sábado, 24 de dezembro de 2022

HQ "Mônica e o presentão"

Mostro uma história em que a Mônica ajudou o Papai Noel a procurar os presentes que sumiram do saco e foi parar no mundo dos presentes e enfrentou o Grande Presentão. Com 12 páginas, foi história de abertura de 'Almanaque da Mônica Nº 20' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 20' (Ed. Abril, 1983)

Mônica não consegue dormir, ansiosa para ver o presente do Papai Noel, vai até a sala e tinha nada ainda. Volta pra cama, ouve um barulho e vai até lá, pensa que era o Papai Noel e era só o seu pai, Seu Sousa, que foi beber água e bateu forte a porta da geladeira. Ela volta para cama, passam-se 3 horas e nada de presente ao lado da Árvore de Natal.

Mônica reclama que vai dormir antes do Papai Noel chegar e queria muito ver a chegada dele. Diz que vai vê-lo mesmo estando com sono, quando ouve uma voz vinda da chaminé. Ela sobe no telhado e encontra o Papai Noel, que não estava encontrando os presentes dentro do saco e que a entrega está atrasada e provável que muitas crianças vão ficar sem presente naquela noite.

Mônica não aceita, ajuda a procurar e acaba caindo dentro do saco. Ao cair, descobre que o saco era mágico e vai parar no mundo dos presentes que ficava dentro do saco, com castelo, árvores e passarinhos, tudo formado por caixas de presentes. Por isso que cabiam tantos presentes dentro de um saco pequeno. O lugar macio que caiu era um presente grande que falava e estava gemendo de dor com o impacto da Mônica cair em cima dele, que é levado por uma ambulância-presente.

Em seguida, aparecem presentinhos perguntando se a Mônica está bem. Ela acha os presentinhos fofinhos e eles perguntam que tipo de embrulho é a Mônica. Ela fala que é gente e ficam felizes que existem mesmo e são de verdade porque o Grande Presentão falou que papo de gente é tudo invenção. Surge o Grande Presentão, que quer saber por que os presentinhos saíram de seus lugares e lembra que eles são proibidos de sair por aí.

Mônica fala que não pode tratar os presentinhos assim. O Grande Presentão diz que o tamanho dos presentinhos não se comparam a importância e o valor dos presentões. Dentro deles cabem brinquedos sofisticados e nos presentinhos, nada, e só servem para lustrar a caixa e ajeitar os lações dos presentões. Por isso não deixava os presentinhos saírem do saco para o Papai Noel entregá-los para as crianças. Mônica diz que o importante não é o valor e a beleza das fitas, e, sim, o amor com que eles são dados.

Quando tenta sair com os presentinhos, Mônica é presa com as fitas apertadas dos presentões. Um presentinho tenta intervir, só que o Grande Presentão bate nele, que cai, ficando desacordado. Mônica fica com muita raiva, o Grande Presentão fala que as fitas são indestrutíveis e vai sair só quando ele quiser, quando Mônica arrebenta as fitas com sua super força e bate nos presentões.

Mônica volta para a superfície do saco, mostrando que encontrou os presentes do Papai Noel, que agradece. Ela se prepara para descer e ir dormir, Papai Noel entrega um presente para ela e some. Mônica fica feliz que um daqueles presentes era seu e se pergunta sobre o Grande Presentão, esperando que quem recebê-lo não fique chateado com o estado que ficou e no final o Papai Noel com o Grande Presentão ao seu lado, fala que também espera.

História legal com a Mônica ajuda o Papai Noel a encontrar presentes que sumiram e vai parar no mundo dos presentes depois de cair no saco. Lá, descobre que o líder Grande Presentão estava fazendo os presentinhos de escravos por achar que são insignificantes e sem valor como os presentões, e, assim, impedindo de eles saírem do saco para serem dados para as crianças. Mônica consegue impedir, salvando o Natal, e ela e o Papai Noel esperam que a criança que receber o Grande Presentão, não se importe vir todo amassado, já que ela bateu tanto que ficou todo amassado.

