sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Rolo: HQ "O brinquinho do Zecão"

Mostro uma história que o Zecão sofreu preconceito de todo mundo só porque estava usando brinco. Com 5 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 23' (Ed. Globo ,1988).

Capa de 'Mônica Nº 23' (Ed. Globo, 1988)

Rolo encontra o Zecão na rua e ao ver que está com brinco, começa a dar gargalhada e zoar o amigo, falando cheio de preconceito que está de brinquinho, um homão desse usando brinquinho, ficou bom, bem feminino. Zecão fica muito brabo, diz que o Rolo está passando dos limites e corre atrás dele. 

Rolo encontra seus amigos, faz fofoca para olharem a orelha do Zecão com brinco e todos dão gargalhada. Zecão afirma que são caretas e vai embora. No caminho, encontra duas mulheres, uma cochichando para outra olhar a orelha dele, se fosse namorado dela, desmanchava na hora e elas riem, deixando Zecão brabo.

Depois, ele encontra um velho, que diz que no tempo dele não tinha isso, os homens sabiam respeitar as calças que tinham, não usavam brinco nem rebolavam. Zecão reclama que tem nada de mais usar brinco, isso não vai fazê-lo menos homem. Pipa aparece, Zecão pergunta à namorada se gostou do brinquinho e ela responde que está lindo de qualquer jeito. Só que no final, antes de irem para o cinema, Pipa compra um boné estilo do Chaves tampando a orelha e o brinco, confirmando que ela se incomodou com o brinco dele.

Uma boa história que mostrou o preconceito dos amigos do Zecão e até de desconhecidos com homofobia já que ele estava usando brinco. Zecão até pensava que a Pipa tinha gostado e não ligava, mas foi só da boca para fora, ela foi sacana de lhe dar um boné para tampar o brinco, mostrando também que era preconceituosa que nem os outros.

É uma história datada, ultrapassada, típica da realidade dos anos 1980 em que o pessoal tinha preconceito com homens que usavam brincos, zoavam mesmo, achando que era coisa de mulher e homens não podiam fazer isso. Hoje a sociedade mudou e tolera de boa homens com brinco, cada um usa o que quiser, afinal, como o Zecão disse, ele não seria menos homem só porque estava de brinco. Mesmo ele ter se dado mal até no final, serviu para as pessoas depois refletirem, que não devem agir como os outros reagiram nessa história.

Com isso, completamente impublicável hoje por conta do preconceito e homofobia com o Zecão de brinco. Nem se aparecesse a Tina conciliadora no final dando bronca neles e dando boa lição de moral no final, não aceitariam atualmente. Teve até preconceito também do velho com homens que rebolam, até porque na época as músicas Pop estavam começando a entrar em evidência e tinham homens rebolando como no grupo Menudos e cantores como Rick Astley, George Michael, entre outros, por exemplo. Outra parte incorreta foi o homem negro com lábios de círculo na boca, proibido hoje porque o povo do politicamente correto acha que é preconceito aos negros chamando de palhaços e aí agora a MSP sempre altera histórias em almanaques quando os negros eram desenhados assim. Os palavrões pensados pelo Zecão também proibidos hoje.

Depois dessa do Zecão, teve também história do Cascão usando brinco e os amigos com preconceito. E também eram bem comuns histórias do tipo com personagem como o Titi e o Cebolinha usando avental para ajudarem mãe a lavar louça e os amigos zoavam que eram mariquinhas. Ou seja, anos 1980 e 1990 tiveram muitas histórias assim preconceituosas, autênticas do "Mauricio do Velho Testamento" como gostam de comentar nas redes sociais.

