segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Uma história do Astronauta enfrentando o Mil-Caras


Mostro uma história em que um bandido extraterrestre rei dos disfarces foge da prisão e toma a forma do Astronauta para despistar os guardas que estavam o procurando. Com 8 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 118' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Cebolinha Nº 118' (Ed. Abril, 1982)

Vários extraterrestres bandidos estão jogando baralho no presídio de um planeta de outra galáxia distante da Terra, quando eles sentem falta do Mil-Caras. Ouvem um barulho, encontram um guarda amarrado e amordaçado e pensam que era o Mil-Caras disfarçado. O guarda depois de solto reclama que estava há duas horas ali amarrado e descobrem que o Mil-Caras fugiu do presídio.


Mil-Caras percebe que descobriram sua fuga e se disfarça de pedra à beira de um rio. Astronauta vai tomar banho lá, o guarda pergunta se ele viu o bandido Mil-Caras, o rei dos disfarces, que fugiu do presídio e Astronauta promete que se vir o bandido, vai avisar. Mil-Caras resolve tomar a forma do Astronauta, que estranha se ver fora do rio se nem acabou de tomar banho.

Então, o Mil-Caras rouba o traje do Astronauta, que corre atrás dele e diz que vai contar tudo para polícia. Mil-Caras finge para os guardas que é o verdadeiro Astronauta e que está sendo perseguido pelo bandido. Na confusão de saber quem é o verdadeiro Mil-Caras, o guarda pergunta de novo quem de fato é, Mil-Caras diz que é o que está do seu lado e descobrem que ele é o verdadeiro porque ficou vermelho ao mentir.


Mil-Caras joga os guardas em cima do Astronauta e resolve se livrar deles e depois sair do planeta-prisão. Leva amarrados para um abismo e está prestes a cortar a corda quando eles acordam. Astronauta pensa rápido e diz para o Mil-Caras que pode fazer tudo, mas não apertar o botão que está no peito azul do traje porque é desastrosamente perigoso. Mil-Caras aperta, uma luva gigante dá um soco nele, que é derrubado.

Astronauta e os guardas se jogam para a superfície e conseguem se desamarrar. Os guardas levam o Mil-Caras para o presídio e Astronauta volta para sua casa com sua nave. Depois, na penitenciária, Mil-Caras está arraso que seu plano de fuga fracassou, os outros presos tentam consolá-lo, um preso tem ideias de Mil-Caras usar toda a técnica dele de disfarces e no final, fazem o Mil-Caras de bola no futebol do presídio com ele querendo fugir de lá porque não era isso que queria.


História legal em que o bandido Mil-Caras foge do presídio e toma a forma do Astronauta para enganar os guardas. Astronauta descobre e tenta contar para os guardas, que se confundem quem era o verdadeiro Mil-Caras. Conseguem descobrir através da mentira do Mil-Caras, que dá drible neles e consegue prendê-los, com intenção de jogá-los no abismo. Astronauta faz com que o Mil-Caras caia na armadilha do traje e conseguem prender o Mil-Caras. No final, os presos jogam futebol com o Mil-Caras em forma de bola, o deixando com muita raiva. 


Mil-Caras podia se disfarçar de tudo, criar a forma que quisesse, por isso se transformou em pedra e em novo Astronauta. Conseguiu à princípio até enganar o próprio Astronauta pensando que era ele do lado de fora do rio, mas logo caiu em si que era impossível acontecer, e quase enganou também os guardas, diante da situação era praticamente impossível descobrir quem era quem já que o Mil-Caras pelo visto imitava até a voz, daria certo se os guardas não tivessem ideia de quem mente fica vermelho. 


A captura e a intenção de jogá-los no abismo foi bem cruel, daria certo se Mil-Caras não fosse tão lerdo em acreditar que o que tinha dentro do traje seria pior que jogá-los no abismo. Engraçado  ter uma luva de boxe que dava um auto soco quando era acionado, ninguém contava com isso, traje do Astronauta tinha de tudo para ele se livrar dos perigos. No presídio de volta, Mil-Caras teve o castigo que mereceu de virar bola de jogo de futebol, uma grande humilhação para quem era o rei dos disfarces, que podia ser o que quisesse, e virar mísera bola sendo chutado pelos outros presos era fim de carreira de bandidagem para ele.

O presídio era em um planeta-prisão onde todos os extraterrestres bandidos do universo são levados para lá. Apesar de ter estrutura do planeta Terra com direito à árvores e rios, não era a Terra, mas pelo visto os guardas eram terráqueos. Astronauta foi para lá de visita só para tomar banho de rio, se soubesse o que iria passar, nem iria para aquele planeta, pelo menos ajudou na prisão do Mil-Caras.


Tiveram tiradas bem engraçadas, eles estavam bem-humorados. Destaques para Astronauta cantar música "Conceição" do Cauby Peixoto (letra não foi parodiada dessa vez), dizer que só viu a cara no espelho e que quebrou depois de tão feio, estranhar se ver fora do rio se nem acabou de tomar banho ao ver o Mil-Caras disfarçado como ele, Astronauta dizer que tinha que pensar em algo depressa e o guarda dizer na família que você vai deixar quando morrer e guarda dizer que Astronauta vai querer entrar no time do Cascão depois dessa aventura.

