domingo, 10 de abril de 2022

Cascão: HQ "Um duelo a água"

Mostro uma história em que o Cascão foi intimado pelo Cebolinha a duelar com revólver de água, deixando muito nervoso com isso. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 63' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cascão Nº 63' (Ed. Abril, 1985)

Cascão e Cebolinha estão jogando bafo na rua e Cascão afirma que Cebolinha roubou nas figurinhas. Cebolinha imediatamente tira o sapato e a meia e dá um tapa no rosto do Cascão com a meia para desafiá-lo em um duelo de honra. Cebolinha explica que ninguém o chama de ladrão sem mais nem menos e aí o mocinho desafia o bandido batendo na cara com uma luva como ele viu em um filme de cavaleiros e como não tinha luva, usou a meia.

Então, Cascão tira o seu calção e dá um tapa no rosto do Cebolinha com o calção, aceitando o desafio e pergunta que armas vai querer para o duelo, se é um estilingue, espada de madeira ou canudinho de papel e Cebolinha diz que é revolver d'água. Cascão se apavora e tenta convencer o Cebolinha não levar a sério, que foi tudo brincadeira, mas Cebolinha não aceita e fala que Cascão está com medo e vai espalhar que é covardão. Cascão manda encontrá-lo às 3 horas no campinho, Cebolinha diz que a cidade é pequena para os dois e vão embora um rosnando para o outro.

Quando Cascão não vê mais o Cebolinha, começa a chorar, falando que está perdido, não devia ter provocado o Cebolinha, ficou nervoso e não quer duelar com revólver d'água. Cascão pretende pedir desculpas, mas volta atrás porque não quer ter fama de covarde e depois volta para falar com o Cebolinha porque nunca foi de valentia mesmo. No caminho, vê loja de brinquedo, admira arma e se imagina como caubói valente, mas que por acidente a água do revólver cai na sua cara e desmaia.

O vendedor da loja vê, leva o Cascão para loja para mostrar que a arma é inofensiva e convence Cascão a comprar. Ele sai da loja com pavor e agora a tarefa mais difícil é encher a arma com a água da torneira no campinho. A princípio tem medo, mas ao lembrar do Cebolinha o chamando de covardão, aí tenta abrir a torneira. Desiste por não conseguir, mas um garoto que estava perto, abre a torneira e põe a água na arma. Cascão agradece o menino pelo "favor" mal vindo e foi bem em cima das 3 horas.

Cebolinha aparece para o duelo. Um encara o outro por um tempo até que Cebolinha revela que quer pedir desculpas, ele teve ideia de falar com a mãe sobre o duelo e ela o mandou pedir desculpas, até porque já viu o filho trapaceando em um outro jogo. Cebolinha vai embora com a Dona Cebola e no final já fora de perigo, Cascão se imagina um caubói de faroeste como o grande vencedor do duelo, dizendo que sorte dele da mãe impedir porque ganharia o duelo se acontecesse.

História bem legal com o dilema do Cascão de duelar com o Cebolinha e se molhar com o revolver d'água ou não duelar e ficar com fama de covarde diante dos seus amigos. Cascão ate chega a decidir não duelar, mas com imprevistos do vendedor fazer a cabeça dele de comprar uma arma e o menino enchê-la de água para ele, teve que começar o duelo, mas foi salvo pela Dona Cebola de mandar o Cebolinha pedir desculpas sabendo que o filho fazia trapaças nos jogos.

Se brigassem na hora, não precisava fazer duelo, ideia do Cebolinha por ter visto no filme. Ele queria aproveitar a situação para molhar o Cascão, mas não deu certo. Foi engraçado ver os meninos levando tapa na cara um do outro com meia e calção, o medo do Cascão ficar de duelar para não se molhar, imaginar que a água caiu nele ao disparar a arma, desmaiar na porta da loja, vendedor jogar lábia para ele comprar a arma e o menino abrir torneira e encher a arma com água para ele, pensando que estava ajudando o Cascão, mas estava era atrapalhando.

Curtinha essa e muito divertida. Sem chance uma história assim hoje, envolvendo brigas, duelos, personagens com armas na mão, mesmo sendo de brinquedo, nada disso pode nos gibis atualmente. Nem tem mais histórias de faroeste por conta de armas e costumam alterar histórias em almanaques colocando uma garrafa squeeze no lugar da arma ou simplesmente apontar dedo como se fosse a arma. Cascão tirar calção e ficar só de cueca também não pode. Os traços muito bons, típicos das histórias dos anos 1980. Nas propagandas inseridas nas histórias teve a do lápis "Labra", sempre presente nos gibis da época, dessa vez só na primeira página.

A capa do gibi 'Cascão Nº 63' teve referência à história de abertura com o Cascão imaginando o duelo em um ambiente de faroeste. Nos gibis de 1984 e início de 1985 prevaleceram capas do Cascão, Chico Bento e Mônica com alusão à história de abertura em vez de piadas e não só as do Cebolinha, quase todas foram assim em grande sequência nesse período, depois voltaram com as piadinhas, deixando as com alusão à história só nas especiais. Essa história foi republicada depois em 'Coleção Um Tema Só Nº 19 - Cascão x Água' (Ed. Globo ,1998).

Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 19 - Cascão X Água' (Ed. Globo, 1998)

27 comentários:

  1. Cascão ganhou por WO!
    🤣🤣🤣🤣🤣

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  2. Boa hq... tenho o almanaque temático na coleção!!! ;)

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  3. Duelo não teve? Bem, depende de "qual", pois orgulho versus bandeira branca não faltaram, são o conflito interno do dono da HQ.
    Não se sabe se os três personagens se conhecem, mas são "dois contra uma", e não é uma qualquer, tanto que é quem livra a cara suja do Cascão, enquanto o comerciante da loja de brinquedos e o menino prestativo, sem fazerem ideia, o induzem para o duelo, Dona Cebola é a pomba branca da história, emissária da paz.

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    1. Sim, Cascão estava desistindo do duelo e o vendedor e o menino encaminharam o Cascão para o duelo. Dona Cebola a grande salvadora dele e celebrar a paz, sem dúvida.

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    2. Erro que está longe de ser um errinho qualquer, também bastante incomum, encontra-se no título, faltou crasear, não sei como deixaram passar, trama deste naipe não deveria ter um erro tão gritante relacionado à ortografia, em balões pelo menos dichava, mas erros do tipo, por menores que sejam, sempre incomodam apreciadores da boa escrita.
      A escritora Ruth Rocha trabalhou por um período bastante breve com os gibis do Mauricio, parece que foi menos de um ano, penso que isto não tenha ocorrido sob supervisão dela, aliás, gostaria de saber quando essa colaboração ocorreu.

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    3. As histórias têm aprovação do mauricio em relação a roteiro e depois tem uma equipe de revisão pra textos e desenhos e pelo visto saiu despercebido. As vezes esqueciam do Cebolinha falar errado e ficava um quadrinho falando certo ou então erro de cores, desenhos faltantes, aí podia também acontecer erros de ortografia. Nessa mesma página, por exemplo, esqueceram de pintar um pedaço da perna do Cebolinha. Ou seja, erros simples sempre tinham.

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    4. Sim, mas, este, considerando o tipo e onde está, não chega a ser simples, o que dá um alento é saber que é incomum, raro, frequência baixíssima erros de escrita nas HQs antigas da TM. Abomino alterações, porém, corrigir erros ortográficos através de republicações é positivo.
      Mencionei Ruth Rocha devido a um breve relato dela contido na edição especial Mauricio 30 Anos, mas o que destaco é uma frase da MSP em meio a ele, seguinte:
      "A escritora Ruth Rocha editou por 9 meses as revistas Mônica e Cebolinha."
      Com base nesta frase o que dá para deduzir é que os nove meses são anteriores a Cascão e Chico Bento como titulares.

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    5. Normalmente quando tinham erros de ortografia, tinham alterações nos almanaques corrigindo. Nem sempre mudavam quando o cebolinha falava certo em vez de errado por erro deles. Sobre a frase, pode não ser de 9 meses de lançamento das revistas do cascão e Chico, pode ter sido nos anos 1970, por exemplo. Deduz é que foi que ela saiu até julho de 1982, no máximo, mas o período que trabalhou pode ser bem antes, nos anos 1970.

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    6. Também imaginei os nove meses nos 1970, como também pode ter ocorrido entre décadas ou até inteiramente nos anos 1980, entre janeiro do primeiro ano até julho do terceiro são trinta e um meses, tenho tal curiosidade por se tratar de uma ilustre figura que positivamente contribuiu para minha infância, conheci o nome e algumas obras dela em ambiente escolar, em se tratando de literatura infantil, a mulher manda bem, ou mandava, não sei se ainda está na ativa, espero que esteja viva e gozando de boa saúde.

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  4. Marcos inventei algumas capas comemorativas
    Dia da amizade - o cebolinha aperta mão da Mônica e o Cascão aperta a mão da Magali com os dois com marcas de beijo deixando claro que elas beijaram
    Dia da água - o Cascão fica desesperado aí ver essa data em seu calendário
    Dia Mundial da alimentação - a Magali fala esse é meu dia !
    Dia do livro - a turma está numa biblioteca
    Dia do doador de sangue - a turma doa sangue
    Dia da Amazônia - a Mônica cebolinha cascão Magali Chico Bento franjinha Bidu e papa capim estão protegendo a Amazônia
    Dia do sorvete - a Magali compra um potão de sorvete
    Dia do dentista - o cebolinha fala pra Mônica esse é seu dia deixando ela explosiva
    Dia do agricultor - o Chico diz essee é meu dia
    Dia dos namorados - o cascão está com a cascuda a Magali está com o Quinzinho o Titi está com a aninha o Chico está com a rosinha mas a Mônica e o cebolinha ficam fora
    Dia da imunização - a turma toma vacina
    Dia do compositor - a turma compoz uma música
    Dia da pizza - a Magali compra um pizza gigante
    Doa do silêncio - a turma está com esparadrapo na boca
    Dia do sertanejo - o Chico canta
    O que achou das capas Marcos

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    1. Todas boas, gostei mais a do dia do dentista, bem engraçada. As do Dia do Doador de Sangue e Dia da Imunização também boas conscientizações pra alertar.