Chamou atenção de vários personagens figurantes, já que não tinham muitos personagens jovens fixos na Turma da Tina, além dos 4 principais. Acho que não devia ter créditos ao Rolo, ele apareceu só no início. É uma história do Zecão, aí podia se chamar apenas "O brinquinho do Zecão" ou nentão colocar crédito como "Turma da Tina em:"

Em 1988 estavam criando bastante histórias solo com o Zecão, sendo que sempre com uma participação rápida da Pipa no final. Ele foi criado em 1982 e custaram a dar destaque para o personagem em histórias solo, mas que depois isso seria avandonado, voltando a ter só histórias com namoro conturbado com a Pipa. Pode ate dizer que o boné do Zecão foi uma referência ao seriado Chaves de alguma forma, já que era raro ter referências ao seriado. Os traços ficaram muito bem caprichados, arte muito boa assim, curioso a Pipa com casaco vermelho,  diferente da tradicional camisa branca colegial, demonstrando que estavam em um dia frio visto que todos estavam de casacos ou com camisas de manga longa na história.

67 comentários:

  1. Brincos em orelhas masculinas foram algo bastante controverso nesses tempos, dividiam opiniões. Tatuagens também eram vistas assim (para ambos os gêneros), boa parte adorava e muitos repudiavam.
    Interessante o crossover no quadro de encerramento: Pipa e "Chaves".
    O moralismo do idoso é demais, atribuindo até rebolado ao Zecão, mas deu para entender, o adendo do ancião é em sentido lato, tem a ver com determinadas danças, certos ritmos dançantes da época. Pode ser também que se refere à homossexualidade. Lembrando que ser afeminado e masculinizada nunca foram regras para a condição homossexual, muitas mulheres extremamente feminilizadas são lésbicas e muitos pederastas* não são afeminados.
    *Pederasta, embora seja um termo em desuso, nada tem de pejorativo ou ofensivo, serve apenas para designar o gênero masculino, visto que homossexualidade abrange ambos. Explicar é sempre bom, longe de mim pretender causar polêmica nessa seara. Respeito os homossexuais, respeito a condição, tenho nada contra.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, muitos abominavam também tatuagens, pode ver que fotos de praia dos anos 1970 ninguém usava tatuagem. O discurso do velho é claramente ligado à homofobia já que falou que homem não rebola. Isso por causa mesmo da música Pop com cantores dançando, era o fim dos tempos para os mais velhos na época. E acabou tendo uma ligação ao Chaves com o boné que a Pipa deu de presente para o Zecão.

      Excluir
    2. Falando em Chaves, só que focando na palavra em condição de sobrenome ou nome de família, a aparência de Zecão (cabelos loiros e narigão) remete ao aspecto físico (mais precisamente facial) do cantor Juca Chaves quando jovem.

      Complementando o último parágrafo do meu primeiro comentário:
      Poderia ter utilizado o termo "gay" para referir-me à homossexualidade masculina, todavia, lembro que na década de 2000 a palavra estava sendo usada para ambos os gêneros, recordo-me de alguns filmes fazendo uso dela de forma generalizada, e, às vezes, MTV também.

      Excluir
    3. Verdade, até pra lésbicas se referiam o termo "gay", lembro muito bem isso na MTV.. Olhando bem, até que o Zecão lembra o Juca Chaves, sim, pelo menos quando jovem.

      Excluir
    4. Então, a Pipa dos velhos tempos foi uma pedra em seu sapato, Fabiano.

      E o contraditório, Marcos, é que ao mesmo tempo que a palavra inglesa englobava mulheres e homens (e creio que atualmente ainda seja assim), havia o movimento social com a sigla GLS, cujo significado era: (G)gays, (L)lésbicas e (S)simpatizantes.

      Excluir
    5. Fabiano, tudo indica que foi homenagem ao Chaves. Tem filhos com rebeldia, de gostar confrontar com os pais e aí fazem essas coisas como choque de gerações, hoje em dia pode-se dizer que evoluíram pra piercings em qualquer lugar do corpo, até na língua podem colocar ou lugares piores. E fora na época o machismo e conservadorismo prevalecerem, aí as outras pessoas criticavam. Postagem assim ajuda a mostrar para as novas gerações como era a mentalidade e a realidade do mundo antigamente.

      Excluir
    6. Zózimo, hoje preferem colocar homossexual fixo pra englobar homens e mulheres.

