Em junho de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "O artista culinário" em que o Chico Bento faz aula de arte com as meninas fazendo suflê para não ficar em recuperação na escola, causando muita confusão. Com 13 páginas, foi publicada em Chico Bento 219 (Ed. Globo, 1995).
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Capa de 'Chico Bento Nº 219' (Ed. Globo, 1995) |
Professora Marocas dá nota nos trabalhos de argila da aula de artes. Dá nota 9 para o boizinho do Zé da Roça, nota 10 para a japonesinha do Hiro e nota 8 para o cinzeiro do Juquinha. Quando vê o trabalho do Chico, era só uma argila sem forma ele dá desculpa que era uma goiaba que caiu do pé e ficou amassada.
Marocas dá bronca de que está para descobrir para que Chico tem jeito, aponta os desastres dele nas aulas de arte passadas e como era último trabalho do ano, ia ficar em recuperação em artes. Chico fala que é desajeitado e implora por mais uma chance. Com isso, Marocas o junta à turma das meninas que ainda não fizeram trabalho, que era de culinária.
Marocas diz que vão fazer um suflê, pega 3 ovos, separa clara da gema, Chico não sabe e a menina o ajuda. Marocas diz que tem que deixar as claras em neve, Chico fala que não tem neve no Brasil e ela fala que é bater as claras até ficarem parecidas com neve. Ele bate, mas espalhando claras para fora, sujando tudo. Marocas continua com a receita, na hora de colocar a farinha, Chico derruba metade no chão e coloca argila que tinha no bolso.
As crianças colocam os suflês no forno e Marocas avisa que suflês que murcharem ao sair do forno serão reprovados. Os das meninas murcharam, mas o Do Chico fica bem alto e Marocas diz que é o mais firme e belo suflê que já viu na vida, lhe dá nota 10 e descobre que ele tem talento para isso e continuando assim vai ser um gênio culinário. Na rua, Chico encontra a Rosinha, que lhe oferece bolo de fubá que ela fez e Chico fala que o bolo faltou manteiga, açúcar e esfarinhando muito e que se quiser dicas de verdade, que ela passe mais tarde na casa dele.
Já em casa, Chico fala para a mãe largar as panelas, ele vai fazer a comida do pai porque a professora falou que ele é gênio culinário. Vê o que tem em casa, acha uma pobreza o que tem e diz que vai ter que servir. Dona Cotinha não quer que o filho cozinhe, mas deixa depois que o filho diz que fez um suflê campeão na escola e que a mãe não sabe fazer.
Seu Bento chega em casa, se espanta com o filho cozinhando e acha que pelo cheiro vindo da cozinha não parece de gênio culinário. Chico serve o prato, Seu Bento acha uma surpresa do que é aquilo, Chico diz que era para ser um ensopado, mas conforme fez virou uma espécie de suflê. Os pais comem, saem para vomitar e falam que estava horrorosa, pior coisa que já comeram.
Dona Marocas aparece com dor de barriga, todos os professores comeram e passaram mal e pergunta o que ele colocou no suflê. Chico conta que derrubou metade da farinha e complementou com argila que tinha no bolso. Marocas fica uma fera, dizendo que foi isso que deixou o suflê firme. No final, Chico conta ao Zé da Roça que apanhou dos pais na frente da professora, que fez cara de contente, mas que não ficou em recuperação por que os professores se reuniram em conselho e concordaram que ele era o maior arteiro da escola.
História muito engraçada em que o Chico Bento precisa fazer aula de artes com as meninas para não ficar em recuperação na escola, tenta fazer um suflê e consegue não murchar. Assim, Chico acha que tem talento culinário e resolve fazer comida em casa e fica horrível. No final, a Professora Marocas e os pais descobrem que o Chico colocou argila no suflê e por isso não murchou e ele apanha na bunda por ser arteiro.
Já não basta o Chico burro em matérias tradicionais como Português e matemática, vimos que também tem habilidade nenhuma para arte, nem pra esculpir objetos de argila. Se não sabia mexer com argila, cozinhando que não saberia mesmo, equívoco da Professora Marocas que ele conseguiria fazer um suflê gostoso e sem murchar e com detalhe que nem sabia o que era um suflê. A argila colocada pelo Chico no suflê foi sem querer, foi para substituir a farinha, não teve intenção de trapacear para não ficar em recuperação, ele nem imaginaria que faria crescer e que isso foi o motivo do suflê não murchar. Na verdade, a argila no suflê todos descobriram que ele colocou só no final, no momento que ele olha para o bolso, fica um mistério do que ele tirou do bolso até para os leitores, foi legal isso.
