Há 40 anos, era inaugurada a "Pracinha da Mônica" e fizeram uma história especial em que a turma se transforma em brinquedos por causa de um mecânico de brinquedos que se revolta com crianças e Cebolinha precisa fazer seus amigos voltarem ao normal. Com 15 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 154' (Ed. Abril, 1985).
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Capa de 'Cebolinha Nº 154' (Ed. Abril, 1985) |
João, o mecânico do parque de diversões do bairro reclama que odeia crianças, ficam destruindo os brinquedos deles, não ficaria lá se não precisasse tanto do emprego, conta que deixam tênis nas engrenagens da roda gigante, entope espingardas de rolha com chiclete.
O dono do parque avisa que grudou um pirulito na montanha-russa e aí João se cansa das crianças estragarem os brinquedos deles, o dono fala que os brinquedos não são dele, são do parquinho e que não devia ficar cinco anos sem tirar férias, os nervos estão à flor da pele. João vai desligar a chave geral do parque inteiro para todos os brinquedos pararem.
O dono tenta impedir, não consegue e João dá um curto-circuito em todos os brinquedos do parque. O corpo do João fica todo eletrificado e vai me direção a uma criança chorando. O dono impede martelando forte a máquina de prêmios onde o João estava em cima jogando para cima, o corpo eletrificado passa por cima de nuvens carregadas de poluição e elementos químicos de uma fábrica, parando onde a Turma da Mônica estava brincando, abrindo uma cratera.
A turma se assusta com o raio e com a cratera e quando olham veem o João transformado em João Transformão. Cebolinha reclama que ele quebrou os brinquedos deles e exige que conserte senão vai falar com o pai dele. João Transformão chama de crianças imbecis e que vai fazer melhor que isso. Mônica quer dar coelhada nele por ter chamado de imbecis e João Transformão e faz a Mônica virar um jogo de amarelinha.
João Transformão avisa que vai transformar todas as crianças do mundo em brinquedo porque vai ser a vez de brincar com eles e se quebrar, não vai precisar consertar. A turma acha que João Transformão é doido, tentam fugir e consegue transformar Magali e Cascão, mas Cebolinha consegue fugir. Magali vira cubos gigantes para montar, o gibi dela com o Jotalhão vira escorregador e o Cascão virou piscina de pescaria.
Cebolinha tenta ajudar os amigos, pega a varinha de pescar do Cascão e pesca a chave do poder do João Transformão e sem ela, pode transformar nem destransformar nada. João Transformão corre para recuperá-la e escorrega na casca de banana que estava no jogo de amarelinha da Mônica e cai na piscina de pesca do Cascão, que dá uma mordida nele, dizendo que ele tem um gosto horrível. João Transformão cai no escorregador do Jotalhão e fica preso nos cubos da Magali.
Quando Cebolinha ia fazer os amigos voltarem ao normal, aparecem crianças tristes que vai demorar uma semana para o parquinho voltar a funcionar e não sabem onde vão brincar agora. Assim, no final, Cebolinha deixa seus amigos transformados em brinquedos por mais uma semana e avisa que eles estão fazendo a alegria da criançada brincando neles.
História de aventura legal em que o mecânico do parquinho do bairro se revolta com as crianças destruindo brinquedos que ele conserta e resolve se vingar desligando a chave de energia do parque, mas leva um curto circuito e vira o vilão João Transformão, que quer transformar todas as crianças do mundo em brinquedos. Começa com a Turma da Mônica, só o Cebolinha se consegue fugir e consegue que seus amigos voltem ao normal. No final, Cebolinha permanece os amigos como brinquedos para ajudar as crianças que ficaram sem brinquedo até o parquinho voltar a funcionar.
Mesmo transformados em brinquedos, a turma falava e reclamava de serem brinquedos e ainda ajudaram o Cebolinha a capturar o João Transformão, foi legal, já que podiam ficarem inanimados com as transformações. Foram bem ágeis em capturar o vilão, se desse algum erro e o João Transformão transformasse o Cebolinha em brinquedos, nenhuma escaparia também. Cebolinha fez boa ação deixando amigos como brinquedos, não podia deixar as crianças tristes sem brincar. João Transformão também se transformou em brinquedos no final como castigo, um pula-pula transformado pelo Cebolinha.
João foi muito perverso só para se vingar das crianças que destruíam os brinquedos do parque. Teve a justificativa de que estava cinco anos sem tirar férias, e o acúmulo de serviço passou a irritá-lo e descontar o estresse com as crianças. Interessante que o João mudou de aparência depois de se transformar em João Transformão, de um senhor comum com boné e roupa de mecânico passou a ter camiseta estampada com letra "T" e calça vermelha, capa preta nas costas, bigode com formato de chave de fenda, dando um visual mais jovial. E uma chave de fenda servia para transformar as crianças em brinquedos.
