terça-feira, 18 de junho de 2024

A Turma da Mata: HQ "O casamento do Jotalhão"

Mostro uma história em que a Rita Najura inventou que ia se casar com o Jotalhão sem ele saber que era o noivo. Com 6 páginas foi publicada em 'Cebolinha Nº 68' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Cebolinha Nº 68' (Ed. Globo, 1992)

Rita Najura admira o Jotalhão e pergunta para Melissaúva se ele não é uma gracinha. Ela acha mais ou menos, mas ele nem sabe que a Rita existe. Rita diz que sabe e que marcaram a data do casamento para amanhã e convida Melissaúva para ser madrinha. Ela sente pena da Rita que vive sonhando com o Jotalhão, que nem liga para ela.

Rita, já sozinha, também acha que Jotalhão não liga e pretende arrumar uma maneira de levá-lo para o altar e imagina Jotalhão recebendo convite que ela ia se casar, mas não sabe com quem, chega no casório e descobre que ele era o noivo e sob pressão dos convidados, se casa com a Rita, mesmo achando que foi uma fria. Então, Rita põe em prática seu plano, distribui convites para todo o povo da mata e todos admiram sobre o casamento. 

Chega a hora do casório, Rita está de noiva e todos esperam a chegada do Jotalhão, já que não podem começar cerimônia sem ele e Rita acha que demora é porque o noivo sempre chega atrasado. Esperam por três horas, todos convidados ficam com sono e vão embora, com Raposão falando que não vai mais esperar, Jotalhão não deve ter se lembrado do casamento. Sobra só Melissaúva, que estava dormindo. Rita a acorda e lamenta que o cretino do Jotalhão não foi. No final, ele aparece e comenta que teve azar que a festa acabou e que queria ver os noivos.

História legal em que a Rita Najura tem um plano infalível de arrumar casamento com Jotalhão, sem avisar a ele que era o noivo e que pudesse descobrir só na hora do casório e poder se casar à força sob pressão de todos convidados que estavam lá. Quase deu certo só que ela não contava que o Jotalhão iria se atrasar tanto a ponto dos convidados se cansarem de esperar e irem embora.

Eram boas as histórias de planos infalíveis sem serem criados pelo Cebolinha. O plano surgiu do nada já que a Rita não queria ficar por baixo depois da Melissaúva dizer que o Jotalhão não estava nem aí para ela e imaginou que poderia dar certo. Os convidados também não sabiam do plano dela, nem a sua melhor amiga, provavelmente não contou  com medo de eles recusarem a farsa, mas quem sabe se ela contasse, eles poderiam ter esperado. Deu certa pena da Rita desiludida mais uma vez sem o Jotalhão, sendo que nem precisaria ela dizer que foi cretino, afinal, ele nem sabia que era o noivo.

Jotalhão chegou atrasado demais, teve sorte de não se casar por isso e legal a cara dele querendo saber quem era o noivo, sem saber que era o próprio. Mesmo que ele tivesse chegado na hora, era só ele dizer não se ele não quisesse, não teria que ceder pressão dos outros ou ficar com pena de desapontar a Rita. 

Foi engraçado a Rita imaginando como seria o seu casamento se tudo desse certo, escrever e carregar convites gigantes para o tamanho dela, ficar vestida de noiva, a Dona Corujoca como juiza de paz e todos acreditarem que sairia casamento entre Jotalhao e Rita, mesmo sabendo que ele nunca quis nada.

A história marcou a estreia da Melissaúva na Turma da Mata, uma formiga que ficou sendo a melhor amiga da Rita Najura. Incorreta hoje em dia por ter intenção de casamento forçado, sem conhecimento do Jotalhão e a palavra "azar" é proibida nos gibis atuais. Os traços ficaram muito caprichados no estilo dos anos 1990, dava gosto de ver desenhos assim e achava legal pensamentos e sonhos com efeitos de tonalidades azuis assim para diferenciar da colorização da história. 

sábado, 15 de junho de 2024

Cascão: HQ "Dublê de porco"

Em junho de 1994, há exatos 30 anos, era publicada a história "Dublê de porco" em que o Cascão é intimado a tomar banho pelo valentão Janjão e, então,  faz com que o Cebolinha seja seu dublê para tomar banho no lugar dele. Com 10 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 194' (Ed. Globo, 1994). 

