Em agosto de 1995, há exatos 30 anos era publicada a história "Rosinha, a herdeira" em que a família dela ganha herança de um tio que havia falecido e o pai da Rosinha passa a não querer que a filha namore com o Chico Bento porque era pobre. Com 13 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 223' (Ed. Globo, 1995).
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Capa de 'Chico Bento Nº 223' (Ed. Globo, 1995) |
O pai da Rosinha, Seu Antunes, recebe telefonema que o Tio Ernesto morreu, fica triste, mas abre sorriso quando descobre que o tio deixou tudo que tinha para ele e sua família e diz que amanhã eles vão até lá. O vendedor da venda dá os pêsames para Seu Antunes e entrega um papel. Seu Antunes pensa que era um bilhete, mas era a conta para pagar, afinal já que ficaram ricos, não vai mais vender fiado e Antunes nota que todos vão tirar casquinha.
Dona Rosália pergunta por que ricos e Antunes conta que Tio Ernesto tinha muitas fazendas, cabeças de gado, investimentos e tudo ficou com eles e conta para a Rosinha que virou herdeira. Aparece o Chico Bento, aflito que soube que o tio da Rosinha morreu, sente muito, Rosinha diz que não eram muito chegados, ele morava em Piraquacetuba do Norte. Chico abraça a Rosinha e Antunes cobra que intimidade era aquela. Rosinha fala que Chico é namorado dela, Antunes olha Chico da cabeça aos pés e diz para a filha que ele era namorado, não é mais, agora que é herdeira, precisa de namorado melhor.
Depois, Chico diz ao Zé Lelé que aconteceu uma desgraça, a Rosinha e ele não são mais namorados. Zé Lelé tenta correr para ver se ela ainda está livre, Chico diz que ainda se gostam, mas o pai dela não quer namoro só porque ela é herdeira, o tio da Rosinha morreu e ela herdou riqueza e o pai dela acha que ele é pobre para namorar com a Rosinha. Zé Lelé diz que como Chico sabe se ele não é herdeiro também e Chico vai perguntar para os pais, que falam que são só herdeiros de dívidas. Chico diz que isso não vai impedir de namorar a Rosinha e vai falar com o pai dela de novo e Zé Lelé diz que se conseguir nada, que avise aos amigos.
Na casa da Rosinha, chora que perdeu o tio e o namorado. Seu Antunes fala que é para o bem dela, merece um namorado melhor, mais bem-nascido. Rosinha quer o Chico e Antunes diz que logo vai ter outros pretendentes batendo a porta, quando tem batida na porta. Era o Pedro Afonso, filho do fazendeiro dizendo que o pai o mandou lá para lhe dar os pêsames e também para conhecer a linda e herdeira filha. Rosinha fala que já conheceu e manda o menino ir embora.
Em seguida, vem outro menino, o Carlos Henrique. Chico está a caminho da casa da Rosinha e vê uma fila enorme de garotos ricos pretendentes de novo namorado para a Rosinha e Chico desiste. Dentro da casa, aparece o Genesinho, filho do Coronel, Rosinha fica furiosa, diz que ele chega e ela vai embora e foge pela janela, caindo em cima da barriga do Chico e os dois fogem juntos. Antunes pergunta pela Rosinha ao Genesinho, que diz que fugiu pela janela.
Antunes encontra um bilhete, que fugiu para se encontrar com o Chico, não quer mais herança e pode ficar para o pai e para a mãe. Os pais vão atrás da Rosinha e Antunes consegue laçar o Chico, impedindo a fuga. Rosinha avisa ao pai que não vai desistir do chico, Antunes fala que a riqueza subiu a cabeça, aceita que ela namore o Chico, o importante é ser bom, honesto e trabalhador porque dinheiro eles já têm de sobra, porém eles têm que se arrumar, vão partir hoje para prestar as últimas homenagens ao tio e receber a herança.
Dois dias depois, Chico está preocupado que agora que estão ricos, está com medo do pai da Rosinha mudar de ideia e nunca mais voltarem para lá. Rosinha volta, diz que o pai não podia subir a cabeça de novo com a herança, veio sentado em cima dela, o Tio Ernesto fez uns maus investimentos no fim da vida e só sobrou um burrico como herança. Chico e Rosinha dão uma volta no burrico e no final Antunes fica pensando na herança linda que os netos dele vai ter.
História legal em que a família da Rosinha recebe herança do tio que morreu e o pai dela não quer que a Rosinha namore com o Chico porque era pobre e queria que a filha namore com meninos ricos da região. Forma fila de pretendentes, mas Rosinha queria o Chico e foge de casa para ficar com ele. Antunes descobre, impede a fuga e deixa a filha namorar com Chico. Depois recebe a herança e viu que tudo que o Tio Ernesto tinha era um burrico, tirando a chance de ficar rico.
