sexta-feira, 18 de julho de 2025

Bidu: HQ "À Procura de um espaço"

Dia 18 de julho é aniversário de criação do Bidu e início da trajetória da MSP, então, em homenagem, mostro uma história em que o Bidu precisou ir para histórias de outros personagens depois do Mauricio querer construir uma biblioteca na história do Bidu. Com 7 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 2' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Mônica Nº 2' (Ed. Globo, 1987)

Bidu é surpreendido por funcionários da MSP levando livros para sua historinha. Bidu quer saber por que aqueles livros e eles falam que foi ordens do Mauricio de Sousa, que vai construir uma biblioteca ali e que os carpinteiros vem vindo para construírem as estantes.

Bidu vai falar com o Mauricio, fora da história ele pergunta para o Bidu se gostou da novidade da biblioteca. Bidu pergunta se vai colocar todos aqueles livros na historinha dele, Mauricio diz que é o lugar mais adequado e Bidu pergunta como ele fica. Mauricio responde que ele vai poder fazer pesquisas e ter mais ideias para as historietas. Bidu argumenta que o cenário vai ser sempre biblioteca e desenhistas vão se encher de desenhar livros. Mauricio, então, tem ideia de fazer o Bidu participar de histórias de outros personagens.

Assim, Bidu entra na história da Mônica, com título "Foi você!" e Bidu acha chateação entrar em história que não tem nome dele. Entra no momento que o Cebolinha está fazendo caricatura e xingamento da Mônica no muro. Cebolinha vê a Mônica se aproximando, manda Bidu segurar o pincel e balde de tinta. Mônica aparece, pensa que foi o Bidu que rabiscou no muro e bate nele, jogando balde de tinta nele. Bidu diz que não quer levar coelhada e vai procurar outro espaço.

Em seguida, Bidu vai parar na história do Rei Leonino, "O insulto". Ele procura um poste, mija no trono do Rei Leonino. O Ministro Luís Caxeiro Praxedes vê e acha um insulto por ter feito xixi no trono do rei e chama os guardas reais para expulsá-lo. Bidu sai da historinha e vai parar na do Piteco chamada "A caça". Bidu encontra um dinossauro, corre e leva pancada da clava do Piteco, que acha o animalzinho esquisito e não tem coragem de devorá-lo.

Bidu diz que esse negócio de ir para o espaço dos outros não dá certo e implora para o Mauricio que quer sua história de volta. Mauricio não aguenta ver um cãozinho chorando, tira a biblioteca de lá e Bidu recupera sua história, agora com o titulo "A grande conquista". Bidu se pergunta onde será que o Mauricio colocou a Biblioteca e no final descobrimos que foi na sala de roteiros, com os roteiristas Robson Lacerda e Rubão reclamando com o Mauricio que foi bem na sala deles.

História legal em que o Mauricio de Sousa monta uma biblioteca na história do Bidu, que precisa arrumar outro espaço para trabalhar. Vai parar nas histórias da Mônica, do Rei Leonino e do Piteco, se dando mal em todas as presenças. Mauricio fica com pena, devolve a história para o Bidu e monta a biblioteca na sala dos roteiristas.

Mauricio sacaneou o Bidu, com tanto lugar para montar biblioteca, tinha que ser logo na história do Bidu, que tinha toda a razão de reclamar, não seria bom leitores verem cenário de biblioteca em todas as histórias dele. Pior a situação do Bidu rebaixado de protagonismo para fazer participação de histórias de outros personagens para não ficar sem trabalhar. Pelo menos teve final feliz para o Bidu, mas péssimo para os roteiristas, biblioteca na sala deles deixou tudo apertado para eles criarem, tirando concentração deles.

