Compartilho uma história em que a Dona Morte permitiu que um motoqueiro escolhesse de qual forma ele queria morrer. Com 6 páginas no total, foi publicada em 'Cascão Nº 102' (Ed. Abril, 1986).
Começa o motoqueiro Alberico em alta velocidade na sua moto cantando "Vital e sua moto" dos Paralamas do Sucesso, quando surge a Dona Morte do nada como se estivesse em uma moto e Alberico estranha a façanha dela e acha legal a roupa dela, bem punk e chocante.
Capa de 'Cascão N º 102' (Ed. Abril, 1986) |
Começa o motoqueiro Alberico em alta velocidade na sua moto cantando "Vital e sua moto" dos Paralamas do Sucesso, quando surge a Dona Morte do nada como se estivesse em uma moto e Alberico estranha a façanha dela e acha legal a roupa dela, bem punk e chocante.
Dona Morte diz que ele vai se chocar correndo na moto naquela velocidade. Alberico pergunta se é guarda de trânsito e ela responde que é a Morte. Primeiro Alberico fica aliviado porque não vai ter outra multa, mas logo se toca que se tratava que ia morrer. Rle fica desesperado perguntando como, onde e por que vai morrer e Dona Morte diz que correndo feito o Airton Penna (Ayrton Senna) e sem capacete, vai sofrer um acidente na próxima esquina e virar paçoca.
Alberico para a moto imediatamente e diz que não vai morrer assim bestamente, é o melhor motoqueiro da cidade e os amigos iam zoar. Dona Morte fala que não adianta reclamar, a hora dele chegou e estão atrasados. Alberico diz se quiser levá-lo, que seja de outra forma porque de acidente de moto ele não morre
Dona Morte reclama que isso que dá ser simpática e avisar à vítima do que vai morrer e assim leva o Alberico até em frente a um precipício e o manda se jogar. Alberico diz que suicídio não faz parte dos princípios dele e quer morrer de uma forma emocionante como ser devorado por leões selvagens. Eles vão até onde tinhaum leão, quando Alberico ver o leão rugindo na sua frente, desiste e diz que é indigesto e o bichinho não ia gostar e resolve ser morto por um bandido e manda trazer um bandidão.
Depois de um tempo, Dona Morte volta com o bandido e ela manda assaltar e dar um tiro no Alberico. O bandido estranha que a vítima que que dê um tiro bem no coraçãozinho e sai correndo achando que os dois eram malucos. Então, Dona Morte sugere que ele morra de ataque cardíaco, que é rápido e eficaz.
Alberico fala que quer morrer como sempre sonhou pilotando uma nave espacial, quando é atacado por naves inimigas e após uma batalha entre as naves, um alienígena de 5 olhos e 20 bracos invade a sua nave e o atinge com uma arma de rais zeta e morre. Aí percebe que a Dona Morte tinha sumido e se pergunta se foi tudo um sonho e pra se precaver vai passar a usar capacete e correr menos com a moto daqui para frente.
No final, Dona Morte chega no cemitério com raiva e Penadinho estranha ela voltando com mãos vazias. Dona Morte responde que do jeito que as pessoas andam exigente, vai ter que arrumar mais verbas para fazer o serviço dela ou só chegar na hora "H" porque cliente morto não reclama.
Essa história é muito divertida, a Dona Morte querendo ser simpática de avisar do que o motoqueiro vai morrer e permitir ele escolher a forma que queria morrer e acabou nem conseguindo matá-lo com tantas exigências. Se ela não tivesse avisado e tivesse deixado ele continuar com a moto acelerada, Alberico conseguiria morrer de acidente de moto. Ela até faria a vontade dele de morrer por alienígenas se tivesse verba para isso. Quem dera se na vida real a gente pudesse ser avisado que ia morrer ou pudesse escolher a forma de morrer e essa historia permitiu essa fantasia.
Eram muito boas as histórias da Dona Morte discutindo com as suas vítimas antes de morrerem, com elas tentando enrolar a Dona Morte, a maioria ela conseguia matar as suas vítimas, mas tinham vezes que não conseguia como nessa. Histórias assim não fazem mais hoje e nessa com presença de bandido aí que não fariam mesmo.
Os traços muito bons, uma arte-final bem caprichada. Legal a lembrança da música "Vital e sua moto" dos Paralamas do Sucesso, não teve letra parodiada, já o.Ayrton Senna teve seu nome parodiado. Na época ele já era um piloto de Fórmula 1 famoso, apesar de ainda não ter conseguido um título mundial, que aconteceria só em 1988. Uma boa coincidência ele ser citado na história e eu ter postado logo no mês que completa 25 anos da sua morte (1 de maio de 1994).
