quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Mônica: HQ "Uma barriga que é uma joia"

Mostro uma história em que a Magali comeu um sorvete com um anel roubado dentro e os bandidos tentam recuperar a joia. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 13' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Mônica Nº 13' (Ed. Globo, 1988)

Um sorveteiro passa pela rua, um homem pede um sorvete para o vendedor, coloca disfarçadamente uma joia dentro do sorvete e disfarça que não queria de morango, o sorveteiro vai embora comentando que agora é só passar a joia para o Oscar e pegar a parte dele. 

Um policial aparece querendo saber se o sorveteiro viu um sujeito com joia nas mãos, que foi roubada de um museu e está avaliada por muitos milhões de Cruzados. Nessa hora, Magali pede um sorvete, o sorveteiro entrega e nem dá atenção ao guarda, que diz que está tentando pegar o sujeito antes que passe a joia e melhor encontrá-lo e quem sabe ache o receptador junto.

O sorveteiro vai ao encontro do outro bandido Oscar em um beco sem saída, lhe entrega o sorvete com a joia e Oscar joga o sorvete na cara do sorveteiro porque tinha nada dentro. O sorveteiro se dá conta que vendeu o sorvete errado para a menina magricela, de vestido amarelo e olhos grandes.

Depois, Magali avista a Mônica e engole todo o sorvete para não dividir com ela e se engasga. Mônica pergunta o que houve, Magali diz que se engasgou, parecia uma pedra. Os bandidos aparecem, segura a Magali pelas pernas para baixo, Oscar fala que vão ter que espremer a barriga dela, Mônica bate neles e as duas fogem.

Magali lembra que era o sorveteiro que vendeu sorvete de morango, Mônica pergunta se ela não pagou, Magali diz que pagou, quando os bandidos conseguem capturá-la com uma rede. Mônica salva a amiga, os bandidos correm atrás delas, depois eles puxam a Magali pelas pernas e Mônica, pelos braços, Magali cai longe pelo puxão da Mônica conseguindo cuspir a joia.

Os bandidos pegam a joia, o policial aparece e os prende, mandando que o levem para o terceiro homem. Magali fala para a Mônica que a culpa da joia foi dela, engoliu o sorvete inteiro só para não dar um pedaço para a amiga e que para provar que está arrependida, paga um sorvete para a Mônica. Só que antes de entregar, verifica com as mãos se tem nada dentro, Mônica, com nojo, recusa e vai embora e Magali gosta, afinal, ficou com o sorvete para ela.

História legal em que bandidos roubam joia de um museu e tentam passar adiante com um deles disfarçado de sorveteiro só que ele vende o sorvete onde estava a joia dentro para Magali por engano e eles tentam recuperar. Mônica tenta impedir de levarem a amiga e na briga a joia sai pela boca dela bem na hora do policial chegar e os bandidos são presos.

O bandido sorveteiro não teve sorte, a distração da conversa com o policial, vende sorvete errado para a Magali, se o policial não tivesse aparecido, ele iria pegar certo o sorvete para a Magali e conseguiria executar o plano de passe da joia. No início, os bandidos não precisavam cochichar, o outro disfarçar que estava comprando sorvete já que tinha ninguém por perto passando pela rua na hora. 

Foram engraçadas as lutas dos bandidos para recuperar a joia engolida pela Magali, como deixar Magali do avesso, apanharem da Mônica e Magali servindo de cabo-de-guerra  entre eles, ficando esticada e depois parar longe com o puxão forte da Mônica, o que serviu para soltar a joia. Não seria tarefa fácil se não tivesse saído sozinha da boca com a briga do cabo-de-guerra.

Magali só passou por isso por causa do seu egoísmo de não dividir o que come com os amigos. Se tivesse tomado sorvete devagar como qualquer pessoa e não ter engolido tudo de uma vez só para não dar pedaço para a Mônica, ia ver que teria uma joia nele. Essa característica dela foi fundamental para desenvolver a trama. Sem dúvida era muito bom quando Magali era capaz de tudo, até comer tudo de uma vez, para não dividir comida com os amigos.

Nessa história a Magali chega a se arrepender da atitude para ajudar na piada final da Mônica desistir de ficar com o sorvete depois da Magali colocar mão suja nele, mas normalmente ela não se arrependia pelo que fazia com os amigos. Fica até a dúvida se ela colocou a mão no sorvete sem querer pelo que elas passaram ou foi de propósito para ver se a Mônica desistia. De caso pensado ou não, ela se deu bem ficando com o sorvete.

Título foi com créditos para a Mônica, mas o protagonismo foi da Magali. Estavam começando a intensificar destaques para Magali pensando na revista própria fixa dela que pretendiam lançar em 1989. Na verdade, desde a Editora Abril nos anos 1980 ela já tinha histórias solo de miolo pontuais, mas que aumentaram em 1988, principalmente em gibis da Mônica  para o pessoal ir se acostumando mais com a Magali. 