Envolvendo fantasia e imaginação, história chamou atenção do mundo dos presentes dentro do saco, como uma justificativa de uma dúvida frequente das crianças e também de muita gente de como um saco pequeno pode caber tantos presentes para crianças do mundo todo. Então, ficou mostrado que é um saco mágico e bem fundo com um mundo dos presentes falantes lá, tendo até ambulâncias e castelos lá, tudo formado por caixas de presentes. Bem criativa.

Foi legal ver a Mônica ansiosa para ver o Papai Noel no início, interagindo com os presentes, enfrentando os vilões, presentinhos acharem que gente não existia porque nunca tinha visto e ela derrubar com a sua força exagerada as fitas que acreditavam que eram indestrutíveis até então. Ainda teve uma bonita mensagem de que não importa tamanho, valor financeiro e caixa bonita, o que importa é o amor que foi dado o presente. Recado pra gente que considera que os presentes caros e de luxo que são os melhores, os presentinhos e lembrancinhas podem não ser caros, mas têm grande valor sentimental e mostra que não foi esquecido e foi dado com amor da mesma forma. 

A parte que aparece o pai Seu Sousa daria até para pensar que era enrolação dele para deixar o presente na Árvore de Natal, fazendo com que o Papai Noel não exista e era próprio pai que dava presente, mas logo vimos que foi descartado. Antigamente, eles colocavam histórias com pais dando presentes no lugar do Papai Noel, hoje histórias assim são descartadas, colocam só o Papai Noel real pra não tirar fantasia das crianças.


Os traços muito bonitos e encantadores que davam gosto de ver.  Incorreta atualmente por mostrar Mônica acordada de madrugada pra esperar o Papai Noel, o sentido de Seu Sousa dar presente e Papai Noel não existir, Mônica subir no telhado sozinha, mas até que creio que fariam história nesse estilo hoje só fazendo adaptações por causa do lado mais infantil que ela tem e a mensagem positiva de valor do presente.

Nunca foi republicada até hoje, assim como todas as histórias desse e dos outros almanaques da Mônica com histórias inéditas da Editora Abril, por isso essa é rara e só quem o almanaque original de 1983 que a conhece.

FELIZ NATAL A TODOS!!!

22 comentários:

  1. Em que será que consiste o (P)presentão? Pela petulância talvez contenha algum brinquedo escroto como, por exemplo, um exemplar do Chucky ou da Annabelle, ou até mesmo um boneco do Fofão que, rezava a lenda, também figurava entre brinquedos amaldiçoados, embora o personagem alienígena sempre foi amistoso com a criançada. Outrossim pode conter algum boneco ou boneca de personagem narcisista, tipo aquela invejosa antagonista da Branca de Neve.

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    1. Difícil saber, fica na imaginação qual presente era em cada caixa, principalmente o do Presentão. Dá pra entender que é algo de grande porte, de luxo e caro pra mostrar que a arrogância era de ele ter algo de valor financeiro e os presentinhos, não. Aí, pode um ser um boneco vilão bem caro, aqueles bonecos não eram baratos.

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    2. Pode conter nele um boneco do Gastão, aquele ganso muito rico da Disney cuja outra característica marcante é a sorte constante, não conheço bem o personagem, mas me soa um tanto esnobe, acho que é parente do Donald, e eles não se "bicam", porém, se toleram. Ou até mesmo um boneco do Alberto Roberto (a meu ver, um dos melhores personagens de Chico Anysio), só que uma criança não pediria algo assim, no caso seria um toy art, pedido de adulto. Acho que um ou outro como conteúdo já explica(m) a empáfia da caixa sovada pela baixinha.

      Marcos, na primeira página (pág.3) não consigo identificar os traços, mas, para mim está evidente que a HQ possui estilos discretamente distintos, isto é, não foi só um que a desenhou, e arrisco dizer que Rosana é uma deles. Páginas 4, 8, 9, 10 e 11 acho que foi ela quem desenhou. Caso não tenha participado da elaboração visual da trama, ainda assim sustento que foram dois profissionais que a desenharam.

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    3. Quase certo ser um boneco e bem caro. Normalmente quem desenha é o mesmo desenhista a história toda embora já tiveram casos de desenhistas dividirem trabalho em uma mesma história. Pode ser desenho da Rosana, sim, ou nela toda ou parcial nessas páginas. Lembrando que trabalho de arte-finalista diferencia bastante os traços, ainda com mesmo desenhista. Pode ser, então, que tiveram 2 arte-finalistas diferentes diferenciando desenhos do mesmo desenhista.