Capa de 'Cascão Nº 194' (Ed. Globo, 1994)

Janjão da Rua de Cima vê o Cascão e fala que não gosta do cheiro dele. Cascão diz que empatou porque não gosta da cara dele. Janjão fica uma fera, pergunta se Cascão vai se meter com ele, Cascão nega e Janjão avisa que vai lhe dar um banho, é para ele estar ali às três horas da tarde e se fugir vão catar até no fim do mundo.


Cascão lamenta que Janjão tinha que cismar justo com ele e não sabe se muda de país ou faz operação plástica. Senta em frente ao cinema e ouve conversa de dois meninos comentando sobre o filme que acabaram de assistir, um deles diz que o Silvestri Istanalona é muito corajoso pular da montanha altona e outro, que o Istanalona pula, mas quem cai é o dublê, um cara contratado para fazer as cenas perigosas.

Cascão ouve, tem ideia e fica animado. Chama o Cebolinha com cara de plano infalível. Cascão pergunta quantas vezes ajudou nos planos contra a Mônica e Cebolinha diz que ajudou a atrapalhar. Cascão quer que Cebolinha retribua, fazendo o favor de tomar banho no lugar dele que nem um dublê. Cebolinha estranha por justo banho, Cascão diz que não custa nada já que ele toma banho todo dia e Cebolinha aceita se ele for dublê dele uma vez e Cascão aceita.

Depois, Cascão faz Cebolinha se caracterizar como ele, inclusive a roupa para ser dublê e manda ficar parado ali até as 3 horas. Cebolinha estranha e já que já são quase, quando chega o Janjão e seu parceiro Linguiça com tina d'água e Janjão comenta que chegou adiantado, assim que gosta, e acha engraçado ele falar errado de tanto medo. Cebolinha acha que Cascão foi tratante pra isso ele quis um dublê. Entra na tina e manda passar o sabonete, sem medo e Janjão acha que assim não tem graça. 

Cebolinha se ensaboa, tira as sujeirinhas do rosto e derruba o cabelo do Cascão. Janjão vê e dá uma surra no Cebolinha e vai procurar o Cascão para lhe dar banho. Encontra atrás da moita, Cascão foge e esbarra com a Mônica enquanto corria. Ela ordena que ninguém vai dar banho no amiguinho se ele não quiser. Janjão quer saber quem vai impedir, Mônica diz que é ela e ao chamarem de nanina, Mônica dá surra no Janjão e no Linguiça.

Cebolinha cobra do Cascão que por causa dele levou uma surra, quer o pagamento e quer que seja seu dublê agora. Cebolinha xinga a Mônica na frente dela e fala que é para bater no Cascão, que é o dublê dele nas horas perigosas. Mônica fala que acontece que ela viu que não foi o dublê quem a xingou e dá surra nele. No final, Silvestri Istanalona o vê caído, fala que gostou de ver, que ele é duro na queda e convida para ser dublê dele no próximo filme.

História bem divertida em que o Janjão da Rua de Cima implica com o Cascão e quer que ele tome banho. Cascão resolve fazer o Cebolinha de seu dublê para tomar banho no lugar dele, só que na hora Cebolinha se empolga no banho e tira o bombril no cabelo, Janjão vê e lhe dar uma surra, mas ele também leva surra da Mônica, que queria impedir que desse banho no Cascão. Cebolinha quer que Cascão seja dublê dele e apanha da Mônica e no final, Silvestri Istanalona quer que Cebolinha seja seu dublê no próximo filme.

