sexta-feira, 6 de outubro de 2023

HQ "Magali, a milionária"

Em outubro de 1993, há exatos 30 anos, era publicada a história "Magali, a milionaria" em  que ela fica rica após o pai ganhar na loteria e deseja se vingar dos amigos que recusaram comida pra ela. Com 16 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 114' (Ed. Globo, 1993) #30 anos

Capa de 'Magali Nº 114' (Ed. Globo, 1993)

Magali vê Cebolinha comprando sorvete e Cascão, doce na rua e eles fogem. Mônica e Denise compram milho verde, elas tentam fugir e Magali as seguram pelos vestidos e pergunta por que fogem dela. Denise fala que ela é uma bicona, queria um teco do milho verde delas, Magali responde que elas, como são amigas delas, poderiam lhe pagar um milho porque a mesada dela não dá. Mônica diz que também as mesadas delas não dão e que não têm grana para alimentar uma amiga que é um saco sem fundo.

Depois, Magali vai a padaria, sabendo que Quinzinho não recusaria comida, mas o pai dele, Seu Quinzão, imediatamente fecha a padaria assim que a vê. No lado de dentro, Seu Quinzão diz ao filho que não quer ir à falência, ela come até as bandejas. Magali, chateada, grita que um dia vai ser rica e famosa, vai fazer banquetes e não vai convidar nenhum deles.

Chegando em casa, Magali vê os pais em festa como loucos e acha que entrou em casa errada. Ela sai e entra de novo, pergunta se chegou o Carnaval e o pai diz que ganhou uma bolada. Magali pergunta se machucou muito, Seu Carlito diz que ganhou da loteria, quantia modesta, mas com seu talento de investidor, passou a vida inteira aplicando dinheiro dos outros e os cem mil que ganharam, vão virar cem milhões. 

Seu Carlito diz que a partir de agora, a vida deles vão mudar, quer o melhor para família e Magali vai passar a conviver com outras pessoas e ter que rever amizades. Dona Lili diz para ele não assustar a filha e Magali acha muito bom, os amigos dela estão com nada. Seu Carlito fala que eles vão ter que mudar o visual, tomar um banho de loja porque roupa é cartão de visitas, com isso, ele fará excelentes negócios e ficarão ainda mais ricos.

Depois, Mônica e Denise estão acabando de comer os milhos delas, Mônica achou delicioso e Denise acha melhor ainda que sem a Magali para filar. Mônica pergunta se será que a Magali ficou chateada e Denise responde que se ficou, paciência, elas não podem acostumá-la mal porque senão ela não iria desgrudar delas, quando para uma limusine. Mônica e Denise pensam que, no mínimo, vai sair de lá um astro ou estrela de cinema, pedem autógrafo e quando o motorista abre a porta, era a Magali.

As meninas perguntam que roupas são aquelas e o que fazia naquele carrão. Magali diz que ouve vozes, mas não vê ninguém. Elas falam que são a Mônica e a Denise e Magali diz que são a ralé. Cebolinha e Cascão aparecem, perguntam aonde Magali vai toda emperiquitada parecendo uma Árvore de Natal. Magali diz que são outros ex-amigos dela e que eles não fazem mais parte do círculo dela já que agora é milionária e Cebolinha debocha que ele é o Zé Rico. Magali joga dinheiro para o alto para eles comprarem sorvetes, doces e milhos verdes.

Aparece o Quinzinho, Magali diz que é para ele esquecê-la, uma aristocrata não namoro o filho do padeiro que fecha a porta da padaria em sua cara. Quinzinho fala que foi para pedir desculpas, trouxe pães para ela e Magali diz que agora só como croissants e baguetes, com caviar, e que agora está atrasada para ir a um chá informal com duas pessoas da classe dela e vai embora. A turma acha que pisaram na bola com a Magali, perderam a amiga e Cebolinha diz que, pelo menos, ganharam um dinheirinho.

Na limusine, Magali fica triste por achar que perdeu os amigos, mas foram eles que quiseram assim e espera que os novos amigos que o pai arranjou para ela sejam melhores. Ela chega na mansão do homem para o qual Seu Carlito fez aplicações e é apresentada para as filhas dele, Emilene e Priscila, que acham que Magali nem parece ser da sociedade delas. O pai quer que elas deem dicas para Magali e as meninas falam que não vai ser fácil, para começar, devia mudar de butique porque as roupas estão fora de moda e que o cabelo está um lixo.