Mostrou estilo de história de Bidu ator de histórias em quadrinhos e metalinguagem. Foi engraçado ver diálogo do Bidu com o Mauricio reclamando da atitude dele e Bidu se dar mal nas histórias dos outros e crossovers entre eles. Mônica batia em todo mundo, até em cachorro como o Bidu  ela batia, Cebolinha sacana também de fazer com que ela pensasse que foi o Bidu quem rabiscou o muro para apanhar no lugar dele, até que o plano deu certo dessa vez. Muito bom também Bidu mijar no trono do Rei Leonino, Luís Caxeiro não gostar por ser capacho do rei e Bidu levar pancada da clava do Piteco. O próprio Rei Leonino não ter aparecido, mas também nem precisava do jeito que colocaram, ficou bom da mesma forma. Esses crossovers ficaram excelentes, tiveram outras histórias do Bidu indo para histórias de outros personagens, sempre era engraçado.

Nos quadrinhos do Bidu, era normal funcionários da MSP serem representados como cachorros. Com exceção de Mônica e Cebolinha, os secundários não conheciam o Bidu nesta história. Isso variava de roteiro, tiveram histórias que os secundários conheciam um ao outro. Curioso também ver palavra "historieta", nem mais usada ou falada popularmente.


Nessa fase da segunda metade dos anos 1980 tinham muitas histórias de metalinguagem com presença de Mauricio e de roteiristas, em todos os núcleos de personagens, nem que fosse só no final como piada final, era bem repetitivo isso. Tudo que acontecia nos bastidores da MSP servia de inspiração para histórias. Pode ser que haviam construído uma grande biblioteca na MSP na vida real e o roteirista quis retratar isso na história. Como apareceram os roteiristas Robson Lacerda e Rubão juntos, pode ter sido escrita por qualquer um dos dois, eram estilos de histórias parecidos e os dois gostavam de histórias de metalinguagem.

O tema da história não considero incorreta, apesar de hoje eles evitarem histórias com metalinguagem, mas tem ainda em histórias especiais. Só que tem elementos incorretos que iriam censurar como personagens rabiscarem Mônica no muro (colocam cartazes agora), inadmissível Bidu mijar em poste e no trono do Rei Leonino (completamente proibido por causa de outros países que proíbem cachorros mijarem em postes), Bidu apanhar e ser surrado pela Mônica e pelo Piteco (violência e maltrato a animais), clava do Piteco com prego, expressão "Pelo amor de Deus!" (tudo de cunho religioso é proibido agora) e palavra "historieta" por ser datada. Além disso, Bidu e outros personagens iam para as outras histórias naturalmente, sem explicações. Hoje, para personagens irem para outras histórias é sempre com lápis mágico da Marina, fariam adaptação nisso.

Os traços ficaram muito bons, típicos de histórias dos anos 1980. A colorização bonita também do início da Globo de 1987 com personagens com peles mais rosadas, com destaque ao azul em tom aquarela, sem variações de azul, então por isso o tom do Bidu mais escuro, também em azul aquarela. O tom de cor azul do Bidu nos últimos anos da Editora Abril e por toda a Editora Globo variava com a colorização da época, não tinha um padrão, por isso às vezes ele aparecia mais escuro que o normal e podia até ser azul claro quase branco. Assim, essa postagem fica uma homenagem de aniversário de 66 anos do Bidu, criado em 18 de julho de 1959, e do início da carreira profissional do Mauricio nos quadrinhos.

PARABÉNS, BIDU!!! PARABÉNS, MSP!!!

2 comentários:

  1. O mais engraçado foi a Mônica e o Cebolinha não estranharem o Bidu ficando em duas patas. E talvez a Turma da Mata nem estranharia o Bidu andando e falando com eles num crossover com mais interação, sendo que todos eles são animais falantes.

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  2. Bidu transitando por outros núcleos, legal. A página com Mônica e Cebolinha é o Bairro do Limoeiro, e que ele conhece bem, pois o cachorro azul também compõe o território da turminha. Na verdade, os que inauguraram a, se assim cabe chamar, "jurisdição da Mônica", foram o Franjinha e ele.
    Tive Mônica nº2, de 1987, edição top.

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