sábado, 19 de fevereiro de 2022

Piteco: HQ "Luta por um oásis"


Mostro uma história em que o Piteco enfrentou um Guardião de um Oásis que cobrava dos outros para eles terem água. Foi publicada em 'Cebolinha Nº 13' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Cebolinha Nº 13' (Ed. Globo, 1988)

Uma grande seca na Pré-História precisando os habitante se animais rastejarem quilômetros de distância em busca de uma única gota d'água. Piteco encontra um oásis no meio do deserto. Ele rasteja rapidamente até lá, mas é impedido de pegar gole d'água pelo Guardião do Oásis, que fala que para beber água tem que pagar.


Piteco diz que não tem machadinha, o Guardião responde que então que fique com sede e aí Piteco parte para briga para conseguir água, só que sai perdedor por estar muito fraco. Aparece o povo, saudando Piteco ao "Clube dos Sedentos", falando que o Guardião tirou tudo que tinham deles e agora os deixam à míngua. Eles tinham só uma machadinha, Piteco pega e paga ao Guardião. Depois de beber, consegue ter forças e consegue brigar com o Guardião e aí sai vencedor, com o Guardião saindo correndo. 


Piteco comemora que salvou o povo sedento do Guardião, que depois dessa história será considerado um salvador, um líder e um rei do povo sedento, só que na hora começa a chover forte, dando enchente, acabando com a seca na Pré-História, tirando os planos do Piteco de ser um rei e ele reclama que o roteirista sempre tira sarro deles.


Uma história legal com o Piteco enfrentando uma seca e acaba ajudando um povo contra um guardião malvado que queria cobrar pela água de um oásis. Consegue derrotá-lo, mas não se torna um rei do povo por causa do roteirista que coloca um temporal na história para estragar os planos e ambição do Piteco.

Sem dúvida os maiores vilões para os personagens são os roteiristas que elaboram as histórias e fazem sofrer, geram conflitos, brigas. Ruim para os personagens, bons para os leitores que se divertem, afinal, sem conflitos não tem história. Não era muito comum metalinguagem em histórias do Piteco, mas as vezes tinha. Com todos os núcleos de personagens já tiveram metalinguagem e o recurso estava em alta na época.


Eram comuns histórias do Piteco guerreiro, justiceiro, sempre eram bem feitas. A história mostra também uma crítica e reflexão que se o povo não cuidar da água do planeta Terra, vai acontecer como foi com Piteco e precisar pagar caro a aproveitadores para ter água. Vimos que a moeda na Pré-História era machadinha por não ter dinheiro de papel e moedas. Incorreta hoje por ter brigas, violência e o Guardião cobrar pela água, se aproveitar do sofrimento dos outros para se dar bem. O tema de seca, fazendo piadas com isso também não seria bem vindo.


Os traços muito bons, típicos dos anos 1980. A história ocupou 5 páginas no gibi por causa das propagandas inseridas no rodapé das páginas, se não tivessem, seriam 4 páginas. Eram colocadas de uma forma que ocupassem 4 linhas da história no total, acrescentando 1 página a mais da história no gibi. Dessa vez as propagandas inseridas foram da revista do Chico Bento, do bombom Serenata de Amor da "Garoto" e do aparelho modelador "Z. Bern" para ter um corpo perfeito.

34 comentários:

  1. Tenho essa edição na coleção... muito boas as hqs deste número! ;)

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    1. Sim, capricharam nessa edição, uma melhor que a outra. A de abertura é excelente.

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  2. Gozado as propagandas lembro de uma pra aprender uma luta tipo karatê...e ter um corpo sarado nada a ver com crianças....e no rodapé a sim em gibis antigos poluía os gibis..eu lento má minha época de muitas com instituto universal brasileiro com cursos por correspondência....outros tempos. As propagandas maus pros país que pras crianças

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    1. Verdade, nesses gibis antigos não tinham propagandas só pra crianças, tinham até de curso pra detetive. Mais famoso sem dúvida eram os do Instituto Universal Brasileiro e que as vezes eram propagandas em quadrinhos ocupando umas 4 páginas dos gibis. Capaz pra direcionar aos pais que compravam e liam os gibis. Depois deixaram propagandas só pra crianças e hoje só tem de produtos da Turma da Mônica.

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    2. As restrições da publicidade mudaram aos poucos ttaivez o conteúdo dos gibis deixando os mais infantis..