Acabou se deslumbrando que teria talento para ser cozinheiro, só caiu a ficha que não sabe quando fez comida para os pais. Dona Cotinha não devia ter deixado ir para cozinha só por causa do relato dele da escola, culpa dela também. E Chico se deu mal com castigo de apanhar na bunda, professora gostar que ele apanhou, só que não ficou em recuperação porque era arteiro. Teve dois sentidos para arteiro, o quem é um grande artista e quem é bagunceiro, Chico se enquadrou como bagunceiro, por isso apanhou.
Interessante meninos e meninas terem aulas de artes separadas, elas fazerem trabalhos mais femininos como tapeçaria, pintura em tecido, cerâmica e frisar que cozinhar é só coisa de meninas. O correto tinha que ser todos os alunos na mesma aula de arte, fazendo as mesmas atividades. Foi uma das poucas histórias com menino cozinhando, normalmente eram só as meninas cozinhando ou tentando cozinhar. Tinha muito isso nas histórias antigas de separação de gêneros, coisas que só eram de meninos e coisas só de meninas, colocavam nas histórias tudo era retrato da época que viviam.
Juquinha foi o único figurante dos meninos, porém dava para ser o Zé Lelé no seu lugar. As meninas foram todas figurantes, se não quisesse investir em figurantes, daria para colocar Rosinha, Ritinha e Maria Cafufa no lugar delas. Aliás, a Rosinha normalmente não estudava junto com o Chico, só colocavam os dois estudando juntos quando seria melhor para o roteiro, tanto que a Rosinha fez participação depois fora da escola.
Teve destaques muito engraçados de Chico dizer que fez na argila uma goiaba que caiu do pé e ficou amassada, os seus desastres do quadro de linha e dobraduras em aulas passadas, não saber o que era culinária e suflê, não sabia que era comida e a Marocas mandar ficar quieto, mesmo ele perguntando na inocência e com educação, perguntar como deixar claras em neve se não tem neve no Brasil, dizer que vai sofrer para fazer o suflê, criticar o bolo da Rosinha, Dona Cotinha chamar o filho de "gênio caluniador" confundindo com culinário, o pai dizer que a comida do filho ficou "horrorível".
Impublicável atualmente por mostrar professora Marocas intolerante e humilhando o Chico, nunca colocariam Juquinha esculpindo cinzeiro já que remete a cigarro, que é proibido nos gibis atuais, Chico sendo zoado pelas meninas por estar usando avental porque menino não usa avental, levar surra dos pais na bunda e professora gostar de vê-lo apanhando, crianças com aventais, cozinhando e mexendo com fogão, Dona Cotinha com avental e cozinhando sendo retratada como dona-de-casa e que faz almoço para o marido que trabalhava na roça, além de expressão popular "Pelo amor de Deus!". Definitivamente sem chance hoje em dia.
Traços ficaram muito bons do estilo consagrado das personagens. Tiveram erros de Dona Marocas e Dona Cotinha sem lábios em algumas cenas. Teve propagandas interrompendo a história em capas finas entre as páginas 10 e 11, recurso adotado a partir de maio de 1995, por terem muitos anunciantes parceiros. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
Olá. Boa noite, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, uma pergunta.: você irá comprar, as Edições #82 (Edições #252-Terceira Temporada), das Revistas Todas, da Turminha, da segunda quinzena, do mês de Junho, do ano de 2025, por causa, das figuras, dos Personagens, da Turminha, vestidos, de trajes , das festas juninas, ou, não?. Por gentileza, eu quero tirar, uma dúvida.: o Almanaque dos Pets da Turma da Mônica, ele é bimestral, ou, é semestral, e, a Revista Histórias Para Colorir Turma da Mônica, ela é mensal, e, por que, a Capa Provisória , Edição #03 (Primeira Temporada), da mesma, ela não foi divulgada, no site, da Loja PANINI COMICS Brasil, da Turma da Mônica, do mês de Agosto, do ano de 2025, sim?. Eu aguardo respostas. Abraços.
ResponderExcluirPersonalidade perdida do Chico Bento, um menino que aprontava de tudo um pouco, arteiro como foi dito na hq, que hoje desapareceu no tempo.
ResponderExcluirÉ consenso que, entre os artistas e os arteiros, existe um abismo e, sem ponte, ou seja, não há sequer diminuta conexão entre as duas modalidades, porém, o importante foi que Chico Bento, sem a menor vocação artística e, por razão de força maior, isto é, para o bem de todo o corpo docente de Vila Abobrinha, não ficou em recuperação na disciplina em questão.
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