sábado, 24 de junho de 2023

Chico Bento e Rosinha: HQ "A barraca dos beijos"

No Dia de São João, mostro uma história em que o Chico Bento ficou com ciúmes da Rosinha vender beijos na barraca da festa junina. Com 15 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 273' (Ed. Globo, 1997).

Capa de 'Chico Bento Nº 273' (Ed. Globo, 1997)

Chico Bento e Rosinha estão namorando, na timidez de sempre, quando Rosinha resolve mudar de assunto e fala que ela vai ajudar o padre na quermesse para levantar fundos para reforma da igreja. Chico diz que também vai ajudar, vai montar a barraca do coelhinho e Rosinha fala que vai montar a barraca dos beijos. Chico pergunta se é beijinho de coco, o doce, e Rosinha, responde que é beijo nos meninos. Chico fica brabo, grita que ela não vai fazer essa sem-vergonheira, namorada dele vende beijo nenhum. Rosinha fala que faz o que ela quiser, Chico diz que se ela fizer, não é mais namorada dele, e, assim, eles terminam o namoro.


Depois, Zé Lelé aparece para entregar o coelho para a barraca da quermesse, Chico, fulo da vida, conta que a Rosinha vai ficar na barraca dos beijos. Zé Lelé fica animado, larga o coelho e corre para a fila para ser o primeiro a beijar a Rosinha. Chico fala que aquele que beijá-la, não vai ser mais amigo dele e Zé Lelé acha uma pena, a amizade deles foi boa enquanto durou. 


Em seguida, Zé da Roça aparece, falando que é bom que Chico arrumou o coelho e que ele encontrou várias prendas para a barraca. Chico, triste, fala que terminou com a Rosinha porque ela vai ficar na barraca dos beijos. Zé da Roça fica animado, Chico grita que se ele disser que vai lá, faz ele engolir o coelho. Zé da Roça fala que nunca na vida vai fazer isso. 

Chico fala que não vai na quermesse para não sofrer e não dar de cara com a Rosinha beijando todo mundo. Zé da Roça acha bobagem e aposta que a barraca deles vai ser longe da barraca dos beijos. Só que no dia da festa junina, a barraca dos coelhos deles é em frente à barraca de beijos da Rosinha.

Na barraca dos beijos, tem fila enorme de meninos. Um menino pergunta quanto custa, Rosinha diz que é um Real e ele já dá a moeda fazendo biquinho para beijar. Rosinha fala que por enquanto é só inscrição e os beijos são mais tarde. 

Chico reclama que a barraca dela está fazendo sucesso, fila de meninos cada vez maior e ninguém olha para a barraca deles. Chico e Zé da Roça resolvem gritar para anunciar a barraca deles, tem que adivinhar a casa que o coelhinho vai entrar para ganhar a prenda só por um Real, enquanto um menino corre animado com a moeda na mão que prefere gastar na barraca dos beijos. Chico acha que as mulheres vão preferir a barraca deles e chama por elas para jogarem na barraca dos correios quando uma menina corre, falando que não pode porque tem buscar namorado dela que foi para barraca dos beijos.

Chico comenta que vai ficar com dor-de-cotovelo de ver a Rosinha vendendo beijos ao invés de apoiá-lo na barraca dele, quando tem um plano diabólico para acabar com o sucesso da barraca dela. Chico vai na frente da fila falar para a Rosinha que espera que hoje ela tenha escovado os dentes porque ela escova a cada três dias e justo hoje que a viu almoçando fígado com cebola, buchada ao jiló, alho frito e pimenta malagueta seria melhor garantir. Ele pergunta se ainda falta água na casa dela no banho, todo mundo ainda está com sarampo e todos os meninos fogem assustados.

Rosinha manda Chico parar senão não vai conseguir dinheiro para a igreja, Chico diz que está pouco se lixando, quando aparece o Padre Lino e o expulsa da barraca dela. Chico fala que isso é uma pouca-vergonha e o padre diz que pouca-vergonha é atrapalhar a barraca dos beijos e um beijinho inocente dado por uma garotinha tem nada de mais. Chico grita que isso porque a garotinha não é namorada dele e Zé da Roça o lembra que é ex-namorada e, então, eles passam a focar na barraca dos coelhos deles.