Seu Antunes foi todo errado com a ganância da herança subir sua cabeça, não só se preocupar com o dinheiro da herança, dizer que estava triste com a morte do tio, porém mais feliz porque ia receber os bens do tio, como também impedir a filha de namorar o Chico Bento e empurrar um menino rico para namorar com ela. Teve seu castigo merecido de receber só um burrico de herança e se convenceu que o Chico era o melhor namorado para a filha, mesmo não sendo rico. Notícia se espalhou rápido como normal em cidades pequenas, Chico quase perdeu sua namorada, ainda bem que a Rosinha não queria um rico, sendo o Genesinho a gota d'água para resolver fugir de casa, dessa vez ela não cedeu aos encantos dele.
Foi engraçada do início ao fim com destaques dos pais da Rosinha chorarem e depois abrirem sorriso quando descobrem que herdaram tudo que Tio Ernesto tinha, inclusive o vendedor, Seu Antunes pensar mais na herança do que na morte do parente, vendedor não vender mais fiado e Seu Antunes achar que cobrar dívida agora é tirar casquinha da riqueza deles, Rosinha e Zé Lelé não saber o que é herdeira, Zé Lelé correr atrás da Rosinha quando soube que terminou com o Chico, confundir herdeira com time de futebol, dizer que na cabeça dele passa vento e só pensa de vez em quando para não gastar o cérebro, os pais do Chico dizerem que são só herdeiros de dívidas, os meninos ricos na porta formando fila para namorarem Rosinha, Antunes laçar o Chico e a decepção de receberem só um burrico como herança.
Sobre o Chico dizer que eles são os mais ricos da família e Zé Lelé responder que é uma família de pés-rapados, se Zé Lelé é primo do Chico, é pobre também como ele, mas parece que nessa história eles não foram tratados como parentes, só como amigos. E leva a crer que a família do Zeca da cidade é mais rica que do Chico, a não ser que os pais do Chico consideraram que a riqueza não é de bens materiais e, sim riqueza de comportamento humano.
Como Seu Antunes não tinha telefone em casa, tinha que ir a venda para atender, deixava número de telefone da venda com familiares e quando precisassem ligavam para lá, coisa bem comum na roça e em época que nem todos tinham telefone em casa. Impressionante tantos meninos ricos morando em Vila Abobrinha, local bem pequeno e pobre. O vendedor da venda lembrou o Nhô Lau, mas não era ele, apesar que o Nhô Lau ter venda na Vila Abobrinha. O pai da Rosinha se chama Seu Rodrigues atualmente, na época não tinha nome definido, aí nessa se chamou Seu Antunes.
Na época estavam com mais histórias de abertura com protagonismo maior da Rosinha e sempre eram boas. É incorreta atualmente por envolver namoro de crianças, querendo até fugir de casa para não se separarem, a falsidade e ganância do Seu Antunes por causa da herança, se preocupar mais com o dinheiro da herança do que com o tio que morreu, diz que está triste com a morte, mas muito feliz com os bens que ia receber, Dona Rosália aparecer de avental além de palavras e expressões de duplo sentido proibidas como "desgraça", "tirar casquinha", "pés-rapados", "subir a cabeça", etc, e algumas palavras diferentes do caipirês da Turma do Chico Bento como "mió" que colocam agora "mior".
Traços ficaram bons com personagens com bochechas mais arredondadas, típicos dos anos 1990. Tiveram erros da cortina sem contorno e desenhos de flores no 3º quadro da página 8 do gibi, Dona Rosália com boca sem lábios em alguns quadro e como ela apareceu de avental só no 1º quadro da página 9 do gibi, pode ser considerado erro também. A história foi interrompida por propagandas em papel tipo capa fina entre as páginas 10 e 11, dessa vez com as propagandas do chocolate Turma da Mônica da "Nestlé" e de "Cenas Impossíveis" do Cascão. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
Existe alguma dos anos 1980 em que o pai da Rosinha se opõe ao namoro deles ou isto tem origem na década seguinte? Parece que já li algo do tipo em trama publicada pela Editora Abril.
ResponderExcluirSim, teve a história "A grande fuga" de Chico Bento N° 95, de 1986, em que Chico e Rosinha fogem de casa depois do pai dela dar flagrante nos dois namorando.
ExcluirIsso mesmo, agora lembro melhor. Chega atravessar trecho raso de um rio na maior correria, cuja placa avisa que contém piranhas, e consegue tal proeza movido por medo extremo do pai da Rosinha.
