Compartilho uma história de exatos 40 anos em que o Cebolinha se transformou em balão depois de derramar toda uma invenção do Franjinha nele. Com 11 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 150' (Ed. Abril, 1985).
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Capa de 'Cebolinha Nº 150' (Ed. Abril, 1985) |
Cebolinha e Cascão brincam de pular fogueira, quando tem uma explosão no laboratório do Franjinha, fazendo Cebolinha cair na chama da fogueira e queimar a bunda. Franjinha é jogado do laboratório até onde eles estavam e Cascão fala que não é porque é São João que ele vai ter que estourar o mundo. Ao mesmo tempo, surge a Mônica furiosa querendo bater no Cebolinha que tinha espalhado que ela tinha cara de batata-doce.
Franjinha conta empolgado para o Cascão que inventou a maior invenção de todos os tempos e toma susto que o tubo de ensaio da invenção estava na mão do Cebolinha, que acabara de apanhar da Mônica. Franjinha corre para saber da invenção que estava com o Cebolinha e vê que derramou toda nele com a surra
Franjinha conta que era a maior a invenção para as festas juninas, todo mundo adora soltar balões, mas são perigosos, pois a tocha pode provocar incêndios em casas e florestas, só que com o seu "Líquido Flutuador Balonático", era só pingar uma gota no balão que iria subir aos céus flutuando sem precisar de tocha.
Com a invenção derramada no Cebolinha, começa a flutuar alto e se transforma em um balão de verdade e flutua desgovernado. Cascão quer pegar o Cebolinha balão, Franjinha fala que é para ter vergonha porque é amigo dele. Ao mesmo tempo, vários moleques correm para pegar o Cebalão e se alcançarem, vai estraçalhá-lo. Cascão vai atrás dos garotos enquanto Franjinha prepara um antídoto.
O Cebalão para no quintal da casa da Mônica, os garotos param em frente ao muro, Mônica impede de pularem o muro para pegar o balão e estragarem o jardim dela. Cascão tenta dizer que é o Cebolinha, que faz sinal pra não falar que é ele e diz para a Mônica que esse balão não merece ser segurado por uma dentuça, baixinha e burra. Mônica pensa que o Cebolinha tinha pulado o muro e dá coelhadas no ar tentando acertá-lo.
Cebolinha vai xingando e incentivando raiva da Mônica dando coelhadas em vão por horas, sem saber que ele quem era o balão. Ela fica cansada, Cebolinha comemora se soubesse tinha virado balão antes e vai infernizar a vida dela até desistir de ser dona da rua.
Franjinha faz o antídoto, explode o laboratório e é jogado pra fora, caindo no quintal da Mônica e o antídoto cai em cima do Cebolinha, que volta ao normal. Franjinha promete que vai tomar cuidado com as invenções dele daqui para frente. Mônica dá surra no Cebolinha em em seguida, Franjinha olha para o céu e acha que o antídoto não deu certo e não entende por que o Cebolinha está flutuando no céu.
História legal em que o Cebolinha se transforma em balão após derramar invenção do Franjinha nele. O que poderia ser um sofrimento por meninos pegarem balão, acabou sendo vantagem para derrotar a Mônica, aproveitou a situação para infernizar a vida dela com xingamentos e ela não saber de onde estava vindo a voz do Cebolinha por não saber que tinha se transformado em balão. No final, Franjinha cria antidoto, Cebolinha apanha e Franjinha não sabe o motivo de ele voar após o antídoto.
A coelhada foi tão forte que fez Cebolinha voar e como o Franjinha não viu o amigo apanhando, pensou que era problema do antídoto dele. Mais uma história que acontece plano infalível por acaso diante de uma situação que aconteceu antes e Cebolinha tirar proveito. Franjinha estragou o plano dessa vez, até que sem querer caindo em cima do Cebolinha após a explosão do laboratório. Com tanto lugar pra cair, foi justo em cima do Cebolinha, não tem sorte mesmo para derrotar a Mônica.
