segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Cebolinha: HQ "Amigo é coisa pra se guardar... (e não, pra com ele aprontar!)"

Mostro uma história em que o Cebolinha pede um robô como presente de Natal para o Papai Noel para poder aprontar com os seus amigos. Com 16 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 108' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Cebolinha Nº 108' (Ed. Globo, 1995)

Escrita por Rosana Munhoz, mostra que o Natal se aproxima, fábrica de brinquedos está a todo vapor, mas Papai Noel está de cama doente por uma gripe e um duende pergunta se deve atender o pedido de um garoto. Como o pedido não era perigoso, Papai Noel manda atender, diz que apesar da gripe dele, devem atender o máximo possível de pedidos. Assim, o duende avisa o outro que tem uma encomenda especial de alta tecnologia.

Enquanto isso, no Brasil, Bairro do Limoeiro, a turma está de mal com o Cebolinha porque aprontou com todo mundo, tentou dar banho no Cascão, escondeu docinhos da Magali e deu nós no coelhinho da Mônica. Cascão quer ficar de bem com o Cebolinha porque é o melhor amigo dele, Mônica avisa que a primeira coisa que ele vai querer é ajudar em um plano infalível contra ela e Cascão desiste, achando razão que ele mereceu.

Mônica acha que só assim para Cebolinha se tocar e tratar melhor os amigos. Nisso, Cebolinha chega, a turma o ignora e ele reclama que ainda estão com esse negócio de ficar de mal com ele, e fala que eles vão ver, o Natal vem vindo aí. Mônica pergunta o que ele quis dizer com isso e Cascão acha que Natal é época de ficar de bem.

Chega véspera de Natal, Dona Cebola não entende Cebolinha não atender telefonemas os amigos e Cebolinha diz que eles tinham ficado de mal e que só quer dormir cedo para amanhã abrir o presente. Dona Cebola pergunta se são os patins que ele pediu e Cebolinha responde que isso e também outra coisinha que pediu para o Papai Noel e a mãe acha uma gracinha ele ainda acreditar.

Mesmo gripado, Papai Noel sai para entregar os presentes, tem dificuldade de colocar presente do Cebolinha na chaminé e depois de todos os presentes entregues, sai de férias para o Nordeste. De manhã, Cebolinha recebe os patins dos pais e procura o outro presente do Papai Noel, quando os pais iam avisar que ele não existe, Cebolinha encontra a caixa grande e descobrimos que pediu um robô igualzinho a ele e espera ansiosamente a turma ver enquanto os pais ficam surpresos com o robô.

Na rua, a turma mostra seus presentes de Natal um para os outros e comentam que não conseguiram falar com o Cebolinha e vão à casa dele fazerem as pazes. Chegando lá, sai o Cebolinha Robô dizendo para não encherem a paciência deles e em seguida o verdadeiro Cebolinha dizendo que não é para ligarem para o Cenourinha, apenas faz tudo que ele manda. 

Mônica pergunta se ele tem irmão gêmeo e Cebolinha diz que o Cenourinha é o único e melhor amigo dele, não precisa mais deles e se despede e Magali comenta que nunca pensou que existisse dois meninos feiosinhos assim.

Depois, Cebolinha e Cenourinha brincam juntos e Magali fala que acha que perderam um amigo. Cascão culpa a Mônica de ideia de ficar de mal com Cebolinha, perdeu seu melhor amigo, está certo que tentou dar banho algumas vezes, mas tem certeza que foi sem querer, quando uma tina d'água quase atinge o Cascão e Cebolinha fala que por pouco acertou e Cascão pergunta se era o Cebolinha ou o Cenourinha.

Em seguida, Magali come rosquinhas porque está deprimida de todos de mal e Cebolinha rouba o saco de rosquinhas dela, mandando deixar de ser gulosa. Magali corre atrás, sem saber se era Cebolinha ou Cenourinha e quase é atropelada pela Mônica de bicicleta e Magali fala que os dois em dose dupla são impossíveis e que nunca mais fala com os dois.