ExcluirFalando em nº95, de 1986, a MSP tinha que mandar mal em não republicar "O cruzeiro furado". Vinte páginas que entraram para galeria de histórias raras da TM por causa de puro vacilo... Segundo o GQ, há participação de Maria Cascuda. Cebolinha e Mônica não estão nesse faroeste, Marcos?
Foi engraçada a correria e a travessia no rio com piranhas. Essa do Cascão acabaram esquecendo de republicar, deve ser caso de pressa pra acabar com as histórias da Abril e ficou esquecida porque quanto a coisas incorretas eles publicavam nos anos 1990. Teve bastante ação, da turma principal, só a Cascuda que contracena com o Cascão, o resto foi tudo figurantes.
ExcluirBenditos esquecimentos... HQs raras, gibis raros, são o tipo de coisa que esbanja charme, mas, de que adianta se a imensa maioria dos entusiastas, quanto a isso, fica(m) a ver navios? O conceito, em certa medida, é um tanto cruel...
ExcluirAo menos umas nove páginas de Cascão nº96, também da Abril, pude ter acesso através de dois sites de compra e venda e, pela raridade de "O cruzeiro furado", tenho pressentimento desfavorável em relação a outra que, no caso, é ou, seria, "A bateria", imagino que ademais não foi reeditada. Diga que estou equivocado, "faiz favoire"!...
É chato saberr que essas antigas não chegaram a ser republicadas, tinham um critério de tempo máximo pra republicarem pela primeirav ez, tipo até 12 anos no máximo, depois descartaram. Os três títulos quinzenais tiveram muitas que nunca republicaram, inclusive as da Globo a partir de 1995. Já a história "A bateria" de Cascão Nº 96 foi republicada em "Coleção Um Tema Só Nº 21 - Mônica Aniversarios", de 1998.
ExcluirMarcos, você chegou a ver "Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa"? É um bom filme? O que me assusta é: os três roteiristas (um deles também o diretor...) são da trupe da Revista Quase/TV Quase (daqui, de Vitória [Espírito Santo] mesmo...), e essa turma aí não tem uma boa reputação, não! Está ligado?
ResponderExcluirNão assisti ao filme do Chico, não dá pra opinar sobre roteiro, de alguns trechos, parece ser melhor que as live actions da Turma da Mônica.
ExcluirTambém não assisti. Mas, através das imagens do Google, o que constatei a respeito da aparência do ator principal desse filme, foi que se assemelha bem mais ao Zé Lelé do que ao titular de Vila Abobrinha. O guri não é loiro, não tem sardas e parece não ter olhos verdes ou azuis, além de não ser branco, é uma criança parda, entretanto, é sim, um "Zé Lelezinho", não possui semelhança com o fenótipo de Chico Bento.
ExcluirZózimo, acho que ele não lembra, não combina com o Zé Lelé e muito menos com o Chico Bento. Escolheram pela interpretação, pelo visto. Nesses filmes live actions acho que ninguém se parece de fato com personagens, principalmente em relação a cabelos.
ExcluirJá pensou se esse filme do Chico Bento fosse hollywoodiano? Será que Nhô Lau dispararia tiros de sal nos moleques quando os flagrasse mexendo nas goiabas? Haveria alguma cena com onça? Chico manusearia trabuco? Cabularia aulas para pescar ou nadar e colaria nos exames? O longa contaria com participações de assombrações folclóricas? O protagonista pegaria na enxada para ajudar o pai na roça? Ele e Rosinha formariam um par romântico?
ExcluirPoderia ter tudo isso e até um pouco mais, porém, não é só no Brasil, Hollywood tem lacrado à beça também.
Zózimo, nesse filme certamente tem nada disso porque é baseado como anda os gibis atualmente, que também não tem essas coisas. Se fosse hollywoodiano, também não teria, andam quadrados nas produções assim como no Brasil. O mundo todo está apoiando o politicamente correto, inclusive gibis aqui estão assim pensando nas exportações e atender a países que também não aceitam as coisas incorretas.
ExcluirFinal bonito. E o Zé Lelé foi sem-vergonha ao se animar quando pensou que o Chico e a Rosinha tinham terminado um como outro. Pra isso, ele não é uma anta.🤪
ResponderExcluirPois é, nisso o Zé Lelé foi bem esperto, teve nada de bobo, nãoia perder oportunidadede ficar com a Rosinha. Quando ele quer, fica inteligente, foi engraçado.
ExcluirZé Lelé tem uma queda pela Rosinha. Não é a primeira história que eu vejo ele se animando com a possibilidade dela estar solteira rs
ExcluirSim, tiveram outras com Zé Lelé com interesse pela Rosinha, se ela desse bola, conseguiria ficar com ela.