Zé Lelé aparece querendo jogar. Zé da Roça diz que é um Real e ele pode ganhar um lampião. Chico fica feliz que ele mudou de ideia de ir na barraca deles em vez da de beijos e Zé Lelé conta que já foi lá, foi o primeiro a comprar beijo e Chico o chama de ex-amigo, falso e bandido. Zé Lelé escolhe o número cinco, Chico reclama que escolheu só um número e Zé da Roça acha melhor que nada e a chance de ganhar é mínima. Só que o coelho entra justamente na casa cinco e Zé Lelé ganha o jogo.

Outras crianças querem jogar também, as meninas escolhem os números sete e doze e Zé Lelé escolhe o cinco de novo e o coelho entra de novo na casa cinco e Zé Lelé ganha uma botina de prêmio. Outras pessoas jogam escolhendo seus números. Zé Lelé diz que não vai jogar porque já escolheram o número cinco. Zé da Roça fala que ele pode escolher outro número e Zé Lelé não aceita, diz que o coelho Eurico é dele e a sua casinha tem um número cinco pintada e ele entra só nessa. O povo acha marmelada, pedem dinheiro de volta e vão embora, acabando com a barraca dos meninos. Zé Lelé fala que ele que devia reclamar porque a botina não é do número dele.

Depois, Rosinha avisa que está acabando as inscrições para os beijos e Chico resolve comprar. Só que o Genesinho comprou todos os cem beijos que faltavam. Chico fala que Genesinho não pode dar cem beijos na Rosinha e ele diz que pode porque pagou e fala com Rosinha que é tudo por nome da reforma da igreja.

Rosinha fala que os beijinhos vêm já, já, manda os meninos fazerem fila e mostra que quem vai beijar todos eles é a Maria Cafufa, a sócia dela na barraca. Rosinha quem vendia e Maria Cafufa, a mais feia da vila, quem beija, decepcionando os meninos e faz Genesinho correr dela. Chico fica feliz que não era a Rosinha quem ia beijar, ela diz que é tímida para isso. Mostra Zé Lelé feliz apaixonado por ter sido beijado pela Maria Cafufa. Depois, Chico pede desculpas e quer que Rosinha volte a namorá-lo, ela aceita, Chico fica feliz que agora só ele quem vai beijar a namorada dele, mas reconhece que quem sabe um dia porque a timidez dos dois não deixava beijar um ao outro enquanto namoravam.

História engraçada demais em que o Chico Bento fica furioso que sua namorada Rosinha ia vender beijos na barraca da festa junina e que sua barraca estaria na frente da dela e via todo o movimento. Depois de algumas tentativas sem sucesso para estragar com a barraca dos beijos, é descoberto que a Rosinha só vendia e fazia inscrições, mas quem iria beijar era a Maria Cafufa, para alívio do Chico e frustração dos meninos, principalmente do Genesinho, que era rico e pagou cem reais para ganhar cem beijos da Rosinha. Foi bancar o esbanjador, que sempre podia mais que os outros, foi o que mais se deu mal.

A confusão dava para ser resolvida antes da quermesse se a Rosinha tivesse explicado desde que ela contou a novidade, mas o Chico não a deixava falar, já estava atacando, proibindo de vender beijos. Não era só ciúme da Rosinha, o Chico tinha medo de ser corno, era muita tortura a sua barraca em frente da dela, vendo tudo e sem poder fazer nada. Foi hilário ver todas as cenas de ciúme do Chico, inclusive acabar amizade de quem beijasse a Rosinha, seus planos para estragar a festa como que Rosinha não escovava dentes após comer pratos com odores fortes, os meninos assanhados pensando que seriam beijados pela menina mais bonita da vila, principalmente o que já fez biquinho como se ela ia beijá-lo na boca, entre outros.

Na parte que o Chico ia fazer malvadeza do seu plano, apareceu chifres na cabeça dele, dando duplo sentido de que era diabo e corno. A ideia mais real era de apontar que era plano diabólico, e ao mesmo tempo indicava que era corno. Costumavam fazer histórias da Rosinha como a menina mais bonita e todos os meninos ficavam a seus pés, dando ciúmes no Chico e ainda tinha também certo machismo, como que sua namorada não podia andar de biquíni, de short curtinho, etc. Seria mais natural com adultos como Rubão e Mariazinha, mas depois que cancelaram os personagens, histórias assim ficaram com as crianças como Chico e Rosinha e Titi e Aninha. Eram legais também histórias do Chico e Rosinha tímidos e tronco de árvore, com vergonha de darem beijo um no outro.