Cebolinha diz que eles estão juntos, podem ficar de mal que não liga, afinal quem liga para um porquinho, uma magrela e uma dentuça bobona feiosa gorducha. Mônica quer saber quem falou isso e como não disseram, quer bater nos dois. Cenourinha parte para a briga, Cebolinha pensa que encomendou um robô superforte que poderia derrotar a Mônica, mas Mônica destrói o robô na surra e Cebolinha foge correndo.

Mônica acha que era o Cebolinha quem estava destruído e cascão repara que é um robô. A turma fica furiosa que foram enganados por um robô, Mônica quer bater no Cebolinha e Cascão diz que tem uma ideia melhor pra dar uma lição de vez no Cebolinha.

Depois, Cebolinha nota que está tudo quieto e se pergunta se não vão vir atrás dele. Percebe umas vozes atrás do muro e vê a turma brincando de bola com o Cenourinha e falam que ele é um grande amigo, melhor que o Cebolinha, que quer saber que história é essa. Falam para ele que o Franjinha consertou o Cenourinha, que o substitui com vantagens, se não for influenciado, não apronta com eles, é ótimo em todas as brincadeiras e ainda fala certo e, então, não precisam mais dele.

Cebolinha reclama que saiu tudo errado, não era isso que queria quando pediu o robô para o Papai Noel. Nisso, aparece o Papai Noel falando que o duende comentou que ele tinha feito o pedido, só foi saber depois de ter entregado o presente, que robô em mãos de criança é um perigo, só atende pedidos simples e quer saber onde está o robô. Papai Noel leva o Cenourinha, bem programado, vai ajudá-lo na fábrica de brinquedos, sendo que antes vão terminar as férias no Nordeste e entrega o presente do Cebolinha, uma caixa de jogos. 

Cebolinha fica triste porque o que adianta uma caixa de jogos se não tem amigos para jogar. A turma faz as pazes com ele, se não bolar mais planos infalíveis contra eles. Cebolinha aceita, fazendo sinal de dedos cruzados escondido e manda os amigos segui-lo mais adiante, até chegar em frente a uma árvore. Mônica joga uma pedra e aciona uma armadilha contra os três ao mesmo tempo. Cebolinha pergunta se vão ficar de mal de novo e eles respondem que vão ficar de olho, já estão acostumados com ele aprontão e Cebolinha pensa que um dia vai conseguir derrotar os seus amigos nos planos infalíveis.

História legal cheia de reviravoltas em que o Cebolinha pediu para o Papai Noel um robô para ser uma companhia porque os amigos ficaram de mal e ao mesmo tempo fazer novo plano infalível para se vingar deles, de conseguir aprontar com eles e sem saberem qual dos dois que aprontaram, e trazer a discórdia. A turma descobre que era um robô depois que foi destruído com a surra da Mônica e fazem plano contra o Cebolinha para ver se para de aprontar com eles, fazendo o robô ser amigo deles, mas mesmo assim ele não regenerou e continuou com os planos depois de tudo.

Cebolinha faz plano infalível no Natal contra os três amigos ao mesmo tempo como vingança por terem ficado de mal com ele por ter aprontado antes com todo mundo, como se fosse preciso fazer plano por ter sido uma vítima deles, mas foi ele quem provocou primeiro, a turma quem tinha razão, precisava dar lição nele. Quiseram fazer as pazes porque era Natal, tempo de perdoar, mas Cebolinha não estava a fim, nem no Natal esquece de fazer planos infalíveis.

Cebolinha queria um robô pra poder fazer traquinagens e o robô levar a culpa e ele derrotar a Mônica na surra. Não contava que o robô não era forte o suficiente para bater na Mônica e ficou destruído e os amigos acabaram descobrindo que não era um amigo dele. Foram bobos em acreditar que o Cenourinha era uma pessoa idêntica ao Cebolinha, se pensassem que era irmão gêmeo seria mais convincente. No plano da turma, conseguiram deixar o Cebolinha mais isolado que estava, teve sorte do Papai Noel voltar e levar o Cenourinha e a turma voltar a fazer as pazes com ele, mesmo tendo feito plano infalível contra eles. 