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    4. Pode ser, Marcos! Não descarto possibilidade de ser o que diz, contudo, há muito, muito mesmo, manjo e aprecio o estilo contido nas páginas 5, 6, 7, 12, 13 e 14 (em minha análise, traços da 3 são uma incógnita), me remete, por exemplo, aos traços daquela trama sensacional em que anjos guris brincam com aviõezinhos de papel, sendo que um é confeccionado com folha do (C)calendário do (T)tempo e vai parar em meio à turma que acho que está brincando da mesma coisa, aí, com esse aviãozinho sendo brinquedo da criançada humana, o bicho pega, desestabiliza bruscamente o clima e causa outros fenômenos deveras anormais, acho que é de gibi da Mônica de 1982, se for, é já com o título em lombada quadrada, ou é de 1983, ano que acho mais provável dessa história pertencer, às vezes também penso que é de edição de dezembro. Creio que o desenhista destas seis páginas seja o mesmo que desenhou esse clássico.

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    5. Deve ser mesmo desenhista essas 2 histórias. Essa dos anjos brincando de aviõezinhos é de Mônica 164 de 1983. Muito boa também, já postei aqui no Blog:

      https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2016/12/monica-hq-voa-ano-novo-voa.html

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    6. Bom saber que tem aqui, conheci através da rede mesmo, faz dez anos ou mais, talvez foi até neste blogue, todavia, é postagem de 2016, então, é certo que não conheci no(s) Arquivos TM.
      Na verdade, não tenho preferência, tanto os traços das páginas 4, 8, 9, 10 e 11 quanto os das 5, 6, 7, 12, 13 e 14 aprecio igualmente, ambos os estilos são extremamente marcantes, e há pelo menos mais uns seis no mesmo patamar de qualidade destes dois, todos tão primorosos que, sem exagero, deveriam ser tombados.
      A redundância é inevitável no que digo a seguir, porém, longe de soar descabida:
      É lamentável que não tenhamos no Brasil "cultura de preservar memória cultural" (memória artística). As coisas passam, caem parcialmente no esquecimento e, para maioria dos brasileiros que de fato presenciaram maior qualidade artística em vários segmentos, tanto faz se há preservação de memória ou não. E é algo de suma importância, tanto que nações que levam a sério o que abordo com aspas possuem sociedades bem mais desenvolvidas que a nossa, que não dá a mínima para memórias política, social e cultural/artística.

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    7. De qualquer forma todos os traços muito bonitos que encantavam. Infelizmente brasileiros nunca ligaram pra memória, não é coisa só dos novos, mas também dos velhos e aí passam para os filhos essa ideia e por isso cada geração nova se interessa por memórias.

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    8. Dar propósito à existência de um povo só é possível com preservação de sua memória, sem isso, não há rumo, não há direção, portanto, sem querer fazer chiste com a banda do há muito falecido Chico Sciense, que nunca foi um artista desmemoriado e nem os demais integrantes dela, inclusive, são responsáveis pela criação de um gênero ou estilo musical genial, o (M)manguebeat, e o nome do grupo é tanto uma homenagem ao líder e mártir quilombola quanto uma clara crítica a nós enquanto sociedade, então, como no Brasil preservação de memória é algo secundário, até mesmo terciário, por conta disso vivemos sem propósito enquanto coletividade, somos uma (N)nação (Z)zumbi.

      Marcos, você tem Cebolinha nº82 da Editora Abril? Se tem, há em seu blogue algum tópico abordando essa edição como um todo ou então contendo alguma HQ completa oriunda desse gibi?

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    9. Pois é, terrível não preservarem memória, tira a existência do povo. Infelizmente a tendência é piorar, cada vez mais ninguém quer saber de passado. Eu tenho esse Cebolinha 82, tem a primeira parte da história Romeu e Julieta, que foi tirada de um livro especial da MSP de 1978. Postei nenhuma história desse gibi aqui, quem sabe poste alguma quando der. .

