segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Papa-Capim: HQ "Enfeites de Natal"

Mostro uma história em que o papa-Capim se deparou com árvores enfeitadas com bolas de natal e ele pensava que era frutas. Com 4 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 24' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Chico Bento Nº 24' (Ed. Globo, 1987)

Papa-Capim encontra uma árvore com frutas esquisitas, ele sobe para ver e ao tentar comer, elas quebram. Ele acha que estão ocas, um bicho comeu o que tinha dentro. Um menino chega e fala para ter cuidado para não quebrar as bolas de Natal, não são frutas, são enfeites que ele está pendurando nas árvores para ficar mais bonita.

Então, Papa-Capim pede para ajudar e o menino fala para ter cuidado porque são delicadas. Depois de terminaram, o menino convida Papa-Capim para a ceia de Natal. A família comemora o Natal, fazem a ceia e o Papa-Capim ainda ganha um presente do menino. Depois, Papa-Capim vai embora e encontra uma árvore com frutas de verdade e então, ele comenta que prefere o jeito que Tupã usa para enfeitar as árvores.

Uma história bem simples e curtinha, típica de miolo e com uma boa mensagem de Natal. Papa-Capim não tinha conhecimento sobre bolas de Natal enfeitar as árvores e pensava que eram frutas esquisitas, depois de saber, gostou da ideia de enfeitar árvores com as bolas, só que não abre mão do jeito natural que o Tupã criou para enfeitar as árvores com as frutas de verdade, achou mais bonitas as frutas de Tupã. Mostra que o homem pode ter boa intenção de decorar as árvores, mas a obra de Deus é melhor.

Montar árvores de Natal com enfeites dentro de casa é uma tradição milenar, as bolas, de fato, representam as frutas com significado de simbolizar prosperidade na festa. Apesar de ter uma Árvore de Natal em casa, o menino queria que as árvores perto da casa dele também entrassem em clima de Natal. Na verdade, deveria ser pinheiro, mas como não tinha, o menino que morava na  resolveu enfeitar as árvores na selva ao seu redor. 

Ponto legal na história foi o Papa-Capim descobrir a cultura Natalina e a família do menino ter o contato com um índio primitivo sem conflitos. Não teve medo nem do menino ver o Papa-Capim e vice-versa, conversaram numa boa sem se estranharem e ainda convidou Papa-Capim para a ceia e deu presente a ele. Não tinha uma padronização nisso em relação aos índios e aos homens brancos, as vezes se estranhavam, outros não, varia de roteiro.

Não foi mostrado motivo do menino morar na selva com a família, morava e pronto, sem explicações e eu achava melhor assim do que ter tudo explicado como costuma ser nos gibis atuais. Sem explicações com detalhes, as histórias iam direto ao ponto, sem enrolação, Não foi revelado um nome para o menino, como costumava acontecer algumas vezes, com personagens secundários que apareceram só em uma história.


 Conhecemos também um pouco da cultura indígena como Deus ser chamado de Tupã na cultura deles. Os traços muito bem desenhados, vários detalhes na selva que davam gosto de ver. Só as cores bem desbotadas, como eram nos gibis da Editora Globo no segundo semestre de 1987.

33 comentários:

  1. Excelente postagem, essa revista já mostrei lá no meu canal. Este foi o segundo gibi do Chico Bento que comprei, eu tinha 8 anos,que lembranças boas. Lembro perfeitamente deste dia, foi numa banca do centro da cidade, estava com minha mãe. Essa história do Papa-Capim é muito legal, roteiro simples, mas, explorando muito bem o Natal e a inocência do personagem.

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    1. A simplicidade era bem melhor. A inocência dele dele rendia boas histórias, ele nem fazia ideia sobre Natal e bolas de Natal. Já tinha visto você mostrando esse gibi no seu canal, legal saber que foi um dos primeiro seu do Chico, essas lembranças sempre valem a pena. De fato foi ótimo gibi, várias de Natal para todos os gostos.