Cascão não queria levar surra do Janjão, por isso providenciou o dublê. Ou era banho ou surra, antes apanhasse, que nem precisaria envolver o Cebolinha. Teve sorte que seu plano deu certo graças Mônica, porque não tomou banho e nem apanhou dessa vez. Quem se deu muito mal foi Cebolinha que levou duas surras, uma injusta do Janjão e uma merecida da Mônica. Cebolinha foi burro em xingar a Mônica achando que o Cascão ia apanhar, teria que ter esperado outro momento para o Cascão se disfarçar como ele e só assim seria o dublê. Mônica foi heroína do Cascão,  sem dúvida não seria Janjão que conseguiria derrotá-la,  mesmo sendo maior e mais velho que ela.

Destaque do Janjão falar as coisas erradas gramaticalmente, deu uma ideia de que era valentão e não estudava ou não dava importância para escola, só queria implicar com os outros. Todas as palavras e expressões erradas foram usadas em aspas para demonstrar que não era a forma certa de se escrever. Interessante vendo o Cebolinha como Cascão com sapato (para o Janjão não desconfiar por causa dos pés com dedos), e que ficaria bem estranho o Cascão se fosse desenhado assim de sapato e com nariz em formato "c" de forma fixa, o jeito tradicional é bem melhor. O Cebolinha deve ter mudado a voz para o Janjão não perceber de cara a farsa.

Foi engraçado ver tiradas como Cascão dizer que não gosta da cara do Janjão e Cebolinha dizer que Cascão ajudou a atrapalhar seus planos infalíveis. Sylvester Stallone teve nome parodiado como "Silvestri Istanalona", paródia envolvendo anabolizante estanolona. Os nomes das paródias com famosos não eram com nome fixo, variava de cada roteirista como iria parodiar, como o próprio Sylvester Stallone, que já teve nome parodiado como "Stallonge" na história "Comando pra brigar" (Mônica Nº 25, de 1989) . 

Esse menino valentão da outra rua não era fixo na época, em cada história era um diferente. Apesar de ter tido um Tonhão na história "Cebolinha e o Cascão de estimação" ('Cebolinha Nº 81', de 1993), foi só nos anos 2000 que deixaram o Tonhão da Rua de Cima como menino valentão fixo e com traços definitivos. É incorreta atualmente por mostrar garoto briguento, ter violências, surras, aparecerem machucados, com olhos roxos, Cebolinha apanhar duas vezes, nada disso pode nos gibis novos, inclusive o Tonhão da Rua da Cima está no limbo de personagens esquecidos por não poder ter histórias assim, só se ele batesse em ninguém e se regenerasse no final como lição que não deve estimular violência.

Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1990 com personagens com língua ocupando maior espaço na boca e traços utilizados quando queriam dar mais humor nas histórias. Teve erro do galo na cabeçado Cebolinha sem ser pintado de vermelho no penúltimo quadrinho e colocar uma árvore atrás da cerca no último quadrinho onde não tinha antes, ambos na última página. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Magali: HQ "Pão, Pão, Beijo, Beijo!"

No Dia dos Namorados, mostro uma história em que o Quinzinho acha que a Magali namora com ele só por interesse por ele ser filho do padeiro. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 49' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Magali nº 49' (Ed. Globo, 1991)

Escrita por Rosana Munhoz, Magali chega na padaria do Quinzinho e comenta que pão e coisa fofa, Quinzinho pensa que estava falando dele, mas depois de ela dizer que pode dar mordidinha, ele vê que estava falando do pão da vitrine e que ela estava comendo. Magali fala para ele não ficar assim e lhe pede um beijinho. Quinzinho faz biquinho para ela beijá-lo na boca, mas ela falava era do beijinho de coco da padaria.

Quinzinho fala para Magali que acha que só gosta dele porque é filho do padeiro e ela responde que nem que se fosse filho do quitandeiro, do doceiro ou de um dono de restaurante, ia gostar dele do mesmo jeito e vai embora para casa almoçar e Quinzinho resolve tirar a prova.