Foi republicada depois em 'Coleção um Tema Só Nº 11 - Cebolinha e o Louco' (Ed. Globo, 1995). Os primeiros Temáticos da Globo tinham histórias de secundários sem nada a ver com o tema proposto. Alguns sem querer até se encaixava de uma certa forma com o tema, outros não. Nessa história da Dona Morte ainda pode dizer que teve a loucura do Alberico escolher a forma de morrer, ter um roteiro absurdo mesmo não aparecendo o Louco. Aliás, até que é uma boa sugestão de criarem um Temático com histórias envolvendo loucuras dos personagens sem serem feitas pelo Louco. Abaixo, a capa desse 'Coleção um Tema Só'.
Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 11 - Cebolinha e o Louco' (Ed. Globo, 1995) |
Há!Há! Pela primeira vez driblaram a Dona Morte,esse motoqueiro é bem esperto.
ResponderExcluirVerdade, conseguiu se livrar de morrer.
ExcluirEssas histórias da Dona Morte eram sensacionais. Além de divertidas, elas sempre traziam uma lição importante, como essa de usar capacete e não abusar da velocidade. Lembro de uma das mais sensacionais que já li, que é de Cebolinha n.º 78 (1993), chamada "gótico ou estrambótico?" em que um rapaz fascinado por coisas mórbidas decide que quer encontrar a Dona Morte e morrer para ser como o pessoal da turma do Penadinho. No entanto, no decorrer da história ele vai aprendendo a enxergar as coisas bonitas da vida e desiste da ideia. Acredito que a intenção da história era tratar sobre suicídio, mas de uma forma suave, mostrando que há sempre boas razões para se viver.
ResponderExcluirPena que não fazem mais histórias assim, filosóficas e profundas que nos deixam pensativos.
Parabéns pelo blog, conheci há pouco tempo mas tenho gostado muito de ler e acompanhar. Grande abraço.
Pois é, isso que era bom que ensinavam divertindo, sem ficar didático. Gostava das histórias da Dona Morte assim. lembro dessa história de Cebolinha nº 78, muito boa também. Obrigado por estar gostando do Blog. Abraço
ExcluirMarcos,vc viu a promoção:"fantastica fabrica de quadrinhos"que vai ter nos gibis?
ResponderExcluirVi sim, é pra concorrer a uma visita à MSP com cadastro de cupom que vem nas revistas. Vai ser nos gibis de maio, junho e julho :D
ExcluirTraços assim eram muito bons, a arte-final ajudava. Lembro dessa história do casamento, pelo visto foi uma das últimas do Chico bento da Editora Abril, visto qe histórias da Turma do Penadinho saíam mais nos gibis do Cascão e Papa-Capim que ficava nos do Chico Bento, mas alguma sedições de 1986, tinha Penadinho nos gibis no Chico no lugar do Cascão.
ResponderExcluirMuito boa essa, mas realmente não entendi ela aparecer no temático do Cebolinha e Louco. abração
ResponderExcluirPois é, ficou estranho. Mas era comum ter histórias de secundários nos primeiros almanaques temáticos da Globo nada a ver com o tema. provavelmente por falta de histórias suficientes pra preencher os almanaques ou pra ter histórias de secundários nesse tipo de almanaque. Messe pelo menos ficou no sentido de loucura do motoqueiro querer escolher a forma de morrer, aí tá valendo, tanto que o bandido chamou o Alberico e Dona Morte de malucos.
ExcluirCuriosidade:o Vital citado na letra não era um personagem fictício.Ele foi o primeiro baterista dos Paralamas,antes da entrada de João Barone.E,ironicamente,VITAL já é falecido.
ResponderExcluirVerdade, eu soube disso, bem lembrado. Colocaram a letra dessa música na história por ter tema de moto e ser conhecida pelo grande público na época.
ExcluirEssa dona Morte é mesmo simpática!Sinistra era a "dona" Fome(Starvation) dos desenhos do Pica Pau,assunto do qual já falei antes!Com sua capa branca,dava gargalhadas sinistras e tinha um vozeirão cavernoso!
ResponderExcluirÉ, a Dona Morte até que era bem boazinha com suas vítimas a maioria das vezes rsrs
ExcluirQuem fazia estes traços? Eram comuns nos anos 80.
ResponderExcluirDifícil saber, mas deve ter uma arte-final do Alvin Lacerda. Eram muito bonitos traços assim.
Excluir