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    2. Bonito destacando a essência que deveria ser o Natal de acolhimento a todos mesmo com nossa a diferenças culturais..e não só ganhar presentes e consumismo...deviam manter os gibis baratinhos com o uma forma de incentivo à leitura infantil aliás talvez até com descontos de impostos pra manter barato...mudando de assunto vi que vai sair desenhos animados novos da turma da Mônica clássica na cartoon e vai até pro hbo max...ja tem a Milena..aliás vai estar até no filme lições...pretende assistir Marcos?

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    3. Miguel, procuravam sempre transmitir boas mensagens de Natal, mostrando o verdadeiro sentido da data. Era muito bom. Infelizmente gibis andam caros, desestimula leitura de fato. Não assisto muito desenhos da Turma da Mônica, se eu lembrar, posso dar uma olhada.

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    4. Um desenho que acho bem produzido e com uma pitada incorreta e falsa amiga que cascao se disfarça de Magali pra saber porque a Mônica está de óculos..suspeitam que ela apanhou

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    5. Eu gosto dessa história da falsa amiga, bem engraçada e desenhos ficaram bonitos mesmo. Bons tempos.

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    6. Essa história eu conheci no Mônica 50 anos, e na época ainda não tinham adaptado a história para desenho animado. Mas vcs? Qual história vcs gostariam que tivesse adaptação para desenho animado?

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    7. Adriel e rapaziada, "O deus Cebola", já pensaram? Satanás com corda na cintura em desenho animado seria sensacional, jamais fariam versão animada dessa trama hoje em dia, poderiam ter feito nos anos 1990.
      Gostaria de ver com a do Brinconildo Hong da Silva Kong, mas teria que ser adaptação 100% fiel ao roteiro. Bons tempos quando brinquedos de baixíssima qualidade eram associados ao Paraguai, maior parte vinha de lá mesmo, porém, eram produtos chineses e de outros países asiáticos subdesenvolvidos. Em 1985 a China estava longe de ser o colosso que mede forças com os EUA, o personagem simboliza essa característica que foi tão presente, tão comum na sociedade brasileira desses tempos.

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    8. Sim, Adriel, ela esteve em Mônica 50 Anos. Pra mim qualquer história que tenha bastante movimento como correr, praticar esportes, daria um bom desenho animado. Uma legal seria Rocimpíadas do Chico Bento.

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    9. Gosto dessas lembranças de quando compramos as revistas. Essa do Chico Bento tb tenho da época, acho que colecionei Chico Bento até 1989, vou até conferir. Depois pela idade fui passando para outros quadrinhos.

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    10. Resiak74, sempre bom mesmo quando ficam lembranças assim, sinal que teve afeto.

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  2. Marcos qual seu personagem preferido e menos preferido
    Mônica
    Cebolinha
    Cascão
    Chico Bento
    Magali
    Penadinho
    Tina
    Austronauta
    Piteco
    Horácio
    Papa Capim
    Jotalhão
    Franjinha
    Bidu
    Anjinho
    Zé Vampir
    Zé Lelé
    Rosinha
    Cranicola
    Dona Morte
    Lobi
    Muminho
    Rolo
    Xaveco
    Denise
    Pipa
    Zé da Roça
    Titi
    Lucinda
    Cafuné
    Cascuda
    Jeremias
    Zecão
    Mingau
    Chovinista
    Duque
    Fanfredo
    Hiro
    Floquinho
    Nho Lau
    Professora Marocas
    Dona Cebola
    Seu Cebola
    Raposão
    Coelho Caolho
    Seu Juca
    Dona Luísa ( mãe da Mônica
    Seu Sousa ( pai da Mônica
    Seu Antenor ( pai do Cascão
    Dona Lurdinha ( mãe do Cascão
    Dona Lili ( mãe da Magali
    Seu Carlito ( pai da Magali
    Do contra
    Rei leonino
    Luis Caxeiro
    Jurema
    Pajé
    Marina
    Luca
    Nimbus
    Humberto
    Quinzinho
    Tia Nena
    Capitão Feio
    Dorinha
    Carminha Frufu
    Monicão
    Manezinho
    Maria Cebolinha
    Toneco
    Pelezinho
    Canabrava
    Bonga
    Samira
    Neuzinha
    Frangão
    Cacique ubiraci
    Aninha
    Giselda ( galinha do Chico Bento
    Fido ( cachorro do Chico Bento )
    Thuga
    Bolota

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    1. Prefiro Magali, Chico Bento, Rolo. Menos que gosto são os da Turma da Mata e o Nimbus.