Depois do almoço, Quinzinho vai à casa da Magali e quer contar que aconteceu uma coisa grave, que o pai fechou a padaria, não estava dando lucro e vai abrir uma loja de ferramentas no lugar. Magali diz que não se pode comer martelos ou pregos, Quinzinho pergunta se vai continuar gostando dele e Magali confirma que sim.

Quinzinho vai embora, não sente firmeza e fica escondido atrás da árvore em frente à casa e vê Magali saindo de casa com bolsa, a segue e vê conversando com o filho do quitandeiro, achando que está jogando charme, e fica triste que não gosta dele. Depois, Magali conversa com o filho do doceiro e do filho do dono do restaurante e Quinzinho acha uma decepção.

Magali vê o Quinzinho, que fala que a viu com os filhos dos estabelecimentos e agora sabe que ela só fingia que gostava dele por causa dos pãezinhos, broas e docinhos e foi só dizer que o pai mudou de ramo que ela foi procurar logo três. Magali se irrita que é isso que pensa dela e terminam o namoro. Quando chega na padaria, Quinzinho vê os filhos dos estabelecimentos e tenta expulsá-los, dizendo que já terminou tudo com a Magali. 

Os meninos contam que como o pai do Quinzinho vai fechar a padaria, Magali queria que um deles convidasse o Quinzinho para ser ajudante, trabalhando em um dos estabelecimentos deles. Quinzinho fica envergonhado e vai atrás da Magali pedir perdão. Magali fala que agora é tarde, está tudo acabado entre eles. Quinzinho implora se não tem um jeito de ela perdoá-lo e no final mostra a Magali comendo os doces da padaria como forma de perdão e eles voltam a namorar.

História legal em que o Quinzinho pensa que a Magali namora com ele só por interesse por ele ser filho do padeiro e arma um plano para tirar a prova, inventando que a padaria faliu e o pai vai mudar de ramo, criar uma loja de ferramentas. Fica o mistério de Magali sair escondida e conversar com filhos de estabelecimentos do bairro, mas é revelado que era só pedido para os meninos chamarem o Quinzinho para ser ajudantes deles para não ficar sem atender fregueses.

Mostrou desconfiança se Magali gosta do Quinzinho por interesse ou não, se o namoro é por interesse do pai ter uma padaria e se caso ele fosse filho do dono de uma loja sem ser de ramo alimentício, Magali nunca teria lhe dado confiança. Nessa, mostrou que ela se preocupou com o Quinzinho de ficar sem atender os fregueses, mas não necessariamente se tem paixão por ele e no final continuou a dúvida se a Magali voltou para ele só por causa da padaria e poder comer tudo que quiser.

A desconfiança do Quinzinho deve ter aumentado quando Magali disse que ficaria com ele nem que fosse filho do quitandeiro, do doceiro, no caso, ela teria dizer que não fosse filho de dono de estabelecimento alimentício. Namoro entre eles nunca foi sincero e sempre tiveram boas tiradas por causa disso. Depois, ainda colocaram o pai do Quinzinho, Seu Quinzão, implicando com o namoro deles porque Magali comia as coisas da padaria sem pagar, dando prejuízo para ele e isso incrementou ainda mais as histórias dela assim. 

Foi engraçado ver a desconfiança do Quinzinho, segui-la, diálogos entre os dois como trocadilho inicial de pão e beijinho, com Quinzinho pensando que ela estava falando dele, Magali achar que coisa grave é queimar fornada de pãezinhos, Quinzinho chamar Magali de seu quindim, bombom e docinho de coco, a cara da Magali ao descobrir que o Seu Quinzão ia montar uma loja de ferramentas, ela sair na rua de bolsa. Foi bom que dessa vez os meninos dos estabelecimentos com etnias diferentes, teve um negro e um oriental, bem raro na época mostrar isso em uma mesma história. Os três apareceram só nessa história, como de costume com personagens secundários.


