Em abril de 1992, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Do outro lado da vida" em que o Chico morre após cair de uma ponte e seu espírito não se dá conta que morreu. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Chico Bento Nº 138' (Ed. Globo, 1992).
Capa de 'Chico Bento Nº 138' (Ed. Globo, 1992) |
Nela, uma ponte arrebenta e Chico Bento cai de um abismo até um buraco. Quando ele sai do buraco, fica aliviado que aconteceu nada com ele, mas não sabia que estava morto quando saiu do buraco e vai ao encontro com a Rosinha.
O espírito do Chico chega lá e Rosinha não vê e comenta onde se meteu o peste do Chico, que ele deve ter esquecido do encontro e estar dormindo. Rosinha sai xingando o Chico, que pensa que ela estava fingindo que não o via por estar braba. Logo depois vê o Zé Lelé indo pescar e ele não vê o Chico, assim como Zé da Roça e Hiro não veem o Chico enquanto estão roubando goiaba do Nhô Lau. Chico vai dedurar os amigos ao Nhô Lau, que estava dormindo na rede e nem ouve Chico falando. Ele se toca que é coisa feia dedurar os amigos e fica aliviado que o Nhô Lau tem sono pesado e não o ouviu.
Chico vai para casa e encontra a mãe chorando e pergunta se ela cortou cebola. Dona Cotinha não o vê e nem o ouve e Seu Bento aparece, falando que ainda não conseguiram encontrar o filho. Dona Cotinha fala que ele nunca se atrasou para o almoço, deve ter ido caçar e se perdeu na mata. Seu Bento fala que vai juntar uns homens para procurarem o filho na mata e pede pra esposa descansar enquanto Chico não entende que ele está lá e os pais não o veem.
Seu Bento vai para rua, bate a porta e o espírito Chico, ao sair, atravessa a porta. Ele se espanta que atravessou que nem um fantasma e deduz que está invisível e acha que vai ser divertido que vai ouvir as conversas dos outras sem elas notarem. Então, ele vê um garoto conversando com Rosinha, falando que o Chico é um bobão, que não gosta dela e se quer namorar com ele. Rosinha diz que vai pensar enquanto Chico tenta intervir na conversa e bater no garoto, que ele está ali, sem sucesso.
Chico pergunta como pode voltar a ser como antes e aparece um homem respondendo que não dá, agora ele é assim e não tem jeito. Chico pergunta a ele se está o vendo e o homem fala que é igual a ele mostrando o braço atravessando a árvore e que podem fazer um monte de coisas que não podiam quando eram vivos. Chico se espanta ao saber que morreu e o homem pergunta o que ele acha que aconteceu quando caiu da ponte.
Chico quer voltar a ser como antes, não vai se acostumar, tem os pais e a Rosinha que vão sentir falta. O homem diz que os pais podem ter outro filho, a Rosinha arranja outro namorado e os amiguinhos vão esquecer dele, todos vão ficar bem. Aparecem anjos para buscá-los para o Céu, Chico foge, tropeça na pedra e bate a cabeça em uma outra pedra grande e desmaia. Aparece o São Pedro, avisando que Deus tem novos planos para Chico e aí ressuscita.
Assim, Chico acorda vivo no local do acidente, conta para o pai que teve um sonho esquisito e Seu Bento conta que o filho teve sorte, não é qualquer um que cai daquela ponte e continua vivo para contar a história. Depois de todos irem embora, no final, Deus fala que o Chico não ficou vivo para contar a história, mas para contar muitas outras histórias.
História muito boa e envolvente em que o Chico morre ao cair de uma ponte e o seu espírito não sabe que havia morrido. Ele pensava que todos estavam fingindo que não viam, nem ao atravessar a porta se tocou que havia morrido, pensou apenas que tinha ficado invisível de alguma forma, e só se tocou quando o outro fantasma contou que eles estavam mortos. Para sua sorte, no final Deus lhe deu outra chance de vida para que ele continuasse contando varias outras histórias nos gibis. Se fosse o fim do Chico, ia desapontar os leitores, não teríamos mais histórias dele.
Foi mostrado de uma forma bem singela a morte do personagem e a vida após a morte, de almas que não aceitam que morreram. Foi bem legal isso do Chico custar a perceber que morreu. No momento que ele tropeçou e bateu cabeça na pedra já tinha voltado a ficar vivo porque senão ele podia muito bem atravessar a pedra ao se chocar com ela, na verdade, nem tropeçaria na primeira pedra pequena. Interessante deixarem um quadrinho inteiro com ele caindo para ver a altura do abismo.
