quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Astronauta: HQ "Visita Espacial"

Mostro uma história em que o Astronauta foi preso por extraterrestres que queriam fazer estudos com ele por ser de outro planeta. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 141' (Ed. Abril, 1984).

Capa de 'Cebolinha Nº 144' (Ed. Abril, 1984)

Extraterrestres se assustam ao verem uma bola voadora vindo do céu e descobrem que é uma nave espacial invadindo o planeta deles e que é o fim do mundo. Todos correm pedindo socorro e chamando o exército e se assustam com o Astronauta saindo da nave, dizendo que ele é alaranjado. O exército aparece, dá tiro de canhão no Astronauta, que sobrevive porque a roupa é vulnerável. Um soldado o prende em uma rede, o amarram e acham melhor desmontar a nave porque os armamentos deles evoluirão mil anos. 

Um repórter quer entrevistar o Astronauta em primeira mão. Ele diz que ficaram birutas, veio em paz, não quer arrumar encrencas com ninguém. Dois doutores mandam todos se afastarem do extrabordiano, pretendem levá-lo para o laboratório para uma série de experiências, fazer análise completa dele, testar sua resistência e seus pontos fracos.

Astronauta fica brabo, arrebenta as cordas, diz que não fica nem mais um segundo naquele planeta e consegue fugir na sua nave. Ele diz que era um povinho ignorante que não sabiam tratar uma visita espacial. Quando chega no Planeta Terra, vê que estava em clima de guerra, se pergunta o que está acontecendo e o ET, o Extraterrestre, na lata de lixo, pede para o Astronauta a ajudá-lo a sair daquele planeta maluco.

História legal em que extraterrestres tratam o Astronauta como um invasor espacial e quiseram aprisioná-lo pra fazer estudos com ele. Astronauta consegue fugir e encontra a mesma situação na Terra em que os terráqueos estavam querendo prender um ET que entrou no planeta. Mostra uma relação do que habitantes de um planeta fazem ao verem um ser estranho, uma inversão de papeis na visão dos humanos. Se existirem criaturas com vida inteligentes em outros planetas e se viessem para Terra em um disco voador, os humanos fariam a mesma coisa que os "bordianos" fizeram com o Astronauta nesta história e, com isso, teve mensagem de que não façam com os outros o que não deseja fazer com você.

Foi engraçado colocarem detalhes como o bebê chamando pela avó enquanto a mãe dele fala "mamãe", dizerem "sete Luas" por conta do planeta deles terem sete Luas, no Planeta Bordô ter também cidade como a Terra, exército, emissora de televisão, repórter querendo furo de reportagem entrevistando o ET Astronauta e doutores para examiná-los, esses detalhes faziam diferença e deixavam a história com humor. Eles gostavam de associar os planetas que o Astronauta visitava iguais à Terra só que habitados por extraterrestres, como prova também quando os ETs chamam de Astronauta de "extrabordiano" por causa do planeta Bordô, associação de "extraterrestre" com Planeta Terra. A diferença maior em relação a Terra que o céu do Planeta Bordô era rosado.

Foi uma paródia do filme "ET, o extraterrestre", um clássico do cinema, aparecendo, inclusive, o ET do filme. Ele apareceu em outras histórias da época, já que foi um filme de grande sucesso e repercussão na época. A raiva do Astronauta foi tão grande que agiu como Mônica de conseguir destruir sozinho as cordas que o amarravam só com a sua força. Outro absurdo legal foi o traje do Astronauta ser invulnerável até a vários tiros de canhão.

Incorreta atualmente por ter armas, canhão, tiro, alienígenas nada amigáveis, personagem dentro de lata de lixo, além do termo proibido "minha nossa". Apesar de que hoje em dia proíbem a palavra "louco" para não confundirem com o personagem Louco, a palavra "maluco" eles aceitam de boa, já "biruta" por ser tipo gíria de época e podiam implicar hoje por não gostarem de coisas datadas.

Traços muito caprichados, típicos dos anos 1980. Foi republicada depois em 'Almanaque do Cascão Nº 16' (Ed. Globo, 1991) e depois republicada de novo em 'Coleção Um Tema Só Nº 15 - Cascão Extraterrestres' (Ed. Globo, 1996), sendo que neste, colocaram código fazendo referencia ao Almanaque de 1991 em vez de fazer referência que era uma história da Editora Abril.

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 16' (Ed. Globo, 1991)


Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 15 - Cascão Extraterrestres' (Ed. Globo, 1996)


22 comentários:

  1. Tecnologia brasileira até que parece prestar, pois o traje espacial do herói como sendo invulnerável é algo que nunca imaginei, inclusive, é de causar inveja no Homem de Ferro.
    Muito provavelmente deve ser São Paulo a cidade terrestre do final da trama. Como é de edição que chegou às bancas em setembro de 1984, dá para usar criatividade acrescentando onze anos e três ou quatro meses imaginando que Astronauta acessa a Terra pela cidade mineira de Varginha em um daqueles polêmicos dias que entraram para (H)história da Ufologia.

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    1. Em histórias em quadrinhos a tecnologia brasileira é uma maravilha, faz vários milagres, sorte do Astronauta. Deve ser São Paulo onde ele pousou na Terra, nessa a parte famosa foi com o ET, o Extraterrestre, mas tiveram histórias na segunda metade dos anos 1990 retratando o ET de Varginha, com o Chico Bento e outra com Turma do Penadinho fora algumas citações em outras. Chupa Cabra também foi bem abordado na época, assim como a série Arquivo X.

