Há exatos 30 anos, em outubro de 1989, era lançada a história clássica "Põe-te, mesa!" em que a Magali consegue uma mesa mágica que faz aparecer muita comida cada vez que ela ordenava a frase "Põe-te, mesa!". Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 9' (Ed. Globo, 1989).
Capa de 'Magali Nº 9' (Ed. Globo, 1989) |
Escrita por Rosana Munhoz, começa em uma época que existia magos e princesas e com narrador-observador contando que uma bela princesa anunciou que se casaria com o homem que lhe trouxesse a mais maravilhosa invenção e o mago Tiago resolveu criar uma mesa uma mesa mágica onde era só ordenar a frase "Põe-te, mesa!" que logo ficava repleta de comida.
Mago Tiago já achou que havia ganho, que a princesa já era dele, mas para a sua surpresa, a princesa estava de regime e não gostou da invenção, chutando a mesa longe, e acabou se casando com o Palérmio, inventor do adoçante sem calorias. Mago Tiago odiou e acabou jogando a mesa mágica pela janela. Um humilde carpinteiro encontrou a mesa e levou para casa, sem saber dos seus poderes mágicos e é dado como que a história tinha terminado.
Na realidade, acabou a era antiga e a história continua, agora na atualidade, mostrando a Magali acabando de almoçar e pedindo mais um prato para a mãe. Dona Lili recusa, falando que ela já repetiu 3 vezes e agora só na janta. Magali vai para rua, chateada, falando que a mãe não a entende, e vai até à casa da Tia Nena para almoçar lá. Tia Nena diz que logo o almoço fica pronto e que é pra ela brincar lá fora, mostrando Tio Pepo lendo jornal.
Magali vai até a área de serviço no quintal da Tia Nena, reclamando que é duro brincar enquanto tem fome. Lá, ela encontra a mesa mágica e resolve brincar de comidinha e finge que tem um bolo de chocolate lá, mas não gosta por não ter gosto de nada. Ela diz que poderia ser uma mesa mágica e só falar "Põe-te, mesa!" que ficaria cheia de delícias e quando vai olhar apareceu um banquete. Ela adora a surpresa e nem quis saber o motivo de ter aparecido tanta comida, foi logo devorar tudo. No caso, a explicação é que o carpinteiro que pegou a mesa mágica era ancestral da família do Tio Pepo, que herdou a mesa da sua família.
Depois de comer tudo, Magali pensa que foi ilusão de ótica e faz o teste de novo e volta a parecer outro banquete. Ela vai até a casa da Tia Nena perguntar se pode ficar com a mesa velha do quintal. Tia Nena aceita e Magali diz que perdeu a fome e vai embora e Tia Nena desmaia, deixando Tio Pepo aflito.
Magali carrega a mesa sozinha, falando que com a mesa ela não vai mais passar fome e nem ter que esperar hora da janta. Ela para no meio da rua para fazer um "lanchinho" para repor as energias, faz a pedra como assento e começa a comer ao falar "Põe-te, mesa!". Mônica e Cebolinha veem e acham estranho ela comer na rua. Cebolinha vê que tem muita coisa gostosa e Magali pensa que ele quer pegar algo e já corta, falando que é tudo dela. Mônica diz que eles já almoçaram e convida pra brincar com eles e Magali diz que vai demorar.
Mônica estranha, pois ela já tinha devorado tudo e Magali mostra o segredo que cada vez que fala "Põe-te mesa" aparece um banquete e diz que está muito ocupada. Mônica pergunta como ela conseguiu aquela mesa e Magali diz que ganhou e pede licença para comer e confirma que eles não estão servidos.
Magali continua comendo sem parar, passam os dias e todo mundo fica surpreso com a mesa dela, alguns tentavam beliscar algo e ela não perdoava, batia com a colher na mão de quem tentava pegar. Só o Bidu que conseguia roer os ossos quando caía no chão. Com o tempo, a turminha se acostumou vendo ela comendo lá na rua e nem ligava. Magali não saía de lá nem para dormir e nem os pais dela conseguiam tirá-la de lá. Era um sonho realizado dela, pois a qualquer hora ela podia comer o que quisesse.