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    3. Aí foi mesmo o politicamente correto que fez a mudança tanto para as propagandas quanto conteúdo de histórias. Se bem que eu gostava mais das propagandas dos anos 90, tinham várias com brindes em produtos como chiclete Oloc e picolé Frutily, álbuns de figurinhas, tazos, etc, ficaram melhores até visualmente

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    4. 3ssa e a épica clássica que acompanhe chiclete ploc que vinham com celebridades da época como sandy e Junior e Xuxa. Aliás tinha muita propaganda doa discos da Xuxa por todo mundo ser da Globo

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    5. Sim, Miguel, propagandas de produtos da Globo também eram bem divulgadas. No caso, os discos da Xuxa eram produzidos pela Som Livre, que era da Globo, fora ela ter programas na emissora.

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  3. Edição muito boa, nem parece que já se passaram 34 anos destas clássicas edições comemorativas de um ano das revistas sendo publicadas pela Editora Globo. Histórias como a de abertura, do Homem Borracha são sensacionais e valem muito a pena serem relidas. Sempre bate aquela lembrança gostosa dos tempos de criança!

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    1. É, o tempo voa. Essas primeiras edições da Globo eram maravilhosas, só clássicos e muita criatividade nós roteiros. Adoro essa do homem borracha.

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    2. Eu não peguei essa fase estava nascendo

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  4. Muito boa a história! Tenho a impressão de que já vi outra história do Piteco em que ele tinha que pagar um pedágio para algum brutamontes oara chegar a algum lugar ou para conseguir alguma coisa, e não era essa história daqui do Oasis...
    Tem outra que ele entra em um culto, por curiosidade (o nome era Tchum), e também precisava pagar pra entrar, e o negócio era decepcionante.

    Gosto que há uma certa consistência nas histórias do Piteco - a moeda sempre são as machadinhas, repare só!

    magoeconomista.blogspot.com

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    1. A moeda era machadinha por padrão como pode confirmar nessas outras citadas. Eles gostavam de histórias do Piteco nesse estilo, eram boas. A do Tchum eu já postei aqui no blog.

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  5. Agora que,depois de tantos anos,vim notar e estranhar essas propagandas de "corpo perfeito" em gibis infantis.
    Será que os anunciantes pagavam mais barato nessas revistas?

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    1. Confesso que sempre gostei da flexibilização publicitária em gibis antigos da TM e de outros da categoria, Julio Cesar.
      Na página 43 de Mônica nº188 pela Editora Abril contém uma ainda mais inadequada para gibis considerados infantis, e ainda ocupa inteiramente a página, é de um tal de Plano Tonogen, em letras garrafais: "MAGREZA INCOMODA A BELEZA", assim que a publicidade é iniciada, e o casal da fotografia em preto e branco? Sem exagero, tipo naquela música da banda Blitz, biquininho cujas duas partes são facilmente ocultadas pelas palmas das mãos fechadas, além de uma tétrica sunguinha que mais parece cuequinha. Trash 80 na veia, e não desencaminhava ninguém.

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    2. Julio Cesar, acho que não pagavam mais barato, eram propagandas que tinham em revistas de todos os segmentos aí incluam nas infantis também. O acordo pelo visto era com a editora, se propaganda saía na editora, tinha que sair em todas as revistas dela.

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    3. Zózimo, essas propagandas também não me incomodavam, nem quando criança, só passava direto quando via. Bem trash, sem dúvida. Porém, visualmente prefiro as dos anos 1990.

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    4. Os biquínis e as sungas eram praticamente iguais. Nesse aspecto até fazia sentido a propaganda do corpo perfeito..vc tinha que estar com o corpo em dia pra usar trajes minúsculos...e ainda dizem que hj em dia que o povo é liberado

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    5. Não me incomodavam também,só sou observador mesmo.E propaganda com mulher bonita eu gostava.

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    6. Gente, e na página 49 do mesmo gibi há outra tão interessante e tão comédia quanto a que mencionei acima, abre assim:
      "DÊ-ME APENAS UMA DE SUAS NOITES QUE EU LHE ENSINAREI COMO HIPNOTIZAR FACILMENTE!"
      Sobre um tal de Guia Completo de Hipnotismo do Prof. Sidney Moraes, também com foto em branco e preto do tal professor autor do guia. No cenário atual publicidades desse tipo em gibis infantojuvenis são surreais, até eu que fui criança nos 1980 e naturalmente convivia com tudo isso, às vezes quando revejo me pego meio surpreendido pela cômica ousadia publicitária da época, principalmente com publicidades impressas. Falso dizer que não havia critério, o que realmente houve nesses tempos foi outro tipo de critério.