      Excluir
    7. Quanto à piada que fiz sobre crossover no primeiro comentário, o formato do boné ou boina não me parece homenagem ao personagem mexicano, na verdade é algo que proporciona a moral da história, denotando o velado preconceito da Pipa sob justificativa de ser um acessório útil em baixas temperaturas, cujo objetivo é proteger (esconder) as orelhas.

      Excluir
    8. Zózimo, nesse sentido, fica uma interpretação de como estava frio, o boné protegeria a orelha dele do frio, uma desculpa que ela daria para comprar o boné sem ele perceber que seria pra esconder o brinquinho que ela não gostou. Daí a intenção do roteirista ambientar história em um dia de frio pra ter essa dupla interpretação.

      Excluir
    9. Você tem razão, Marcos! O clima frio é fundamental para a piada de encerramento, é o pano-de-fundo (ou pano de fundo) para ambientar o desfecho.

      Excluir
    10. Pois é, foi uma boa sacada do roteirista pra ela poder despistar o Zecão se ele perguntasse se não tinha gostado do brinquinho dele.

      Excluir
    11. É isto aí! Com clima quente não haveria como Pipa se valer de tal subterfúgio.

      Excluir
  2. Eu lembro dessas HQs de brinco com o Cascão,de guarda-chuva em dia de sol,e dessa do avental do Titi.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também há uma do Titi em que uma menina lhe põe brinco e ele detesta, e a engraçadíssima "O brinquinho", em que a vítima da Mônica é o Cebolinha, que é mais ou menos pego de surpresa para servir de modelo, dado que no momento não há espelho para ela experimentar nas próprias orelhas a bijuteria (bijouteria) que Magali está vendendo.

      Excluir
    2. Julio Cesar, essas foram boas, a do Cascão principalmente por ele ficar em dúvida se furava orelha ou não pra colocar brinco.

      Excluir
    3. Bem lembrado, Zózimo, lembro dessas foram muito engraçadas, principalmente a do Cebolinha, que fez de tudo pra não colocarem brinco nele.

      Excluir
    4. Na verdade, Marcos, o brinco foi colocado logo no início da história, nem deu tempo de resistir visto que ele dá uma certa panguada. Como não consegue removê-lo, e nem quem colocou (Mônica) consegue, Cebolinha faz de tudo para não ser visto com orelha esquerda enfeitada, e depois que é visto, faz de tudo para impedir Cascão de espalhar a novidade. Os quatro terminam acidentados devido ao alvoroço, e já no hospital a trama termina com pais preocupados na presença do médico, em meio a eles Seu Cebola fica cismado com brinquinho que o filho involuntariamente traz na orelha.

      Excluir
    5. Tem razão, esqueci do detalhe que elas tinha conseguido colocar brinco no Cebolinha, mas lembro das confusões e movimentos na história, típicos daquela época.

      Excluir
  3. Marcos, o que Pipa está usando parece mais uma blusa de frio do que um casaco, mas o foco deste comentário é outra coisa: clima desta história só pode ser frente fria. Mônica nº23 (Ed.Globo) chega às bancas em um mês primaveril, estação mais quente do que fria.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. De qualquer forma, seria um agasalho para diminuir o frio, fizeram questão de mostrar que não era um dia de calor, típico dia de Sol, mas com vento gelado, frente fria, isso é fato.

      Excluir
    2. Algo me diz que "O brinquinho do Zecão" era para ser publicada no máximo até setembro, mês cuja maioria dos dias são de (I)inverno, dado a algum cochilo publicaram em novembro, e o núcleo com esta friorenta história neste aquecido mês mais parece oriundo da cachola da saudosa Marge, a cartunista que criou Luluzinha, cujo universo é composto por personagens trajando mangas compridas de janeiro a janeiro.

      Excluir
    3. Pode ser que não tenham conseguido encaixar essa história nas revistas da Mônica ou do Cebolinha de setembro e só conseguiram em novembro. Se bem que primavera não faz tanto calor, aí deu pra colocar sem tanta estranheza em clima.