O foco da festa junina ficou nas barracas, tanto do beijo quanto do coelho, disputa que quem ia em qual barraca. Teve momento que deixaram de lado a barraca dos beijos, deixando prevalecer a do coelho e muito engraçado também o Zé Lelé estragando tudo levando seu próprio coelho Eurico que tinha uma casinha 5. Festa junina e quermesse eram a mesma coisa nas histórias do Chico, normalmente quermesses organizadas pelo Padre Lino para levantar fundos para a igreja. Engraçado que até o Padre Lino achava normal beijos inocentes entre crianças.

Zé Lelé foi um show a parte, podia muito bem ter arrumado um coelho com outra pessoa e não levar o seu, conseguiu estragar a barraca do Chico e Zé da Roça, pensando também em ganhar todas as prendas do jogo. Curioso nessa história o Zé Lelé ter um coelho, mas não era definitivo, foi só nessa por causa do roteiro e confirmamos que ele é apaixonado pela Maria Cafufa, a mais menina mais feia da vila, adorou ter recebido o beijo dela. Apesar de Chico e Zé Lelé serem primos, nessa, eles foram tratados apenas como amigos. 

Os traços ficaram excelentes, eram perfeitos assim. Pena nas cores o degradê ficar só em alguns quadrinhos e não aparecer degradê em todos os quadrinhos como eram no segundo semestre de 1995, pelo menos ainda era alguma coisa. Teve erro na disposição de cores nas casinhas da barraca do coelho, como, por exemplo, a casinha do número cinco estava rosa com o telhado vermelho e depois quando o coelho entra, ela muda de cor para amarelo com o telhado roxo e na outra entrada dele, fica azul. E todas as casinhas dos outros números ficam com cores diferentes. Erro do colorista, que com uma revisão melhor colocariam as cores certas desejadas.

Completamente impublicável hoje em dia por terem namoro e beijo entre crianças (nem de adultos, pode, muito menos de crianças); meninos assanhados em beijar Rosinha, alguns até querendo beijá-la na boca; Chico ciumento e machista; referência a diabo no cabelo do Chico ao fazer malvadeza; religião com quermesse arrecadar fundos para igreja e ter presença de padre. Proibida também a palavra "bandido", principalmente nesse sentido de pilantra quando o Chico chama o Zé Lelé de bandido, assim como bullying com a feiura da Maria Cafufa, ninguém queria ser beijado por ela só porque era feia, maltrato com animais com o coelho Eurico ficar dentro de uma caixa minúscula até tirarem para ele escolher a casinha que ia entrar. Tudo isso é proibido nos gibis atualmente e definitivamente sem chance hoje.

Nunca foi republicada até hoje, dava para ser por volta de 2008, quando estavam republicando histórias de 1997 do Chico, mas como já estava na Editora Panini e o politicamente correto estava alto e predominante, preferiram não republicar. Então, se torna rara e só quem tem a edição original de 1997 que a conhecia.

56 comentários:

  1. Olá. Boa noite, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, uma pergunta: é verdade, que, no mês de Fevereiro do ano de 2024, as duas Revistas: Cascão e Chico Bento, elas completarão as 800 Edições: 114+467+100+70+49, publicadas pelas Três Editoras: Abril; Globo e PANINI COMICS Brasil, e elas terão as Edições Comemorativas falando sobre as 800 Edições, pela Editora PANINI COMICS Brasil, é isto?. Por gentileza, é verdade, que no ano de 2024, a Magali completará 60 anos, e ela terá uma Revista Comemorativa falando sobre os 60 anos da Magali e a Magali terá um Livro Comemorativo falando sobre os 60 Anos dela, é isto mesmo?. Eu aguardo respostas. Abraços.

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    1. Boa noite. Cascão e Chico chegarão às edições 800 em fevereiro de 2024, mas nada confirmado se serão especiais comemorativas. Não sei se Magali terá edições especiais de 60 anos em 2024, acho que não, se tiver algo, talvez a reedição de "Saiba Mais" com mesmo conteúdo de quando ela completou 50 anos em 2014.

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    2. Sim, vão ter esses relançamentos. Feliz São João pra você também.

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    3. Ok. Muito obrigado, então, Marcos. Igualmente, Marcos!!!. Por nada, Marcos!!!.

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  2. Parece que este roteiro foi a mola propulsora para o affair entre Maria Cafufa e Zé Lelé.