O título da história teve referência à novela "Pão-Pão, Beijo-Beijo" da TV Globo de 1983, e sem paródia, sendo a referência foi só o nome mesmo, esta história não tem ligação com a trama da novela. É incorreta atualmente por namoro entre crianças, Quinzinho querer beijo na boca, crianças trabalhando nos estabelecimentos alimentícios,  inclusive dizerem que é trabalho é proibido hoje em dia.

Traços ficaram excelentes, muito bonitos e encantadores, personagens bem fofos assim, pena que não foram muito usados esses traços nas histórias e a gente não saber quem desenhou, mas como a história foi escrita pela Rosana, pode ter sido desenhada por ela, já que muitas vezes costumava roteirizar e desenhar suas próprias histórias.

domingo, 9 de junho de 2024

Capa da Semana: Chico Bento Nº 23

Uma capa muito caprichada com o Chico Bento envergonhado diante da Rosinha, pode ser por não saber se declarar para ela ou para pedir um beijo dela, e a Rosinha achando bonita a timidez dele. Eram muito comuns histórias com vergonha ao namorar sentados em um tronco de árvore, principalmente para beijar a Rosinha e dessa vez foi retratado em uma capa. Ilustração sensacional e a Lua ao fundo ainda deu um charme a mais. 

A capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 23' (Ed. Abril, Junho/ 1983).

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Titi: HQ "O ás do skate"

 
Mostro uma história em que o Titi arrumou um skate só para impressionar as garotas, mesmo sem saber andar nele. Foi publicada em 'Mônica Nº 15' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Mônica Nº 15' (Ed. Globo, 1988)

Cascão vê Titi com skate, acha bacana e pede para ensiná-lo a andar. Titi fala que não dá porque não sabe. Cascão pergunta por que ter skate se não sabe andar com ele , Titi responde que não é preciso saber e manda Cascão ver o que vai fazer.

Uma menina pergunta se o skate é do Titi, que diz que é campeão do bairro e a convida para tomar sorvete para contar como consegue fazer um salto mortal com o skate. Eles vão e Cascão pensa que Titi é malandro. Na volta, Titi fala com o Cascão que para isso serve o skate. Cascão pergunta se ele pode tentar também, Titi diz que para conseguir tem que ter estilo e surgem várias meninas admirando o skate lindo e que ele é fera e recebe vários beijos delas.

Aninha vê as meninas dando em cima no namorado e pergunta que skate é aquele. Titi fala que é do Cascão, Aninha fala que não sabia que Cascão andava de skate. Cascão conta que é campeão de skate, que eram mais de 20 concorrentes, vinham com seus skates importados e acessórios e se a Aninha quiser tomar um sorvete com ele, conta o resto como foi. Aninha aceita, vai com Cascão tomar sorvete e Titi reclama com ele que é para esperar, que isso não vale e termina comendo o skate de tanta raiva que ficou.

História legal em que o Titi arruma um skate com intenção de ficar com as garotas do bairro. Ele nem sabia andar de skate, mas só contando mentiras de que é campeão de skate e como foi que conseguiu isso, conquistava as meninas. Cascão viu tudo e depois que a Aninha viu as meninas em cima do Titi, Cascão faz o mesmo e também passa a lábia de inventar que é campeão de skate para a Aninha e consegue ficar com ela, deixando o Titi com tanta raiva que come o skate.

Titi cafajeste querendo conquistar as meninas sem nem pensar na namorada, autêntica personalidade dele. Nem imaginava que Aninha podia descobrir, só queria ficar com elas. A Aninha quis dar um troco nele saindo com o Cascão, por ter visto as meninas em cima do Titi. Se soubesse, Titi nem ensinava a sua técnica de conquista para o Cascão, mas se ele não fizesse isso, teria que arrumar uma boa desculpa para justificar as meninas em cima dele, pelo menos não seria corno, o que foi pior para ele. 