Foi sensacional a sustentação da corda no abismo amarrada na linha do quadro da história. Era muito criativa a metalinguagem assim de personagens amarrando coisas nos quadrinhos, saltando de uma beira do rio para outro pendurado na linha do quadrinho ou até segurando o quadro com metade do corpo fora do quadro. Adorava quando acontecia isso. Gostava também de absurdos nas histórias do Astronauta de associação de outros planetas que nem a Terra, como terem bandidos, penitenciária, jogarem baralho e futebol e planeta ter rio, árvores, arbustos, igual à Terra.


Não teve título, o que era normal nas histórias antigas do Astronauta. É incorreta atualmente por ter bandidos, amarrar e ameaçar jogar Astronauta e os guardas no abismo, além de palavras proibidas como "Droga!", "Diacho!", "louco", "imbecil",  expressão popular de duplo sentido "dar no pé" e palavras mais difíceis de entendimento imediato como "periculosidade", o que acho uma pena que não permite ampliar vocabulário das crianças.


Os traços ficaram bons, típicos da primeira metade dos anos 1980. Teve erro do Mil-Caras disfarçado de Astronauta com pernas da cor de pele sem ser amarelo da cor do traje no 5º quadro da 5ª página da história. Foi republicada depois em 'Almanacão de Férias Nº 8' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Almanacão de Férias Nº 8' (Ed. Globo, 1990)

sábado, 2 de agosto de 2025

Turma da Mônica Nº 83 - Panini

Nas bancas a edição 'Turma da Mônica Nº 83' de julho de 2025 da Editora Panini com história comemorativa de aniversário 10 anos do atual Parque da Mônica. Comprei essa edição e mostro uma resenha de como foi. 

O antigo Parque da Mônica do Shopping Eldorado inaugurado em 1993 foi fechado em 2010 e criaram um novo Parque no Shopping SP Market em julho de 2015. Diferente do outro Parque da Mônica que tinha revista e histórias ambientadas nele desde que foi inaugurado, esse novo Parque não seguiu com histórias temáticas a partir da segunda série da Panini em 2015. Agora que no último mês de julho completou 10 anos do Parque atual criaram uma história comemorativa, a primeira vez dele, e será apenas nessa edição, o título 'Turma da Mônica' segue normal só com histórias convencionais. 

Essa edição 'Turma da Mônica Nº 83' segue o estilo padrão que vem sendo, quinzenal com 52 páginas, formato canoa, 8 páginas de passatempos e 1 página de seção de correspondências e custando RS 7,90. Tirando capas, contracapas, propagandas, passatempos e seção de correspondências, fica 35 páginas com histórias. Em relação à distribuição, chegou aqui dia 15 de julho. Estão com brindes em todas as revistas desde as de "Nº 71" de janeiro de 2025 para compensar o reajuste de preços, mas geralmente são brindes bobos do estilo cortar e montar, nessa revista, então, teve brinde de jogo de emoções para as crianças cortarem rosto e expressões da Milena. Capa com alusão à história de abertura e o desenho se estende na contracapa, como acontece com todas as mensais desde que reiniciaram numeração nessa 3ª série da Panini. Pena o logotipo de "Mauricio de Sousa Editora" antigo ser substituído por "MSP Estúdios" desde as edições "Nº 77", de abril, anunciando novo nome da empresa e nova direção.

Foram 6 histórias no total, incluindo a tirinha final. A história de abertura comemorativa se chama "Aniversário do Parque", escrita por Edson Itaborahy e com 13 páginas, em que o Cascão acha que é um menino pré-histórico e a turma vai atrás dele pelo Parque todo. A história seguiu um estilo extremamente infantil, diálogos curtos apropriados para crianças em fase de alfabetização, sem um roteiro digno de comemoração. A menção ao aniversário de 10 anos do Parque ficou restrito só na primeira página com Mônica, Milena e Magali comentando sobre a data, depois a história se resumiu à Turma correndo atrás do Cascão pelos brinquedos do Parque, como forma de apresentar os brinquedos. Nem teve uma festa de aniversário do Parque, nem no final. 

Ficou um estilo de história das últimas edições com o Parque antigo da Panini de 2009 e 2010 que eram fracas, apareciam só personagens brincando com outras crianças convidadas sem enredos com aventuras como foram no auge das histórias do Parque da Mônica da Globo. Sem grandes conflitos, piadas e aventuras, bom que os meninos apanharam mais para o final, mas depois apareceram de costas sem mostrá-los surrados, já que o politicamente não permite mais aparecerem machucados. E nem terminou assim, final foi bem fraco e nem com festa de aniversário. Traços feios, por sinal, assim digitais padronizados.

Destaque também que Magali quase não apareceu, foi só no início e no final, com a desculpa de que iria lanchar na lanchonete "Hot Dog" do Parque. Assim, a Milena teve destaque maior, ficando no lugar da Magali. Horrível quando deixam Magali de lado para dar foco para Milena, como se ela fosse mais importante que a Magali, que colocasse então os cinco na trama toda já que consideram agora Milena como personagem principal formando quinteto. Aliás, Milena agora está com cor de macacão verde desde as edições "Nº 77", bem ou mal, ficou melhor assim na harmonização de cores do que camisa rosa com macacão vermelho anterior.