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    1. Provavelmente. Não lembro de outra trama dele com romance entre Zé Lelé e Maria Cafufa antes dessa. No máximo teve com uma outra menina, a Maria Lalau em 2 histórias, uma em 1991 e outra em 1993, que depois sumiu de vez. Não era uma menina feia, só maluquinha e lerda como ele.

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    2. Não conheço Maria Lalau, pelo nome poderia ser filha do Nhô Lau. Caso tanto ela quanto o parentesco com o homem e mais o namoro com primo caipira do Chico fossem efetivados ao núcleo, Zé Lelé poderia comer goiabas do pomar do franco-atirador* de sal sem atritos com ele.
      *Nhô Lau é muito franco com quem invade sua propriedade e subtrai suas frutas, rasga o verbo sentando o dedo - puxando o gatilho.

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    3. Ela não tem parentesco com Nhô Lau, só um certo trocadilho com Lelé. Focaram nas loucuras entre eles.

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    4. Há duas histórias bem interessantes protagonizadas por parentes do Nhô Lau, uma com esposa dele, parece ser de 1983, quiçá 84, a outra é com a filha que parece ter mesma idade do Chico, acho que é de 1986, muito provável que conheça essas HQs, Marcos.
      Impressionante como as histórias antigas da TM são aconchegantes, principalmente as dos 70's e 80's.

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    5. A primeira história com a esposa do Nhô Lau foi de Chico Bento 15 de 1983, deve ser essa que você está citando, sendo que ela apareceu algumas outras vezes nos gibis, curiosamente neste gibi Nº 273 de 1997, ela aparece no final da história de encerramento. Já a filha do Nhô Lau apareceu só nessa história de Chico Bento 101 de 1986, muito boa também. Sem dúvida as histórias eram aconchegantes, se aproximavam do cotidiano do público.

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    6. Pelo que lembro, a filha do Nhô Lau gostou demais do Chico Bento, parece que eles estavam para iniciar namoro, não tenho certeza, caso estavam mesmo, a Rosinha, que não faz parte da trama e nem sequer é citada, foi completamente ignorada pelo caipira - leia-se roteirista. Como se não existisse, meio lembrando Cascão em relação à Cascuda quando esse arrumava outros namoricos, todavia, posso estar sendo injusto com o Chico, pois como falei, não tenho certeza, não lembro de 100% dessa história.
      Pena que não efetivaram essa guria. De menina fixa na Vila Abobrinha dos 80's, praticamente só havia Rosinha. Na época, Ritinha já era bem apagada.

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    7. Foi sim, é que as vezes personagens davam em cima de outros (as) meninos (as) mesmo tendo namorados (as) fixos (as). Acontecido com Cascão e com Magali e dessa vez foi com o Chico. Uma pena mesmo não terem efetivado a filha do Nhô Lau, daria pra ter triângulo amoroso com a Rosinha ou a filha atrapalhar (ou acobertar, se roteiristas preferirem) o Chico de roubar goiabas do pai, fora ter mais uma menina fixa contracenando com eles em histórias normais ou na escola.

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    8. A filha do Nhô Lau está entre os personagens marcantes de aparições únicas, ou pelo menos é assim que eu a classifico. O pai até pode ser uma boa justificativa para explicar o fato dela não ter vingado, pois ao descobrir por quem a filha se apaixona, a manda para estudar na "capitar", sob tutela de algum parente de extrema confiança, dado que tem apenas sete ou oito anos de idade.
      Falando em Ritinha, até que consegue ter uma participação relevante em "Intrigas da oposição" (Chico Bento nº104 1991), história que conta com presença de Genesinho, parece que ele surge nessa trama.

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    9. Zózimo, pelo menos teve uma justificativa pra filha do Nhô Lau não voltar a aparecer. Mas, se quiserem podem voltar com a personagem e ainda podem fazer essa referência que ela voltou da "capitar".

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    10. Teria sido uma boa esse argumento embasando o retorno dela caso fosse na década de 1990, até na de 2000 ainda teria chance de ser algo interessante.
      Marcos, a primeira aparição da Ritinha ocorre antes ou depois do surgimento do Zé Lelé?

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    11. Seria interessante, sim. Parece que a Ritinha apareceu primeiro depois do Zé Lelé, mas ambos nos anos 1970. Zé Lelé foi em 1974, acredito que Ritinha foi em 1975, não sei bem ao certo. O retorno da Ritinha foi nessa história de Chico Bento 104 de 1991 e a estreia do Genesinho foi nessa história, sim.