Impublicável atualmente por ter bandidos, organização de roubo de joia, policial com arma na mão, Mônica enfrentar e bater nos bandidos e aparecerem surrados pela surra dela, Magali ser presa em uma rede e servir como cabo-de-guerra, Magali comer sorvete inteiro com anel dentro, Magali egoísta tomando todo o sorvete para não dividir com a Mônica, calcinhas das meninas à mostra em algumas cenas, além das palavras proibidas "Droga!" e "Credo!", talvez implicariam com palavra "receptador" por ser de difícil entendimento pelas crianças e hoje trocariam a moeda Cruzado por não gostarem de coisas datadas.

Traços muito bons da fase clássica dos personagens. As cores mais desbotadas típicas de gibis do segundo semestre de 1987 a início de 1988. Essa história nunca foi republicada depois, poderia ter sido a partir de 1993, mas acabou não sendo. Não acho que por causa de presença de bandidos porque ainda estavam em alta naquela época, deve ter sido por mero esquecimento. Então, fica sendo uma história rara e só quem tem a revista original que a conhece.

22 comentários:

  1. Numa abocanhada, engolir inteiramente o sorvete para não ter de, eventualmente, ceder um teco; tentativa de (re)virar a comilona do avesso; a mesma servindo de cabo(-)de(-)guerra, o que gera energia potencial elástica assim que acidentalmente foi solta por um dos lados e, pelo outro, desprevenidamente, não conseguir contê-la, sendo arremessada, estabacando o queixo no chão, o que faz expelir a joia; Mônica sentando o braço nos bandidos; fingir recompensar a amiga e contaminar o sorvete ao cutucá-lo com dedo sujo só para fazê-la desistir da guloseima, enfim, estas hilárias e sensacionais incorreções, não passam de mais um puro suco oitentista.
    Pela presteza em postar este colírio que, ainda por cima, nunca foi reeditado, só tenho a agradecer, valeu mesmo, Marcos, "muitôbrigado"!

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    1. Pois é, tudo absurdo demais e muito engraçado, Magali como cabo-de-guerra e Mônica ganhar por causa da força foi demais. Assim que era a verdadeira Turma da Mônica. Uma pena não terem republicado essa durante os anos 1990 que ainda permitiam essas coisas, hoje completamente sem chance, mas aqui histórias assim voltam. De nada, sabia que ia gostar dessa.

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    2. A princípio pode parecer que o que vou dizer seria coisa de viajão, mas, por incrível que pareça, poderiam ter reeditado "Uma barriga que é uma jóia" até lá pelos terceiro e quarto anos da década passada. Tenho sete almanaques da MSP publicados à tal época que, para nós, os ditos leitores veteranos da velha e boa TM autêntica, ainda cabe considerar como sendo de um "passado relativamente recente" e afirmo que os conteúdos de cinco deles me agradam bastante.

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    3. A média de republicações era entre 5 a 8 anos das originais, podendo até 10 anos, mais que isso já consideravam antigas pra republicar. Entre 1993 a 1995 dava tranquilo sem problema, ainda teria chance de republicarem em 1992 no Almanaque da Magali 5 que teve várias histórias de 1988 e 1989, antes do tempo permitido de republicação. Então, desculpa não tinham, falta de oportunidade não foi. Agora, após 1998 acredito que chance era pequena já que tinham vestígios do politicamente correto. Que bom que esses almanaques que você tem agradaram.

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    4. Almanaque da Mônica nº58 e Almanaque do Cascão nº57, ambos de 2016, no tocante a visual, isto é, em estilos de traços, salvo algumas histórias, considero esses gibis um tanto aquém, já um que valeu a pena adquirir foi o Almanaque do Cebolinha nº58, também publicado naquele ano, pois, visualmente, todas as HQs dessa edição me interessam. Como sou exigente, óbvio que igualmente me importo com os argumentos, contudo, bons roteiros representados por traços mais ou menos, são combinações descompassadas e me deixam meio de bode.
      Outros quatro são de 2012 e visualmente os conteúdos são do mesmo naipe desse do Cebolinha citado no parágrafo acima. Questão é que, analisando mais criticamente, desses sete almanaques pela Panini Comics e pelos quais os conteúdos de cinco deles tenho de fato determinado apreço, não há sequer uma trama envolvendo estelionato, roubo, furto, bandidagem, enfim, com base nessa observação, parece que realmente não haveria como republicar "Uma barriga que é uma jóia" nos primeiros anos da década passada e menos ainda em meados da mesma.

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    5. É que a partir de 2012 passaram a re-republicar histórias da Globo em sequência desde 1987 em vez de republicarem as da Panini, por isso que você gostou desses almanaques com foco de histórias dos anos 1980 e 1990. Republicaram quase tudo, alterando certas cenas incorretas, mas histórias envolvendo bandidos, roubos, etc, aí não foram senão teria chance essa da Magali ter sido republicada na Panini. E agora desde 2020 sem chance maior de não republicaram.

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    6. Pelo menos nesses sete que me pertencem e, mais precisamente, nos cinco que de fato me interessam, não contêm alterações nas cenas incorretas, não adulteraram desenhos. As incorreções seguem plenas, do contrário, considerando o grau de exigência que me é inerente, não os destacaria como boas aquisições.