Até que um dia, Magali sente dor no maxilar e diz que parece que está comendo há dias. Mônica diz que está há 32 dias comendo. Magali diz que é por isso que as costas dela estão doendo de tanto ficar sentada. Mônica fala para ela se levantar e brincar com ela. Magali até chega a se levantar, mas ao olhar a mesa volta imediatamente para fazer mais um "lanchinho" e diz que é muita tentação saber que pode ter guloseimas a qualquer hora e, com isso, Mônica diz que ela vai ficar lá a vida inteira
Magali lembra velhinha comendo na mesa e começa a chorar pedindo a alguém ajudá-la, não aguenta mais aquilo. Até que aparece os gênios da mesa, reclamando que também não aguentam mais. Quando o mago Tiago os conjurou para encantar a mesa, não sabiam que teriam tanto trabalho, nunca viram apetite como o dela, não deixa em paz um minuto sequer e resolvem entrar em greve. Magali reconhece que foi esganada, diz que vai dar a mesa para alguém que precise e pede mais um favor,. Então, ordena seu último "Põe-te, mesa!", mas dessa vez para os seus amigos devorarem tudo da mesa, como um pedido de desculpas por ter regulado comida a eles.
No final, Mônica agradece pela festa que a Magali fez antes de levar a mesa para o orfanato e pergunta se ela não vai sentir falta. Aí Magali diz que talvez não se eles deram uma mãozinha. Assim, Magali passa a comer todos os dias na casa do Cascão, Titi, Cebolinha e Mônica para compensar a falta de tanto comer naquela mesa mágica e garantir que vai almoçar pelo menos 5 vezes por dia.
História sensacional, adoro essa historinha. Muito bom ver a Magali comendo o tempo inteiro por causa da mesa mágica, comeu tanto que nem os gênios da mesa aguentaram a gula dela e queria fazer greve, o que até foi bom para ela se livrar da mesa. Foi a história que ela passou mais tempo comendo, foram 32 dias ininterruptos comendo, não parando nem para dormir.
Em cada ordem de "Põe-te mesa" era um banquete diferente, sempre uma surpresa, não era ela que escolhia o que ia comer, isso foi legal também. Interessante a fome da Magali ser comparado como, algo compulsivo, um vício. Ela comia sem perceber que estava há dias comendo sem parar, se os gênios não fizessem greve, ela ia ficar para sempre comendo lá. Magali regulando comida para os amigos, egoísta, fazendo de tudo para ninguém comer o que ela comia foi bem presente aí, era uma característica que eu gostava bastante nela.
Muito bom também a história ser dividia em 2. Uma com a época medieval com princesas e magos e depois a atualidade, boa sacada isso. Narrador-observador narrando a história sempre é bem vindo, no caso, é como se fosse a roteirista Rosana narrando. Engraçado ver a Tia Nena desmaiando quando a Magali inventou que não ia almoçar porque não estava com fome, afinal era uma coisa impossível isso. Gostei também da Magali dizer que os banquetes dados pela mesa era só um "lanchinho", ficar com axilar e costas doendo de tanto ficar lá comendo e de ela ter dado a mesa para um orfanato, se tivesse uma mesa dessa na vida real, ia acabar com a fome no mundo.
Os absurdos, aliás, foram grandes nessa história, o que se torna mais especial ainda. Além da Magali ficar 32 dias comendo sem parar, a mesa mágica em si é impossível existir, quando a Magali falou "Põe-te, mesa!" na primeira vez, a mesa também aparece com um lençol de mesa, tem Magali correndo carregando a mesa pesada sozinha, nesse caso tão forte como a Mônica. Tudo muito divertido.
Traços excelentes, era perfeito os personagens desenhados assim. Personagens dentuços com dente da frente à mostra revela que erma histórias da Rosana em 1989. O normal era os personagens dentuços sem dentes quando mostram todos os dentes, mas em algumas histórias da Rosana mostravam os dentes como aconteceu em "A caveira dentuça" (Cebolinha Nº 32) e "Não se mexa!" (Mônica Nº 35). A partir de 1990 voltou como era e atualmente personagens dentuços estão com dentes à mostras nessas situações.