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    12. Ritinha foi criada para ser dichavada.
      Há uma HQ intitulada "Banho dos Infernos", parece ser de 1976, chama atenção a aparência da Rosinha: magrinha; pés descalços no padrão Mônica; cílios compridos; uma grossa trança em vez do par tradicional; sardas nas bochechas; nariz triangulado. Deve existir, eu que não lembro de outra história do núcleo caipira dos 70's com Rosinha em papel de relativo destaque assim como atua nessa.

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    13. A Rosinha também não tinha traços definidos até meados dos anos 1970, já cheguei até vê-la loira e algumas vezes com sardas. Nos gibis parece que ela estreou em 1975 e foi aparecendo diferente a cada história até em 1978. Nas tiras de jornais, ela também aparecia diferente desde os anos 1960.

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    14. Loira já vi também. Mesmo Rosinha com cabelos dessa cor pertencer à fase de aparência indefinida, deduzo que isso pode ter relação com Ritinha, alguma confusão típica da época.
      Então a namorada do Chico, assim como a maioria, é cria da "década dos embriões e/ou protótipos"? Demorou para chegar nos gibis. Não fazia ideia, pensava que pertencesse à galeria da qual Zé Lelé faz parte.

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    15. Acho que não foi confusão com a Ritinha, na história que vi a Rosinha era namorada do Chico. Nos anos 1970 foram poucas histórias que tiveram foco com Chico namorando Rosinha ou com ela com destaque, maioria era com ele sozinho em situações de movimento e humor pastelão e cheias de absurdos, muitas mudas também porque Mauricio queria que ele falasse caipirês e era proibido. Demorou um pouco pra Rosinha aparecer nos gibis, nas tiras ela já tinha aparecido algumas vezes. O próprio Chico Bento só estreou nos gibis em 1972, demorou também.

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    16. Se caso houve confusão seria da parte de quem coloriu, o roteirista dessa antiga HQ não iria confundir Rosinha com Ritinha ou vice-versa, não iria trocar uma por outra por engano mesmo com a namoradinha do principal do núcleo estando em fase de metamorfose.
      Como nunca vi sequer uma tira dos 60's com Rosinha, visto que são majoritariamente em preto e branco, os cabelos dela devem estar com essas duas cores e creio que talvez hajam algumas em que estão cinzentos.

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    17. Erro seria do colorista, nem porque se confundiu com Ritinha, pode ser também porque não era conhecida ainda e pensou que ela era loira. Em algumas tirinhas dos anos 1960, a Rosinha aparecia de cabelo preto, em outras com cabelo de cor branca do papel, como se tivesse cabelo claro, não tinha uma definição ainda da personagem.

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  3. História ótima do Chico, uma das minhas favoritas, fica fácil, facil no TOP 5. Assim, normalmente eu não gosto de histórias muito compridas, com muitas páginas, acho que o ritmo fica muito cansativo... mas essa é realmente ótima sem ficar cansativa.

    Oh, Zé Lelé... o que você tem de esperto, você tem de burro, tudo ao mesmo tempo. Idéia de pegar o próprio coelho com hábitos bem definidos para ganhar sempre todas as vezes é bem ligeiro para ele, porém a lerdeza se deu em revelar isso em voz alta, ao invés de esperar pela próxima vez depois que todos já tivessem jogado. Um passo para frente, dois passos para trás. Ainda assim, tu é uma peça rara menino!

    (apesar de ter gostado, ainda achei que o Zé Lelé ficou assim, meio ''filler'' nessa história, ele tipo só fez aparição mesmo. A barraca de coelho, apesar de engraçada, realmente pareceu desconectada do resto. Não é uma crítica, só uma observação mesmo).

    Agora, quanto a história principal... Isso da Rosinha é realmente impressionante, anuncia que vai ficar na barraca de beijos, e espera que o Chico fique de boa com isso (eu entendo o ciúme dele...). Se bem que o próprio Chico não deu espaço para explicações também, e as coisas que ele fez para empatar o movimento, Chico você não existe... Isso é meio que um clichê, uma menina bonita oferece beijos na barraca, todo mundo fica bem assanhado e ansioso, e na hora H vem outra pessoa- geralmente muito menos atraente, porém mais desinibido- para fazer a parte beijoqueira, que marmelada! Eu já tinha previsto isso, Rosinha não tem coragem nem de beijar o Chico, o próprio namorado, quem dirá centenas de meninos aleatórios! Muito bom!
    E isso da Rosinha e Maria Cafufa não poderia ser considerado propaganda enganosa? Tipo, os meninos não teriam direito de exigir dinheiro de volta? Ainda assim, zero dó por você Genesinho!