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    10. Tranquilo. Essa história de Romeu é Julieta foi dividida em 2, com segunda parte em Mônica 115. Eu também não ligo pra essa história, é clássica, é boa, mas as outras dis gibis são mais empolgantes e engraçadas.

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    11. Comigo ocorre um tipo de dúvida que me deixa encafifado demais, tipo, há capas que olho e penso: "Nunca tive essa(s) edição(ões)!", beleza, só que depois consigo alcançar os conteúdos das edições com capas que não reconheço como já tendo feito parte da minha vida infantojuvenil e reconheço os conteúdos como pertencentes ao meu passado enquanto colecionador de gibis, é paradoxal de uma maneira que chega ser irritante, esquizofrênico até, daí, mesmo sustentando que provavelmente eu tive Cebolinha nº82 de novembro de 1979, o que posso ter tido realmente seria Mônica dos mesmos mês e ano, tenho certeza que não tive os dois gibis, um deles é certo que me pertenceu.

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    12. Como não dei importância para trama, não recordo que parte eu conheci, até gostei dela, estilo fofinho, crossover com personagens de Vila Abobrinha e, de fato, está entre os grandes clássicos da MSP, mas, não me "pegou" mesmo, assim como a HQ e também título (revista) 'Os Doze Trabalhos da Mônica', ainda não li inteiramente, e não foi por falta de oportunidade e sim por desinteresse, e reconheço que são tramas realmente importantes, funcionais para leitores guris, pois exercem a função de aproximar o público infantil de forma completamente lúdica das obras originais.

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    13. Sim, obras importantes essas, principalmente por isso de aproximar crianças de clássicos, passarem a se interessar ao ver as paródias dos personagens. Gosto desses 2 títulos, ainda mais que os 2 eu vi na infância e despertou interesse sobre Romeu e Julieta e por Mitologia por conta dos 12 Trabalhos da Mônica (Hércules).

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  2. Pena que meteram tesoura na capa do seu precioso gibi, Marcos, mesmo assim, de acordo com imagens das páginas postadas, tanto neste tópico quanto em outros com conteúdos deste exemplar, parece estar em muito bom estado. Editora Abril era inquieta quanto a isto, constantemente incentivava que seus gibis fossem recortados, era com MSP, Disney, DC, Marvel entre diversos outros títulos de quadrinhos sob seu guarda-chuva. No tocante, Editora Globo não era frenética assim.

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    1. Infelizmente foi cortada a parte do selo da promoção da Cartela Milionária, antigo dono quis participar da promoção. Fora isso, está em bom estado por dentro e pela raridade, eu comprei no sebo e foi barato, uns 3 reais. Tem até a cartela original, sinal que o dono colou o selo em cartela de outra revista. Essas promoções da Editora Abril só servia pra recortar revistas, não gostava, podiam ser adesivos autocolantes no lugar.

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  3. Tenho esse gibi na coleção e é maravilhoso... até tbm pelo tamanho um pouco maior na época... agora com essa hq de abertura fantástica e me pergunto por que nunca saiu nos anuais de natal? Será que perderam os arquivos da hq?? rs Enfim... Feliz Natal a todos! ;) http://blogdoxandro.blogspot.com/

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    1. Excelente gibi, formato maior, apesar de diferenciar dos outros almanaques da Mônica com formato normal. Não entendo por que esqueceram dessas histórias inéditas de almanaques da Abril, ignoraram por completo, davam muito bem pra terem republicado na Globo. Eles têm os gibis, só não quiseram. Hoje, sem chance, ficam só no esquecimento. Feliz Natal pra você!

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  4. Caracaaaa!!!! Eu tenho esse gibi! O original! Meu Deus! Quantas saudades desta época... <3

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  5. Com quase 40 anos depois de sua publicação, é chato essa história não ser republicada. Ela aparentemente não tem nenhum motivo incorreto pra não ser. Quem sabe um dia, voltam a publicá-la. E ainda penso em recuperar esse almanaque um dia.

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    1. Se quisessem, daria pra republicar tranquilo, problema que eles não querem republicar histórias desses almanaques da Abril. Estranho foi não republicarem na Globo, quando não tinham esse pensamento de politicamente correto e que nem estavam tão antigas pra republicações. E tomara que você consiga encontrar esse almanaque, muito bom esse

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