terça-feira, 23 de setembro de 2025

Magali: HQ "Prisioneira do espelho"

Em setembro de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "Prisioneira do espelho", em que a Magali e outras meninas vão parar dentro de um espelho por estarem com excesso de vaidade. Com 14 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 164' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Magali Nº 164' (Ed. Globo, 1995)

Mônica vê Magali se olhando no espelho, diz que estava procurando para elas brincarem, comenta que passou na casa da Carminha Frufru e a mãe dela estava preocupada que a filha havia sumido desde manhã. Magali não dá atenção e Mônica reclama que estava falando com ela. 

Magali pede desculpa, é que achou aquele espelho lindinho e graças a ele descobriu que ela também é lindinha e repara na sua boca, nariz, orelha. Mônica manda Magali deixar a orelha para lá e ir brincar com ela e Magali diz que agora não porque prefere ficar se olhando mais um pouco e Mônica vai embora.

Magali pergunta se ao espelho de tem menina mais bonita que ela, de olhinhos mais meigos, cabelos mais brilhantes, pele mais macia e o espelho responde que no momento, não e come a Magali. Já dentro do espelho, ela pergunta como comeu se ela está inteirinha e o espelho diz que está estômago dele e estava deliciosa e pergunta o por quê do espanto, se ela é gulosa também.

Magali diz que espelhos não comem, ele diz que comem vaidade e ela não pode sair dali, não há passagem para o outro lado, mesmo ela vendo o mundo lá fora. Magali se cansa em tentar sair e o espelho aconselha a ficar quieta, se conformar e ir conversar com as outras meninas que comeu e deixá-lo sossegado que ainda está com fome.

Magali acha engraçada a barriga do espelho, se vê em todas as partes, mas agora não vê tanta graça assim e pergunta o que deu nela de ficar olhando aquele espelho. Uma menina diz que não é para se culpar, é um truque que ele usa com todas. Magali gosta de vê-la e a menina a leva onde estavam as outras e encontra a Carminha Frufru, que fala que o espelho a engoliu, estava admirando a beleza, seus detalhes, quando ele abriu o bocão e a engoliu.

A outra menina conta que o espelho come vaidade, hipnotiza até incharem de vaidade e aí come e não há jeito de sair, não tem passagem para fora. Magali diz que elas podiam pelo menos impedir que outras meninas caiam na armadilha e evitar superpopulação lá e elas vão até á frente do espelho.

No lado de fora, Mônica comenta que a Magali deixou o querido espelho largado e, apesar de não merecer, resolve guardá-lo para ela. Diz que preferiu ficar se olhando a brincar com ela e pelo menos não se acha tão bonita assim. O espelho solta encanto e Mônica passa a se admirar, acha que não é tão feia, aliás nem um pouco feia e admira seus cabelos sedosos, olhos faiscantes, narizinho, dentões maravilhosos e charmosos.

Magali se espanta com a voz da Mônica, tenta avisá-la, mas ela não ouve e a menina manda falar mais alto. Quando o espelho já está quase hipnotizando a Mônica e pronta para ser engolida, Magali tem ideia de todas xingarem juntas a Mônica de baixinha, gorducha, dentuça e outros desaforos. Mônica quebra o espelho pensando que era ele que estava a xingando, fazendo libertar Magali e todas as outras meninas. 

No final, Mônica descobre tudo, Magali diz que nunca ficaria tão vaidosa à toa, foi tudo truque, conta que a gente deve gostar da gente sem exageros, muita gente quer fazer acreditar que o mais importante é a beleza, mas o importante é ter confiança em si e desenvolver outras qualidades e nunca mais serão prisioneiras do espelho. Olhando a Carminha se admirando no espelho, Mônica diz que pelo menos a maioria delas.

História legal em que a Magali encontra um espelho mágico falante que provoca vaidade das meninas que olham para ele para depois devorá-las. Magali é engolida e encontra dentro do espelho outras meninas que tiveram mesmo destino. Elas ajudam a Mônica a não cair na lábia do espelho, xingam a Mônica para ela pensar que era o espelho que estava xingando, Mônica quebra o espelho, libertando todo mundo e no final a Carminha Frufru é a única que continua vaidosa.