    Roteiro nota 10! E considerando que essa história é de 97, época que você já estava deixando de colecionar, acho que ficou uma boa despedida para sua infância e era de ouro, certo Marco? (namoro de Chico e Rosinha faz falta nas histórias atuais...)

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    1. Muito top essa, sem dúvida. Até que não é tão grande, é a média que considero normal para uma história de abertura, foi bem desenvolvida sem enrolação, dava impressão ser grande porque ocupava metade do gibi quinzenal. Melhor do que as de 25, 30 ou mais páginas cheias de enrolação que vieram depois.

      Foi engraçado Zé Lelé contando que era coelho dele na maior naturalidade, que deixasse contar pelo menos depois da festa. O Chico não deixou ela explicar, tem uma certa culpa também, pelo menos se convenceu que a Rosinha não teria coragem de beijar outros meninos e nem ele também. Como a Rosinha também não falou para os outros meninos quem iria beijar, acho que não teria dinheiro de volta, eles que foram assanhados pensando que seria a Rosinha só porque estava lá, sem nem perguntar. Genesinho foi pior. Foi boa lembrança, sim, como uma das últimas que colecionei em sequência, estavam boas ainda as histórias de 1997.

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    2. A Rosinha só falou que ia ajudar a montar a barraca, e vender os beijos, rsrs. Em nenhum momento ela ou o padre falou que ela é quem iria beijar, então se enganou quem quis
      ;D

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    3. Tava lendo uma edição de Chico Bento Moço onde Maria Cafufa cresceu e ficou lindona kkkkkkkkkk. Patinho feio se tornou um cisne, quem diria...

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    4. kkkk. Quem diria, Isabella. Nem vi a versão dela de Chico Bento Moço.

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  4. Essa história já está disponível no Youtube, caso você queira assistir e procurar por lá...

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    1. Sim, sabia que essa no YouTube, tem muitas clássicas lá. :D

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  5. Capa criativa,inédita para mim.
    Em 1997 eu não comprava mais gibis,porém,eu continuava observando as bancas de jornal na rua,tudo quanto era jornal,revista e outras variedades,mas hoje,as bancas de jornal e o que elas vendem parecem demonstrar ter o mesmo fim dos orelhões.

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    1. Capa bem criativa mesmo, eles sempre eram criativos nessas capas de piadinhas. Infelizmente bancas de jornais vão pra extinção daqui uns anos, tanto por novas gerações que vão preferir ler tudo digital e também pelo conteúdo fraco. E gibis da turminha também entram nessa, continuando com histórias insossas como andam.

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  6. Eu tenho a original, deve estar na casa de meus pais! Muito boa esta história!
    Considerando que foi publicada em junho de 1997, e atualizando os valores pelo IGP-M (usando a calculadora do banco central), cada beijo da Rosinha, quer dizer, da Maria Cafufa, custaria cerca de 8 reais hoje em dia, o que significa que o Genesinho pagou um pouco mais de 800 reais para dar os 100 beijo!. Realmente só sendo um garoto muito rico para dispor assim de 800 reais naquela idade, quase um salário mínimo, e para gastar assim de uma vez, que nem ele fez. Bem, o dinheiro é dele, e o pai dele certamente trabalhou para conseguir, mas o pior é que o garoto queimou o dinheiro, pois não beijou quem ele realmente queria. Só quem se deu bem foi o Zé Lelé.

    Independente da moça que estiver beijando na barraca do beijo ser feia ou bonita, sempre achei a ideia da barraca do beijo em si nojenta. Imagina pagar para beijar sabe-se lá quantas outras pessoas por tabela e, pior, você vê essas pessoas na fila! O Chico Bento falou aquilo de brincadeira para espantar os fregueses da Rosinha, mas a real é que provavelmente na fila vai ter gente que não escovou os dentes, que comeu coisas nojentas, que tem herpes ou outras doenças transmissíveis pela boca, etc. E a própria moça da barraca pode ter esses problemas também! Por isso nunca quis brincar nessa barraca!

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    1. Muito legal mesmo. Curioso esse valor de 1 real corrigido atualmente, não sabia disso, pra época era barato, custando menos que a revista do Chico. Genesinho perdeu uma boa grana, pra ele não faz falta 800 reais corrigidos, só que não foi beijado pela Rosinha, isso que foi ruim pra ele. Zé Lelé se deu bem, até se fosse a Rosinha ia gostar também porque estava bem animado.

