Em setembro de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "O sumiço dos pais do Cascão" em que o Capitão Feio quer ser pai do Cascão e sequestra os pais dele para convencê-los a dar o Cascão para ele para adoção. Com 14 páginas foi publicada em 'Cascão Nº 226' (Ed. Globo, 1995).
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Capa de 'Cascão Nº 226' (Ed. Globo, 1995) |
Dona Lurdinha implora para o Cascão tomar banho, diz que vai ser bom pra ele e saudável. Cascão recusa, Seu Antenor fala que vai ficar sem jantar se não tomar banho e Cascão diz que então não vai jantar nunca mais. Dona Lurdinha pergunta ao marido se não foi severo demais com o filho e Seu Antenor fala que teve que ser senão ele toma jeito nunca e que ainda vai acabar concordando com o banho. A casa está sendo monitorada e quem vê fala que vão acabar conseguindo, não pode permitir e que vai ter que dar um jeito.
No dia seguinte, Cascão acorda com fome, barriga roncando, acha que o pai jogou duro com ele e pergunta para a mãe se pode tomar café, só que sem banho. Dona Lurdinha diz que só querem o bem dele e que devia conversar com o pai. Cascão diz que vai brigar com ele, Dona Lurdinha acha que pode estar calmo, está na sala lendo jornal. Cascão vai até lá e não vê o pai, nem no banheiro, nem no quarto e nem no quintal.
Cascão avisa à mãe que o pai não está em casa, Dona Lurdinha diz que o carro está na garagem e ele estava de pijama e manda o filho brincar lá fora. Na rua, Cascão comenta com o Cebolinha que o pai sumiu e a mãe não viu e acha que ele sumiu por causa dele que não quer tomar banho. Cebolinha consola que não deve ter sido por causa dele porque se fosse, o bairro inteiro já teria se mudado e pergunta se vão brincar e Cascão sai porque está muito preocupado para isso.
Cascão volta para a casa e não encontra a mãe, procura por todo canto da casa e vai para rua chorando e conta para Cebolinha e Xaveco que o pai sumiu e a mãe o seguiu e que agora vai procurá-los em todos os cantos do planeta e que vai se tornar Cascão Jones, o caçador dos pais perdidos. Ele procura pelo bairro todo, não encontra e acha que estão se escondendo dele até ele tomar banho. Vê um lago e corre para tomar banho, se é o jeito de ter os pais de volta só que um espião o segura e leva com um ajudante ao chefe deles aproveitando que desmaiou.
Quando acorda, Cascão está no esconderijo do esgoto do Capitão Feio, que o chama de filho. Cascão diz que ele não é pai dele e Capitão Feio fala que vai ser, é só uma questão de tempo, está cuidando da adoção dele. Cascão acha que os pais sumiram por que querem que o Capitão Feio o adote e ele diz que mais ou menos, mas que está quase conseguindo convencê-los.
Cascão quer ver os pais, Capitão Feio reluta por não serem boa influência para ele. Cascão pede por favor chamando Capitão Feio de papai e aí ele deixa. Cascão vê os pais amarrados e torturados em cima de um caldeirão com essência de gambá e pergunta se vai machucá-los. Capitão Feio tortura um pouco mais os pais com essência de chulé para convencê-los em dar o Cascão para adoção, eles recusam, Cascão pede para parar com isso.
Capitão Feio diz que não será mais necessário porque será ele quem vai decidir com quem quer ficar e pergunta se quer ficar com os dois que não o compreendem, que não dão valor, que querem dar banho a todo custo e até deixam passar fome por causa disso ou ficar com ele, um pai lindão, que vai adorá-lo como é, que jamais vai obrigá-lo a tomar banho e vai querer vê-lo cada vez mais sujo, que vai brincar juntos, ensinar a poluir o mundo e reinar depois dele.
Cascão olha para os pais presos e prefere ficar com eles, dizendo que apesar das diferenças adora os pais e no fundo só querem o bem dele. Os monstrinhos de sujeira perguntam se Capitão Feio quer que prendam o Cascão à força ou torturá-lo. Capitão Feio, de coração partido, fala para soltá-los e mandarem embora e quer ficar sozinho. Depois, Capitão Feio lamenta que queria ter um filhinho sujinho e um monstrinho apresenta a irmã dele e Capitão Feio fala que pensando bem, tem tempo para isso e quem sabe um dia o Cascão mude de ideia.
Em casa, Cascão fala aos pais que nunca vai mudar de ideia e os adora. Seu Antenor pede desculpa pelo mau jeito e pergunta ao filho sobre o banho. Cascão diz que vai tomar em um dia bem distante e não sabe quando, como e por quê. No final, Dona Lurdinha comenta com o marido que o Capitão Feio tinha razão que ó Cascão é um filho de ouro, só precisa de uma polidinha enquanto o Cascão brinca na lama todo feliz.