      Excluir
    4. Até que harmonizou, ficaria estranho se fosse original de gibi publicado em um dos três primeiros meses do ano.
      O que até passa, mas tem nada de harmônico é creditarem ao barba azul uma trama em que Zecão protagoniza. Claro que "Zecão em O brinquinho do Zecão" soaria como coisa de retardado, visto que está embutido no título o verdadeiro crédito. "Rolo em:" está sobrando, se tratando de quem ele namora e somado ao desfecho, "Pipa em:" seria mais adequado.

      Excluir
    5. Durante o verão que ficaria estranho, nas outras estações dá pra aceitar. Achei nada a ver crédito do Rolo, por mim, se chamaria apenas "O brinquinho do Zecão", ou "Turma da Tina em:" ou até colocarem assim: "Zecão em: O brinquinho". Como Pipa que fez a piada da história e que sempre protagonizava histórias com o Zecão, em último caso, "Pipa em:" ficaria melhor que Rolo.

      Excluir
    6. "Turma da Tina em:" tem tudo a ver, e o mais justo seria "Zecão em: O brinquinho" ou sem esta de "Fulano(a) em:", visto que o título desacompanhado já diz tudo, por conter o nome do protagonista o crédito já está embutido.
      Ainda por cima, se deram ao trabalho de caprichar, com vogal (ou vogais, os "Os") remetendo aos cabelos e barba do personagem, desperdício, mal-emprego de criatividade visual.

      Excluir
    7. "Zecão em: O brinquinho" ou "Turma da Tina em:" seriam mais sensatos. E na época, Rolo ainda não tinha logotipo fixo, aí pelo visto faziam experiências. Acho que podia ter a referência ao cabelo e barba dele só em um "O", senão fica poluído. O logotipo oficial do Rolo foi adotado só em 1991 a partir dos gibizinhos e ficou muito bom como deixaram e continua assim até hoje.

      Excluir
    8. Logotipo do Cascão é o único harmônico exatamente por ser "poluído".

      Excluir
    9. O logotipo do Cascão é bonito e poluído só por causa das sujeirinhas, isso considerando as revistas antigas porque as sujeirinhas nas novas estão bem discretas com a mesma cor de fundo do logotipo, muitas vezes nem se vê as sujeirinhas lá. Os logotipos dos outros personagens acho na medida, as características de cabelo ou de personalidades deles ficam apenas em uma letra.

      Excluir
    10. O logotipo do Cascão é muito maneiro, nos gibis da atualidade eu nem o reparo com detalhismo, olhando superficialmente, parece como antes, mas acredito no que diz, a paranoia de hoje em dia chega junto até nisso, e no caso específico, age com sutileza. A modificação radical ficou mesmo restrita ao personagem em si, pois em tempos em que a imagética predomina, os logotipos consagrados são mais importantes do que os próprios personagens, pois são como placas, letreiros, e comunicação visual, independente da época, é sempre fundamental.
      Quando eu era criança e adolescente viaja demais nos detalhes dos logotipos das revistinhas da TM, lembro que ficava imaginando o "Ô" de Mônica com um par de dentões, inserido(s) logicamente na parte superior da letra, dado que é o único, digamos, "limpo", isto é, não contém detalhe marcante da personalidade ou da aparência da personagem, no entanto, é um logo que considero perfeito, casa plenamente com o jeitão original dela.

      Excluir
    11. Eu acho menos atrativo o logotipo do Cascão atual, era melhor sujeirinhas pretas para dar mais destaque. O da Mônica é legal, não é dente sobre a letra "O", mas o formato do cabelo formando o circunflexo foi ótimo também, gosto bastante.

      Excluir
    12. "Quando eu era criança e adolescente VIAJAVA demais nos detalhes dos logotipos(...)", "viaja" não dá, viajei!

      Excluir
    13. Bem observado! De forma discreta o acento remete aos cabelos dela.
      Quanto aos dentes inseridos nele, caso fosse uma realidade, seria bullying por parte da MSP, e certamente praticado da pior maneira possível, pois seria como um registro em cartório, seria bullying oficializado. Algo que já não ocorre com o careca Cebolinha por conter os fios capilares no logotipo. A MSP nunca insinuou através desse marcante detalhe de que se trata de um pouca telha, um aeroporto de mosquitos, nada disso.

