Capa de 'Mônica Nº 46' (Ed. Globo, 1990) |
Os ETs levam Astronauta até o Rei, que quer dar uma punição pelo roubo e diz que as leis são muito rigorosas no planeta. Aí fica em dúvida qual pior castigo dará se vai ser jogado no poço sem fundo, ser devorado pelos monstros do vale negro. Tchibum dá ideia de Astronauta comer as pedras que roubou e depois jogá-lo no rio e Mum deseja fritá-lo no azeite com cebolinhas e pimenta. O Rei acha tudo leve, Tchibum dá outra ideia e ele gosta.
Astronauta se surpreende e fica feliz por estar no seu planeta em alguma cidade do Brasil. Ele aciona a sua nave pelo controle remoto que estava no uniforme, entra na nave e diz que o rei é idiota por mandar para o seu planeta, o tal "terrível planeta" e ri. No final, sobrevoando o planeta com desmatamento de árvores, poluição do ar e dos rios, Astronauta se pergunta do que está rindo.
História legal em que o Astronauta explora um planeta e é preso por extraterrestes porque não sabia que as rochas eram preciosas para eles e estava cometendo um roubo ao levá-las de lá. Como castigo diabólico, o rei o manda para o pior planeta do universo, que era a Terra, Astronauta, a principio até fica feliz, mas depois cai em si que o rei tinha razão ao ver tanta coisa ruim no seu planeta.
Teve seu lado filosófico e pra refletir no final, que gostavam de colocar nas histórias do Astronauta sempre que podiam. Afinal, um planeta com tanta violência, criminalidade, destruição de árvores, poluições de ar, de rios, pessoas mal educadas que jogam lixo nas ruas, é, sem, duvida, o pior planeta do universo, e dá refletir no que pode mudar para melhorar. Só a cena de Astronauta ver poluição, assaltos, ônibus cheios, lixo no chão assim que chega na Terra já davam indícios de ser um planeta ruim. Para os ETs ficar em um planeta assim seria pior do que morrer caindo em poço sem fundo ou ser devorado por monstros, etc, gostei da comparação.
Incorreta hoje em dia por Astronauta se passar por ladrão, mesmo que sem intenção, os personagens principais não podem ter esse comportamento e ser chamado de ladrão, não pode também mostrar bandido assaltando homem com arma para não traumatizar e evitam também histórias de reflexão e crítica sociais para crianças. Palavras "roubar" e "ladrão" são proibidas atualmente, assim como "diabólica" por não poder ter mais diabos nas histórias, e ser chamado de "louco" também não pode mais provavelmente para não confundirem com o personagem Louco. Alias, impressionante como era muito frequente a palavra louco nas histórias antigas, hoje tudo alteradas as falas assim em republicações.
Os traços muito bem desenhados que davam gosto de ver, legal os extraterrestres bem parecidos colocando duas faixas vermelhas no nariz do Tchibum para diferenciar do Mum e perceber melhor quem estava falando. Não teve um título, como de costume nas histórias do Astronauta e legal a arte de mostrá-lo em uma prisão na letra "O", ou seja, não teve um título, mas mostrou o tema só com a arte. Eles eram criativos até nos títulos. As cores mais fortes porque estava em papel oleoso, ficavam bem quando tinham impressão em papel assim.
Capa maravilhosa, bem simples e muito bem desenhada, adorava capas assim só mostrando ilustração. Astronauta tinha histórias boas, eu gostava e sempre lia, no máximo deixava pra ler no final quando era muito grande. Horácio é que eu não entendia quando criança e de todos o que menos gosto até hoje é a Turma da Mata, de qualquer forma não pulo histórias deles. Hoje em dia muitos querem tirar proveito de alguma coisa, muito ruim. Valeu pela dica do canal, pelo que vi são vídeos de gibis inteiros, fizeram downloads e montaram em vídeos. Nesse do vídeo foi do Almanaque da Mônica Nº 1 da Abril. Abraço.