História legal em que o Capitão Feio sequestra os pais do Cascão para torturá-los e convencê-los a aceitarem de ele ser o novo pai adotivo do Cascão. Aproveita que os pais queriam dar banho no Cascão para mostrar que não queriam bem dele e fazer com que Cascão o escolhesse como pai. A tentação de escolher o Capitão Feio foi alta, para não ter mais alguém perturbar para tomar banho e conviver na sujeira, mas a razão falou mais alto, preferiu ficar com os pais que sempre cuidaram dele, apesar de tudo, deixando Capitão Feio de coração partido.
Capitão Feio mais sentimental, queria ter um filho sujinho como ele e aliado, escolheu o Cascão, mas precisava dos pais dele aceitarem a adoção. Seu Antenor pegou pesado de ameaçar Cascão de se não tomar banho fica sem jantar. Deu pena no Cascão passar noite com fome e ainda pedir autorização para mãe para tomar café-da-manhã. Ele poderia ter dado outro castigo mais leve. Ainda assim, ficou preocupado com o sumiço dos pais, tinha amor por eles, apesar de tudo, teve até coragem para tomar banho no lago para vê-los de novo, precisando o monstrinho de sujeira impedir. Teve um mistério inicial de quem estava monitorando a casa e quem sequestrou os pais do Cascão, só revelado quando Cascão foi capturado e parado no esgoto. E interessante como Capitão Feio instalou câmeras na casa sem ninguém ter percebido.
Teve cenas engraçadas como Cebolinha consolar Cascão que não deve ter sido por causa dele que os pais sumiram porque se fosse, o bairro inteiro já teria se mudado, Cascão procurar os pais em locais que eles poderiam estar, inclusive dentro de lata de lixo e dentro de um carro, Cebolinha perguntar se planeta tem cantos. Cascão imaginar as situações enquanto o Capitão Feio falava como dentro do presídio passando fome sem jantar, Capitão Feio jogando lixo nele, ensinando a poluir o mundo e virando rei como ele e o monstrinho apresentando a irmã dele para o Capitão Feio com intenção de ter filho com ela.
Na época ainda não tinha ligação que o Capitão Feio era tio do Cascão e irmão do Seu Antenor. Na verdade, esse parentesco foi retratado na história de estreia do Capitão Feio de 'Mônica Nº 31' da Ed. Abril, 1972, e teve outra menção em história publicada em 'Mônica Nº 117', de 1980, depois tiraram isso dos gibis e só retornaram o parentesco na Editora Panini. E os pais do Cascão nessa trama, prova que não eram só as crianças que viam o Capitão Feio, ele era real e podia aparecer para qualquer um.
Incorreta atualmente por envolver sequestro, Seu Antenor negar janta para o filho, apologia á sujeira, Cascão mexer com lata de lixo e ficar brincando na lama no final. Tiveram alguns erros como o de continuidade de Seu Antenor sumir de casa de pijama e aparecer no esconderijo do Capitão Feio com roupa comum e sapato que estava no dia anterior, Dona Lurdinha sem lábios com batom em alguns quadros, Seu Antenor com sujeirinhas no 3º quadro da página 12 do gibi, Capitão Feio sem sujeirinhas em alguns quadros e Cascão sem sujeirinhas no lado direito no 5º quadro da última página da história.
Traços ficaram bons com personagens com bochechas mais arredondadas, típicos dos anos 1990. A colorização muito bonita, começada na segunda quinzena de agosto de 1995, com todos os quadrinhos com fundo em degradê, sejam locais abertos ou fechados, além de gramas, pisos, casas, muros, etc. Até quando o fundo era branco, deixavam os balões coloridos em degradê. Gostava das cores assim, melhor que as escuras do primeiro semestre de 1995 e foi o primeiro gibi do Cascão com cores assim. Esse recurso marcou nova fase de cores na Editora Globo já que mesmo depois que deixaram de ter degradê em todos os quadros, ainda usavam em alguns quadros pontuais em locais abertos até o final da fase da Globo em 2006.
A história foi interrompida por propagandas em papel tipo capa fina entre as páginas 10 e 11, o novo recurso de disponibilizar anúncios inseridos nas histórias, dessa vez com a propaganda do biscoito "Passatempo" com passatempo para fazer e outra anunciando gibis da Turma da Mônica no geral. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
Olá. Boa noite, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, uma pergunta.: você irá comprar, as Edições #87, e, #88 (Edições #257, e, #258-Terceira Temporada), das Revistas, Todas, da Turminha, das duas Quinzenas, do mês de Setembro, do ano de 2025, por causa, dos cartões de vacina, dos pets, da Turminha, e, por causa, do cenário, da Primavera, da Turminha, ou, não?. Eu aguardo respostas. Abraços.
ResponderExcluir"Filho feio* não tem pai" ou "filho feio* tem Capitão Feio como pai"? Mas, o protagonista é filho sujo e, não é órfão. E o vilão se superou, não?
ResponderExcluir**Na primeira metade da década de 1970 Cascão era tido como o feio dentre as crianças do núcleo, que ainda estava longe de ser denominado por Bairro do Limoeiro. "O feio adormecido" ilustra bem essa antiga pecha e abre Cebolinha nº3, de 1973.