Capa de 'Chico Bento Nº 8' (Ed. Abril, 1982) |
Anjinho fala para Afonsinho não ficar assim. Ele diz que é porque não levou fora que ele levou. Anjinho diz que nunca daria uma flor com espinhos, Afonsinho diz que todas tinham e Anjinho fala que poderia ter tirado antes de dar e que vai ajudá-lo a reconquistar a Marta.
Anjinho coloca uma peruca se passando por um garoto a fim da Marta. Afonsinho aparece falando para não se meter com a garota, Marta fecha os olhos, eles simulam briga, com Afonsinho saindo vencedor. Marta dá um soco na cabeça do Afonsinho, falando que foi bruto e mexer com ela não tira pedaço.
Com o plano fracassado, em seguida, Anjinho finge ser um bandido querendo assaltar a Marta. Surge Afonsinho falando que ninguém vai assaltá-la na frente dele. Marta fala que não vai mesmo, além de não ter arma, ela não tem dinheiro. Afonsinho fala que pode ser perigoso e ela diz que luta caratê e dá um golpe marcial no Afonsinho.
Depois, Anjinho pensa em outra ideia, mas Afonsinho o corta, grita que não quer mais saber dos planos dele, não vai mais correr atrás da Martinha, se quiser, ela que venha até ele. Marta ouve e chega sem graça, perguntando se ele está zangado e que o desculpa. Afonsinho diz que não está se desculpando e ela diz que está. Afonsinho a desculpa para não se acostumar e ela fica gamada no jeito autoritário dele. Anjinho fala que no final não precisou de plano nenhum e Afonsinho fala que foi o que ele acabou de fazer.
História legal com o Anjinho fazendo planos infalíveis para ajudar o Afonsinho a reconquistar a namorada Marta, os planos não deram certo, como sempre nessas histórias de planos infalíveis, mas o do Afonsinho no final de bancar o machão, o difícil, funcionou, deixando a Marta gamada com aquele jeito dele.
Foi divertido ver a flor cheio de espinhos, o Anjinho se passar por um namorador e bandido, o golpe de caratê da Martinha no Afonsinho e o Afonsinho se fazendo de difícil no final. Dava até para o Anjinho fazer outros planos, só que para não deixar uma história longa e ir direto ao ponto, ainda mais por sair em um gibi quinzenal, preferiram assim e deu conta do recado do mesmo jeito e sem enrolação. Como de praxe, Afonsinho e Martinha apareceram só nessa história, normal de personagens secundários.
Interessante como histórias antigas tinham bastante violência, personagens dando soco, brigando, assim como sempre davam um jeito de ter bandidos nas histórias, dessa vez o Anjinho fingindo ser um. Hoje sem chance história assim, principalmente Anjinho como bandido, mesmo que para uma boa causa de ajudar no namoro. Inclusive, namoro entre crianças proibidos hoje em dia também.
Antigamente, o Anjinho ajudava qualquer pessoa, seja crianças, adultos, animais e costumava também contracenar com diabos ou diabinhos. Isso mudou depois e atualmente ele só ajuda as crianças da Turma da Mônica e os adultos não o veem, só as crianças da turminha. Gostava mais quando ele ajudava qualquer um, as histórias tinham mais conteúdo e diversidade.
Os traços muito bons, característicos da primeira metade dos anos 1980. Nos primórdios, o Anjinho aparecia sem auréola, raramente só em algumas histórias quando o tema precisava de auréola e depois que passaram a inserir de forma fixa. A história saiu em um gibi do Chico Bento porque nos primeiros números dele da Editora Abril tinham histórias da Turma do Limoeiro para preencher os gibis por falta de histórias do Chico produzidas e também para mostrar que Chico era personagem da MSP por ser mais diferente e não ser tão conhecido ainda. Foi republicada depois em 'Almanaque do Chico Bento Nº 6' (Ed. Globo, 1989). Termino mostrando a capa desse almanaque.
Capa de 'Almanaque do Chico Bento N° 6' (Ed. Globo, 1989) |
Este gibi original do Chico Bento adquiri recentemente pela Internet em excelente estado de conservação. Valeu a pena demais essa aquisição! Realmente nos primeiros números dos gibis do Chico Bento costumava ter alguma história de outros personagens, como Bidu, Jeremias, Titi e outros, depois passou a ter somente do Papa-Capim. Tem tido muitas também da Turma da Mata de uns tempos pra cá. Sobre alguns temas citados nas histórias como namoro, brigas e bandidos, não diria que são temas "proibidos" hoje nos gibis, mas que são temas que evitam ao máximo e são menos frequentes. Tanto que, de vez em quando ainda aparece uma história ou outra com algum desses temas e situações. Já outras, como armas em punho, rabiscos nos muros,maus tratos a animais, Cascao no meio do lixo e outras situações, realmente não devem mais aparecer nas histórias e todo mundo já sabe o porquê. Eventuais repercussões negativas estão sendo evitadas pela MSP. A patrulha do politicamente correto é muito barulhenta e lidar com isso realmente não é tarefa fácil, sobretudo pra quem faz arte direcionada às crianças.