Cascão foi um grande aprendiz, e fez a cantada do skate com a Aninha, justamente a namorada do amigo. Ele também traiu a sua namorada Cascuda, se ela soubesse também ficaria uma fera, se bem que na época não era fixo namoro dele com a Cascuda, aparecia o Cascão dando em cima de outras garotas. Foi engraçado ver o Titi contando as mentiras de campeão de skate e as meninas acreditarem e o final sensacional de comer o skate depois que viu que o corno foi ele. Sentiu o gosto do próprio veneno. Ele podia paquerar as meninas, mas a Aninha não podia paquerar outros garotos. Bem feito!

É impublicável hoje por ter namoro entre crianças, mentiras, traição, Titi não é mais assim paquerador, na verdade hoje em dia ele é apenas figurante nas histórias já que não pode nem mais namoro de crianças na idade dele, perdeu a função nas histórias. E o absurdo de ele comer skate no final também inadmissível atualmente. Teve erro dos beijos das meninas no Titi sumirem depois do terceiro quadrinho da terceira página da história, mas acredito que dessa vez foi proposital para dar destaque ao desenrolar final da história e nada impede de ele ter passado mão no rosto antes da Aninha se aproximar mais.


Os traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980. As cores mais desbotadas como era o normal nos gibis do segundo semestre de 1987 a meados de 1988. Dessa vez as propagandas inseridas na história foram de compra por correspondência do aparelho modelador de corpo mecano-físico da "Z. Bern" e das revistas do Chico Bento e da Mônica, nos rodapés das páginas no lugar de quadrinhos na história, que, assim, ocupou 5 páginas no gibi, mas se não tivessem as propagandas, ocuparia 4 páginas. Quando eram  no rodapé, disponibilizavam de uma forma que o somatório de quadrinhos para as propagandas aumentasse a história em uma página no gibi.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Magali Nº 55 - Panini (Magali 60 Anos)

Nas bancas, 'Magali Nº 55' da 3ª série da Editora Panini em comemoração aos 60 anos de criação da personagem. Comprei essa edição e nessa postagem faço uma resenha de como foi.

Magali foi criada em 1964 inspirada na filha do Mauricio de Sousa, a Magali Spada. Na época o Mauricio tinha cobrança para criar personagens meninas porque só tinham meninos até então, aí criou a Mônica e a Maria Cebolinha, inspiradas respectivamente nas suas filhas Mônica e Mariângela, e depois veio a Magali, com a sua primeira aparição na tirinha Nº 367 publicada no jornal "Folha de São Paulo" em 11 de janeiro de 1964.

Primeira tirinha com a Magali (11/01/1964)

Nas primeiras tiras, a Magali era apenas figurante e com aparições esporádicas, como forma de contracenar com a Mônica como uma amiga que dava conselhos para Mônica ser mais feminina ou até zombando dela sobre alguma coisa e era até comum a Magali apanhar dela, até mesmo sem merecer, já que Mônica perdoava ninguém.

A personalidade de Magali comilona e magrinha que come, come sem engordar veio apenas em 1966. Ela ficou cerca de um ano sumida das tiras de jornais do Cebolinha entre meados de 1965 a meados de 1966 e quando voltou, foi reformulada e já como comilona. Afinal, uma personagem só para ser amiga da Mônica não vingaria, precisaria ter alguma característica marcante, e, então, a Magali gulosa que conhecemos ficou presente a partir de 1966.


Nos gibis, ela fazia participações nas histórias da turma e teve algumas histórias solo envolvendo sua gula nos anos 1970, mas foi nos anos 1980 que ela passou a ser uma grande personagem principal e ter mais histórias solo nos gibis da Mônica e em alguns do Cebolinha até que ganhou sua revista própria em 1989 pela Editora Globo (403 edições) e desde 2007 pela Panini (100 + 70 + 55 edições), onde está hoje, totalizando 628 edições até agora, somando as 2 editoras.

