terça-feira, 8 de julho de 2025

HQ: "Magali, tãão sensual"

Em julho de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "Magali, tãão sensual" em que ela recebe dicas da Carminha Frufru para se tornar sensual e poder conquistar o menino que estava interessada. Com 10 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 158' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Magali Nº 158' (Ed. Globo, 1995)

Escrita por Rosana Munhoz,  começa com a Magali olhando para o Ivanzinho enquanto brinca no balanço e comenta que é um gato e queria que ele olhasse para ela um dia. Carminha Frufru ouve e dá gargalhada porque nunca o Ivanzinho ia olhar para a Magali, toda lisona, sem graça e sem um pingo de sensualidade, que é um dom para ter, umas nascem com, outras, sem, mas é possível melhorar e resolver dar uma ajuda para ela.

Carminha fala que o vestido está errado, revela nada,  uma alcinha caída com ombro à mostra, dá toque supersensual. O cabelo de vez em quando tem que dá jogada para os lados. Magali tenta, fazendo cara de nojenta, mas não fica muito bem por ser cabelos mais curtos. Carminha avisa que ela tem que usar correntinha no tornozelo, além de supercharmoso, chama atenção para as pernas, que no caso dela, não sabe se será vantagem, e se imitar o jeito dela e tentar imitá-la em tudo, não tem erro.

Magali compra a correntinha e começa a pôr em prática o que aprendeu com a Carminha. Encontra a Mônica, vê o vestido caído da Magali e tenta ajeitar. Magali diz que deixou assim para revelar o ombro, mostra a tornezeleira e Mônica pergunta por que deixou pulseira no pé. Magali joga cabelo para os lados e Mônica empresta pente para ela. Magali diz que a Mônica não entende de sensualidade, coisa que faz os meninos ficarem caidinhos, Mônica fala igual ao coelhinho dela e Magali diz que acha que funciona só com os meninos mesmo.

Aparecem Cebolinha e Cascão e Magali põe em prática a sensualidade com eles. Cebolinha fala que o vestido dela está caindo. Magali manda deixar assim, é de propósito Os meninos se espantam, ela acha que esta funcionando e eles comentam a marca feia da vacina dela. Magali pergunta cadê sensibilidade deles jogando cabelo para os lados e Cascão pergunta se é piolho, que tem um remédio que é tiro e queda.

Magali se enche, reclama que eles são muito crianças e sai para procurar um garoto que aprecia a sensualidade dela. Encontra o Ivanzinho, põe em prática a sensualidade com ele, que a convida para tomar sorvete com ele. No caminho, Carminha Frufru joga sua sensualidade e convida o Ivanzinho pra tomar sorvete com ele, mas vê que está ocupado. Ivanzinho diz que nada e que a Magali estava de saída. Ela quer saber por que dispensá-la desse jeito. Carminha diz para ela que ninguém é páreo para ela em matéria de sensualidade.

Magali fala que não quer saber de menino bobão que só liga para aparências e é ela que está dispensando. Ela volta brincar de balanço, avisando que vai voltar a ser a Magali de sempre e quem quiser que goste dela deste jeito. No final, aparece o Quinzinho dando pão doce para Magali, dizendo que o que mais gosta nela é a simplicidade.

História engraçada que a Magali recebe dicas da Carminha Frufru pra se tornar sensual para conquistar o Ivanzinho, menino por quem estava interessada. Magali testa as dicas que recebeu com seus amigos, que nem ligam, e quando vai pôr em prática com o Ivanzinho, até consegue à princípio. mas não contava que a Carminha Frufru ia dar em cima dele, fazendo dispensar a Magali. No final, ela descobre que para o Quinzinho é a simplicidade dela que faz ficar vidrado nela.

Vimos a Magali bem para frente para idade dela, doida para conquistar o Ivanzinho que só se interessava por meninas sensuais, só que ele nem perdeu tempo de ficar com a Carminha Frufru porque era mais sensual a Magali. Se ela soubesse que o Ivanzinho era assim de trocar companheira como se troca de roupa, nem precisaria investir nele. 

Magali viu com Quinzinho que simplicidade era a melhor coisa que pode conquistar alguém. História mostrou, de forma muito divertida sem deixar piegas, mensagem de ser como você é, não mudar personalidade e preferências só para agradar os outros, quem gostar de você, vai gostar do jeito que exatamente é.  