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    7. Zózimo, tinha de tudo nos gibis daquela época, de fato não tinham critérios. Era tudo normal, mas hoje achamos estranho que tinha ou achar bizarro.

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    8. Vocês eram crianças não entendiam direito nem o fico dessas propagandas...eu me surpreendi adquirindo esses gibis no sebo na minha época de criança anos 90 as propagandas eram pro público infantil como o chiclete ploc..em quase todo gibi é do Instituto universal brasileiro que vinha muito gibis da Mônica e Disney as vezes com quadrinhos adultos na propaganda

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    9. Estranhas aqueles desenhos padrão Marvel

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    10. Bem lembrado, Miguel! Determinadas propagandas do Instituto Universal Brasileiro em gibis são em formato HQ, e o estilo visual lembra os quadrinhos da Marvel e da DC desses tempos.

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    11. Há uma do Instituto Universal Brasileiro também em quadrinhos, no entanto, não são desenhos, são fotografias, pessoas reais se expressando por meio de balões. Quase certo que vi isso em revistinhas da TM pela Ed. Globo.

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    12. Saudades dessas propagandas do instituto universal, aquela página cheia de retângulos laranjas com letrinhas... minha avó não enxergava direito e me pedia pra ler pra ela quais cursos havia... bons tempos!

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    13. Miguel, de fato não entendia as propagandas e passava direto, via mais as infantis e olhe lá. Interessava mesmo pelas histórias. De qualquer forma chamavam atenção algumas adultas, essas do IUB em forma de quadrinhos que ocupavam espaço de uma história do gibi nem lia. Hoje ficam o lado histórico e isso acho legal.

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  6. E não é que não é miragem? Roteirista sádico, sendo miragem, seria ainda mais cruel, pelo menos não teve esse clichê.
    Deve existir, não lembro de outra história do Piteco ou de outro do núcleo de Lem com metalinguagem, o recurso só aparece no último quadrinho, ao mencionar o sarro do roteirista.

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    1. A princípio eu até pensava que era miragem antes de folhear a página, bom que não foi que aí deu pra desenvolver um roteiro bem legal e saindo do óbvio. Tiveram outras com metalinguagem, mas não com ele conversando com roteiristas, por exemplo, como eram com outros personagens. A piada final dessa foi metalinguística.

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  7. O(s) cara(s) ve(ê)m surfando na onda do blogue do Marcos, parece que de outros também (incluindo canal ou canais do YouTube), mudança de nome é notícia positiva, pode ser que com pouco mais de pressão pare(m) de tentar usurpar criações alheias. Plágio amalgamado é a definição, misturar é tática para passar(em) despercebido(s) enquanto plagiador(es) - mas também é um reforçado tiro no pé, pois não desperta(m) atenção apenas de um plagiado. Máscara(s) caindo em pleno período carnavalesco, isso é bom!

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  8. Pois é....acho que hoje tem de patentear as criações pra não ser copiado

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    1. "Pobrema" é que no Brasil registrar é um procedimento deveras moroso. Assisti um documentário que mostra gritante diferença em registrar patentes em países desenvolvidos e aqui. Infelizmente compartilhamos do carma coletivo da fuleiragem verde e amarela.

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    2. Pois é, é tudo burocrático no Brasil, fica difícil mesmo patentear algo. E sempre dor de cabeça quando tem casos de plágio.

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  9. Fabiano, já tinha visto isso. Não foi por causa do YouTube que foi mudado o canal. É que eu tinha mandado e-mail para o dono do canal e ele disse que desativou o canal, não vaiais postar e trocou o design depois que pedi. Ficou só o link do blog, mas tão escondido que nem visualiza direito.

    Se depender de Youtube nunca ia derrubar canal. Eu denunciei, você também e estava lá tranquilo sem nenhuma resposta do Youtube. Essas redes sociais excluem coisas só quando querem e por motivos banais. Quando é algo que deve excluir, não fazem nada. Lamentável.

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