      Tem razão, a brincadeira que do Chico até serviu como crítica. Podem nem comerem coisas nojentas, mas pessoal que está em uma festa junina come várias coisas e não vai escovar dente, aí mais chance de transmitir doenças.

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  7. Marcos, n tenho muito a dizer sobre essa historinha, por isso deixo aqui algumas que gostaria que vc abordasse em tempo:

    - Aluno-Problema (Chico Bento)
    - Chitaozo e Xorurinho (Chico Bento)
    - Papai Queria Menino (Monica)
    - Papai Noel, Uma Banana! (Cascao)
    - O Filminho da Marina/Luzes, Camara e Muita Confusao! (Turma da Monica)
    - Contra...O Que? (Do Contra)
    - Aquela que conta as origens dos irmaos do Mingau
    - Modelo e Manequim (Magali) - primeira da Carminha Frufru, e faz 30 anos este ano (nossa, estamos velhos!)
    - Palhaco de Festa (Cebolinha) - vc falou dela no post sobre 'Presente de Aniversario Atrasado', mas nunca analisou
    - O Primo Abobrinha (Cebolinha)
    - O Despersonalizador (Turma da Monica)
    - Casa do Louco (Cebolinha)
    - Praca da Magali (Monica e Magali)
    - Porquinho no Parque (Cascao)
    - Aquela em que o Dudu fica obcecado com a palavra 'bumbum' (Dudu)
    - Aquela em que o dinossaurinho do Carrossel do Horacio ganha vida (Turma da Monica)
    - Aquela em que o brinquedo de colorir do Parque muda a cor de pele da verdadeira Monica
    - Onomatopeias (Cebolinha)
    - Oia a Onca! (Chico Bento)

    Desculpe tantas sugestoes, mas sao algumas das minhas historinhas favoritas de que vc ainda nunca falou...entao, fica a dica!

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    1. Mais uma:

      O Album de Fotografias da Monica (Cebolinha e Cascao)

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    2. Tudo bem, quando der, posto essas historinhas aqui.

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    3. "Modelo e manequim" foi postada em janeiro deste ano, inclusive, Pedro Benoliel, no seu comentário é dito o mesmo que aqui em relação à idade da HQ e que está velho, diferença é que desta vez você incluiu a galera veterana na velhice, pluralizaste(s).
      Essas do primo de nome-apelido leguminoso e de filha ressentida (quiçá recalcada) com o pai acho que já vi no(s) Arquivos TM, sei lá, podem ser memórias equivocadas.

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    4. Zózimo, a do primo Abobrinha já foi citada ma postagem dos parentes do Cebolinha, apenas um resumo e não completa, de qualquer forma já falei dela. Sobre história de filha ressentida não sei qual é.

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    5. É aquela em que Seu Sousa dá entender que preferia ter um filho em vez de filha ou é Mônica que interpreta o pai dessa forma. Roteiro excelente, porém, não me agrada visualmente, considerando o ano de publicação, poderiam ter dado um acabamento visual mais elaborado.

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    6. Ah, sim, Zózimo, é "Papai queria menino" que está na lista. História muito legal, os traços é porque já estavam começando a mudar, criavam outros, nem que fosse por teste, os que davam mais certo, mantinham, outros foram descartados. Até que acho neutro, não considero ruins aqueles desenhos.

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    7. Não sei se no caso em questão criaram aquele visual propositalmente, foi um teste, não sei... O que parece é que quem desenhou não estava inspirado no dia, ou o arte-finalista não estava em um bom dia, parece que foi desenhada às pressas, o visual é um tanto seco, os movimentos parecem meio travados, contudo, é uma boa trama.

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    8. Entendi, Zózimo. Capaz de ter sido na pressa, até por não ser uma história curta. Ainda assim já vi traços piores, inclusive no decorrer dos anos 1990. Roteiro muito bom, sem dúvida.

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    9. No quadrão da penúltima página há um erro mais ou menos recorrente nas HQs da MSP dos anos 1990 em relação às das décadas anteriores em que isto ocorre bem menos. Trata-se de Chico Bento literalmente olhar para cima, para o alto, olhar para as nuvens, para o céu como indicação de que está vendo a beijoqueira entrar em cena. De acordo com a distribuição dos personagens no quadro, a posição de Chico encontra-se disposta abaixo da de Maria Cafufa, contudo, a imagem panorâmica é exclusiva à perspectiva do leitor, a ótica do personagem está em outro campo de visão. É como se o local não fosse totalmente plano, como se a draceninha descesse uma ladeira e ele olhando ela da parte plana.
      Algo assim na forma de metalinguagem não é erro, o que não é o caso em questão.