Além da personalidade de comilona, ser capaz de tudo por comida e magrinha que engorda nunca, nas suas revistas adotaram que é meiga, melhor amiga da Mônica, interação com o Mingau  e com o Dudu e seu namoro com o Quinzinho. Atualmente, Magali anda completamente descaracterizada por causa do politicamente correto, não tem gula exagerada, praticamente não come, não regula comida dos amigos e divide o que come com eles.

Para comemorar os 60 anos da Magali, foi criada, então, essa história especial de 'Magali Nº 55', de maio de 2024, a exemplo de outros personagens que completaram 60 anos terem histórias especiais nas revistas nos seus respectivos meses de aniversário nos gibis. Teve o Cebolinha em 2020, Chico Bento em 2021 e a Mônica em 2023, só Cascão que passou seus 60 anos completamente em branco em 2021. 

Sendo que essas comemorações não tiveram mesmo nível de importância para MSP. Cebolinha teve história especial na sua revista de outubro de 2020 e várias edições comemorativas, até um livro em capa dura, já Chico Bento foi só história especial na revista dele de julho de 2021 enquanto Mônica foi mais grandioso com histórias interligadas em todas as revistas "Nº 37" do mês de agosto de 2023 e várias edições especiais, incluindo o livro "Mônica 60 Anos". Já Magali pelo visto vai ficar restrita só a essa história da revista mesmo e olhe lá. Eles sempre dão mais destaque a dupla Mônica e Cebolinha do que os outros, sobretudo Mônica, acho que todos os personagens principais tinham que ter a mesma importância, se faz edição especial pra um, teria que fazer para todos. 

Evolução da Magali

Agora falando sobre a revista 'Magali Nº 55' segue o estilo padrão que vem sendo este ano, quinzenal com 52 páginas, formato canoa, 8 páginas de passatempos e 1 página de seção de correspondências e custando RS 6,90. Tirando capas, contracapas, propagandas, passatempos e seção de correspondências, fica 35 páginas com histórias. A distribuição chegou aqui dia 29 de maio, bem tarde, as revistas estão chegando muito atrasadas ultimamente, essas "Nº 55" deviam estar nas bancas no início de maio, as "Nº 56", que deviam chegar por volta do dia 20 de maio, nada ainda e já devia chegar as de "Nº 57" agora no início de junho.

A capa foi em referência a história de abertura e o desenho se estende na contracapa, como acontece com todas as mensais desde que reiniciaram numeração nessa 3ª série da Panini, sendo que foi uma ilustração mais simples comparado com as dos outros personagens que haviam completado 60 anos desde 2020.

Tem 7 histórias no total, incluindo a tirinha final. Não tem um frontispício comentando a marca histórica da Magali, já começando com a história de abertura "Uma garotinha de 60 anos". Escrita por Edson Itaborahy e com 14 páginas, a Bruxa Viviane deseja ficar poderosa aproveitando o 60º aniversário da Magali, aí faz ela ir até à sua casa inventando que teria uma festa surpresa e chegando lá conta fatos marcantes da trajetória da Magali antes de dizer o seu plano.

É explorado que a Magali é uma bruxa como foi falado em outras histórias dos últimos anos, já que a intenção da Bruxa Viviane era Magali transferir seus poderes de bruxa para ela. Dessa vez, o gato Bóris da Bruxa Viviane apareceu transformado em coruja a história toda, sem nem voltar ao normal no final, nem saberia se tratava do gato se não comentassem. Traços bem feios e as letras também digitais ainda pioram.

Achei uma história muito curta, sem grandes conflitos, diálogos simples, os fatos não eram aprofundados, só mostrados imagens na bola de cristal, nem teve referências de histórias clássicas e personagens marcantes da trajetória dos gibis da Magali, só 14 páginas para mostrar tudo de importante de 60 anos não dava. Aí, fatos que mostraram foram sem grande relevância como,  por exemplo, dizer que a Magali participou dos filmes "A princesa e o robô" e "Uma aventura do tempo". No lugar de mostrar na bola de cristal fotos do que Magali fez de manhã,  poderia colocar referências de gibis antigos. Ou seja, dava para caprichar mais, ter mais páginas e referências, faltou pesquisar, parece que feita só para não passar a data em branco. 