ResponderExcluirEram muito bons os primeiros gibis do Chico, bem curioso essas histórias com outros personagens no início. Legal que você tem esse gibi, a original não tenho, só a versão da Coleção Histórica e as histórias republicadas em almanaques diversos da Globo. Infelizmente esse povo é muito barulhento, tudo ofende, aí eles são obrigados a excluir ou pelo menos evitar de ter essas situações incorretas.
ExcluirPenso que sorte que a turminha nasceu em uma época antiga em que as pessoas não achavam tido problemático..criancas dos anos 90 saiam na porrrada...hoje um desenho assim acharam estímulo à violência..desenhos clássicos como pica pau e tom E Jerry jamais existiriam assim como seriado como Chaves com seu madruga dans9 socos na cabeça dele.....sendo que quem tem esse instinto de bater no coleguinha nem deve ter lido gibi da turma da Mônica...devia e gosta de desenhos japoneses e jogos sangrentos
ExcluirSim, Miguel, se Turma da Mônica, Pica-Pau, Chaves, Pernalonga e tantos outros fossem criados hoje seriam completamente rejeitados e abominados, não teriam chance. Como foram criados antes, aí têm que se adaptar para não implicarem com o incorreto. E sem dúvida quem briga são os que não lêem gibis.
ExcluirMartinha é meio agressiva, acerta o guri três vezes. Sagaz a tática dele para reconquistá-la, nem parece que parte de uma mente de apenas seis ou sete anos de idade, Afonsinho saca um pouco de comportamento feminino.
ResponderExcluirVerdade, Afonsinho apanhou muito dela, não deu mole pra ele até ele se passar por difícil e aí assim ela ficou gamada. Um certo machismo, o homem se dar bem no final e a mulher submissa, típico da época, mas hoje não seria aprovado. E ele foi bem esperto pra uma criança, mentalidade bem adulta, sem dúvida. Sem chance história assim hoje.
ExcluirO que Afonsinho faz é se impor, até dá noção de machismo por ela se atrair por ele assim, mas o garoto não extrapola na conduta, roteiro é bem leve, feministas com certeza não aprovariam a atitude da menina que apenas baixa a guarda.
ExcluirSim, foi tudo de leve, mas como povo implica com tudo hoje em dia, iam chiar com a atitude dele.
ExcluirE uma parte justamente por tudo ser considerado abusivo vê os homens fracos meninos sem voz ..sem aquele rompante do macho alfa
ExcluirMiguel, verdade, pelos que consideram tudo abusivo.
ExcluirMuito boa a história! Personagens bem desenhados, boas cores, bons detalhes, etc. Tem todo aquele charme de história feita à mão e com bastante liberdade criativa do roteirista.
ResponderExcluirSeria Afonsinho o primeiro PUA?
Estes personagens voltaram alguma vez?
Era um capricho enorme na época em tudo, o que mais gostava eram dos traços. Feitos a mão eram bem melhores. Difícil saber se ele foi primeiro PUA. E eles aparecem só nessa história mesmo.
ExcluirBoa pergunta a do Mago Economista. Acredito que Afonsinho não seja o primeiro PUA - pick up artist ou artista da sedução - dentre as criações de Mauricio de Sousa, vide que Rolo adentra os 1980 já com perfil de pegador, de conquistador, sedutor, seja lá qual expressão melhor o define, mas é claro e evidente que Marta senta-lhe a "pua", começando pela "florzada" e fechando com golpe de caratê. Um PUA gerado pelas puas que sofre, interessante...
ExcluirEle pode ter sido um dos primeiros PUA, mas já tinha o Rolo, o Titi estava começando a ser naquela época, as vezes o Franjinha, o Chico e o Cascão agiam assim na época.
ExcluirTiti é o Don Juan do Limoeiro, ia esquecendo dele.
ExcluirCascão nesses tempos "PUou" bem. Um barato "A terrível lábia infalível", se mete em enrascada para filar picolé, vai "PUAr" assim lá longe, deu sorte que não lhe baixaram a pua, merecia. Trama formidável!
Verdade, nessa do Cascão, ele deu em cima de 4 garotas ao mesmo tempo. Nem Rolo nem Titi conseguiram essa façanha rsrs.
ExcluirMoleque ousado, é mesmo de causar inveja em Rolo e Titi. Xaveca quatro, três desmascaram ele, a que não manja a real intenção é quem sai ganhando. Cascão malandrão e por vezes meio burro faz muita falta.