Os diálogos sem exclamação no final ainda fica mais estranho ainda, tudo sem emoção. É que a partir das edições "Nº 71", de janeiro deste ano, não estão mais colocando ponto de exclamação no final das frases e colocam ponto no lugar. Resolveram implicar com exclamação que sempre foi marcante nos gibis, agora deixam só quando falam alguma interjeição ou mostrar uma animação maior no diálogo. Dessa forma, fica uma leitura mais didática, não dá emoção, a gente até lê de uma forma diferente, muito esquisito.

Como nesse Parque novo não teve histórias ambientadas nele nas revistas, o grande público nem conhece os brinquedos de lá, viu pela primeira vez, e nem tem uma aproximação como era com o outro. Essa história ficou uma apresentação deles e vimos que são brinquedos diferentes do Parque do Shopping Eldorado, com destaque "Montanha-Russa do Astronauta", "Horacic Park", "Coelhadas nas estrelas", entre outros, e dá pra fazer comparação de que antigo "Carrossel do Horácio" virou "Carrossel da Mata", antigo "Sítio do Chico Bento" virou ""Brinquedão do Chico Bento", antiga "Casa do Louco" virou "Trombada do Louco", com proposta bem diferente do que era, e "Praça da Magali" passou a se chamar "Hot Dog". Os brinquedos do antigo Parque eram bem melhores e mais atrativos, Parque atual nem de longe tem a magia do Parque antigo.

Em seguida vem a história "Minha vida daria um livro", com 5 páginas em que a Tina conta sua rotina diária da sua vida.  Teve presença do Mauricio de Sousa no final resgatando histórias de metalinguagem com Mauricio ou funcionário da MSP formando a piada final que eram muito frequentes na Editora Globo e depois abandonaram. Só que nessa história nem foi bem uma piada final, nada relevante e surpreendente, bem sem graça. Foi a única história com secundários de outros núcleos fora da Turma do Limoeiro dessa edição.

Em "O retrato", com 4 páginas, Jeremias leva um quadro com pintura dele pintado pela Marina e a imagem do quadro ganha vida e pega o boné do Jeremias, que depois sente falta do boné e volta para casa para pegá-lo de volta. Teve absurdo de quadro ganhar vida, mas por causa da explicação que foi desenhado pelo lápis mágico da Marina, não foi só por acaso como acontecia nas revistas antigas. Tinham parado com histórias mudas grandes e parece que estão querendo voltar com isso. Tinham parado com histórias mudas grandes e parece que estão querendo voltar com isso.

O Jeremias está com mais destaque atualmente para mostrar representatividade de personagens negros nas revistas, só que agora é todo certinho e nem de longe lembra o Jeremias antigo que aprendemos a gostar. Também ele está com roupa diferente a partir das edições "Nº 77" deste ano, com camisa azul, bermudão verde e tênis para ele ter roupa colorida como outros personagens e dar um ar mais moderno, ficou estranho assim, pelo menos mantiveram o boné vermelho só que mais moderno.

Depois, uma história de uma página chamada "Aprendizado", com Milena e Binho em que ele conta para a irmã que aprendeu muita coisa no clubinho. Tudo raso e graça nenhuma nessa. Sem dúvida, Milena e sua família com destaque cada vez maior nas revistas. 

Termina com a história "Um ajudante focado", com 11 páginas em que o Cebolinha quer que o autista André o ajude a um plano infalível contra a Mônica. A ideia de um autista participar de plano até não foi ruim, problema que deixou tudo didático, Cebolinha tinha que parar para explicar para os leitores as atitudes diferentes do menino autista, era para deixar as coisas naturalmente e os leitores interpretariam o comportamento do André e não deixar tudo mastigado e explicado como foi. Tipo, neste trecho abaixo, não precisava de uma página inteira com Cebolinha explicando sobre hiperfoco e que autistas gostam das coisas que acham que é certo, ficou fraca assim. E Cebolinha apanha e fica nem um machucado sequer, por causa do politicamente correto e nem teve uma piada final.

A tirinha final foi com o Jeremias e curioso que no expediente final ainda mostram que são revistas mensais e que o título era da Mônica, já podiam ter mudado que são quinzenais e sem padronizar Mônica em todos os títulos. 

Então, achei um gibi fraco, extremamente infantil e didático, seguindo o padrão atual com histórias sem conflitos, poucos textos, voltadas ao politicamente correto, quase sem humor e traços feios digitais. História de abertura teve nada de comemoração de 10 anos do Parque da Mônica atual, ficou uma espécie de apresentação de brinquedos do Parque. Comprei só por ter sido a primeira história ambientada no Parque da Mônica atual, mas ficou bem aquém do esperado. Quem gosta do politicamente correto vai aplaudir, quem gosta das coisas incorretas das revistas antigas não vai se interessar. Não comprei as outras edições "N° 83" então não tem resenhas delas.