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  8. Ri demais com os quadrinhos da pág 16. kkkkkkkk.

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    1. Também rachei de rir, eram muito engraçadas as histórias antigas caprichavam muito.

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  9. Curioso como o Zé Lelé já demonstrou interesse na Rosinha em várias histórias, mesmo aquelas em que a Rosinha não está no papel de "a menina linda e disputada".

    Aliás, hoje em dia esses personagens "loucos" mudaram pra evitar estigma contra condições mentais, não é? Faz anos que não compro revistas, então não faço ideia se ainda fazem histórias com o Louco.

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    1. As vezes o Zé Lélé despertava interesse na Rosinha, só não dava em cima pra valer porque sabia que ela namorava o Chico. Sim, hoje evitam histórias com transtornos mentais, até tem histórias com o Louco mas sem ideia de esquizofrenia do Cebolinha de enlouquecê-lo no final, são loucuras brandas, Cebolinha e Louco são bem amigos e fica ajudando o Louco a procurar coisas, tudo bem bobinho. Está perdendo nada sem comprar revistas novas, andam bem fracas no geral.

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    2. As vezes o Zé Lélé despertava interesse na Rosinha, só não dava em cima pra valer porque sabia que ela namorava o Chico. Sim, hoje evitam histórias com transtornos mentais, até tem histórias com o Louco mas sem ideia de esquizofrenia do Cebolinha de enlouquecê-lo no final, são loucuras brandas, Cebolinha e Louco são bem amigos e fica ajudando o Louco a procurar coisas, tudo bem bobinho. Está perdendo nada sem comprar revistas novas, andam bem fracas no geral.

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  10. História sensacional! Roteiro bem feito, divertido e sem frescura. Traços excelentes! Essa história não ter sido republicada é compreensível, já que nos anos seguintes, a lacração começou a censurar tudo que era engraçado e criativo nas histórias.

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    1. Pois é Ricardo, e olha que é de 1997 essa história, saiu na época certa porque depois certamente nunca teria sido pensada, muito menos posta no papel. Imagina a patotinha hoje em dia: ''Ah, que libertinagem! Erotizando crianças assim! Que exemplo estão dando para nossos filhos! Cancela!'' Eu, que quando criança tinha nojo de romance e beijos, nunca vi maldade em nada disso, era tudo divertidinho.

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    2. Ricardo, foi na medida certa. Se a republicação atingisse a época da própria Globo ainda dariam pra ter republicado, mas histórias dos gibis do Chico Cascão e Magali demoravam mais pra republicarem, aí na Panini com essa frescurada toda, sem chance. Infelizmente esse excesso de politicamente correto tira a criatividade e a graça das histórias.

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    3. Isabella, pra esse povo, acham que as crianças vão agir, fazer as mesmas coisas dos personagens. Crianças são espertas, sabem distinguir tudo, e ainda assim são os pais que têm que ensinar aos filhos que o que leem não é pra ser seguido. Eles querem que os personagens sejam exemplos e que eduquem, por isso as histórias estão tudo assim educativas e com lições de moral cansativas.

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    4. O que é pior é que tem gente que bota filho no mundo para os outros cuidarem. Além dos gibis e da TV, tem muito pai e mãe que acha que professor ou babá que tem educar filho. Aonde esse mundo está.

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    5. Verdade, obrigação prioritária é dos pais de educarem os filhos, não os outros. Erro começa aí e pra esses pais que pensam assim, acham que são os gibis que têm que educar, e não eles.

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    6. A respeito disso, Isabella e Marcos, são dois cúmulos ou um cúmulo 2 em 1 por parte dos progenitores patrulhadores: cúmulo da irresponsabilidade e cúmulo da preguiça. "Quem pariu Mateus, que o embale", assim que se falava antigamente sobre atribuir a terceiros responsabilidades de outrem, cresci ouvindo isto, só fui entender o significado em determinada altura da adolescência.

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    7. Pois e, Zózimo. Os pais que cuidem e eduque seus próprios filhos e não passar responsabilidade pra outras pessoas ou na literatura.

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