ExcluirNão tenho muito pra comentar, kk, mas a história foi bem fofa, bem bonitinha.
ResponderExcluirFoi legal, o amor deles bem fofinho, de fazerem de tudo pra não se separarem, até capazes de fugir pra não ficarem um sem o outro. Gostei também.
ExcluirPareceu até novela.
ExcluirVerdade, pareceu mesmo. Foi muito boa.
ExcluirAdorei a história. Nunca li, bem cara dos anos 90 mesmo.
ResponderExcluirO pai da Rosinha, como sempre, com sua implicância com Chico, sempre. Muito materialista ele nesse caso. Ficou ''rico'', já subiu a cabeça, nem precisou receber de fato. Dessa vez querendo um herdeiro rico para a filha, quanta soberba. Caráter mesmo, que é bom, nem liga. Pobre Chiquinho, foi descartado só porque não é mauricinho. Bom que ele não se abala e luta pela menina que gosta, é isso aí. Zé Lelé é um barato, muito boa as passagens com ele. Muito sem-vergonha, atrás da namorada do primo, que fura-olho. A 'cabeça de vento' foi o ápice, e a piada com o cérebro então, muito boa também. Fiquei com pena da Rosinha, não merecia isso coitada. Então a quantidade de meninos afim da Rosinha, Rosinha é requisitada hein. Tem dezenas aos pés dela, mas ela só quer o Chico mesmo. A parte que ela destrata o Genesinho, então, valeu meu dia, esse engomadinho sempre merece uma dessas. A idéia de fugir é sempre uma furada, os personagens passam por cada perrengue. Até gostaria de ter visto a história se Rosinha e Chico fugissem de fato, como será que seria? Bom que o susto serviu para despertar o pai da Rosinha e ele parar com essa nóia de pretendente rico. E no final, ele bem que mereceu mesmo, só teve um burro para levar, acho que o Karma não falha mesmo. Mas a fala dele no final... me pegou. Bem fofo mesmo imaginar o futuro desses dois.
O pai da Rosinha, Seu Rodrigues (ou Seu Antunes?), eu gosto das histórias com ele pegando no pé do Chico, desaprovando o namoro dele com Rosinha. Mas ás vezes o motivo fica meio confuso. Normalmente parece que ele acha que ela é muito nova para namorar, mas ás vezes parece que é um problema direto com o Chico mesmo, querendo arrumar alguém mais instruído para ela. Aí o motivo dele ás vezes vai para um lado, ás vezes para outro. Mas o Chico é um bom menino, bom que no final sempre prevalece.
História sensacional, nota 10.
Eram boas essas histórias do pai da Rosinha implicando com o Chico namorar a filha. Sem caráter total, o que importava era um menino rico namorar a Rosinha, pelo menos o Chico lutou. Zé Lelé foi engraçado, um show a parte. Rosinha é bonita, por isso vários garotos atrás dela, sorte do Chico que Rosinha só quer ele, só destratar o Genesinho já valeu, o moleque vale nada e mereceu. O susto ajudou Seu Antunes a repensar implicância com o Chico, melhor juntos do que longe da filha. O motivo de não gostar do Chico nunca foi padronizado, variava de roteiro, acredito que a maioria delas foi porque achava a filha muito nova pra namorar. Já teve uma história com foco que o casal consegue fugir de fato, foi em Chico Bento Nº 95 de 1986, com final feliz pra eles quando voltam pra casa.
ExcluirIsabella, não querendo me intrometer, mas é a primeira vez que eu vejo você dando nota 10 para uma história. Desculpe me intrometer.
ExcluirSim, há poucas coisas que eu acho perfeitas. Um 8 geralmente significa ótimo, um 9 significa excelente... para chegar ao 10 precisa ser uma história realmente clássica e bem-bolada, que faça eu querer ler de novo e de novo. Essa HQ é icônica, e mesmo tendo lido a primeira vez, posso dizer que marcou Chico e Rosinha na fase Globo. É realmente perfeita para mim.
ExcluirÉ até fofo isso, eu me lembro de um comentário seu com uma nota bem perto de 10 (Acho que era 9,9) e você tinha falado que você nunca dava 10 pras histórias. Se você não lembra disso, é apenas mais umas daquelas ilusões da minha cabeça.
ExcluirÉ, eu lembro disso, mas eu não disse isso literalmente. Foi mais para enfatizar como sou bem exigente. Mas ás vezes, bem ás vezes... há exceções, como essa, que merecem um redondinho mesmo.
ExcluirOs traços de 95 eram tops das galáxias.
ResponderExcluirVerdade, eram muito bons os traços daquela época.
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