Mônica e os meninos eram muito inocentes, não tinham malícia de sensualidade, o que era normal para a idade deles, a Magali é que estava muito avançada para uma menina de 6 para 7 anos pensar em coisas dessas, assim como a Carminha Frufru, que foi pior por ser sacana com a Magali, primeiro ensina as dicas de sensualidade e depois tira o pretendente da Magali. Se ela não aparecesse, a Magali conseguiria ficar  com o Ivanzinho como queria.

Muito divertida a conversa da Magali com a Mônica e depois com os meninos, como Mônica dizer se Magali está com pulseira no pé e emprestar pente quando Magali movimentava cabelo e os meninos repararem só na vacina feia da Magali e acharem que era piolho no movimento do cabelo dela. Foi engraçado também com a conversa inicial da Magali com a Carminha como as dicas para ser sensual de ombro para fora, movimentar cabelo para os lados e correntinha no pé, Carminha dizer que o vestido estava errado e Magali pensa que vestiu do avesso e Carminha dizer que perna da Magali não ser vantagem porque é fina demais.

Foi história sem a ver com comida já que estavam querendo diferenciar estilos de histórias dela com foco só em comida, ela até podia comer algo em alguma cena, mas não era o foco principal do roteiro. Prevaleciam as de comida, mas tinham também outros estilos de histórias.  Na época, a Magali dava em cima de outros meninos, mesmo tendo o Quinzinho como namorado fixo, mas nessa foi pior porque ficou claro que ela tinha namorado mesmo, caso de traição. Teve mais uma vez um menino "inho" diferente por quem as meninas se apaixonavam, dessa vez o Ivanzinho, que apareceu só nessa história.

Marcou a 3ª história da Carminha Frufru publicada e a parir de agora se tornando personagem fixa, aparecendo com frequência maior e nos primeiros anos e perturbar a Magali e algumas vezes a Mônica. Resolveram adotá-la como menina vilâzinha  para dar rivalidade a outras meninas. Foi a única vez que a Carminha apareceu morena, mas aparecia sempre com visual diferente a cada história que aparecia, assim como era com a Denise, e só teve visual padronizado a partir dos anos 2000. 

História impublicável hoje em dia por criança de 6 para 7 anos querer ser sensual para chamar atenção de menino que paquerava,  ensinar sensualidade para crianças, envolver namoro de crianças e traição da Magali por já ter namorado, além de palavras e expressões populares de duplo sentido  proibidos como "sem um pingo" e "tiro e queda". Tanto que nunca foi republicada até hoje, porque histórias de 1995 da Magali passaram a ser republicadas a partir de 2008 já na Editora Panini e o politicamente correto já estava predominante.

Traços ficaram bons com língua ocupando mais espaço na boca característicos dos anos 1990. Erro nariz da Magali no 3º quadro da 6ª página da história  (página 8 do gibi). Teve propagandas interrompendo a história em papel tipo capa fina entre as páginas 10 e 11, dessa vez foram do biscoito "Passatempo" com jogo de erros e do chocolate Turma da Mônica da "Nestlé". Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

10 comentários:

  1. Muito divertida essa história, gostei do tema. Bem conduzido também. Magali afim de um menino, querendo conquistá-lo. Geralmente é um tema que remete mais a Mônica, mas com a Magali fica legal também. Gosto de histórias dela que não envolvam comida, dá um diferencial e uma variada legal. Ela tentando ser sensual e só sendo micosa foi de matar. Rachei o bico com fazendo ''cara de nojenta'', o ombro de fora, jogando o pouco cabelo que tem. A inocência da turminha foi tudo, ''seu vestido está caindo'', o Cebolinha ''olha a marca de vacina'', o Cascão ''é piolho'' foi a cereja do bolo. Tudo muito engraçado. E o Ivanzinho, muito superficial e incostante, dispensar uma menina assim por outra, só se liga nas aparências mesmo, nada de conteúdo. Bom que quem perde é ele. E ela soube se valorizar e se impor no final, gostei disso. Sábio mesmo é o Quinzinho, que gosta da Magali exatamente como ela é, uma menina simples porém meiga, autêntica e de bem com tudo e todos. É uma boa mensagem sem ser escancarada ou soletrada: seja você mesmo e as pessoas aí vão gostar de você. Era assim que era nas histórias antigas, sem a pretensão em ensinar de hoje em dia.
    Carminha Frufru, como sempre, sendo o puro veneno, a pura intriga, ensinando sobre sensualidade ainda por cima, quantos anos tem essa menina, aliaís? Só quis mexer com a Magali, sabia que tinha mais chances com o boboca. Conhecendo a figura, ela nem devia dar ouvidos, não é das melhores amigas. E curioso o cabelo preto, nunca tinha visto ela morena assim, ficou legal, mas prefiro ela loira mesmo. Estou acostumada com ela dos anos 2000 em diante. Mas ela até que se deu bem nessa história, conseguiu o que queria.