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  3. Bolas para decorar árvores natalinas são de plástico hoje em dia e felizmente já há bastante tempo, nos anos 1980 eram de espessura extremamente fina, frágeis, quebradas eram mais cortantes que cacos de vidro, de louça e de porcelana. Montar, decorar árvores com crianças participando dos processos exigiam atenções redobradas por parte dos responsáveis. Na HQ só aborda fragilidade deste tipo de enfeite, não a periculosidade por manuseio inadequado, história datada exatamente por isto, quebrá-las não corresponde à atualidade, mas a trama é agradável, bonita, fechando com instintiva sabedoria do indiozinho.

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    1. Sim, na época eram mais comuns bolas quebráveis e cortantes, já tive assim, inclusive, hoje são de plásticos, melhorou bem. Nesse aspecto fica datado mesmo, o que é melhor ainda. Papa-Capim tinha sabedoria boa, gostava de histórias assim dele.

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    2. HQs datadas são tudo de bom, prestam importante serviço para criançada ter noção de como eram as coisas no passado. Em minha infância, culturalmente falando, conheci muitas coisas dos 1930, 40, 50, 60 e 70 graças ao respeito que havia com o passado, crianças de hoje estão privadas de conhecer o que passou, principalmente através da MSP, golpe baixo atualizar histórias antigas, alterações são desprezíveis, o que tem que representar atualidade são HQs do ano em vigência e até de sete, oito anos atrás e não ocultar a memória que é algo de tamanha funcionalidade para o indivíduo ainda na infância ir gradativamente assimilando, permitindo se conhecer enquanto pessoa e principalmente enquanto espécie, pois o único animal capaz de produzir (H)história é o homem.

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    3. Eu também gosto de ver coisas datadas nas histórias antigas. Hoje infelizmente privam as crianças disso, mudam tudo pra dar impressão que é uma história nova. Sobra até pra televisão de tubo, até artistas famosos de antigamente mudam pra um da atualidade. Horrível isso, se sabem que Almanaques são republicações de histórias antigas, tinham que manter até às coisas datadas, não custa.

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    4. Atualizar o antigo, maquiar o passado é uma das sórdidas formas que contribui para gerar e manter retardamento coletivo.

      Em Chico Bento nº113 de 1986 também há trama natalina de Papa-Capim abordando desconhecimento dele sobre o tema. Acho muito maneiro Cristianismo não ser absorvido pela cultura indígena. "Paganismo", termo que em nada contribui positivamente, pejorativo, preconceituoso, usado adequadamente apenas por historiadores e por pessoas que se interessam pelo tema de forma imparcial, isto é, sem simpatizar e sem demonizar. Deduzir que quem não é cristão está no caminho errado, está fora da (L)luz não passa de prepotência.

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    5. Sim, também teve história de Natal do Papa-Capim em Chico Bento 113. Geralmente quando tinha era nesse nível de tentar ensinar o Natal pra ele ou para os índios da tribo.

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    6. Personagem muito bela e que parece ter sido pouco explorada é Jurema, em HQs atuais talvez apareça com mais frequência. Penteado muito maneiro, certamente baseado nas ameríndias da América do Norte.

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    7. Jurema sempre foi pouco explorada, nas antigas dava pra aparecer mais. Teve um pouco mais aparições nos anos 1990, mas também nada tão significativa. E continua aparecendo pouco hoje, já que os personagens não podem mais namorar, aí a Jurema fica só como amiguinha do Papa-Capim na figuração.

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    8. Papa capim virou quase personagem esquecido aparece só em almanaques...sei lá talvez umedo de abordar questões indígenas e gerar polêmica..bom sobre alterações e bem ruim..tifo o trabalho dos desenhistas e roteiristas e jogos fora..e tão bacana ver o que era avançado na épica e obsoleto hoje lembrar da infância.. É TV de tudo ainda existe nem é algo tão do passado assim

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    9. Miguel, tá bem raro ter histórias do Papa-Capim. Nos últimos meses tiveram algumas, só que bem curtas e sempre com ele com roupa e chinelo pra não ter mais ideia de uma tribo primitiva e ser uma moderna. O maneiro era abordar a cultura indígena tradicional, com essa mudança perde a graça.