Na mesa com banquete, Magali acha uma maravilha, nem sabe por onde começar com quanta comida e Priscila diz que se ela quer ser elegante, deve começar e parar com 2 torradinhas e chá, não fica bem comer demais. Magali come desanimada, as meninas desejam falar sobre a última viagem que fizeram para a Europa, Emilene pergunta se Magali já visitou à Europa e Magali responde que não, talvez se a apresentassem a ela. Emilene diz que é muita ignorância, explica que Europa é um continente e que ela tem muito o que a aprender.

Emilene diz que agora que estão satisfeitas, vão brincar, Magali fala que não está satisfeita, de que adianta tanta coisa se não pode comer. No quarto, Magali se encanta com tantos brinquedos e já corre para brincar no cavalinho. Emilene fala que pode brincar, mas não demonstrar tanto entusiasmo e Priscila conta que na classe delas, isto é indiferente a respeito de tudo. Magali brinca sem emoção. Emilene mostra a boneca que fala oito idiomas e depois brincam no Carrossel e tudo sem demonstrar interesse. Depois, Magali vai embora e diz ao motorista para ir para casa, se ainda for a mesma.

Chegando em casa, Magali avisa ao pai que não quer ser mais rica. Dona Lili conta que não vão ficar mais ricos, Seu Carlito, com seu talento de investidor, comprou ações erradas e perdeu tudo, e agora vão continuar com a vidinha de sempre. Magali adora, beija o pai e comemora que vai poder comer a vontade e falar alto, só que lamenta que felicidade seria maior se tivesse os amigos de volta.


Toca a campainha, eram os amigos, Magali acha que eles estão lá só porque era rica e conta que não é mais. A turma fala que isso não importa e que eles têm uma surpresa, um banquete que fizeram com o dinheirinho que ela deu e mais a mesada deles. Magali diz que eles são uns amigões, fica feliz por finalmente se esbaldar na comida e no final, depois de ela comer tudo, Magali comenta que quem tem amigos é que é rico e Quinzinho fala que quem tem Magali como amiga fica pobre, pobre.

História engraçada em que a Magali fica rica depois do pai ganhar na loteria e resolve se vingar de seus amigos, os esnobando, depois que recusaram comida para ela. Só que Magali descobre que vida de rico não era coisa maravilhosa como imaginava, era cheia de frescura e amigas que arranjou piores que a turminha, e depois que o pai perde tudo que ganhou com investimentos errados, Magali fica feliz em voltar a vida que tinha e aprende lição que os amigos que são a verdadeira riqueza que podia ter, principalmente depois que eles a presentearam com um banquete, fazendo as pazes em definitivo. 

Foi divertido ver a turma recusando comida para Magali, Seu Quinzão fechar porta da oadaria na cara dela por dar prejuízo, a festa dos pais fizeram com Dona Lili batendo panelas e até Seu Carlito dançando com Mingau, logo ele que tem alergia e não gostava do gato, nem ligou ou não se lembrou isso depois que ficou milionário, trocadilho de bolada de levar bola e dinheiro, Magali esnobar os amigos, distribuir dinheiro que nem o Silvio Santos, as meninas ricas achando ruim que ela não era da classe dela e fazer comer só 2 torradas e chá, Magali pensar que Europa era uma menina. 

Os amigos estavam certos de não ficarem bancando Magali porque se ajuda uma vez, ela vai ficar pedindo sempre, no máximo poderiam explicar por que recusaram. Realmente quem convive com Magali fica pobre do jeito que ela come, tem que ter bastante dinheiro para bancá-la como reforçaram no final da história. 

Teve absurdo de Magali voltar para casa, descobrir que ficou milionária, receber prêmio da loteria, comprar roupas novas e conseguir limusine, tudo só no tempo que Mônica e Denise comiam o milho. Coisas de histórias em quadrinhos que deixavam mais divertidas. Não informaram se a limusine, a princípio, foi alugada ou comprada, de qualquer forma precisaram devolver depois que a família deixou de ser rica. 