ResponderExcluirEssas capas com artigos do recém criado (na época), Estatuto da Criança e do Adolescente, eram muito bonitas. Todas as capas de outubro de 1990 foram com esse tema, inclusive as duas quinzenais do mês, do Cascão, Chico Bento e Magali, além da capa do Cebolinha também. Tenho todas elas. Quanto ao personagem Astronauta, eu sempre gostei, apesar de não ser meu favorito. Histórias sobre espaço e seres de outros planetas, mexe muito com a imaginação das crianças, comigo não foi diferente. Conforme citado pelos colegas acima, eu também não gostava muito do Horácio e da Turma da Mata, mas com o tempo, comecei a gostar mais da Turma da Mata, tem algumas histórias muito boas! Do Horácio, continuei sem gostar muito, acho meio "sem sal". Dos personagens fora do Núcleo da Mônica, meus favoritos, sem dúvidas, são da Turma da Tina, em especial: Rolo, Pipa e Zecão. São muito engraçados!
ResponderExcluirEssas capas do Estatura ficaram muito bonitas, ficaram com eles agindo como crianças na maioria delas, gostei muito. A Turma da Tina é a mais engraçada desses núcleos secundários, Turma do Penadinho bem legal também. A Turma da Mata pode ser que não gostava muito porque não tinham histórias novas deles quando comecei a colecionar, tinha contato só com as histórias da Editora Abril nos almanaques.
ExcluirDos núcleos secundários, sempre considerei os melhores o da Tina, o do Penadinho, o da Mata, e talvez o do Bidu. Realmente tento entender como alguém pode não gostar da Turma da Mata, acho as histórias realmente muito boas (especialmente as do Rei Leonino e do Ministro, ou dos duzentos filhos de Caolho), mas cada um com seus gostos... Concordo com o Ricardo, sempre achei o do Horácio o mais sem-graça, nunca me conquistou realmente. Já o Astronauta... depende muito da história, algumas eu acho bem interessantes e bem escritas, outras são um porre de chata para mim. Já vi uns crossovers do Astronauta com a Turma, e achei bem legal, com mais dinâmismo. No geral, acho um núcleo bem mediano.
ExcluirIsabella, até que gosto da Turma da Mata, considero que é o núcleo que menos gosto, mas é boa também. Rei Leonino é o melhor e as do Tarugo acho mais bobinhas, mas gosto também. Crossovers do Astronauta ficam bem interessantes.
ExcluirDe acordo com as formas propostas para punir Astronauta pelo delito que comete de modo não intencional, os chuchuzões cujos narizes parecem mandioca(s) são bastante cruéis, apresentam uma mentalidade medieval, mas, como descrevem a Terra como um orbe terrível para viver subentende-se que o planeta aonde o herói brasileiro foi arrumar para cabeça contenha criaturas muito mais evoluídas que a espécie humana.
ResponderExcluirOs ETs podiam julgar melhor o que o Astronauta fez e até perdoá-lo se combinasse de ele não levar as rochas do planeta. Porém, com a punição, mostra que eles e qualquer ser do universo são mais evoluídos que os terráqueos já que ninguém destrói o planeta que vive.
ExcluirO último quadrinho da penúltima página retrata a cidade de São Paulo de modo bastante caricato. A mulher* loira com língua para fora, por exemplo, representa a insanidade mental de transeuntes, muito comum em cidades grandes. Só a crítica contida neste quadro já é o suficiente para sintetizar a reflexão e a mensagem da trama como um todo.
Excluir*Tem cara de Zé Lelé, talvez seja um cabeludo doidão.
Sim, parece mulher mas pode ser homem cabeludo, fica louco com a agitação da cidade, boa crítica mesmo, retratou bem uma cidade grande como é e vê que os ETs tinham razão.
ExcluirOs três espécimes de chuchuzões são amostras de que esta espécie são um misto de crueldade (beirando sadismo) e sabedoria, ou seja, eles têm razão em classificar nosso planeta como um dos mais terríveis para sobreviver, porque a Terra é maravilhosa, já sua espécie animal predominante...