A MSP gostava muito de histórias envolvendo Espiritismo e não era só nas histórias do Penadinho, sempre eram boas quando tinham. De vez em quando também tinham histórias com mortes de personagens, o Chico mesmo essa não foi a primeira vez que morreu, já tinha morrido na história "Vivinho da silva", de 'Chico Bento Nº 92' (Ed. Globo, 1990), fora outras que ficou prestes a morrer, como, por exemplo em "Com a vida por um fio", de 'Chico Bento Nº 55' (Ed. Abril, 1984), mas sempre voltou. Ou então histórias em que pessoal pensava que estava morto, mas não estava na verdade. Todos os grandes personagens já morreram de fato nos gibis, menos a Magali, no máximo histórias do tipo de pensarem por um momento que ela morreu.
Essa história teve referência ao filme "Ghost, do outro lado da vida", um clássico do cinema. Na época estavam bem frequentes histórias baseadas em filmes do cinema famosos, uma perto da outra, começada a sequência em 1991 e essa grande frequência até 1993, mas tiveram outras também ao longo dos anos 1990. Ainda sobre "Ghost", essa do Chico foi a primeira sobre esse filme, e depois ainda fizeram "Ghost de Cebolinha" ('Cebolinha Nº 83', de 1993) e "Goust" com a Turma do Penadinho ('Mônica Nº 123', de 1997).
Os traços ficaram bem caprichados, dessa vez a Rosinha sem brilho branco no cabelo, as vezes acontecia de desenharem assim. Completamente impublicável hoje por ter morte de personagem e traumatizar as crianças, envolver religião e Deus como personagem, fora ter referência que Chico caçava animais no mato, palavra "Droga!", palavrões da Rosinha, definitivamente sem chance. Nunca foi republicadas até hoje, deveria ter sido entre 2004 a 2005, mas com politicamente correto já instalado preferiram não republicar. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.
Boa noite Marcos então acho que o encontro Turma da Mônica Pelezinho e Ronaldinho Gaúcho seria realmente legal e será que a Magali iria comer os quibes da Samira mesmo sendo horríveis acho que sim porque Magali é Magali né e o Bidu e o Mingau se dariam bem com o Rex o cachorro do Pelezinho e o bala e o bola os cachorros do Ronaldinho será mas em qual época poderia ter acontecido esse encontro
ResponderExcluirDaria pra acontecer tudo isso e seria legal, principalmente ver a reação da Magali de comer os quibes duros da Samira. Acho que ela ia gostar dos quibes assim mesmo. E os bichos dariam bem uns com os outros.
ExcluirE Marcos será que o Canabrava iria ensinar o Cebolinha a como xingar a Mônica melhor e acho que o Dudu se daria bem com o Diego
ExcluirCapaz de acontecer tudo isso, sim.
ExcluirUma coisa, não é exatamente uma referência ao espiritismo. Eu sou espírita, e sei que a minha crença não acredita em anjos e céu da maneira tradicional, mas sim em colônias espirituais e espíritos puros. Mas de qualquer forma, gostei da história.
ResponderExcluirOutra que eu me lembrei não envolve morte, mas viagem astral. A Magali lê sobre o assunto, e aí a Magali sonha que tem uma e bisbilhota um supermercado, depois ela acorda com o estômago roncando. Mas ficava claro que não era só sonho, que a Magali realmente teve projeção astral.
E mais a visão católica de vida é morte...semlre teve osso nos gibis da turminha. O anjinho no céu e o maior exemplo
ExcluirWarrior of Light, pode ser tão bem Espiritismo embora envolver espírito nessa. Já li essa da Magali, bem legal também, naquela fica bem claro que ela fez viagem astral por estar sonhando (Magali 211 de 1997). Nesse estilo teve uma do Cebolinha que o espírito dele sai do corpo enquanto dormia pra passear e o da Mônica também e os espíritos acabam trocando de corpo. (Cebolinha 14 de 1988).
ExcluirMiguel, a religião que prevalecia na MSP era a Católica, as vezes mostravam Espiritismo. Hoje não mostram mais nada de religião pra não privilegiar alguma e ficarem reclamando que não mostram as outras.
ExcluirAs pessoas demonizam religiões que não são as suas..e pior que torcida de futebol..acho que esses temas ainda entram só na turma da Mônica jovem ou graphic msp ....porque o leitor ali não vai fiscalizar se o terceiro criança poderá ler
ExcluirPois é, Miguel, muita bobagem isso, vira preconceito. Não deviam implicar.
ExcluirBem legal essa história! Tema pesado e complexo (a morte e o além vida), mas que eventualmente precisa ser ensinado para as crianças... a cena em que o outro espírito fala pro Chico que os pais dele podem ter outro filho, a Rosinha pode arranjar outro namorado e os amigos eventualmente vão se esquecer dele, foi bem triste, mas é a realidade. O roteirista está de parabéns. Será que foi o Paulo Back?
ResponderExcluirE uma forma lúdica que explicar a morte pras crianças..mas é aquilo muita gente não quer que seus filhos saibam dessas coisas ....