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    2. Consegue entender o que significa a ilustração da capa de Almanaque do Cascão nº16 da Editora Globo, Marcos? Cascão desamarrou a corda que estava mantendo o balão no chão e como o cesto está sem sacos de areia, subiu repentinamente antes que o guri largasse a corda, esta é a piada? Se for, acreditaram que Jotalhão substituiria a função da areia ensacada.

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    3. Eu acho que a piada é como o balão estava tão cheio, não cabia mais ninguém dentro, precisou o Cascão ficar pendurado na corda pra poder viajar com eles, com risco de cair porque ele ficou assustado.

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    4. Como você a compreende também faz sentido.
      Gosto de gags que são capazes de gerar mais de uma interpretação, pois são como passatempos posicionados nos exteriores dos gibis e raciocinar é um tipo de exercício assaz salutar, raciocinar com o que o lúdico propõe, melhor ainda.

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    5. A sua também faz sentido de decolar balão antes da hora, não deixaram muito claro. Eu também gosto de piadas com várias interpretações e cada um decide como quer, todas possibilidades criadas são certas, isso ajuda a aumentar imaginação, raciocínio e inteligência, principalmente das crianças.

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    6. Rosto é única parte do corpo do extrabordiano que aparece a pele, daí, o bordiano que diz que ele é alaranjado, é de um foco ímpar, Astronauta mal sai da espaçonave e isto já é constatado de longe mesmo com a parte transparente do traje provavelmente produzindo algum reflexo, visto que deve ser vidro ou acrílico inquebrável, ou material fictício semelhante a esses, no entanto, a cúpula pode ser antirreflexo, de qualquer maneira, o verdinho que está dentro do que se supõe ser um tipo de lixeira conta com visão apurada.
      "Tecnologia (R)reversa" é um termo muito em voga ultimamente, é disto que se trata o diálogo do terceiro quadro da terceira página.

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    7. No caso, bastava aparecer o rosto pra eles verem que o Astronauta tinha cor diferentes deles e provavelmente a cúpula deve ser com antirreflexo pra verem a cor alaranjada de fato. Trata-se de Tecnologia Reversa mesmo aquele quadro.

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    8. Entre os Smurfs, bendita é a Smurfette... Com base nesta única aparição da espécie predominante de Bordô, embora verdes, até que de certo modo lembram os belgas azuizinhos, pois só aparece uma fêmea bordiana, machismo normativo, bem comum à época.

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    9. Me expressei parcialmente errado, o termo correto para o que estão se referindo no terceiro quadro da terceira página é "(E)engenharia (R)reversa".

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    10. Verdade, assim como os Smurf, os bordianos também só teve uma fêmea, coisa bem característica na época de predominarem só homens e mulheres ficarem em segundo plano. Engenharia Reversa não deixa de ter tecnologia, você não ficou tão errado.

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  2. Não sei dizer se o Astronauta se libertou por raiva, pareceu mais que foi por medo- o medo também pode nos levar a fazer coisas poderosas. Já no ínicio eu estava meio que ''Eita, eles capituraram Astronauta, vão fazer experimentos com ele, que maldade, que grosseria... ah, pera, não. Nós faríamos a mesma coisa aqui''.

    Mesmo não sendo da minha época e só tendo assistido por acaso na Sessão da Tarde, adoro o filme E.T Extraterrestre. Um grande clássico da década de 80 sem dúvida.

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    1. Sim, o medo faz coisas inimagináveis, pode ter sido mistura dos dois. Dessa vez ele passou grande sufoco, era difícil ele sair dali naquela situação. Com certeza a gente faria a mesma coisa se um ET invadisse a Terra, aí serviu pra alertar de ficarmos amigos deles em vez de fazer experimentos. "E.T., O Extraterrestre" foi ótimo filme, bem pra frente da sua época.

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    2. Sobre o que acontece no terceiro quadro da quarta página, o raciocínio de Isabella faz todo sentido, entretanto, se o traje tem capacidade para suportar disparos de blindados de guerra, daí, por meio da excelência de sua indumentária, Astronauta, que não possui superforça, livra-se da corda ao estilo Mônica, até que, digamos, não surpreende tanto com base no que se constata no penúltimo quadro da segunda página. Mas, você está certa, Isabella. Só estou expondo o recurso que provavelmente auxiliou no feito do herói, digamos que foi o medo ou a raiva, ou ambos potencializando capacidade de fuga espetacular, todavia, contando com suporte tecnológico de última geração - "até então" logicamente, pois trata-se de tecnologia que tem quase quarenta anos.

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  3. Correção: essa história é de 1984 e o filme que você citou (E.T., o Extraterrestre) é de 1982. Muito boa mesmo essa história, já que é uma paródia.

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    1. Sim, o filme é de 1982, mas ainda tinha repercussão boa em 1984. Nem sempre eles colocavam referência a algo no ano exato lançado. É boa sim, uma paródia com inversão de papeis, bem criativa.

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  4. Olá. Boa tarde, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, eu quero tirar uma dúvida: a periodicidade dos Almanaques Todos da Turminha, inclusive a periodicidade dos Relançamentos dos Almanaques Todos da Turminha, inclusive a periodicidade da Revista Mônica Especial de Natal, e a periodicidade do Relançamento da Revista Mônica Especial de Natal, eles permanecem nas Bancas de Revistas e Livrarias das Regiões Todas do Brasil todo, até qual dia e qual mês?. Eu aguardo respostas. Abraços.

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  5. Muito boa essa hq... tenho ela nos dois almanaques rs ;)

    http://blogdoxandro.blogspot.com/

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    1. Bem legal. Que bom que você também tem os almanaques, tenho as 3 publicações dela.

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