadores, são da gente ficar horas admirando. Legal que você tem também esse Almanaque, só clássicos daquela época.
ExcluirPedro, é normal, como os primeiros almanaques da Globo tinham histórias da Editora Abril, aí você deve ter visto várias delas nos almanaques que você comprou. Esse gibi do Cebolinha é muito bom principalmente essa história "O vamplilão".
ExcluirE aí, Marcos? Quanto tempo, cara! Desculpe se eu estive inativo, eram muitas coisas que aconteceram comigo. Mas eu postei uma nova postagem! Vá conferir!
ResponderExcluirSem problema, comente quando der. Respondi lá sua postagem.
ExcluirHistórinhas dos anos 80 com os traços com muito movimento.. hoje mais comum esse efeito no gibis do Chico bento mais detalhistas que dá turminha e que e mais bonito atualmente... O corpinho rimando tudo que faja foi o mais engraçado
ResponderExcluirVerdade, teve muito movimento, era comum isso nos anos 80. Atualmente, pode considerar as do Chico Bento com traços menos piores, isso quando tem um desenhista específico que esqueci o nome.
ExcluirCorrigindo não rimando mas usando Superlativo
ResponderExcluirO corvo usou o Superlativo, ficou bem legal e engraçado, foi um charme a mais.
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