      Excluir
    14. Dente seria bullying e aí eles seriam obrigados a muda ro logotipo nos últimos anos. Com a aparência de cabelo, aí não precisam mudar. Coisa boa nos logotipos da MSP que nunca mudaram depois de criados, diferente os da Disney que sempre mudaram de tempo em tempo.

      Excluir
    15. Logotipos da Disney que considero marcantes são os dos anos 1980, pois tem a ver com minha infância, e embora eu preferisse gibis da TM, tive vários momentos interessantes com revistinhas do Pato Donald, Margarida, Mickey, Tio Patinhas e Zé Carioca. Só Urtigão que não tive sequer uma edição. Passei a ter mais interesse nesse universo depois que conheci o Peninha.

      Excluir
    16. O m de Mônica me lembra o cabelo dela.. e simples mais acho o logo dela muito marcante

      Excluir
    17. Também acho que foram mais marcantes os logotipos da Disney dos anos 1980, principalmente os do Pato Donald e Zé Carioca com os personagens em destaque no centro. De fato, os dos anos 1950 eram muito ultrapassados, mas que deixariam os dos anos 1980 como definitivos, que já eram modernos. E o M do logotipo da Mônica era essa intenção de parecer também com cabelo dela, foi bem criativo.

      Excluir
    18. A inicial do logo nunca associei com os cabelos da personagem.
      No Brasil, gibis Disney, desde o lançamento do primeiro título até a década de 1980 foram indubitavelmente um fenômeno cultural de expressão ímpar. Minha introdução a esse universo foi por meio de inúmeros curtas e alguns longas de animação, HQs vieram depois, tive pelo menos dois momentos em que pretendi colecionar gibis Disney, o problema foi a Turma da Mônica, que não me deixava fazer isso, não permitia concorrência, e menos ainda ser substituída, no entanto, nesta categoria, entre edições não mauricianas, creio que tive pouco mais de cinquenta revistinhas.

      Excluir
    19. Na Disney eu preferia a animação, quando comecei a colecionar gibis, comprava de tudo, inclusive títulos da Disney que simpatizava com as capas, mas tinha pouco interesse, talvez por causa dos desenhos bem detalhistas que causavam desinteresse para criança pequena, aí depois fiquei só com os da Turma da Mônica.

      Excluir
    20. Comigo foi assim também, embora pelo menos umas sete edições me foram muito marcantes, o visual da imensa maioria das HQs da Disney não é de todo atrativo para crianças, a riqueza de detalhes, o que, claro, é superpositivo, porém, de certa forma, causa(va) sim um sutil desinteresse em boa parte dos leitores mirins brasileiros. Abrangia todas as idades o estrondoso sucesso dos gibis Disney no Brasil do século XX, e os adultos curtiam até mais em comparação com os da TM, que também seduziam uma parcela significativa de marmanjos e marmanjas.
      Outro detalhe que acredito ter contribuído para isso em relação à boa parte das crianças dos 80's, 90's, 00's e, incluindo o público infantil da atualidade, é que Ratópolis e Patópolis são sociedades cujos visuais dos cidadãos, dos automóveis, das mobilhas, etc, os estilos, as posturas, as características arquitetônicas e urbanísticas são circunscritos a um determinado período cronológico, localizado entre os 1940 até os primeiros anos dos 1970. Certamente isso não acontece em relação às animações clássicas, mas, nos quadrinhos, pegada vintage, o retrô enquanto base conceitual possuiu e possui um apelo relativo em meio às crianças da minha época de guri até as de hoje em dia.

      Excluir
    21. Pois é, por muitos detalhes nos cenários se tornava uma leitura cansativa pra crianças, principalmente as pequenas. E as histórias eram de outros países e antigas para a época atual, realmente tinham muitas de anos 1940, 1950, que fugiam da realidade, fora também por não serem brasileiras, não tinham os costumes brasileiros como da Turma da Mônica, que fazia afastar também. As revistas que tinham mais autores nacionais parece que eram Zé Carioca, Peninha, Margarida e Urtigão, por isso eram mais populares esses gibis aqui no Brasil.