    Ótima história, boas piadas, bom tema, boa mensagem. Gosto de tudo assim. Nota 8.5.

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    1. É, dava pra ser com a Mônica, pelo visto quiseram diferenciar estilo de histórias com a Magali. Tudo isso foi engraçado e deixou mais divertida, rachei de rir com Cascão falando que era piolho. O Ivanzinho bem inconstante mesmo, sempre pulando pra primeira que aparece, se depois surgisse uma mais bonita que a Carminha, ia dar fora nela também, pessoas assim nunca são felizes. Quinzinho que está certo de gostar de simplicidade e como a pessoa é, sem disfarces. A Carminha adorava intrigas, também muito a frente da idade dela, acredito que tenha só um ano a mais que a Magali no máximo, nova pra essas coisas. Se queria o Ivanzinho, não precisava ensinar o que sabe para Magali, foi só pra prazer de tirá-lo dela, isso que é uma falsa amiga. Carminha morena foi só nessa mesmo, talvez testando se ficaria bem, ela loira bem melhor mesmo.

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  2. Carminha Frufru tingiu os cabelos, ficando assim mais... "femme fatale". Já se expressar em pensamento, Dona Magali, denota privacidade, porque, até onde sabemos a bisquinha antagonista não é telepata, então, expressar em monólogo seu interesse romântico, mandou mal à beça, ainda mais considerando o abobalhado do Quinzinho - este, infelizmente, nutre* vocação para a... cornitude(!)...
    *Literalmente, através das guloseimas produzidas no negócio da família, sustenta quem não lhe dá o devido valor.

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    1. Verdade, se a Magali só pensasse, sem falar sozinha em voz alta, nada disso tinha acontecido. Continuaria sem saber se Ivanzinho gostava dela ou não porque não tinha atitude pra se aproximar dela, mas pelo menos não teria chance da Carminha tirar seu pretendente. Quinzinho nasceu pra ser corno, já que tiveram outras vezes que a Magali se interessou por outros meninos, pelo menos ele não soube o que a Magali fez pra conquistar o Ivanzinho. Carminha morena ficou diferente, de fato ficou bem fatal assim.

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    2. kkkkkk…..Qué dizê intâum quiuquinzim é cornim,,é? Tadim. Mais parece que num sim comoda quisSo nâum…..Nas festa fantasia do bairro do limuero a fantasia quele mais devide uzá é de boi. Pió ca carA da disgrama da magali num quema.Soda confiança pra ele pra cumê as coisa gostosa da padariakkkkkkk…….
      cascão tamem é otro 100vergonha, corneô bastante a CascUda.

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    3. Ethelvina, o Quinzinho é corno e não sabe, melhor continuar não sabendo pra não se decepcionar. Cascão também já foi bem safado assim como Titi... Cascuda e Aninha mais cornas ainda por saberem das sem-vergonhices dos seus namorados.

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    4. São cornices diferentes, Ethelvina Ebó com Farofa. Comparando Maria Cascuda com o filho do padeiro, o buraco era mais embaixo com ela. Adepta do "chumbo trocado não dói", enquanto ele nunca foi de revidar na mesma moeda. Embora quase sempre pacífica, pois nunca foi muito de bater de frente com Cascão, mas, deixar barato, tipo o Quinzinho? Aí, não, violão...!

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    5. Aninha, sim, Marcos. Apesar de bem mais reativa do que a Maria Cascuda, é mais comparável ao Quinzinho, porque não é de ficar trocando chumbo, prefere o cultivo da ingenuidade, ou seja, acreditar que depois dessa ou daquela o Titi irá entrar nos eixos. Então, assim como o padeirinho, ela também sempre perdoa, para ser feita de trouxa novamente, gosta de permanecer no erro.

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  3. Engraçada essa história. Realmente os absurdos dela por mais que sejam cômicos são um pouco chocantes kkkkk. No caso da Carminha, uma menina de 6/7 anos entender sobre sensualidade e buscar agir de forma sensual. Parecia até uma adolescente na maneira de vestir e falar.

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    1. Pois é, menina da idade da Carminha agir, entender tudo sobre sensualidade e ainda ser professora no assunto, não é nada normal, nada condiz com atitude de criança. É estranho, mas assim que era engraçado e se tornavam as histórias legais, mudaria nada nela, quanto mais absurda e incorreta, melhor.

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