ExcluirEram boas histórias assim pra mostrar a realidade pras crianças, infelizmente o povo não acha certo e aí não fazem mais. Sobre o roteirista dessa história do Chico não sei quem é. Não foi o Paulo Back porque ele entrou na MSP só em 1994. Capaz de ter sido a Rosana, que gostava de magia e sobrenatural nas histórias, se não foi ela, quem sabe foi o Rubão.
ExcluirTenho ou tive esse número!
ResponderExcluirE agora,enquanto escrevia,lembrei de uma HQ em que Chico ganha superpoderes,mas abusa deles e só os usa por interesse próprio,e um anjo chega e os retira.
Deve ter ainda, tomara. Sobre o Chico com superpoderes tiveram algumas assim, não lembro direito especificamente dessa, acho que é da Editora Abril.
ExcluirE um tema muito adulto pra um gibi infantil. Era uma época que os gibis não eram voltados apenas para crianças...nao conhecia...ja vi assim com o cebolinha que morreu e teve outra chave e a antológica Deus cebola com uma discussão entre poder cru e inferno..cebolinha digno de grandes vilões e um cousa ruim se disfarçando de cascao...hoje ate a dona morte que sempree apesar de vir pegar as pessoas desse mundo sempre foi cômica nem pode pegar mais ninguém é só conta piadas...pra não gerar conflito nos pais e com suas religiões
ResponderExcluirApesar de serem gibis pra crianças, eles tentavam agradar também adolescentes e os pais que liam para os filhos. Não era ruim, mas também crianças pequenas não entendiam certas coisas. Podiam manter um meio termo, não tão pesado, mas não deixar tão bobinho como anda hoje em dia, o que se enquadraria mais nos gibis dos anos 2000 um estilo assim.
ExcluirUma história que achei engraçado é as meninas tentando descobrir o sexo do anjinho é como não tem elas o vestem de menina pra brincar de boneca e ele morre de vergonha ....vo num almanaque
ResponderExcluirParece ser boa, não conheço essa.
ExcluirE de um almanaque da .Mônica da panini vou olhar o número
ExcluirEssa HQ é muito boa! É até bastante conhecida e é do início dos anos 2000. "O nome da história é "O sexo dos anjos". Pelo estilo tem toda a cara de ser do Emmerson.
ExcluirNão colecionava mais, mas já vi esse título de história. O Emerson já estava frequente na MSP, se tiver língua de fora toda hora e caretas exageradas é certo ser dele.
ExcluirMarcos o Maurício já disse isso acho que não mas quantas vezes já aconteceu
ResponderExcluirQuantas vezes o Cebolinha apanhou
Quantas vezes a Mônica foi xingada
Quantas vezes o Cascão já fugiu do banho
Tudo que a Magali já comeu
Quantas vezes o Chico roubou goiaba do nho Lau
Quantas pessoas a Dona morte já matou
Quantas crianças o anjinho já ajudou
Quantas pessoas o Dudu já infernizou
Quantas vezes o Chico e a rosinha se beijaram
Quantos planos o Cebolinha já bolou
Acho que nem a msp deve saber se não fizeram a contagem das historinhas
Difícil saber, são muitos anos de histórias e tirinhas, nem MSP deve saber. Eu nem tenho ideia.
ExcluirMarcos como seria se a msp ficasse mais 6 anos na Abril e na Globo aí ficaria na Abril até 1992 e na Globo até 2012 aí eu te pergunto será que tudo seria diferente e como ficariam os gibis de 87 88 89 90 91 e 92 e 2007 2008 2009 2010 2011 e 2012 aí só em 93 mudariam pra Globo e só em 2013 mudariam pra Panini mas eu acredito que as histórias seriam as mesmas mas as capas sim seriam diferentes caso ficasse na Abril até 92 teriam as promoções de capa que não tinham na Globo como aquela que teve entre Novembro de 83 e Abril de 84 da cartela milionária que tinha que cortar o gibi ( na aquela época alguém teria coragem de fazer isso ) e caso ficasse na Globo até 2012 além de não ter as cores artificiais da Panini também as capas poderiam continuar ou não com piadinhas dependendo do que a msp preferisse acho que em 2007 e 2008 continuaria com as piadinhas regularmente mas a partir de 2009 e 2010 começariam a ficar raras e em 2011 já acabariam de vez com piadinhas nas capas então Marcos se continuasse na Abril até 92 e na Globo até 2012 seria bem interessante e a revista da Magali seria lançanda ainda na Abril pois eles ficariam lá até 92 e a revista dela foi lançanda em 89
ExcluirSeguiriam o estilo das editoras em cores e promoções, mas estilo de histórias iguais como estavam em suas épocas. E nesse caso Magali começaria coleção na Editora Abril.
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