Boa sacada de um gibi com o Jotalhão que a Magali estava segurando virar o escorregador do Jotalhão, sinal que se os outros estivessem também segurando objetos também se transformariam em brinquedos, não eram apenas as crianças. Para o desespero do Cascão, foi justo se transformar em uma piscina, sorte dele que não tinha água nessa piscina, só lembra mesmo objeto de água. Procuraram colocar alguns brinquedos que foram marcas registradas da verdadeira "Pracinha da Mônica" como escorregador de Jotalhão, o pula-pula e a pescaria. Sendo que na Pracinha, o pula-pula era do Jotalhão e a pescaria era do Chico Bento.
Foi engraçado ver crianças que jogaram tênis nas engrenagens da roda-gigante, chiclete na espingarda de rolha e pirulito na montanha-russa. De certo ponto o João tinha razão de reclamar. Legal também o curto-circuito do João e sua transformação em João Transformão, a transformação lenta da Mônica de jogo de amarelinha, agilidade da turma em capturar o vilão, o Cascão como piscina morder o vilão e ainda dizer que tem gosto horrível e a cara deles de permanecerem como brinquedos para agradar as crianças do bairro.
Ficou em aberto o destino do João Transformão após uma semana do parquinho do bairro voltar a funcionar. Se deixaram eternamente como brinquedo, ou se continuou como João Transformão e ser preso pelas vilanias, ou se voltou a ser o mecânico João, sem se lembrar que tinha virado João Transformão e se precisaria pagar pelo que fez ou não, ou se ele se arrependeu de odiar as crianças. Várias possibilidades após a história acabar, ficando tudo na imaginação do leitor de dar a conclusão que achar mais conveniente.
João Transformão voltou aparecer depois em 'Clássicos do cinema Nº 29 - Tô na História' (Ed. Panini, 2011) como o responsável de transformar os personagens em brinquedos na paródia do filme "Toy Story", também foi lembrado depois no gibi comemorativo de 'Cebolinha Nº 500' (Cebolinha Nº 86 - Ed. Panini, 2014) junto com outros vilões e elementos de outras histórias que marcaram época nas revistas do Cebolinha até então e depois teve uma participação em um quadrinho na história de abertura de 'Mônica Nº 14' (Ed. Panini, 2016).
Traços ficaram bons, típicos dos anos 1980, já com estilo consagrado dos personagens. Teve erro do mecânico João com bigode branco em alguns quadros. Incorreta atualmente por João odiar crianças, levar curto circuito, ter espingarda de brinquedo, além de palavras e expressões populares de duplo sentido ou de cunho religioso como "nervos estão à flor da pele", "Meu Deus!", "Maldição!" e Cebolinha pensar com dislalia, trocando "R" pelo "L", hoje ele pensa sem trocar letras.
A Pracinha da Mônica, que serviu de inspiração e divulgação para essa história, foi um parque itinerante que durou entre 1985 a 1991 com brinquedos temáticos da Turma da Mônica. Ficava em uma cidade por cerca de 2 semanas e depois viajava para outro local do Brasil, todos os estados receberam a Pracinha da Mônica ao longo dos anos. Tinham brinquedos variados com destaque ao "Escorregador do Jotalhão", "Atelier da Mônica", "Pescaria do Chico Bento", "Labirinto do Astronauta", entre outros. A partir de 1993 o Parque da Mônica ficou no lugar da Pracinha, como parque fixo em São Paulo, o que tirou o lado itinerante de todos poderem ir e não precisar viajar para ir ao Parque da Mônica de São Paulo. Aqui uma das propagandas da Pracinha da Mônica que saíam nos gibis da época e mostravam as cidades onde estariam nos próximos meses.
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Propaganda tirada de 'Cebolinha Nº 46' (Ed. Globo, 1990) |
Foi bom relembrar essa história clássica há exatos 40 anos, que ainda ajudou a divulgar a "Pracinha da Mônica" e homenagear o "Dia das Crianças", de 12 de outubro. Essa história foi republicada depois em 'Coleção Um Tema Só Nº 16 - Mônica Passeios' (Ed. Globo, 1997). Termino mostrando a capa dessa edição.
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Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 16 - Mônica Passeios' (Ed. Globo, 1997) |
Que Parque da Mônica o quê!! Com piso todo encerado entre outras frescuras! Da hora "mermo" era a Pracinha ((I)itinerante) da Mônica! Com direito a funcionário rabugento e neurastênico, do tipo que não fazia média com a pirralhada e onde se pisava na grama, caminhava-se na areia, pisava-se nas bostas dos cachorros e escorregava-se em cascas de bananas, entre outras, claro, incríveis atrações, não percam!! E, aguardem e confiem, caros amiguinhos, pois, muito em breve, se instalará aí, em sua bela cidade!!
ResponderExcluirEsta é bem freak show, bem trash, ou melhor, é o (T)trash 80('s) em toda sua magnitude, do jeitinho que o Zózimo gosta!