O número de casa dos personagens nunca foi definido, colocavam número qualquer em cada história, nesta Magali morou na "Rua do Limoeiro, nº 460". Denise aparecia na época diferente a cada história, dessa vez foi loira, já estava com frequência maior nos gibis de 1993, mas traços e personalidade deslocada definitivos foram só a partir dos anos 2000. Já as meninas Emilene e Priscila e o pai delas apareceram só nessa história,  como de costume de personagens secundários criados para uma história só. 

História quis mostrar diferenças de ricos e pobres, ricos tem muita coisa e não desfrutam, é ter só pra ter, esbanjar, não podia nem demonstrar entusiasmo quando feliz e deu ideia de que ser rico não é nada bom e melhor preservar as amizades. Só não pode generalizar na prática, pois há ricos humanizados assim como pobres que não são. Ensina também a não administrar errado seu dinheiro que pode perder tudo.

Apesar da boa mensagem, é incorreta atualmente por mostrar Magali sem humildade e esnobe com os amigos depois de rica e querer se vingar deles, trocar de amigos só porque ficou rica, a turma recusar comida para ela, Magali comer exageradamente, principalmente querer comida dos outros e comer tudo de uma vez no final, envolver namoro da Magali com Quinzinho e a palavra "gozado" também proibida hoje em dia.

Os traços ficaram bons, já no estilo dos traços novos lançados pouco tempo com personagens com línguas ocupando mais espaço na boca lembrando os anos 1970 nesse sentido e quando desenhos eram assim queriam dar ideia de mais humor. Só não gostei da mãe da Magali sem batom, costumavam deixar as mães sem lábios e batom nesse estilo de traços também para dar mais humor nas cenas delas, mas acho que elas ficam feias sem. Ainda tiveram erros de algumas cenas colocando a Dona Lili com batom na primeira parte que ela apareceu na história, principalmente quando ela estava de boca fechada, provavelmente porque desenhista estava acostumado a desenhá-la com batom. Tiveram erros também de Seu Quinzão aparecer de bigode branco na 3ª página da história e Magali com nariz em formato "c" no primeiro quadrinho da 11ª página da história. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

22 comentários:

  1. Breve passagem pela elite... Faltou Carminha Frufru, poderia ter ficado no lugar de uma das meninas filhas do sujeito que parece ser banqueiro ou um megagerente de matriz de agência bancária.
    Embora passe de boa, até por ser proferida por criança, ainda assim não deixa de ser uma afirmação descabida o que diz no penúltimo quadro da oitava página (pág.10), pois (A)aristocracia tem a ver com berço, ou seja, é algo hereditário. Papel que Magali desempenha é de "emergente"*, não alguém cuja família é de linhagem nobre.
    *Aspas são pelo o que se acreditou ser uma consistente ascenção social.

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    1. Passagem bem rápida, sem dúvida. Como a Carminha Frufru só tinha aparecido em uma história que a princípio seria aparição única e nem tinha personalidade de ser rica, aí colocaram essas meninas, que até se oferecem com a Carminha. Se história fosse criada pelo menos em 1995, aí daria pra colocá-la na história. Aristocrata não seria mesmo a palavra certa, emergente seria o ideal.

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  2. Magali riquinha, patricinha, toda trabalhada no recalque e na vingança... adoro esse ''lado negro'' dela. Nem o Quinzinho escapou! Esse tema de Magali se desentender e se vingar de seus amigos que reclamam de sua gulodice é o mais repetitivo que tem, mas cada história tem um toque único, e acaba que você nunca enjoa disso. Lembro de uma história onde todos ficam de mal com ela, inclusive a mãe e o Mingau por causa da gulodice, e ela foge de casa para ''que eles se arrependessem e sentissem falta dela''. Em outra, ela corta os laços com os amigos quando eles saem num piquenique sem ela e mentem falando que iam lavar roupa, aí ela escreve e procura novos amigos que não se importassem com sua gula. Claro que no final sempre vai acabar tudo bem, porém com a própria não aprendendo absolutamente nada.

    Digo que Magali é uma criança bem mimada, dando trabalho aos pais, abocanhando lanches de seus amigos, e nunca admite que está errada, os outros que precisam se desculpar no final... é por isso que amamos essa personagem, certo? (e digo que já fui bem assim quando criança, não me orgulho disso...)