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    7. Às vezes alterações eram banais, que não afetavam no conteúdos dos roteiros, aí menos mal, Ruim quando mudavam drasticamente roteiros com essas bobagens. Se esses que você adquiriu não tiveram alterações, foram boas aquisições, sim. Curioso que tenho nenhum almanaque dos 5 principais da Panini, de nenhuma série, nem as de Nº 1.

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    8. Tenho três da Mônica, dois do Cebolinha, dois do Cascão e um especial de Natal, totalizando oito almanaques pela Panini Comics. Tive um do Chico Bento que me arrependi em adquiri-lo e consegui vendê-lo em sebo. Nos comentários acima não citei o gibi natalino por não ser de 2016, nem 2012, fora publicado em 2008 e, nesta sequência ou, nesta conversa, foquei nas edições pautadas em reedições que chegaram às bancas no início e ademais nos meados dos 10's.
      Pelo tamanho de sua coleção, mesmo esses almanaques da TM pela editora italiana que de fato são boas edições e, pelo que diz, não tem sequer um do tipo, então, por não possuí-los, está perdendo absolutamente nada. Única funcionalidade que poderia haver se você os tivesse seria identificar possíveis alterações em textos e outrossim nos desenhos e nos informar por meio de postagens voltadas a esse tema, mas, em sentido de que estaria perdendo alguma coisa relevante por não tê-los, aí é zero, zerinho mesmo, perdendo coisa nenhuma.

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    9. Almanaques de outros personagens e tipos eu tenho alguns, só os dos 5 principais que não. Perco nada em tê-los porque eu tenho as originais antigas e os que republicaram histórias dos anos 2000 em diante não me interessam, apesar de eu não ter. Alterações que posto aqui dentro de almanaques que não tenho encontro na internet, aí também faz perder postagens aqui desse tipo se for preciso. Desses aí que você tem, eu tenho o de Natal de 2008, muito bom mesmo esse.

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  2. Achei o roteiro muito fluido e engraçado. Eu achei, antes de ler o final, que a Mônica não ia querer o sorvete por ser verde ( não sei o sabor), mas ao ler é pq a Magali ficou remexendo o sorvete com as mão. kkkk.

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    1. Sim, a Mônica não quis o sorvete porque a Magali mexeu com as mãos sujas nele, ficou com nojo. Acho que com sabor ela não implicaria, apesar de não ser de morango como era o outro que a Magali engoliu.

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  3. Essa história oli népoca quessa rivistinha foi pubricada e num era minha e neim da minhirmã,era dalguM prente nosso só que num lembro zatamente de quem qe era.
    Ficô a drúvida sa Magali mecheu no sorvete pra fazē a Mônica dizisti o sefoi por precausâum por cossiderà o aperto qelas passaro.

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    1. Fica essa dúvida, sim. Pra mim, Magali mexeu no sorvete foi de propósito para Mônica recusar o sorvete, ela não iria se arrepender do nada e dar um outro de graça à toa, quando se tratava de comida era capaz de tudo.

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    2. No quadro de encerramento, os três risquinhos emanando da cabeça e que exprimem certa surpresa, parecem sugerir que pensou mais ou menos assim: "Ué! Ser precavida até que veio a calhar! É o segundo sorvete que tomo nesta historinha!", ou seja, dando entender que não teria agido de má-fé ao vasculhar o sorvete. Todavia, nada confirmado, porque, pela inerente fama de "farinha pouca, meu pirão primeiro", os risquinhos podem representar algo como: "Viram? Boa tática, não acham?".

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    3. Não tinha reparado nos risquinhos, aí então olhando esses riscos e a posição da mão da Magali dá um sentido de "Ah, fui boa de comprar o sorvete para a Mônica e vai entender essa atitude dela de recusar, mas melhor pra mim que fico com o sorvete!". Aí nesse sentido fico que ela não teria agido de má fé, porém gostou da Mônica recusar. Ainda assim fica na interpretação de cada um.

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    4. Concordo com o Zózimo e Marcos. Acho que a Magali não usou de má fé ao "mexer" no sorvete. Claro que para ela foi melhor a recusa da Mônica. No penúltimo quadrinho a Magali mostra surpresa da Mônica não querer o sorvete. Embasa, mais ainda, o propósito bom dela.

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    5. Verdade, Roniere, a Magali teve expressão de surpresa, não contava que a Mônica iria recusar o sorvete, mostra, então, que não agiu de má fé.

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    6. Conhecendo bem a personagem, não podemos descartar que no penúltimo quadro, o que ela fala junto à expressão facial que exibe possam ser parte de uma provável encenação, porém, considerando os tais risquinhos no quadro de encerramento, estou com o Roniere, prefiro crer que Magali teve boa intenção ao emporcalhar o sorvete, afinal, caros Roniere e Marcos, "passarinho que come pedra, sabe bem, ou conhece bem o... fiofó que tem"...

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    7. Zózimo, encenação sempre é possível se tratando da Magali, fazia muita bem por sinal, por isso fica na interpretação de cada um. Aí podemos defendê-la pelo menos dessa vez, já real intenção realmente difícil rs.

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