quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Cebolinha: HQ "É Natal!"

Compartilho uma história em que um vilão faz tornar o Papai Noel gigante para não distribuir brinquedos no Natal e para ele ter lucro nos seus brinquedos eletrônicos que criou. Foi publicada em 'Cebolinha Nº 156' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cebolinha Nº 156' (Ed. Abril, 1985)

É noite de Natal e Cebolinha e seus pais estão comemorando o Natal. Só que é visto alguém olhando algo por um telescópio. Na verdade, era uma arma que estava sendo apontada pelo céu, em direção ao Papai Noel, que estava entregando os presentes da crianças na hora.


O atirador misterioso consegue atingir o Papai Noel, surge um clarão em frente à casa do Cebolinha, todos ouvem um barulhão e treme a casa. Ao mesmo tempo, Cebolinha vê os vizinhos olhando em direção a sua casa. Ele vai para fora de casa, dizendo que eles não tem nada a ver com o tremor e quando olha, vê que era o Papai Noel gigante sentado na sua casa.


Todos fogem pensando que era um monstro, mas a turminha fica, percebendo que era o Papai Noel e que ele estava chorando. Papai Noel conta que estava entregando os presentes, mas do nada algo fez crescer descomunalmente e estava triste pensando na desilusão das crianças não receberem presentes de Natal, já que agora nem o dedo dele entra na chaminé. Até as renas estavam com medo dele por ter risco de machucá-las com o tamanho dele e não vai sair da casa do Cebolinha com medo de pisar alguém.


A turma pergunta quem foi que fez aquilo com o Papai Noel e aí surge o vilão chinês Brinconildo Hong da Silva Kong, o maior inventor de brinquedos eletrônicos do mundo. Ele está entrando no mercado e está lançando brinquedos eletrônicos, só que dão choque e se destroem facilmente quando as crianças tocam neles, fazendo com que elas tenham que comprar outros logo e aumentar o seu lucro. Aí ele tornou o Papai Noel gigante com o seu invento aumentador celular anatômico para impedir que as crianças ganhassem presentes do Papai Noel e comprassem os brinquedos eletrônicos dele.


Papai Noel ressalta que os brinquedos dele são simples, como bola, pião, bonecas de pano, mas que duram muito, muito mais. Brinconildo ameaça fazer o Papai Noel crescer ainda mais se fizer qualquer movimento suspeito e faz condição de fazer voltar ao normal se trocar os brinquedos do saco pelos brinquedos eletrônicos dele.


Papai Noel fala que nunca será usado para colocar o plano vergonhoso dele em ação e a turma tem a ideia de entregar os presentes de Natal no lugar do Papai Noel. Brinconildo faz o saco de brinquedos do Papai Noel ficar gigante com o seu invento. Assim, os brinquedos ficam gigantes e se opõem à turma, com a bola correndo atrás do Cascão, a boneca caindo em cima da Magali e o pião atacar o Cebolinha.


Vendo as crianças sofrendo, Papai Noel está prestes aceitar a fazer as trocas de brinquedos, quando Mônica encontra o Sansão gigante que ela havia pedido de presente e joga o Sansão salvando seus amigos dos outros brinquedos gigantes e leva os brinquedos em direção à fabrica do Brinconildo, que acaba sendo destruída com a força dos brinquedos gigantes invadindo. Cebolinha pega o aumentador celular do Brinconildo e inverte o botão da arma e faz tudo voltar ao normal.


No final, a turma volta a comemorar o Natal, Papai Noel distribui os presentes deles e das outras crianças e Mônica comenta que tudo acabou bem, menos para o Brinconildo, que virou miniatura e estava sendo obrigado pela turma de consertar os brinquedos deles que foram estragados e Cebolinha o ameaça, dizendo que só vão fazer voltar ao normal depois de ter consertado tudo.


Essa é uma história excelente, uma grande aventura de Natal, bastante movimentada e bem criativa e  do vilão tornar o Papai Noel gigante para impedir de entregar os presentes da criançada e elas comprarem os brinquedos eletrônicos que destroem fácil só para ter lucro na sua nova empresa. Além de quebrarem fácil, ainda era perigoso as crianças brincarem com aqueles brinquedos.


Tem a discussão de qual tipo de brinquedo seria melhor para as crianças, se o melhor eram os brinquedos tradicionais ou os eletrônicos. Nos anos 80 estavam começando a ter comércio de eletrônicos, que já estavam disputando com os tradicionais bola, boneca, pião e sempre fica o debate de qual o melhor para formação das crianças.

O roteirista procurou colocar um vilão chinês por conta da fama de produtos da China serem de má qualidade, mas também tem uma crítica de lojas, aqui mesmo do Brasil, venderem brinquedos e produtos descartáveis só para o povo comprar de novo logo. Vale para qualquer coisa, não só brinquedos, como também eletrodomésticos, móveis, eletrônicos, etc, que fazem descartáveis de propósito para gente comprar logo, antigamente duravam muitos anos. Esperteza dos fabricantes.


Muito criativo o nome do vilão Brinconildo Hong da Silva Kong. Ele só apareceu nessa história. Era comum criarem vilões diferentes a cada história,de acordo com o roteiro e depois não apreciam mais. Hoje em dia, eles preferem colocarem vilões fixos como o Capitão Feio, Doutor Olimpo, Cúmulos, Cabeça de Balde, entre outros, ao invés de criarem vilões novos, só raramente, uma vez ou outra, criam vilões novos.