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    1. Verdade, mesmo que tema batido sempre ficava divertido, tinha seus diferenciais, Magali não queria ficar por baixo, mesmo estando errada também em pegar comidas dos amigos. Com certeza é ela quem a errada. De qualquer forma eles fazem as pazes no final, deixam levar as coisas erradas dela pra não perder amizade, mas tiveram algumas que ela se dava mal por filar comida deles. Eu lembro dessas histórias citadas, muito boas .

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    2. Magali, uma garotinha doce, meiga e de bem com o mundo, porém mimada, petulante e egoísta- em resumo, ela é como uma criança de verdade e é isso que a torna ótima. E vou dizer que os poucos momentos em que ela se dá mal pela gula são gratificantes e bem-aguardados já que, na maioria das vezes, são os AMIGOS que são apontados como errados/egoístas e quem devem se desculpar (como nessa história, e na da fuga e dos novos amigos acima). Serve para equilibrar.

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    3. Pois é, esse contraste da Magali ser meiga e poder ser egoísta era bom, dava mais humanidade a ela. Ninguém é bom ou mal o tempo todo. Quando ela se dava mal, mostrava que ela quem estava errada e quando amigos a perdoavam, dava ideia que erros eram deles, que mesmo que ela não fazia certo, eles também não deviam tratá-la daquele jeito. Bom que variava finais com histórias desse tipo atendendo todos os gostos.

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  3. Sempre achei que o pai da Magali fosse engenheiro civil, mas pelo visto ele é bancário, ou funcionário de uma financeira ou corretora. E pelo visto é o maior sardinhão abissal! Tudo indica que mesmo que não tivesse perdido tudo nas ações, teria perdido tudo nos gastos, pois já havia até contratado motorista particular e comprado um carro de luxo para a filha!
    E é bem como escreveram acima: riqueza não é sinônimo de maldade, e nem pobreza é de bondade.

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    1. Ele é de área financeira, acredito que seja bancário. Gastou demais, não ia muito pra frente a grana se não tivesse investido errado, ia ficar pobre de qualquer forma. E vai muito do caráter da pessoa, independente ser pobre ou rico, não dá pra generalizar.

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  4. Boa noite. Vão ter esses relançamentos. Abraços.

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  5. Um classico da Magali! Historinha inesquecivel!

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    1. Verdade, também considero um clássico, muito engraçada.

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  6. Boa hq... eu nunca tinha visto antes, valeu, Marcos!! ;)

    http://blogdoxandro.blogspot.com/

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    1. Legal que conheceu aqui primeiro. Pensava que você conhecia. Valeu!

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  7. Quando alguém disser q americanos são péssimos em geografia, lembrem-se q Magali já confundiu o Velho Mundo com uma garota! Eu até deixaria se tivesse confundido com uma das luas de Júpiter, q possue o mesmo nome do continente em q seu descobridor, Galileu Galilei, nasceu!
    Talvez eu tenha notado em algum momento q o Seu Carlito dança com o Mingau, apesar de sua alergia, mas ñ lembro se parei pra pensar nisso.
    Claro q os militantes do politicamente correto diriam q essa história tá romantizando a pobreza! Ai ai, essa geração q faço parte...

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    1. Pode relevar essa gafe da Magali pelo fato de ela não ir pra escola na época e que vive só pensando em comer e não se atenta em se informar das coisas. Ainda que não estudasse, até criança menor que ela sabe que Europa é um continente. Nessa, a felicidade fez com que Seu Carlito esquecesse da sua alergia ao Mingau, foi engraçado também. Sem dúvida o povo do politicamente correto ia implicar com isso.

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    2. Sim. É mais fácil saber do continente do q da Lua chamada Europa! kkk

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  8. Não adianta, mesmo se eles fossem ficar ricos iam ter que continuar vivendo como sempre, levando em conta o quanto a Magali come... xP Só ia provavelmente ficar mais suportável.

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    1. Verdade, só ia sobrar mais dinheiro, porém nem tanto. Isso se ela não resolvesse comer o dobro ou triplo aproveitando que os pais estavam com mais dinheiro.

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