Magali se deixou levar pela vaidade que o espelho jogava para engolir suas vítimas e acabou se dando mal, mas nem foi culpa dela porque era o espelho que jogava o feitiço e ela não poderia saber que o espelho era mágico. Diferente da Carminha Frufru que era vaidosa e admiradora da sua beleza por natureza, com ela o espelho nem deve ter trabalho, foi a que conseguiu engolir mais rápido, tanto que nem se redimiu no final depois de tudo que passou, continuou como era antes da história.

Quem diria Magali sendo devorada, logo ela que sempre devorava os alimentos. De certa forma ela sentiu como os alimentos ficam no estômago dela. Só assim para Magali xingar a Mônica e nem apanhar, pelo visto aproveitou a situação para xingar a amiga, coisa que nunca podia, mas tinha vontade. Interessante a Mônica não se preocupar com o sumiço da Carminha, não querer investigar, mais importante era brincar com a Magali.

Não teve explicação da onde veio aquele espelho mágico falante, se ele pertencia a uma bruxa ou coisa do tipo. Quando o espelho fala, até poderia pensar que era o espelho da bruxa de Branca de Neve, mas nada confirmado. Na época era normal não dar explicações para tudo, as coisas aconteciam e pronto sem deixar explicado, ficando na imaginação dos leitores e era melhor assim. Hoje o público atual não gosta disso e até reclamam que não deixaram explicado. Pelo certo, quebrando espelho, as meninas ficariam presas para sempre ou morreria, mas teve efeito contrário nesta história, para o bem delas, e ajudou nos absurdos de histórias em quadrinhos que eram sempre bons.

Foi engraçado ver a Magali vendo o pé no espelho, espelho crescer e criar forma de boca para engolir a Magali, espelho saber da fama de gulosa e comilona da Magali, os xingamentos delas, Mônica quebrar espelho porque foi xingada, as meninas saírem do espelho de mãos dadas.

Essa história teve mensagem de alerta de forma divertida para muitas pessoas com excesso de vaidade que não é bom e continua bem atual com tecnologia de redes sociais da internet que pessoas postam fotos direto para sustentar vaidade, em vez de escravos do espelho, são escravos das redes sociais. 

Uma história da Magali sem foco em comida, apesar de ela ter sido engolida pelo espelho, na época passaram a colocar mais histórias da Magali sem a ver com comida para dar variada. Histórias com espelhos e reflexos estavam em alta na época, era bem comum histórias assim, e aumentou mais em histórias com o 3D Virtual envolvendo o espelho tridimensional criado pelo Franjinha para justificar as cenas em 3D nessas histórias.

Carminha Frufru dessa vez não foi tratada como vilãzinha, apenas como uma menina fútil, vaidosa e que não se redimiu mesmo depois de tudo que ela passou dentro do espelho. Carminha, criada em 1993, passou a ser personagem fixa a partir de 1995, só que até então sem uma personalidade fixa, apesar de ser vilãzinha e causar intrigas entre Magali e Mônica na maioria das vezes nos seus primórdios. Ainda sem traços definidos, dessa vez foi ruiva, e aparecia com cabelo e visual diferentes a cada história, só depois que a padronizaram como loira.

É incorreta atualmente por mostrar crianças com vaidades excessivas, espelho engolir Magali que pode dar trauma, os xingamentos para Mônica principalmente xingada de elefanta, medonha e abridor de latas, posições da Magali como no 2º quadro da página 5 do gibi, calcinhas das meninas à mostra, principalmente os jeitos da Magali no 3º quadro da página 13 do gibi e da Mônica no 3º quadro da página 15 do gibi, palavras e expressões que nem "cabelos sedosos", "olhos faiscantes", que podem ser de difícil entendimento para crianças, ou de duplo sentido que podem gerar memes maldosos que nem "eu comi você" e "me comeu". Teve erro da Magali sem franjinha no cabelo no lado direito no último quadro da história.

Traços ficaram bons, típicos dos anos 1990. As cores seguiram com degradê em todos os quadros, inclusive em gramas, muros, etc, e como nessa tiveram muitos fundos brancos por estarem dentro do espelho, colocaram o degradê nos balões coloridos. Dessa vez quadros  divididos em 3 linhas por página ou até 6 quadros por página ao invés do tradicional 4 linhas por página sou até 8 quadros, alguns acham mais bonitos quadros assim, porém história ocupa mais páginas no gibi do que se fosse o enquadramento padrão. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

Um comentário:

  1. O ja fui muito assim sabe ô Marco? Iscrava de ispelho…..Dorei essa històrinha, purquê é o contrairo do crube do Bolinha,, só teim personage feminino…..Viva as muleres!!……

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