Foi o último gibi da Magali que foi mensal na época. A partir da 'Nº 10' de novembro de 1989 foi quinzenal, ficando assim até a edição 'Nº 357'. A partir da 'Nº 358' de março de 2003 voltou a ser mensal, continuando assim até hoje. Muito bom relembrar "Põe-te, mesa!" nesses exatos 30 anos, sem dúvida um clássico, tanto da Magali tanto da MSP.
Ah, como é bom poder reler essa história, também gosto muito dela. Sem dúvida, um verdadeiro clássico.
ResponderExcluirE como eu já disse algumas outras vozes, as histórias antigas da Magali não só eram divertidas de ler, mas também ensinavam lições de moral pra gente não seguir a gula exagerada dela e não ficar se empanturrando de comida o tempo todo, fora que ficar comendo sem parar por 32 dias é absurdo total.
Por isso, agradeço muito por você ter falado dessa história. E enquanto eu ainda não procurar o gibi original, pelo menos posso ler todos os dias por aqui no blog. Enfim, obrigado mesmo!
Uma boa noite e forte abraço!
Sim, um grande marco essa história. De fato, dava pra refletir e não seguir o exemplo da gula dela, era só rir dos absurdos. Infelizmente a MSP pensa que os leitores vão querer a passar a comer que nem ela ou comer só bobagens porque ela comeu nas histórias e aí evitam isso nos gibis novos.
ExcluirTomara que encontre esse gibi ou almanaque que foi republicada. Boa noite. Abraço
Vocês repararam que o carpinteiro é bem parecido com o tio Pepo? talvez fosse um antepassado dele.
ExcluirLuiz Augusto, reparei nisso. A intenção era essa da mesa ter passado dos ancestrais da família do Tio Pepo, de geração em geração, até chegar para ele e ter essa justificativa da mesa parar na casa dele.
ExcluirPelo visto você não teve esse gibi. É uma história muito legal, sem dúvida.
ResponderExcluirSó a Magali pra comer toda essa comida,e mesmo assim no final ela começou a comer na casa dos amigos.
ResponderExcluirÉ, ela continuou a mesma coisa, comendo demais da mesma forma
ExcluirCaramba,Marcos...32 dias comendo sem parar?só a Magali mesmo pra fazer uma coisa dessas.posso não ter nascido nessa época de Mil Novecentos e Alguma Coisa,Mas adoro esses absurdos.
ResponderExcluirEu também gostava muito desses absurdos, só ela mesmo pra comer 32 dias sem parar
ExcluirClássica história, tenho este gibi desde novo e essa história pra mim, é uma das mais criativas da Magali. Dei muitas risadas com essa história e tantas outras dessa época.
ResponderExcluirTambém rachei de rir com essa história, bem marcante essa. Eles caprichavam em tudo.
ExcluirRosana Munhoz, os anos 80 e 90... são muitas saudades, de um tempo e histórias que não insultavam a inteligência da gente. Abraços à galera do blog que se reúne aqui para celebrar estes bons e longínquos momentos...
ResponderExcluirRosana tinha histórias sensacionais, tudo bem feitas e dava gosto de ver. Pena que se foi tão cedo. Abraços
ExcluirUma pena mesmo, os primeiros anos da Magali foram muito bons. Se por acaso encontrar em sebos esses gibis compre que não vai se arrepender.
ResponderExcluirOutra história da Magali dessa época que é legal é peso pesado muito divertida
ResponderExcluirPesado pesado foi top também. Eram muito bons os gibis dela.
ExcluirNossa, lembro que li essa história em um almanaque. Muito boa!
ResponderExcluirSe os gênios que cozinhavam estavam sofrendo, imagina os gênios que lavavam a louça. Hauhauha.
Ótima postagem como sempre. Grande abraço!
kkkk. Quem lavava louça sofria. Muito boa essa, valeu por ter gostado. Abraço
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