Interessante a ideia de que se laboratório explodir foi porque uma invenção do Franjinha deu certo. Pena que caiu toda em cima do cebolinha após a surra da Mônica porque de fato seria uma excelente opção pra soltar balões sem tochas e não provocar incêndios. Aliás, os nomes que Franjinha criava para as invenções eram muito criativos, "Líquido Flutuador Balonático" foi demais.
Começou bem agitada, direto ao ponto que era marca registrada das histórias da Editora Abril independente de quantas páginas o gibi tinha, eram mais curtas e objetivas. Não teve uma festa junina em si, mas foi ambientada em Dia de São João e provavelmente os meninos no início estavam ensaiando em pular fogueira para ir em uma festa junina de noite. Mostrou também tradição na época de meninos correrem atrás de balões nessa época de ano.
Foi engraçado ver a explosão do laboratório e Franjinha voar junto, o sapato no Cebolinha transformado em balão, Cascão querer pegar o Cebolinha balão logo depois que se transforma em vez de ajudá-lo, Cebolinha como balão xingando a Mônica por horas e ela dar coelhada no ar e tiradas como Cascão dizer que não é porque é São João que precisa estourar o mundo, Cebolinha dizer que estava mais preocupado se ele quebrou alguma coisa nele do que com a invenção, chamar Mônica de cara de batata-doce e Cascão dizer para os garotos que o balão com cara de bobo é dele.
Teve um quadro de pensamento em tons de amarelo, para representar o fogo, os outros em tons azuis normais. Capa da revista teve alusão à história de abertura como era de costume nos gibis do Cebolinha da Editora Abril, sendo que teve diferenças de personagens, como Humberto, Xaveco e Magali na capa não apareceram na história nem os meninos figurantes. Curioso também que foi uma das raras capas com Humberto na capa e aparecer de sapato.
Na época eles tinham consciência que soltar balões era perigoso, mas mostravam nas histórias assim mesmo, não associavam ficção com vida real, importante era o humor. Atualmente é impublicável por conta de envolver balão, meninos pularem fogueira, Cebolinha queimar bunda na fogueira, aparecer surrado e voar com a coelhada da Mônica, explosão do laboratório do Franjinha e voar com a explosão e aparecer machucado, menino negro com lábios com círculo rosa, além de palavras proibidas como "infernizar".
Os traços ficaram muito bons do início da fase consagrada de traços dos personagens dos anos 1980. Teve propaganda inserida na história do lápis "Labra" na lateral direita da primeira página. Nunca foi republicada até hoje, poderia ter sido a partir de 1993, mas acabou não sendo. Meu palpite é que nem foi por causa de envolver balão, já que ainda tinham nas histórias, e, sim, porque teve referência a Dia de São João e como os almanaques do cebolinha eram trimestrais e não saíam em junho, acabaram adiando e depois com o politicamente correto não permitiram mais republicação. Então é rara e só quem tem essa revista que a conhece. Bom relembrar essa história há exatos 40 anos.
Batuta o bullying temático! Espalhar pelo bairro que a Mônica tem cara de batata-doce foi são-joanino até o talo! Dá-lhe originalidade!
ResponderExcluirSe os tradicionais vestidinhos fossem roxos, aí, não teria apenas a cara semelhante ao tubérculo em questão, seria uma batata-doce da cabeça aos pés.
Pena Humberto não participar para tascar o protagonista. Seria uma aparição marcante se comparecesse calçado, assim como na ilustração de capa de Cebolinha nº150, da Editora Abril.
Eu tenho um carinho especial por essa revista. Nunca mais a vi, fazem sóuns 40 anos. Muito obrigado por colocar.
ResponderExcluirEu queria saber se é possivel disponibilizar um drive ou um arquivo com o acervo completo (ou mais proximo disso) para que eu possa ter acesso e ler quando quiser offline você poderia me mandar no privado? posso até pagar
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