      Excluir
    22. Do Zé Carioca posso afirmar que sim, tanto autores quanto desenhistas brasileiros foram se encarregando do personagem e do título, inclusive, foi por influência de profissionais daqui que o papagaio foi aos poucos largando os charmosos ternos com gravatas do tipo borboleta e mais o(s) guarda-chuva(s), aderindo às camisas de mangas curtas, o que já lhe permitia uma flexibilização maior quanto ao uso do(s) clássico(s) chapéu(s), que até, pelo menos para o meu gosto, combina(m) mais com o traje original. Mudanças cuja proposta foi aproximá-lo ao máximo da cultura pela qual se deu a inspiração para criá-lo. Zé Carioca é um personagem binacional. Dos quadrinhos da Disney, esse magnífico louro e o parvo Peninha são meus favoritos, com Donald vindo logo em seguida.

      Excluir
    23. Sim, e até por causa de falta de roteiristas nacionais, os gibis do Zé Carioca depois passaram a ser só de republicações e foi extinto na Culturama por falta de histórias inéditas. Da Disney eu tive alguns gibis de 1988 e 1989, maioria eram do Pato Donald, Zé Carioca e Margarida, só alguns almanaques e Edição Extra. Acho que tive só 20 edições juntando esses títulos e depois abandonei.

      Excluir
  4. Fantástico os traços desta hq... pena mesmo é não ter esse gibi na coleção rsrs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Excelentes traços, sem dúvida. Essa edição só tem história boa, uma melhor que a outra, quem sabe um dia você consiga ter.

      Excluir
    2. As histórias antigas os personagens adultos principalmente as mulheres eram muito bem desenhados curvilíneo..a digitalização tirou o charme das curvas..a máquina nunca consegue replicar o traços manual

      Excluir
    3. Verdade, Miguel, digitalização tirou a naturalidade, deixa tudo artificial e feio. Antigamente tosos eram bem desenhados, tinha todo um encanto.

      Excluir
  5. Eu tinha esta revistinha e lembro-me desta historinha. Bem dentro do meu tempo de leitor.

    Agora, Marcos, essa da camisa da Pipa ser de colegial, significa que ela tem menos de 17 anos? Eu sei que o resto da Turma da Tina cursa o primeiro ano da faculdade, isso quer dizer que a Pipa seria mais nova? Em pequeno, sempre pensei que a blusa branca e saia preta fossem uniforme de trabalho, que a Pipa fosse algo como secretaria ou vendedora.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não é bem colegial, só foi adotado esse nome por parecer de colégio. Pode-se dizer que a camisa branca dela é básica, serve para qualquer ocasião e época, então não seria também roupa de trabalho. A Pipa tem mesma idade dos outros amigos dela, mais de 18 anos, e faz faculdade também como os outros.

      Excluir
    2. Em várias histórias Tina e Pipa falam que têm a mesma idade. A mais recente atualização em relação à idade da Tina (que eu saiba) foi na Graphic MSP 27, 'Tina: Respeito', onde aparece o currículo da Tina logo nas primeiras páginas e informando que ela tem 22 anos.

      Excluir
    3. Fábio, acredito que tenha menos idade nos gibis convencionais, creio que tenha 20 anos. Como as Graphics MSP não são feitas pelos roteiristas do estúdio e precisavam colocar idade em função do roteiro, precisando ser mais adultos, aí não pode se levar em consideração em relação ais quadrinhos convencionais.