ExcluirFalando em xavecar, Xaveco é quem não fez jus ao nome. Quando o personagem foi criado a palavra não constava nos dicionários como verbo sinônimo de paquera, de sedução, sinônimo de PUA, nada disso, era apenas um tipo de embarcação e até então também significava transeunte, qualquer um ou um qualquer, indivíduo de pouca importância, daí que mais tarde surge a ênfase no secundarismo dele, embora originalmente tenha sido criado com esse intuito mesmo, porém, sem destacar a condição, o que por muito tempo foi ideal.
Um Cascão assim faz muita falta mesmo. E acabou se dando mal no final tendo que vender sorvete porque a garota não tinha dinheiro e nem ele. Quanto ao Xaveco, se escrevia Chaveco quando foi criado e pelo visto sem referência ao PUA, o Mauricio colocou esse nome por colocar, sem um significado específico, tanto que ele nem tinha personalidade, era pra fazer figuração apenas.
ExcluirO nome xaveco nada tem a ver com paquera. E por que o cabelo parece uma chave
ExcluirIsso, Miguel, já tinha ouvido falar disso, não estava lembrando. Motivo de paquera já era descartado.
ExcluirO nome era com "CH" originalmente, muda-se a grafia devido à alguma reforma ortográfica ocorrida na década de 1970, Mauricio poderia ter mantido a forma original se caso o termo tivesse relação com chave, mas tem a ver mesmo é com condição de secundário. Tenho um dicionário de 1976 publicado pela Fename (Fundação Nacional de Material Escolar), mais parece um tijolo, nele consta o seguinte:
ExcluirXAVECO, s.m. Barco pequeno e mal construído; nome de uma embarcação chinesa; pessoa ou coisa sem importância, sem valor.
No Minidicionário Ruth Rocha de 1995 pela Editora Scipione consta:
XAVECO s.m. 1 Embarcação pequena, mal construída ou velha. 2 Golpe de esperteza; malandragem.
A palavra como sinônimo de paquera, sedução, azaração não é de quando o personagem foi criado, o SBT tinha um programa homônimo ao guri ficcional e já com o termo voltado para o romântico, para o amoroso, ou melhor, voltado para "pegação", já que os participantes ou competidores eram majoritariamente muito jovens.
Considerando vá definição na época, se encaixaria de pessoa sem importância, ou seja, figurante apenas. Xaveco como paquera, pegação foi criado bem depois como gíria paulista, cada estado adota sua gíria, por isso é o que não tem a ver com inspiração do nome do personagem.
ExcluirAnjinho bancando o Cupidinho.
ResponderExcluirPois é, foi cupido das crianças. Tiveram outras histórias ele sendo cupido de adultos também.
ExcluirMarcos sobre a biblioteca Maurício de Sousa que irá reunir as primeiras revistas da Mônica de 1970 eu te perguntao Será que vão prós próximos anos da revista
Excluir71 72 73 74 75 etc ...
E como seria se fizessem com as outras revistas
No caso dos quinzenais ( Cascão Chico Bento e Magali )
Eram 26 revistas por ano então na teoria um ano seria em 2 ediçoes a primeira com 13 ediçoes e a segunda com as outras 13 pra fechar as 26 ediçoes e se quiserem fazer todas as revistas desde as primeiras até às dos dias de hoje teriam que fazer com 8 revistas
Mônica
Cebolinha
Pelezinho
Cascão
Chico Bento
Magali
Parque da Mônica
Ronaldinho Gaúcho
Unknown, pelo que vi e entendi, os livros vão ser lançados por ano, um livro de cada ano da revista do personagem. Primeiro os da Mônica, quando chegar 1973 vão ter livros individuais, um pra Mônica e um pro Cebolinha e assim vai. Essas quinzenais em anos completos seriam combo de 26 revistas no mesmo livro. Como Cascão e Chico foram só 10 revistas cada em 1982, não duvido que juntem os de 1982 e 1983 em um mesmo livro. Isso se a coleção chegar até lá e não desistirem no meio do caminho.
ExcluirEu acho que a MSP dá atenção demais para patrulheiros que no fim das contas devem ser uma reduzida minoria. Não consigo acreditar que o leitor médio ou a maioria dos pais das crianças no Brasil sejam tão melindrosos, que se ofendam tão fácil, a ponto da MSP ter que mudar um "pelo amor de Deus" na republicação de histórias antigas, ou suprimirem as coelhadas da Mônica, fala sério, ninguém se interessa por gibis tão absurdamente sanitizados assim, nem mesmo as crianças pequenas, que consomem muito mais conflito em qualquer desenho do Cartoon Network. Ou é isso, ou tem alguém de mentalidade extremamente puritana está na direção dos gibis. Lamentável!
ResponderExcluirLamentável mesmo, ficam sem graça histórias vem conflitos, sem sofrimento dos personagens, cansa, perde o interesse e a criança abandona cedo a leitura de gibis.
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