ExcluirRural e urbano são equivalentes nas antigas tramas do núcleo espacial em que o protagonista atua na Terra.
Núcleos como Turma do Penadinho, Tina e suas extensões (Mariazinha e Rubão, Os Souza/Sousa), Bairro do Limoeiro e Bidu - o cãozinho também é membro desse bairro - têm a urbanização como base, ironicamente, nenhum desses retratam tão bem e com tanta frequência o lado insano da desvairada Pauliceia como o de Chico Bento - proposital ironia, pois a cidade de São Paulo é a mais apropriada dentre as metrópoles brasileiras como antítese da fictícia Vila Abobrinha.
O tipo de história educativa que a gente gosta, com mensagem e reflexão final, sem ficar didático ou moralista. É tudo subtendido, para que as crianças absorvam e pensem por conta própria, não subestima a inteligência de ninguém, ao mesmo tempo que faz uma boa crítica social. Ah, se os tempos atuais fossem assim...
ResponderExcluirVerdade, ajudava as crianças a pensar com mensagem só no final e antes uma história normal sem ser clichê. Assim que era bom. E detalhe que ainda assim não eram todas as histórias assim pro lado educativo, uma vez ou outra só. Hoje quase todas querendo ensinar lição de moral o tempo todo, perde a graça.
ExcluirPreciso de ajuda pra encontrar uma historinha:
ResponderExcluirNão lembro o título, só dos diálogos.
> Cebolinha chega pro pai dele dizendo que a mãe falou que o carro tava com água no carburador
> Seu Cebola pergunta desde quando ela entende de carro
> O carro tá na água (um laguinho acho)
Tudo indica que isso foi uma tirinha, parece que já vi em tira de jornal preto e branco em livros como As Melhores Piadas e não em gibis coloridos.
ExcluirConferi o canal Gibiteka 2.0, valeu pela dica, Fabiano!
ResponderExcluirVídeos que exibem histórias em quadrinhos ficam melhores em silêncio, porque esse tipo é o mais próximo da experiência de ter gibis em mãos, ler no papel. Não ouço os narrados, mas dou audiência, os que têm esse recurso assisto mudos, ainda mais em tempos turvos como os que estamos presenciando, em que quase tudo funciona na base do(s) excesso(s), sons eletrônicos pipocando em tudo que é canto, aí que o silêncio, que já é naturalmente salutar, torna-se mais precioso, é uma dádiva esse tal de silêncio.
Quanto à arte da capa, se aproxima muito da de Mônica nº154 de 1983, diferença é que nesta os personagens estão mais pomposos - o que antigamente chamávamos de "roupa de domingo".
Zózimo, também assisto a esses vídeos narrados no mudo, ficam muito sem graça as vozes narrando, se ainda fosse vozes oficiais da MSP poderia considerar ouvir. A capa dessa revista até lembra a ideia da Mônica 154 da Abril, mas nessa ficou mais fofinha, Mônica com roupa de criança. A mais semelhante mesmo foi depois com a capa do livro "As Melhores Histórias da Mônica" da Editora L&PM, 1991, na verdade, igual, só redesenhada.
ResponderExcluirBem lembrado! Há o desenho da capa desse livro que se aproxima ainda mais e passou batido(a) por minha memória, provavelmente por nunca ter tido sequer uma edição da TM pela L&PM.
ResponderExcluirVozes de dubladores profissionais são músicas para meus ouvidos até em HQs pela via virtual, ainda assim, quadrinhos em vídeos mudos são infinitamente melhores para leitores adultos que prezam por 100% de higiene mental, já dublagens amadoras, HQs narradas de modo amador... são dose, são difíceis de aguentar. Acredito que devam agradar a criançada, única explicação para tantos vídeos narrando histórias em quadrinhos.
Zózimo, é a capa mais parecida mesmo. Acho que crianças gostam de ver histórias narradas assim ou pelo menos não fazem questão, tanto faz pra elas. Concordo que ficam muito amadoras e péssimas qualidades essas narrações, não aguento também, felizes as crianças que aceitam tudo.
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