Cebolinha estava traiçoeiro, fingia de coitadinho, que estava triste em ser ignorado pelos amigos para eles trem pena dele. Até fez sinal de dedos cruzados, que significou que era mentira que não ia fazer mais planos contra eles. A armadilha no final já estava pronta e seria o triunfo se o plano do cenourinha tivesse seguido como planejava, mas conseguiu pôr em prática após ele ter sido levado pelo Papai Noel. Ele chegou a avisar que estava planejando algo no Natal, a turma que não captou a mensagem, se lembrassem, poderiam associar o Cenourinha com o aviso que tinha dado.

Papai Noel devia ter deixado o duende falar qual era o pedido do Cebolinha, ia evitar vários problemas se soubesse que era um robô antes de entregar. O coitado ficou gripado perto do Natal por causa do frio do Polo Norte e queria menos trabalho possível, só foi distribuir os presentes da criançada porque não tinha jeito, nem no Natal tinha sarado da gripe, só conseguindo se curar indo viajar para o Nordeste, o calor ia espantar a gripe. 

Cebolinha ganhou presentes dos pais e também do Papai Noel, os pais pensavam que o Papai Noel não existia e se deram mal, sem entender como o filho conseguiu ganhar outro presente sem nenhum dos dois trem comprado. Foi engraçado os pais surpresos com o presente e pensando que um tinha comprado sem avisar o outro e espantados que Papai Noel existe, Cascão desistir de ser amigo do Cebolinha pra não participar de plano infalível contra a Mônica, Magali dizer que Cebolinha perdeu mesmo todos os parafuso com a surra da Mônica, acreditarem que era o Cebolinha quando o robô ficou destruído na surra, Papai Noel com roupas tropicais e curtir o calor do Nordeste

Na época o Cebolinha estava em fase que fazia planos infalíveis contra todo mundo, não só contra a Mônica, um verdadeiro pestinha, então era comum ver mais histórias com ele fazendo planos contra o Cascão e contra a Magali, quando não era com todos na mesma história. Alguns anos depois, já a partir dos anos 2000, Cenourinha foi adotado, oficializado, como apelido que o Louco dava para o Cebolinha, e continua assim até hoje, o Louco sempre o chama agora de Cenourinha. O título da história com referência à música "Canção da América" de Milton Nascimento com a parte entre parênteses com colocação de palavras diferente para poder dar rima de "guardar" com "aprontar".

É incorreta atualmente por Cebolinha fazer planos infalíveis contra os amigos e não se regenerar nem no Natal, a turma de mal com eles, xingamentos do Cebolinha com a turma, principalmente os da Mônica gorducha, Dona Cebola cochichar que Cebolinha ainda acredita em Papai Noel e dar ideia par aos leitores que o Bom Velhinho não existe, calcinha da Magali e da Mônica à mostra em algumas cenas, Dona Cebola usando avental dando a entender que é dona-de-casa e Cebolinha pensar trocando letras já que nos gibis de hoje mostra ele pensando sem trocar "R" pelo "L".

Traços ficaram bons com personagens com bochechas mais redondas, típicos dos anos 1990. As cores seguiam com fundo em degradê como foi padrão nos gibis do segundo semestre de 1995. Dessa vez teve enquadramento normal com faixa de 4 linhas e 4 colunas, diferente de faixa de 3 linhas e 3 colunas que Rosana estava adotando. Talvez porque como roteiro foi maior, o enquadramento normal já dava dava para atender o número de páginas programadas que precisava para desenvolver a história. Essa marcou como a última história de Natal da Rosana. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

Um comentário:

  1. Uma boa historinha... Agora, Cascão dizer, em pleno (D)dezembro de 1995, que foi a primeira vez que ficou de mal com Cebolinha, que baita amnésia!...

    Marcos, você tem Pelezinho nº21, da Editora Abril?
    Vocês sabem que sou altamente a favor do politicamente incorreto nas HQs da MSP, porém, na história de abertura daquela edição, argumentista extrapolou, decidiu colocar na Bonga um traje de coelhinha, só que da... Playboy!!!...

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