Os traços muito bons, no início da fase consagrada dos personagens. Cebolinha pensou trocando as letras, o que era comum na época, atualmente eles colocam ele pensando sem trocar o "R" pelo "L". É incorreta do invento do Brinconildo ser uma arma, ele querer atirar no Papai Noel com ela, hoje em dia fariam adaptação nisso. Aliás o tema em si com uma aventura assim de Papai Noel sofrer, o desejo do Brinconildo vender brinquedos que estragavam fáceis e serem perigosos para as crianças, poderiam implicar atualmente, se tornando impublicável.


Dessa vez tiveram propagandas inseridas dentro da história, muito comum na época, dando 1 página a mais juntando os quadrinhos que ocuparam as propagandas. No caso, a história ocupou 16 páginas no gibi, mas teria 15 páginas sem as propagandas inseridas. Foram todas envolvendo a bicicleta Caloi para criança colorir os desenhos e colocar escondido nas coisas dos pais para incentivar a darem bicicleta.


Essa história oi republicada depois em alguns almanaques especiais de Natal, a primeira vez foi em "Mônica Especial de Natal Nº 1" (Ed. Globo, 1995) . Aqui a capa desse almanaque.

Capa de 'Mônica Especial de Natal Nº 1' (Ed. Globo, 1995)

UM FELIZ NATAL PRA TODOS!!!

22 comentários:

  1. Muito boa essa hq..olha os traços que ótimo. *-*

    Não tenho o gibi original que saiu essa hq...mais tenho a edição 'Mônica Especial de Natal Nº 1' (Ed. Globo, 1995)! ;)

    UM FELIZ NATAL PRA TODOS!!![.2] :D

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Esses traços são excelentes e o roteiro muito bom também. Legal que você tem esse 'Mônica Especial de Natal Nº 1', só histórias clássicas, vale a pena. Feliz Natal! :D

      Excluir
  2. Você não vai acreditar em uma coisa:

    Inspirado no seu blog, que fala das HQ's, geralmente com coisas incorretas, decidi fazer um gibi só meu: com histórias com partes incorretas e até mesmo histórias inspiradas em outras já existentes.

    Então... Você me daria alguma dica?!
    Desde já, obrigado!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah coloca personagens enfrentando bandidos, diabos, falando palavrões, essas coisas, seria uma boa. Boa sorte!

      Excluir
  3. Caraca, que traços excelentes, bons tempos. Feliz Natal Marcos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sensacional. Dava gosto de ver traços assim. Feliz Natal também :D

      Excluir
  4. Que demais essa histórinha! Que aventura! Eu adoro as histórias de Natal com a Turma Mônica,e também gosto daquele especial "O Natal de Todos Nós".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. As histórias de Natal eram bem caprichadas, sem dúvida. Também gostei de "O Natal de Todos Nós"

      Excluir
  5. Excelente. E bela capa também. Feliz Natal, Marcos! e Feliz natal a todos os leitores do blog. Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Aquela época tudo era bem feito, gosto bastante também. Feliz Natal e um excelente Ano Novo. Abraço

      Excluir
  6. Malditos capitalistas, sempre tentando arruinar o lado bonito da vida na ânsia de lucro... Seria até fofo se algo assim não viesse logo de um estúdio que briga com tudo e todos por uns trocados, até mesmo com uma menina pobre que só queria andar de patins vestida de Magali para ganhar uns trocados.

    Como sempre, da fase Abril, uma belíssima arte em cada página.

    Abraços, Marcos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Uma pena essas coisas acontecerem, não devia. Arte linda, sem comparação com os atuais. Abraços

      Excluir
  7. Dos tempos em que as histórias de aventura eram criativas e não forçavam a barra. Uma das melhores fases da turma, sem dúvida. Esses traços e expressões lindas dos personagens encantam a todos nós.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Essa é a fase de ouro da Turma da Mônica com certeza. Era muito bom essa harmonia de traços e roteiros, tudo era bom.

      Excluir
  8. Cebolinha 156 da Abril foi o primeiro gibi do Cebolinha que adquiri e o quinto ou sexto da minha primeira coleção, comecei a colecionar em outubro de 1985, ainda não era alfabetizado, só olhava as figuras, com muito custo minha mãe lia pra mim. Acha que essa história de abertura foi desenhada pelo Sidão ou pelo Júlio Sérgio Maurício? Gostaria de saber sua opinião, obrigado!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito bom esse gibi. Nem tenho ideia de quem desenhou essa história, talvez o Sidão, mas sem certeza.

      Excluir
  9. O Brinconildo é um vilão dos mais patetas. Se ele faz produtos que estragam, ninguém vai quere comprar e ele acabará na falência.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade. Alguns até comprariam primeira vez, mas não comprariam de novo com ele, fora outros sabendo da fama nem comprariam primeira vez e ia a falência logo.

      Excluir
  10. Me recordei de uma outra história desse edição, a Pequena Árvore de Natal, um capítulo da vida do Cebolinha onde ele era um pouco menor, mais ou menos do que seria hoje a Maria Cebolinha, e que depois de voltar pra casa ao ver uma grande árvore de Natal num shopping, fica decepcionado com a arvorezinha em sua casa. Depois de tentar argumentar com o pai sem sucesso, Cebolinha tem a ideia de plantar a arvorezinha com a esperança de vê-la crescer e acaba dormindo. Seu Cebola, vendo tudo da janela, meio que se ressente da maneira que agiu antes. Ao acordar, o Cebolinha viu que a [arvore cresceu mesmo e comemora, sem imaginar que foi o seu Cebola que comprou uma árvore nova. Essa história merece ser contada aqui, isso se ela já não foi.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu lembro dessa história, não contei ainda aqui. No caso, o Cebolinha era um pouco maior que a Maria Cebolinha, em torno de 3 anos já que ele andava. Só acho que o desenho final do Cebolinha feliz com a árvore ficou bem parecido com a idade de 6 anos normal que conhecemos.

      Excluir