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    10. O núcleo deve estar sob jurisdição da FUNAI, vai que acharam afronta tamanha descaracterização. Brincadeira, mas creio que o órgão deva ter criticado a MSP por ter tomado uma medida tão claramente incorreta, preconceituosa. Está bastante dividida, os pais dos pequenos leitores contra residências não serem de alvenaria, contra não serem cristãos, os vendo como pagãos, não civilizados, propensos à erotização devido às poucas vestes, em suma, são pessoas em boa parte radicalmente religiosas que abominam este povo de forma maquiadíssima, e por sua vez, os indígenas e movimentos que os representam contestando a ridícula postura que Mauricio infelizmente acata proveniente da caretice histérica moralista de plantão, e depois, de certa forma se vê tendo que recuar, passando alternar os personagens em capas de almanaques com trajes caraíbas e trajes típicos, clara justificativa de que na vida real indígenas também assimilam, aderem à cultura do chamado homem branco, o que não deixa de ser uma verdade, parte deles realmente vive(m) assim.
      Papa-Capim está em cima do muro que não pode ser rabiscado, só fixar papéis com provocações à Mônica, e do limbo Nico Demo assiste de camarote à toda esta palhaçada que nos cerca. Curioso é não implicarem com Dona Morte, que está tolhida não é novidade, não é mais ativa como antigamente, mas o que ela representa vem passando batido pela censura, parece que nem flerta com limbo.

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    11. È lamentável essa implicação com papa-Capim, seja por parte de FUNAI, pais, professores, governo, seja de quem for. Era bom pra mostrar e ensinar como era tribo primitiva. Que criassem então uma tribo nova dando contraste com a do Papa-Capim e eles se confrontariam com as diferenças, seria melhor. Acho que foi também tem implicância dos índios aparecerem sem roupa e politicamente correto achar indecente aparecerem só com tanga. Aí pra eles aparecerem de roupa, teria que modernizar a tribo. Ele aparece até de chinelo agora, vai entender.

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    12. Eles têm medo de estarem desatualizados com a cultura indígena ou os pais não querem por ecemo que os filhos se interessem pela religião dos índios.. em gibis antigos há menção com a g9 dele a algo de religiões de matriz africana. Duvido isso ser abordado nem de leve num fivi hoje...e nem toda criança cresce em religiões cristãs

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    13. Miguel, de qualquer forma bobagem deles, pensam que crianças vão se influenciar por isso. Servia pra elas aprenderem cultura diferente e de forma divertida. Fazer o que né se agora eles pensam assim.

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    14. Nosso país é multicultural e isso envolve a religião dos povos tudo isso faz moldar a cultura do nosso país...herança dos diversos povos que vieram pra cá....enfim como é um conteúdo infantil e altamente vigiado hoje...aa tais mensagens subliminares

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    15. Eles também exportam os gibis e também ficam atentos a culturas dos outros países. Isso também influencia no politicamente correto pra eles não alterarem as histórias novas em função a cultura de cada país.

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  4. Bem legal o layout de Natal.Pretende fazer mais posts de Natal e Ano Novo? Tem uma hq de natal da Tina (de 2009 se não me engano) em que ela e os amigos abrem um bazar pra arrecadar dinheiro pra festa de fim de ano.Também tem uma hq de ano novo dela em que todos vão na casa de praia da Tina e a Pipa faz as simpatias de ano novo com ela.
    Se puder falar sobre essas histórias eu agradeço.

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    1. Valeu por ter gostado do novo layout do Blog, vai ter outras postagens de Natal e Ano Novo, sim. Não tenho essa edição da Tina de Natal, só a de Ano Novo, não terá ainda esse ano postagem dessa história da Tina de Ano Novo, quando der, eu posto.

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  5. Sobre o menino e sua família morarem em selva,pode ser que vivam numa área rural,próxima a reservas florestais.É um pé na floresta e outro numa cidade pequena.

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    1. Sim, uma possibilidade. Ou então a família tem uma casa na selva pra passar férias, finais de semana e feriados.

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