Em seguida vem a história "Cinema em casa", de 6 páginas, com a Turma do Penadinho, em que o Frank quer assistir a um filme no seu celular e Penadinho tem ideia de todos assistirem ao filme na casa da Dona Morte. Nota-se que as histórias estão cada vez mais antenadas com lado tecnológico ao mostrar que Frank tem celular e que assiste filme nele, Dona Morte ter TV com "Flexflix" (NetFlix), tudo para adaptar a tecnologia atual e o interesse das novas gerações.

Depois uma história de 1 página da Magali com Marina sobre trocadilho de folhas e após os passatempos vem a história "Lanche gigante", com 5 páginas, em que a Magali ganhou convite de comer o cachorro-quente no Food Truck da Rosilda após ter se inscrito nas redes sociais dela e vai contando a novidade para os seus amigos. Traços bem estranhos e vimos que agora a Magali divide comida com os amiguinhos e não tem mais aquilo de comer tudo sozinha e os outros passarem vontade, tudo para não dar mau exemplo e mostrar lição para os leitores que devemos repartir e não ser egoísta, pena que isso descaracteriza a Magali que era capaz de tudo para ter comida, esconder o que estava comendo, armar planos para comer a comida dos outros, isso que era engraçado. O povo do politicamente correto odeia a Magali antiga e gostam dela assim como está agora. 

E essa história mostra mais uma vez personagens envolvidos com tecnologia, ao Magali dizer que acessa redes sociais na internet, segue a chef influenciadora e se inscreveu no site após ver a publicação da rede social que segue. Interessante que reclamam de tudo era incorreto nos gibis antigos, reclamam de qualquer bobagem, mas acham certo criança de 7 anos ter celular e acessar redes sociais, que deveria ter acesso a isto só depois de 13 anos. Vai entender.

Depois vem "O segredo", com 4 páginas em que a Tia Nena conta para Magali como foi sua aventura no Reino Magix para pegar um ingrediente para o bolo de caramelo. Mostra a Tia Nena como uma bruxa de fato, sem nem deixar dúvida no ar se seria ou não. Desde os anos 2000 adotaram que ela era uma bruxa, mas na época isso ficava a dúvida para os leitores, agora é uma bruxa descarada. Assim, Magali e Tia Nena são bruxas nos quadrinhos atuais.

História de encerramento foi "Mudanças", com 4 páginas em que o Bidu estranha que seus amigos estavam com visuais mudados. Agora, desde que os gibis passaram a ser quinzenais, é muito comum ter histórias de secundários encerrando os gibis sem ser história do personagem principal da revista, até porque muitos são ideia de um gibi mensal antigo desmembrado em dois. E termina com a tradicional tirinha. 

No expediente final, curioso que, além de ainda mostrar que é revista mensal (já podiam ter mudado que é quinzenal), colocou que é uma revista da Mônica e não da Magali. Pelo visto copiaram e colaram o texto da revista da Mônica.

Então, foi uma revista fraca em comemoração, dando ideia de ser feita ás pressas só para não dizer que a comemoração de 60 anos da Magali não passasse em branco até porque povo reclama se tem nada comemorativo. Pelo menos Magali não foi esquecida por completo, mas merecia algo bem melhor à altura que merece. Dava para história ter mais páginas ocupando no mínimo metade do gibi podendo até ser gibi com história única e mais referências à trajetória de seus gibis e sem ser tudo corrido, poderia o Flavio Teixeira ter sido encarregado de criar a história, assim como foram as dos outros personagens. E as demais histórias seguindo o estilo atual bem desanimador com traços digitais feios, lições de moral e os avanços tecnológicos cada vez mais frequentes. Vale para ter a edição se quiser ter algo comemorativo de 60 anos da Magali, única considerada especial pelo visto que vão criar para a data histórica. Fica a dica. As demais revistas "Nº 55" não comprei e não tem resenha.