      Excluir
  6. Marcos, o bom dessas histórias antigas é que mostravam muita coisa que de fato, acontecia. Era de certa forma, um retrato da vida real. Naquela época, tinha mesmo muita zoação em cima da "masculinidade" entre os meninos, qualquer "escorregada" ou acessório considerado "não masculino" era motivo de piada, o pessoal não perdia oportunidade. Brinco já foi motivo de piada, hoje é considerado normal. As brincadeiras, zoações, entre os homens ainda existem no dia-a-dia, principalmente envolvendo supostas homossexualidades, chamar o outro de gay, homem gosta de brincar com esse tipo de coisa, mesmo nos tempos atuais. Entrentanto, uma publicação com essas referências jamais seria aceita pela "sociedade" hoje em dia, seria certamente denunciada como preconceituosa, homofóbica, enfim. É uma história interessante para refletirmos sobre as mudanças de costumes e de pensamentos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exato, era bem comum mesmo e serve pra mostra ro retrato real de uma época, na prática. E interessante que ainda tinha preconceito até por quem usava brinco, pois homem usava brinco só em uma orelha porque se usasse nas 2 orelhas, aí , sim, seria coisa de mulher. As brincadeiras que ainda existem hoje já não colocariam em gibis por ser bullying.

      Excluir
    2. Gente mais antiga ou conservadora ainda fica de olho torto com brincos ou um comportamento mais sensível de homens .Mais a sociedade mudou muito principalmente em relação aos jovens...o povo usa brinco na orelha nariz lingual...no mercado outro dia tinha um cara com um alargados tipo índio.. tipo tem brincos até específico pra homem....tatuagem. tb não é sinônimo de pessoa louca transviada...gíria velha kk inclusive no rj os garotos se tratam por chega aí v****...e não estão se xingando ou são gays...e se for gay pode ser qualquer garoto nem precisa ser afeminado...sigo vários alias

      Excluir
    3. Acho inadequados piercings aplicados em línguas, costumo imaginá-los se soltando enquanto os usuários dormem e involuntariamente engolidos.

      Excluir
    4. Concordo, Zózimo, colocam piercings em tudo quanto lugar, língua, nariz, mamilo, umbigo, partes íntimas. O risco de contaminação é alto. Procuram ser modernos, rebeldes, confrontar com os pais, mas acabam com a saúde. Não concordo com esses exageros, podia ser só nas orelhas mesmo.

      Excluir
    5. Miguel, é muita loucura piercings nesses lugares, tatuagens em excesso também acho feio. Quase não tem mais preconceitos quanto a sexualidade por causa disso, o que é bom, mas é ruim pra saúde deles.

      Excluir
    6. Até no nariz em cima tipo não nas narinas no meio do nariz acho bonitinho. Na orelha ...o cara que vi usa alargados estilo índio...papa capim ( os índios acho inventar os brincos e piercings se pensar kkk) tudo de mais fica estranho

      Excluir
    7. Alargados fica estranho, parecendo índios e ao sair até rasga pele.

      Excluir
  7. É, não duvido que no futuro tenham roupas unissex. Se bem que alguns modelos básicos de camisa ou bermuda, tanto homem quanto mulher podem usar.

    ResponderExcluir
  8. Essa discussão que o povo tem pavor porque chega nas crianças com roupas neutras e aí vem aquelas história de gêneros ...mas acho bobagem colocar as pessoas numa caixinha tem mulher que não gosta por exemplo de usar vestido ou saia ou maquiagem e tudo bem

    ResponderExcluir
  9. Pois é, tudo bobagem. Mulheres foram muito criticadas quando passaram a usar bermudas, hoje o pessoal não liga. Ainda bem.

    ResponderExcluir
  10. Sabem que rumo devia ter tomado essa história? Que enquanto o rolo e os amigos estão na gargalhada, apareceria um grandão ao estilo Rambo com cara de poucos e ao saber que estavam rindo de um cara por usar brinco, ele também apresentaria um brinco e desceria o braço em rolo e cia., os deixando estirados no chão pra aprenderem a não rir de quem usa brinco.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também seria legal, eles iriam aprender lição na surra.

      Excluir
  11. Lembrei que essa edição da Mônica apresenta a história Além da Imaginação que merecia ter destaque aqui no conceito de viagem no tempo e pontos que hoje seriam incorretos tipo a Mônica se impondo pros meninos fazerem suas vontades e uma séria falha no conceito de viagem ao futuro.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É legal essa história, quando der, eu posto aqui. Bem incorreta mesmo e quanto a falha no conceito de futuro se encaixa mais em absurdo, o que foi bom também.

      Excluir