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    2. Marcos a do dia da amizade qual seria a cor da marca do batom da Mônica e da Magali no cebolinha e no cascão quando eles e elas estavam apertando a mão acho que o da Monica no cebolinha seria vermelho e o da Magali no cascão seria rosa mas depende né tipo seria engraçado depois de serem beijados eles apertarem a mão delas

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    3. A do dia da Amazônia também seria legal a Mônica cebolinha cascão Magali Chico Bento franjinha Bidu e papa capim abraçando uma árvore e protegendo a Amazônia

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    4. Concordo. Batom vermelho na Mônica e rosa na Magali. E esses personagens da capa protegendo a Amazõnia ficaria legal, sim.

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    5. Marcos como a Mônica e a Magali conseguiriam fazer isso pediriam as suas mães pra passar batom nelas pois tinha esse encontro com o cebolinha e o Cascão e a mãe da Mônica e da Magali sabiriam porque elas queriam passar batom aí os 4 se encontrariam elas pulariam neles e começariam a beijar o rosto deles todinhos aí aí no final o cebolinha apertaria a mão da Mônica e o Cascão apertaria a mão da Magali com o coração deles batendo forte acho que seria assim aí as mães da Mônica e da Magali vendo da janela vendo eles apertando a mão mas vendo o rosto do cebolinha e do Cascão 😅

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    6. Outra situação legal seria a Mônica e a Magali de calça jeans blusa e boné e o cebolinha e o Cascão de vestindinho e lacinho kkkkkkk mas essa seria melhor pro dia internacional da mulher

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    7. Seria melhor mesmo, bem criativo :D

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  5. Muito boa essa história, eu tinha na Cascão vs Água da coleção "1 tema só". Infelizmente impublicável, como você disse, tanto a capa original quanto a historinha por mostrarem o Cascão armado (e com armas de verdade na capa). Bons tempos... acho que hoje em dia é até difícil encontrar pistolas de água em lojas de brinquedos. Na minha época vinham até umas pistolas d'água mais "vagabundas" como brinde em saquinhos de Cosme e Damião e em "saquinhos surpresa" que eram distribuídos em festas de aniversário infantis. Ao contrário do Cascão, duelei muito com essas arminhas de água quando era criança.
    Imagino que o desenhista tenha se divertido à bessa desenhando a cena do duelo, com os quadros focando nos personagens, no estilo de uma cena de duelo de filme de "bangue-bangue".

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    1. Verdade, pra ver como as coisas mudam. Na época era normal e ninguém reclamava, hoje, nem pensar, repreensão na hora. Acredito que desenhistas, letristas e coloristas se divertiam muito lendo as histórias durante o trabalho e melhor que viam antes de todo mundo.

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  6. Mais uma das revistas originais que tenho aqui na coleção, comprei essa revista do Cascão da Editora Abril em 1992, quando eu fiquei na época, louco para encontrar gibis mais antigos para ter na coleção. Lembro que eu rodava quilômetros para procurar revistas da Editora Abril. Já naqueles tempos, era preciso ter paciência para encontrar essas revistas, mesmo ainda não sendo tão antigas na ocasião. Hoje em dia, é quase impossível achar uma edição dessas em banca ou sebos de revistas usadas. Quanto à essa história, realmente é totalmente impulicável hoje por conta de tudo já mencionado pelo Marcos. Definitivamente, eram outros tempos!

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    1. Outros tempos, sem dúvida, por isso era mais divertido. Legal que você tem essa. Na época era mais fácil encontrar gibis da Editora Abril em sebos, inclusive dos anos 1970, tipo de 1977 em diante por causa do tempo decorrido. Eu via bastante, se eu tivesse noção que seria raridade depois eu comprava mais, ainda assim comprava uma ou outra da Abril. Hoje é bem mais difícil ver essas nos sebos, mas não impossível. Essa do Cascão achei em sebo há 2 anos e bom estado de conservação. Tudo é mais sorte.

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  7. Outra parte que também seria incorreta (e que você esqueceu de contar) é quando o Cebolinha pega a sua meia e bate com ela no Cascão, não se pode mostrar mais ninguém levando surra, sendo apanhado, levando palmada, essas coisas.

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    1. Verdade, sem chance cena assim. Sempre tinha algo incorreto.

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  8. Cebolinha é um amarelão. A mãe descobriu sobre o duelo e colocou ele de castigo. Mas também, se você olhar a mão do Cebolinha na hora do duelo, ele estava sem nenhuma pistola, acho que ele ficou com medo de algo ruim acontecer com seu melhor amigo.

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    1. É, pode ser que o Cebolinha ficou com medo por causa disso.

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